Para desenvolver a alfabetização na perspectiva do letramento não se deve adotar

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Para desenvolver a alfabetização na perspectiva do letramento não se deve adotar

Maria Elena Colonia Professora

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é diferente.
Pelo contrário, é na escola o local onde é mais fácil a percepção de que todos esses fatores supracitados influenciam, de
maneira considerável, em todas as ações das crianças. Com uma linha de pensamento construtivista, o letramento é
definido por Soares (1998, p. 125) como uma palavra recém-chegada ao vocabulário da Educação e das Ciências
Linguísticas, ou seja, ainda não se tinha muita “intimidade” com a mesma. Sendo assim, a própria definição se torna um
pouco vaga. Mas, já no dicionário Houaiss (2001, p.1474), é possível encontrar uma melhor conceituação, sendo atribuídas
três definições, que são elas: 1. Representação da linguagem falada por meio de sinais; escrita. 2. Alfabetização
(‘processo’). 3. (década de 1980) conjunto de práticas que denotam a capacidade de uso de diferentes tipos de materiais
escritos, sendo exatamente a definição que mais se aproxima do que o termo realmente expressa.
Assim, também com fulcro em Soares (2004a, p. 16):
Letrar é mais que alfabetizar, é ensinar a ler e a escrever dentro de um contexto onde a leitura e a
escrita tenham sentido e façam parte da vida do aluno. Segundo o dicionário Aurélio, letrado é
aquele “versado em letras, erudito”, enquanto que iletrado é “aquele que não tem conhecimentos
literários” e também o “analfabeto ou quase analfabeto”.
A partir dessas definições, é possível perceber por que a educação se viu diante da necessidade de adotar tal termo. Isso
por que a própria sociedade encontra-se modificada, com uma nova realidade, não bastando somente saber ler e escrever,
já que agora, do mesmo modo, é preciso ser capaz de, além de ler e escrever, atender às condições de leitura e escrita que
a sociedade faz de modo contínuo.
É importante destacar que, por mais que o indivíduo não saiba ler e escrever, ou seja, é analfabeto, não se pode dizer que o
mesmo é totalmente iletrado, se este se encontra inserido em uma sociedade letrada. Do mesmo modo que uma criança
não alfabetizada não é iletrada, já que convive em um ambiente repleto de objetos que contém letras/palavras, como livros,
cartazes, etc.. Nesse mesmo sentido, Soares (2004a, p. 24) afirma que:
(...) a criança que ainda não se alfabetizou, mas já folheia livros, finge lê-los, brinca de escrever,
ouve histórias que lhe são lidas, está rodeada de material escrito e percebe seu uso e função,
essa criança é ainda “analfabeta”, porque não aprendeu a ler e a escrever, mas já penetrou no
mundo do letramento, já é de certa forma, letrada. (grifo da autora)
Esse exemplo torna clara a diferença entre alfabetização e letramento, deixando evidente que o fenômeno do letramento
existe sim, e que é preciso que se haja essa diferenciação, mesmo não sendo estes dissociáveis, durante o processo de
ensino e aprendizagem da leitura e da escrita, sejam eles voltados para adultos ou crianças. Não deixando de lado o fato de
que letrar é um ato social, e, portanto, cultural, assim, a partir do momento em que a pessoa se torna letrada,
consequências linguísticas são trazidas, tais como a forma que o letrado fala é diferente do modo com que o analfabeto e
do iletrado falam. Ou seja, transformações no uso do vocabulário, da língua oral e também nas estruturas linguísticas são
facilmente percebidas quando se acompanha o processo de aprendizagem de leitura e escrita de uma pessoa que fala
“errado”.
No Brasil, os educadores estão certos de que é mais fácil dar início ao processo de ensino pela linguagem escrita ao invés
das unidades e regras da escrita (TEBEROSKY, 2001, p. 41). Porém, é preciso, primeiramente, deixar de lado a ideia de
que a linguagem escrita é uma e a linguagem oral outra. Pelo contrário, as duas representam uma mesma e única
linguagem, só que de modo diferente, com duas variações, onde a escrita seleciona ou cunha somente uma delas. Por
outro lado, a educação brasileira já entendeu o significado do termo “letramento” e já passou a trabalhá-lo em suas salas de
aula, no entanto, a tarefa da educação não é somente desenvolver as habilidades de leitura e escrita, mas, também,
principalmente, fazer com que os indivíduos criem o hábito pela leitura e escrita, com isso, fazem com os mesmos
envolvam-se em práticas sociais.
Nesta acepção, sendo a escola a principal desenvolvedora das práticas de leitura e escrita, se faz necessário, de princípio,
que ela conheça seus alunos, suas dificuldades e habilidades, para só então, construir uma proposta pedagógica que vise,
claramente, as orientações para todo o processo de alfabetização, do início ao fim, já que é através desta que os
17/10/2021 23:32 A ALFABETIZAÇÃO NA PERSPECTIVA DO LETRAMENTO - Brasil Escola
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professores planejarão suas aulas. É importante que essa proposta seja construída visando o alcance de todos os alunos,
dessa forma, a escola estará garantindo que todos eles possam/consigam se desenvolver na leitura e na escrita
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Desenvolvendo suas práticas desse modo, a escola estará trabalhando de forma contextualizada – assim como exigido
pelos programas e currículos para o ensino da escrita, porém, para que a aprendizagem ocorra de forma efetiva, é preciso
que a prática dos professores seja voltada para a necessidade de cada aluno, já que o método de ensinar é uma estratégia,
não sendo apenas ao conjunto de saberes envolvidos. Ao professor é dada a tarefa de levar em consideração se a criança
já está familiarizada, ou não, com a escrita (outdoors, revistas, letreiros de lojas, etc.), para, somente então, buscar o
método mais adequado para fazer com que essa criança se interesse pelo aprendizado.
Ante o exposto, Kleimen (2005, p. 36) diz que:
“Mesmo que a criança já valorize a escrita, a contextualização do novo conhecimento – os
sistemas alfabético e ortográfico da língua – torna a aprendizagem muito mais fácil. Uma
palavra torna-se vívida, real, concreta durante a leitura.” (grifo meu)
Já foi evidenciada a importância de se letrar, porém, é primordial destacar, também, que tal fenômeno não é função apenas
do professor da disciplina de Língua Portuguesa. Pelo contrário, este é o papel de todas as áreas do conhecimento, de
todas as disciplinas, até por que os alunos adquirem outros conhecimentos e aprendem através de diversas práticas de
leitura e de escrita. Como em todas as disciplinas, o aluno é “forçado” a ler, para interpretar e escrever, o trabalho em
conjunto desses professores, se distintos de acordo com a disciplina, é essencial para o bom desenvolvimento da leitura e
da escrita de seus alunos.
Em relação às várias – novas - concepções de alfabetização, a melhor maneira de se alfabetizar, quando se deve dar início
ao processo de alfabetização, bem como as mudanças nos processos de ensino tanto da leitura quanto da escrita, muitos
alunos ainda concluíram o primeiro ano e mesmo o primeiro segmento do Ensino Fundamental sem saber ler e escrever –
de acordo com pesquisas internacionais, nacionais e regionais, sendo elas PISA, SAEB e Prova Brasil, respectivamente
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(Revista Pacto Nacional da Alfabetização na Idade Certa, 2012, p. 18).
Através desses resultados, foi criado o Pacto Nacional da Alfabetização na Idade Certa, o PNAIC, que veio justamente para
assegurar que todas as crianças estejam alfabetizadas até os oito anos de idade, ao final do 3º ano do Ensino
Fundamental. De acordo com o website do PNAIC, esse é um compromisso formal assumido pelos governos federal, do
Distrito Federal, dos estados e municípios, que diz que ao aderirem ao Pacto, os entes governamentais se comprometem a
alfabetizar todas as crianças em Língua Portuguesa e em Matemática; realizar avaliações anuais universais, aplicadas pelo
INEP (Instituto Nacional de Pesquisa Anísio Teixeira), junto aos concluintes do 3º ano do ensino fundamental e, no caso dos
estados, apoiar os municípios que tenham aderido às ações do Pacto, para sua efetiva implementação.
De acordo com sua proposta:
Aos oito anos de idade, as crianças precisam ter a compreensão do funcionamento do sistema

