Onde está preso chefe do PCC?

Foi preso neste sábado (16) Valdeci Alves dos Santos, 50 anos, o Colorido, apontado pelo Ministério Público paulista como o braço direito do principal chefe da facção PCC (Primeiro Comando da Capital) na atualidade: Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, 51 anos. 

Colorido estava sendo monitorado por uma ação conjunta de policiais federais e estaduais. Ao tentar apresentar uma CNH (Carteira Nacional de Habilitação) falsa, ele foi preso na cidade de Salgueiro, no interior de Pernambuco. O criminoso era procurado desde agosto de 2014, quando foi beneficiado por uma saída temporária e nunca mais foi visto.

Nascido em Espinosa (MG), em 4 de fevereiro de 1972, ele é tido como um traficante de renome dentro da facção criminosa, sobretudo na região de Atibaia, no interior paulista. Ele também conviveu com Tuta e os demais membros da cúpula do grupo na penitenciária 2 de Presidente Venceslau (SP).

De acordo com o promotor Lincoln Gakiya, Tuta e Colorido assumiram a chefia do PCC após Marcola e outros 21 integrantes da liderança da facção terem sido transferidos, em fevereiro de 2018, de presídios de São Paulo para o sistema penitenciário federal, com prisões em Brasília, Mossoró (RN) e Porto Velho (RO).

"Quando eu falo 'liderar', eu falo 'comando geral', falo 'decisões estratégicas'. Se o PCC, hoje, decidir se unir novamente ao Comando Vermelho, por exemplo, para uma logística maior de tráfico de drogas, essa decisão tem que ser tomada, hoje, pelo Tuta conjuntamente com o Colorido", afirmou o promotor Gakiya à Record TV.

O promotor complementou que as decisões do dia a dia da facção, como as dos tribunais do crime — que são decisões disciplinares —, entre outras, têm seus setores bem estabelecidos e caminham independentemente de os chefes estarem soltos, presos, no Brasil ou no exterior.

Segundo a promotoria e a Polícia Civil, Tuta e Colorido deram o aval para o assassinato de outro líder do PCC no início deste ano: Cláudio Marcos de Almeida, o Django. A autorização para a morte teria sido dada por Tuta e Colorido porque Django teria tentado livrar de um homicídio o principal suspeito de ter mandado matar, em dezembro de 2021, um megatraficante parceiro da facção: Anselmo Becheli Santa Fausta.

Por meio de nota, a PF afirmou que uma força-tarefa monitorava o criminosa. E a prisão ocorreu em decorrência de uma abordagem feita pela PRF (Polícia Rodoviária Federal). "O foragido responde pelos crimes de tráfico de drogas, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Após a captura, o preso foi encaminhado à unidade da Polícia Federal para os procedimentos de praxe", disse a PF.

Procurado, Bruno Ferullo, advogado de Colorido, disse que seu cliente "não é traficante de drogas nem integra o crime organizado". E, com relação aos processos em andamento, "o mesmo provará sua inocência".

O preso Marco Willians Herbas Camacho, 54, o Marcola, apontado como principal líder do PCC (Primeiro Comando da Capital), já foi condenado a 342 anos de prisão. A última condenação aconteceu em março de 2022, quando ele recebeu uma pena de mais 12 anos de prisão pela acusação de associação à organização criminosa.

Antes desse julgamento, a pena dele era de 330 anos, 6 meses e 24 dias de reclusão, segundo boletim informativo do prisioneiro emitido pela SAP (Secretaria Estadual da Administração Penitenciária) e obtido pelo colunista do UOL Josmar Jozino.

Relacionadas

Na última, Marcola foi acusado pelo Ministério Público de São Paulo de ter dado ordem para matar o promotor de Justiça Lincoln Gakiya e o chefe da Croeste (Coordenadoria dos Presídios da Região Oeste do Estado), Roberto Medina, em dezembro de 2018.

O preso foi transferido da Penitenciária Federal de Brasília para a Penitenciária Federal de Porto Velho, capital de Rondônia.

As disputas por poder e dinheiro dentro da principal organização criminosa do Brasil são narradas na segunda temporada do documentário do "PCC - Primeiro Cartel da Capital", produzido por MOV, a produtora de documentários do UOL, e o núcleo investigativo do UOL.

