Quais os impactos da cultura no desenvolvimento humano?

Desenvolvimento humano e de cultura organizacional

A geração de impacto positivo está relacionada não apenas a ações e práticas concretas, mas à forma de fazer negócios. Para avançar na pauta de impacto e ESG, é necessário que a  visão esteja incorporada na estratégia e na cultura da empresa. Esse caminho é fundamental para integrar o impacto na forma de pensar e agir dos colaboradores e para engajar as lideranças nas temáticas e ações de sustentabilidade, bem como atuar na formação de agentes de mudança internos. 

Serviços compreendidos neste caminho:

  • Formação de lideranças e de colaboradores (da empresa e de institutos corporativos) para temas de impacto.
  • Desenvolvimento de cultura empresarial e setorial para impacto.
  • Criação e implementação de programas de intraempreendedorismo com foco em desenvolvimento humano.
  • Apoio na contratação de pessoas com expertise para geração de impacto positivo.

Quais os impactos da cultura no desenvolvimento humano?

Quais os impactos da cultura no desenvolvimento humano?

Desafios de negócio relacionados:

  • Alinhamento e engajamento de lideranças e equipes em torno dos temas socioambientais importantes para a empresa.
  • Recrutamento e definição de pessoas ou equipes responsáveis pelo desenvolvimento de estratégias e iniciativas de impacto positivo.
  • Atração e retenção de talentos.
  • Identificação da vocação em temáticas socioambientais de seu time.
  • Desenvolvimento de uma cultura de inovação e impacto positivo. 
  • Capacitação de lideranças e equipes para atuar nas temáticas de ESG, inovação e impacto positivo.
  • Fomento da  transformação do negócio de dentro para fora – fortalecimento e transformação cultural para incorporar os novos mindsets, estratégias e iniciativas de impacto positivo da empresa.

Organizações que atuam neste caminho

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“Os aspectos de desenvolvimento econômico, de valores como a cidadania são importantes, mas acredito na necessidade de assumirmos que a cultura é importante em si mesma”A questão da Cultura
A questão cultural hoje, sem dúvida alguma, baliza quase todas as discussões sobre o mundo contemporâneo. Entendida aqui como um conceito amplo, a Cultura engloba não apenas as manifestações artísticas ou intelectuais e o patrimônio, mas o esporte, o lazer, o bem-estar, a cidadania, o imaginário, a fantasia, a auto estima, o crescimento e melhoria, a memória, a tradição e o futuro. Nos discursos atuais com relação à Cultura, observo a tendência a abordar a sua importância a partir de três níveis: no primeiro deles, a Cultura é entendida como ferramenta de desenvolvimento econômico. Uma outra perspectiva é a que encara a Cultura como alavanca para a transformação social. Uma terceira, menos usual e bastante instigante, é aquela que defende o valor da Cultura em si mesma. Tentarei pontuar, a seguir, os elementos centrais dessas três abordagens.

Cultura como ferramenta de desenvolvimento econômico
Para muitas pessoas, a cultura foi sempre entendida como um ramo acessório ou supérfluo das atividades humanas, inferior em importância em relação à Economia, à Saúde, à Segurança ou à Educação em sentido estrito. Ainda hoje é comum uma certa desconfiança quando se defende o investimento cultural, especialmente em países com desigualdades sociais e carências como as nossas. Fica a idéia de que questões mais prementes deveriam ser atendidas antes de se pensar em atividades “assessórias” como, por exemplo, o Teatro, a Dança, as Artes Plásticas. Por outro lado, agências internacionais, governos e setores produtivos têm cada vez mais entendido e incentivado o potencial produtivo e gerador de riqueza encontrado nas manifestações e nos produtos culturais. Cultura é negócio, todos nós, aqui nesse encontro pelo menos, concordamos. Os recursos aplicados à cultura, de quaisquer ordem que sejam, são investimentos, já que movimentam a economia, geram ocupação e renda, em suma, desenvolvimento. Mas vocês também deverão concordar comigo que a dinâmica de mercado pode sim reger nichos da cultura que tem uma tradição e penetração social que garantem a existência de desenvolvimento dessas manifestações – como por exemplo, a indústria da música, dos espetáculos, a televisão, o rádio etc.

