Esse artigo é dedicado a um fato que ocorreu com uma jovem de 24 anos e acabou, infelizmente, levando-a a óbito após ser picada por uma formiga. A estudante teve uma reação grave chamada de reação anafilática ou anafilaxia, que atinge pelo menos dois órgãos. Pode acometer pele, provocando as urticas, que são lesões altas, elevadas, que coçam bastante. Podem ser acompanhadas de inchaços deformantes de pálpebras, lábios e orelhas. Pode
ocorrer sintomas respiratórios, provocando falta de ar, tosse e chiado no peito. Sintomas gastrointestinais, como diarreia, náuseas, vômitos e cólicas abdominais, além dos sintomas cardiovasculares, com queda de pressão, tonturas e a parada cardiorrespiratória. Nem todas as anafilaxias vão resultar em paradas cardiorrespiratórias, que é o choque anafilático. A maioria das reações causadas por esses insetos, como formigas, vespas e abelhas, são reações locais, mas infelizmente uma pequena
porcentagem de pessoas pode apresentar reações mais graves. Chamo a atenção para dois pontos muito importantes no tratamento dessas reações mais graves. Um é sobre a imunoterapia veneno específica, um tratamento muito eficaz nas anafilaxias provocadas pelas picadas desses insetos – abelhas, formigas e vespas. A imunoterapia específica diminui a chance de uma nova reação sistêmica quando a pessoa é exposta novamente, ou seja, após uma outra picada ou ferroada. Esse tratamento só pode ser indicado por médico especialista, após uma avaliação clínica minuciosa, exames laboratoriais e com a realização de testes cutâneos. O outro ponto importante a ser destacado é a adrenalina autoinjetável. É um dispositivo que contém a adrenalina, mas que ainda não é fabricado no Brasil, conseguindo somente via importação. A adrenalina é o medicamento de escolha no tratamento emergencial da anafilaxia e, cada vez mais, as sociedades médicas e a população se mobilizam para que possamos ter um acesso maior a esse dispositivo. As reações graves são rápidas e nem sempre é possível chegar a tempo em um hospital para receber a adrenalina. Os pacientes com reações graves precisam ter acesso e essa é uma batalha que a ASBAI vem travando com órgãos do Governo para que possamos ter o dispositivo no Brasil. Dra. Alexandra Sayuri Watanabe é especialista em Alergia e Imunologia e diretora da ASBAI Iniciativa da Associa��o Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) apresenta o passo a passo do atendimento da anafilaxia baseado no �ltimo guideline emitido pela Organiza��o Mundial de Alergia (WAO) A anafilaxia, reação alérgica sistêmica, grave e rapidamente desencadeada por alguma substância alérgena, é considerada uma emergência médica, caracterizando-se pela diminuição da pressão arterial, taquicardia e distúrbios gerais da circulação sanguínea. O tipo mais grave
da anafilaxia, o choque anafilático, pode ocasionar a morte do paciente caso não seja tratado a tempo. O tratamento deve ser feito rapidamente, sendo a adrenalina o primeiro medicamento a ser administrado por via intramuscular, na região anterolateral da coxa.
Como a adrenalina vai agir em caso de choque anafilático?A adrenalina é a pedra angular no tratamento da anafilaxia, e seu uso deve ser o mais rápido possível. Sabe-se que o retardo aumenta a chance de morte e/ou evoluçao para anafilaxia bifásica ou protraída, onde o risco de fatalidade é maior5.
Para que a adrenalina é indicada?A adrenalina é um medicamento com potente efeito antiasmático, vasopressor e estimulante cardíaco. Ele pode ser utilizado em situações de urgência e, por isso, a adrenalina autoinjetável é normalmente transportada por pessoas que apresentam grande risco de reação alérgica grave.
Por que usar adrenalina na alergia?A adrenalina é o medicamento de eleição para o tratamento da anafilaxia. Administrada por via intramuscular, na face anterolateral da coxa, na dose indicada para a idade, apresenta grande eficácia e segurança comprovada desde que o seja tão logo quanto possível.
Quando usar adrenalina no choque?É utilizada principalmente em situações de parada cardiorrespiratória, de choque anafilático e em crises asmáticas refratárias.
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