O Teste do Pezinho é um exame realizado entre o 3º e o 5º dia de vida do recém-nascido, utilizando algumas gotas de sangue coletadas do calcanhar do bebê a partir de uma punção no local. O material é pingado em um papel filtro especial e enviado para análise em um laboratório.
Obrigatório em todo o país, o Teste do Pezinho é um exame simples, sem contraindicações e efeitos colaterais.
Por que o Teste do Pezinho é obrigatório?
Graças ao Teste do Pezinho, é possível fazer o diagnóstico precoce de uma série de doenças com grande impacto na saúde do bebê, além de iniciar o tratamento imediatamente.
O exame faz parte do Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), disponibilizado por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Atualmente, ele o Teste do Pezinho faz o rastreio das seguintes doenças:
- Fenilcetonúria;
- Hipotireoidismo Congênito;
- Fibrose Cística;
- Doença Falciforme e outras Hemoglobinopatias;
- Deficiência de Biotinidase;
- Hiperplasia Adrenal Congênita
- Em 2021, iniciou-se o aperfeiçoamento do PNTN para que ele abranja 14 grupos de doenças rastreadas por meio do SUS – sendo então pesquisadas um total de 50 condições.
A implementação do Teste do Pezinho Ampliado, de acordo com esta lei, está escalonada para incluir gradativamente estas doenças em 5 etapas:
Etapa 1
- Fenilcetonúria e outras hiperfenilalaninemias;
- Hipotireoidismo congênito;
- Doença falciforme e outras hemoglobinopatias;
- Fibrose cística;
- Hiperplasia adrenal congênita;
- Deficiência de biotinidase;
- Toxoplasmose congênita.
Etapa 2
- Galactosemias;
- Aminoacidopatias;
- Distúrbios do ciclo da ureia;
- Distúrbios da beta-oxidação dos ácidos graxos.
Etapa 3
- Doenças lisossômicas.
- Etapa 4
- Imunodeficiências primárias.
- Etapa 5
- Atrofia muscular espinhal.
Além disso, o novo Teste do Pezinho determina que a delimitação de doenças a serem rastreadas deverá ser revisada periodicamente, com base em evidências científicas, considerando os benefícios do rastreamento, do diagnóstico e do tratamento precoce.
Para isso, serão priorizadas doenças com maior prevalência no país, com protocolo de tratamento aprovado e com tratamento incorporado no SUS.
Dra. Mariana Ribeiro e Silva é Neuropediatra na Neurológica, em Joinville (SC). Conheça os tratamentos em Neuropediatria.
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Centro Médico de Neurologia e Neurocirurgia.
Publicado em 28/05/2021 10h06 Atualizado em 31/10/2022 13h31
Foi sancionada a Lei nº 14.154, que amplia para 50 o número de doenças rastreadas pelo Teste do Pezinho oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O exame, feito por meio da coleta de gotas de sangue dos pés de recém-nascidos, atualmente engloba apenas seis doenças.
As seis doenças abrangidas atualmente são: fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, síndromes falciformes, fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita e deficiência de biotinidase. Com a nova lei, o exame passará a abranger 14 grupos de doenças. Essa ampliação ocorrerá de forma escalonada e caberá ao Ministério da Saúde estabelecer os prazos para implementação de cada etapa do processo.
Na primeira etapa da ampliação do teste está prevista a inclusão de doenças relacionadas ao excesso de fenilalanina; patologias relacionadas à hemoglobina; e toxoplasmose congênita. Na segunda etapa, serão detectados: nível elevado de galactose no sangue; aminoacidopatias; distúrbio do ciclo de ureia; e distúrbios de betaoxidação de ácidos graxos.
Na terceira etapa, serão incluídas no Teste do Pezinho oferecido pelo SUS doenças que afetam o funcionamento celular, e, na quarta etapa, problemas genéticos no sistema imunológico. A partir da quinta etapa será testada também a atrofia muscular espinhal. As mudanças entram em vigor 365 dias após a publicação da lei.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, classificou a lei como uma “importante iniciativa do Poder Legislativo” que amplia benefícios à infância em todo o país. “Esse aumento [de 6 para 50 doenças detectadas] é muito expressivo e trará benefícios incontestes para nossa infância”, comemorou. Queiroga também lembrou que, atualmente, mais de 80% dos nascidos no Brasil fazem o Teste do Pezinho. “O SUS faz 2,4 milhões de testes anuais em mais de 28 mil locais, entre maternidades e Unidades Básicas de Saúde.”
A Primeira-dama da República, Michelle Bolsonaro, afirmou que pessoas que possuem doenças raras (algumas delas incluídas no Teste do Pezinho) ficaram “invisíveis” durante muitos anos, mas que o Governo Federal trabalha para mudar a realidade desses pacientes. “As doenças raras atingem de 6% a 8% da população mundial. No Brasil, esse número significa por volta de 14 milhões de pessoas, e 75% dos casos manifestam-se na infância, ou seja, o diagnóstico é fundamental para salvar vidas.”