O mercado, a partir da existência de leis claras e condições iguais de desenvolvimento, tem uma capacidade de sustentar esses empreendimentos culturais para que caminhem por si só e encontrem seus caminhos. Entretanto, temos também de garantir a existência de empreendimentos culturais ligados a finalidades sociais e educativas, os quais, por não fazerem concessões à moda dão origem, freqüentemente, a respostas modestas em termos de público ou em termos financeiros. É ai que se torna indispensável a ação pública de governos e instituições que garantam o incentivo e a promoção de atividades que, além de DIFUNDIREM criações artísticas, ajam no sentido de CRIAREM CONDIÇÕES para que as práticas culturais possam se desenvolver, transformarem-se em hábito, para que sejam incorporadas à vida social NÃO SIMPLESMENTE COMO EVENTO, mas como modo de transformação e enriquecimento individual e coletivo. Além de pensarmos nas estratégias de financiamento e promoção cultural, acredito ser necessário termos claramente delimitadas as atribuições e papéis das esferas públicas e privadas no tocante às políticas culturais. Com isso, não pretendo advogar nem em prol do incentivo privado, nem restringir-me às ações públicas. Simplesmente creio que para que as duas esferas possam se desenvolver e cumprir plenamente as suas atribuições, é preciso que tenhamos explicitadas quais são os campos de ação de cada uma delas. A relação entre o marketing empresarial e a cultura deve ser uma negociação delicada, onde sempre deve prevalecer o valor CULTURAL. É necessário identificar uma fronteira entre, de um lado, o mercado cultural, o “business” e, de outro, o conjunto de iniciativas culturais comprometidas com a educação social, o desenvolvimento e a cidadania.

Cultura como alavanca para a transformação social
É interessante, portanto, que, aliado ao fator de desenvolvimento econômico, esteja presente também uma abordagem que identifique na cultura um potencial de transformação social. “Na medida em que a globalização nos aproxima, é essencial que alimentemos, valorizemos e apoiemos a diversidade de culturas e de experiências históricas dos países onde operamos. Atenção concentrada em cultura é base para a melhoria da efetividade do desenvolvimento em educação, saúde, produção de bens e serviços e gestão das cidades. Cultura está no centro das questões relativas à redução da pobreza, bem como da melhoria da qualidade de vida. O autoconhecimento e orgulho que derivam da identidade cultural dos povos são ingredientes fundamentais se a intenção é que as comunidades assumam sua autonomia e façam suas escolhas.” James D. Wolfensohn, Presidente, Banco Mundial.

A promoção da cultura, através de políticas culturais, não deve ser um componente adicional ou derivado das estratégias de governo ou empresariais, mas um campo indispensável das políticas nacionais ou regionais, já que, a cultura é um direito inalienável de todo o ser humano. O artigo 27 da Declaração dos Direitos do Homem da ONU, por exemplo, afirma que: “toda pessoa tem o direito de integrar-se livremente na vida cultural da comunidade, de usufruir das artes e de participar do progresso científico e dos benefícios que dele resultam“. Já o documento Problemas e Perspectivas (Unesco, 1982) defende a noção de que: “o desenvolvimento não deverá limitar-se ao campo econômico (que é um meio); ele pressupõe que os objetivos do crescimento sejam definidos igualmente em termos de valorização cultural, de enriquecimento coletivo e individual, de bem-estar geral e preservação dos ambientes (urbanos e naturais)“.

A política cultural hoje visa ao conjunto de relações sociais e econômicas de estímulo e de favorecimento à criação intelectual e artística, com o objetivo de promover a JUSTIÇA CULTURAL. A importância de uma ação voltada para a justiça cultural fica assinalada quando constatamos que, ao lado de uma vida artístico-cultural que se realiza como mercado de bens, a ação cultural pode intervir como portadora de outros valores: a diminuição das desigualdades culturais e das diferenças sociais; a evolução de novos talentos; a análise das ideologias e visões de mundo; a experimentação e o despertar de novos interesses; a formação de públicos, de habilidades e de comportamentos mais humanos; ou a pesquisa, recuperação e análise de fatos, documentos ou registros históricos. Daí, também, sua responsabilidade pública.