Preço alto à liderança

O posto de líder máximo do PCC está custando muito caro para Marcola. Antes de ser preso e de ser considerado o chefe da maior facção criminosa do País, ele tinha 40 anos de prisão a cumprir. As condenações foram por roubos a carros, bancos e empresas de valores nos anos 1980 e 1990.

Depois que foi apontado como líder máximo do PCC, ou seja, já definitivamente encarcerado e sob a tutela do Estado, Marcola foi acusado de cometer vários crimes na prisão e acabou condenado a mais 290 anos.

Onde está preso chefe do PCC?

Ficha criminal de Marcola aos 18 anos

Imagem: Reprodução

Em todos os interrogatórios, Marcola negou ser integrante e líder do PCC. Porém, o Ministério Público vem denunciando o preso como mandante de chacinas, atentados e assassinatos de agentes públicos, além de formação de quadrilha e associação à organização criminosa.

A maior condenação de Marcola, equivalente a quase a metade da pena total dele, foi aplicada em 6 de março de 2013. O crime: a chacina de oito presos na Casa de Detenção, no Carandiru, zona norte, em fevereiro de 2001, durante uma megarrebelião.

Marcola e mais nove detentos foram acusados pela matança, mas ele alegou inocência. Disse que estava preso na Penitenciária do Estado e não na Casa de Detenção e, portanto, não poderia ter ordenado a chacina.

A Justiça o condenou a 158 anos de prisão pelos oito assassinatos.

Marcola foi condenado a 29 anos como mandante do assassinato do juiz Antônio José Machado Dias, em 14 de março de 2003 em Presidente Prudente. Pegou mais 61 anos e 6 meses pelos crimes de maio de 2006, quando o PCC matou agentes públicos e se rebelou em 71 presídios.

Em fevereiro de 2018, a Justiça condenou Marcola a mais 30 anos, dessa vez pela acusação de liderar a célula "sintonia dos gravatas", o braço jurídico do PCC, responsável por contratar advogados para defender os interesses da organização.

Já no ano de 2006, Marcola recebeu uma pena de 12 anos de prisão. Ele foi acusado, junto com outro grupo de prisioneiros, por formação de quadrilha. O processo começou a tramitar em 2002.

A defesa de Marcola afirma que ele nunca integrou o PCC, não liderou qualquer célula de organização criminosa e jamais deu ordem para matar autoridades, policiais ou agentes públicos.

Para os advogados de Marcola, as acusações e condenações impostas ao cliente são injustas e até hoje não foi comprovada a participação dele em nenhum desses crimes.

Série exclusiva - PCC: Primeiro Cartel da Capital

1 | 6

Qual o maior chefe do PCC?

Marcos Willians Herbas Camacho, pseudônimo Marcola (Osasco, 25 de janeiro de 1968), é um narcotraficante brasileiro, considerado pelo Estado de São Paulo como líder da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Porém, Marcola nega que o PCC tenha liderança.

Onde fica o PCC em SP?

Primeiro Comando da Capital
Fundação
31 de agosto de 1993 (29 anos)
Local de fundação
Casa de Custódia, Taubaté, SP
Atividades
Crime organizado
Aliados
Amigos dos Amigos (A.D.A), Terceiro Comando Puro (TCP)
Primeiro Comando da Capital – Wikipédia, a enciclopédia livrept.wikipedia.org › wiki › Primeiro_Comando_da_Capitalnull

Quem são os líderes do CV?

Entre os membros fundadores da facção, que se tornaram notórios depois de suas prisões, estão os líderes Rogério Lemgruber, William da Silva Lima, o "Professor", Carlos Alberto Mesquista, também conhecido como Professor, Paulo Nunes Filho, o Flávio ou Careca, Paulo César Chaves, o PC, Eucanã de Azevedo, o Canã, Iassy ...

O que quer dizer a sigla PCC?

Há quase 30 anos, foi criado o Primeiro Comando da Capital (PCC), hoje a maior facção criminosa do Brasil e da América do Sul. Praticamente onipresente no imaginário do País, o PCC, a bem da verdade, é ainda uma incógnita para muitos brasileiros.