Como desenvolver uma prática de alfabetização na perspectiva do letramento?

Em sala de aula, desenvolver trabalhos e atividades pautados na colaboração é uma prática bastante rica para o alfabetizar letrando, haja vista que a cooperação entre as crianças é um meio eficaz para favorecer a troca de experiências e a discussão em contextos reais sobre práticas de leitura e escrita.

O que é correto afirmar sobre alfabetização e letramento?

A alfabetização é o método para desenvolver o conhecimento da escrita e leitura e o letramento amplia o uso da leitura e da escrita nas práticas sociais. Uma pessoa pode ser alfabetizada e não ser letrada, ou seja, sabe ler e escrever, mas não sabe fazer uso social da leitura.

O que é preciso para alfabetizar letrando?

Para facilitar o processo de aprendizado nessa fase, confira as dicas a seguir..
Concretize o som das palavras..
Leia as frases, fazendo pausas a cada palavra..
Ensine através de metáforas..
Utilize o texto como ponto de partida para todas as atividades..
Incentive a leitura..

Como o professor deve agir para promover a alfabetização e o letramento?

A utilização do texto para a alfabetização em sala de aula é algo muito importante, onde o professor deve criar estratégias para ensinar de acordo com as características individuais de seus alunos, isso envolve leitura, produção de textos promovendo a alfabetização e também o letramento.

Quais os métodos objetivam a alfabetização e quais objetivam a alfabetização por letramento?

Qual a maneira mais fácil e rápida para promover a alfabetização e o letramento?.
Interação verbal..
Leitura dialogada..
Narração de histórias..
Contatos com a escrita..
Atividades diversas..
Motivação..