A Cultura como um valor em si
À parte a capacidade que a cultura tem de alavancar processos, sejam eles econômicos ou sociais, ela é um valor em si. A percepção da criação, a fruição do prazer estético, a capacidade de revolucionar mentes e atitudes que tem a cultura são um fim em si, merecem ser defendidos sem que se necessite atrelá-los a outras finalidades. Os aspectos de desenvolvimento econômico, de valores como a cidadania são importantes, mas acredito na necessidade de assumirmos, como atores públicos envolvidos na ação cultural, que a cultura é importante em si mesma. A cultura é das atividades humanas que mais tem capacidade de nos mobilizar, seja através da emoção, da sensibilidade, do elevamento, da comoção, do esclarecimento, mas também do susto, do choque, da provocação. Os bens culturais devem tornar-se elementos básicos da vida cotidiana de todos os cidadãos. Pois a cultura não é ornamento e signo de status social, mas sim algo que significa o próprio viver, o compreender a condição de cada um, as determinações que pesam sobre a existência real, concreta e imediata. Como sustentou recentemente Edgar Morin, em conferência sobre o tema Educação e Cultura, no seminário de mesmo nome que realizamos no SESC Vila Mariana, reformar a vida, o Eu, a cultura, é nossa tarefa para atingirmos a compreensão do Outro, produzirmos a compreensão humana e construirmos uma sociedade mais justa.A paixão, o amor, a inteligência, expressos através de nossas criações culturais, são a ÚNICA possibilidade que temos para distanciarmo-nos da barbárie para a qual parecemos caminhar.

As diretrizes da ação cultural do Sesc de São Paulo
Os pontos principais da ação cultural do SESC transitam nos três níveis de entendimento da cultura expostos acima. Centram-se em diretrizes pautadas pela idéia de DEMOCRATIZAÇÃO, do fomento da DIVERSIDADE CULTURAL E ARTÍSTICA e dos diferentes públicos, reconhecimento da IDENTIDADE BRASILEIRA, FORMAÇÃO PARA A EXPRESSÃO CULTURAL, INVESTIGAÇÃO e COMPROMISSO COM O NOVO.

Democratização
O SESC defende uma democratização da cultura atuando em três etapas:
acesso – ação que visa propiciar a um maior número de pessoas o contato com as mais diversas manifestações culturais, bem como a equipamentos e à programação cultural de qualidade.
Informação – a necessidade de oferecer uma experiência mais duradoura com a cultura, que vá além da lógica do evento, como exposições, palestras e seminários, bem como dispor de acervos para consulta, como no caso das bibliotecas e salas de leitura.
Participação – aliar as duas modalidades anteriores de aproximação com a cultura à possibilidade de atuação mais direta, na forma de participação em oficinas e cursos, onde o indivíduo pode transcender a posição de espectador para assumir também a posição de criador.

Associada a essas preocupações encontra-se a necessidade de vincular a democratização da cultura ao processo de educação para a cidadania: a produção cultural vista como forma de perceber e interpretar a realidade, como estímulo e incentivo à participação social, além de instrumento de expressão e comunicação de idéias, conhecimentos e reivindicações da parte de indivíduos e grupos.

Diversidade Cultural
Quando falamos em diversidade cultural tentamos nos afastar da perspectiva simplesmente “politicamente correta” do termo, bem como de uma abordagem “museológica”, no mau sentido. As manifestações dos diversos grupos, valores, espaços, modos de vida, não visam apresentá-los como peça de museu. Acreditamos na visibilidade da diversidade cultural como forma de auto-reconhecimento dos indivíduos. A integração entre as diferentes partes é um modo de diálogo e permanente construção de novos valores, novos modos de vida, mais humanos. A investigação estética da diversidade cultural de nosso país é, ao mesmo tempo, um exercício ético e de cidadania. Pois é encontro, respeito com o que o outro tem a dizer, diálogo e reconhecimento. Respeito que se exerce para com autores e obras, para com o público (a quem se deseja agradar ao mesmo tempo que instigar), para com intenções, propostas e expectativas.

Identidade
Pode parecer contraditório insistir na idéia de identidade quando defendemos uma ação cultural pautada pela diversidade. No entanto, um dos aspectos da identidade brasileira é justamente a sua multiplicidade. Investigar os diversos aspectos de nossa cultura é exercer o compromisso com sua riqueza, mantendo-nos distantes da xenofobia dogmática, reconhecendo a importância das mais variadas influências na construção de nossa sociedade, e cuidando que, pelo conhecimento delas, possamos escolher em que país queremos viver.

Formação
O Sesc pauta-se pela crença de que a cultura compartilhada tem um papel humanizador e de que o contato com ela e a sua produção deve se dar de uma maneira permanente, não eventual. A idéia de formação, portanto, é uma preocupação constante nas atividades promovidas. Acreditamos na vocação propositiva que as instituições culturais podem ter, instigando a mudança social em prol de um desenvolvimento integral dos indivíduos. Estabelecendo um trabalho de parceria com artistas, realizadores e público participante (pois acreditamos num público ativo e criador) a entidade pode incentivar a produção de cultura.

Compromisso com o Novo
As obras de arte e a cultura em geral têm a chance de despertar nos indivíduos forças que possam ser agentes contra o aprisionamento das potencialidades humanas dentro de uma lógica que privilegia a muito poucos e degrada a maioria. Atualmente, entretanto, enfrentamos a seguinte questão: na indústria cultural os produtos são feitos para o consumo e, em certa medida, determinam a natureza desse consumo. No abandono da cultura à lógica industrial põe-se em risco o específico de toda arte, seja ela experimental ou popular. O novo, a criação, o inusitado, no mais das vezes, só atendem aos interesses da indústria quando se convertem no sempre igual, atualizado como nova moda, para ser imediatamente reproduzido e homogeneizado, ou simplesmente descartados, porque “não vendem”.

Para concluir, gostaria de lembrar mais uma vez o professor Edgar Morin. Ele nos faz refletir sobre o nosso conservadorismo quando nos alerta que o provável, hoje, é o catastrófico. Ele nos lembra também que, o provável, na história, nem sempre aconteceu.

“O improvável é impossível até que ele acontece”.

A cultura, principalmente aquela ligada à transgressão, ao experimentalismo, que chacoalha nossos limites e abre horizontes impensados, é essa viagem sem fim que nos faz reinventar, a cada dia, um novo começo, um novo sonho, uma nova utopia.

Danilo Santos de Miranda é sociólogo e perito em ação cultural. É diretor do Departamento Regional do Sesc – São Paulo, presidente continental da Federação Internacional de Esporte para Todos – FISpT, membro da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura e do Conselho da Fundação Padre Anchieta, Rádio e TV Cultura.

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Danilo Miranda

Qual o impacto do meio cultural sobre o desenvolvimento humano?

O contato com objetos, eventos e atividades culturais é um hábito positivo para o desenvolvimento cognitivo das crianças. Essa prática estimula a memória, diminui a vergonha, auxilia na coragem de se expor e ainda ajuda na descoberta de habilidades e de novas áreas.

Qual o papel da cultura no desenvolvimento humano?

A cultura está relacionada diretamente à geração do conhecimento e ao exercício do pensamento, que são valores essenciais para o desenvolvimento da sociedade. Assim, a cultura é importante na formação pessoal, moral e intelectual do indivíduo e no desenvolvimento da sua capacidade de relacionar-se com o próximo.

Como a cultura impacta o desenvolvimento de indivíduos e grupos?

A cultura fornece regras, padrões, crenças, etc., que são aprendidas no contexto das atividades grupais. Então, é a partir dessa realidade sócio-histórica que nos socializamos. Por isso, também estudamos os agentes socializadores do processo de socialização que são: família, a escola e os meios de comunicação em massa.

Como a cultura impacta na sociedade?

A importância da cultura na sociedade Como já mencionado, a cultura é o que cria a nossa identidade, compõe o nosso sujeito, grupos de pessoas e norteia as próximas gerações. Podemos afirmar que, para criar a cultura há uma somatória de gostos, hábitos, crenças e outros costumes.