Quais são os 4 modos de conversão do conhecimento explícito e tácito?

No cotidiano organizacional, alguns temas são reconhecidamente importantes e percebidos no discurso de lideranças, explicitados em organogramas, ou até mesmo declarados em diretrizes e objetivos estratégicos. A práxis, porém, evidencia que, no intramuros organizacional, há dúvidas, por vezes desconhecimento ou ainda dedicação de tempo e esforço aquém da legítima necessidade para certas áreas do saber, como a Gestão do Conhecimento.

Este artigo não pretende delimitar fronteiras, cravar definições ou restringir discussões acerca de tema tão sedutor. Serão duas postagens distintas, sobre tópicos complementares: (1) Neste primeiro texto, o objetivo principal é sumarizar os Modos de Conversão do Conhecimento propostos por Nonaka e Takeuchi (1995) aplicáveis à Teoria Organizacional; (2) em postagem complementar, discutiremos alguns modelos de Governança da Gestão do Conhecimento trazidos por Terra (2008). 

Sobre os Modos de Conversão do Conhecimento

São quatro modos diferentes de conversão do conhecimento, embasados em um pressuposto de que o conhecimento é criado a partir da interação entre o tácito e o explícito. 

Figura: Espiral do Conhecimento Adaptada de Nonaka e Takeuchi (1997). Fonte: Souza et al. (2009): https://goo.gl/9qu4dP

Socialização: Do Conhecimento Tácito em Conhecimento Tácito

Pode-se dizer que a socialização é um processo de compartilhamento de experiências. A linguagem, aqui, não é requisito. A observação, a imitação e a prática, sim. É o princípio do “treinamento prático”, sendo o enfoque a experiência em si.

Externalização: Do Conhecimento Tácito em Conhecimento Explícito

O que ocorre aqui é um processo de criação do conhecimento perfeito, na medida em que o tácito se torna explícito, expresso na forma de metáforas, analogias, conceitos, hipóteses ou modelos.

Combinação: Do Conhecimento Explícito em Conhecimento Explícito

Envolve a combinação de conjuntos diferentes de conhecimento explícito, onde indivíduos trocam e combinam conhecimentos. A reconfiguração das informações existentes pode levar a novos conhecimentos.

Internalização: Do Conhecimento Explícito em Conhecimento Tácito

A internalização é o processo de incorporação do conhecimento explícito no conhecimento tácito. Quando são internalizadas nas bases do conhecimento tácito dos indivíduos sob a forma de modelos mentais ou know-bow técnico compartilhado, as experiências através da socialização, externalização e combinação tornam-se ativos valiosos.

Os Modos de Conversão do Conhecimento não necessariamente são tratados de forma estruturada ou consciente no âmbito das organizações. As que se atrevem a estruturar uma área de informação estão, de certa forma, reconfigurando informações em prol de um novo conhecimento (de explícito para explícito).

Para a externalização (de tácito para explícito), a metáfora e/ou analogia são ferramentas poderosas. É que a riqueza da linguagem figurativa e da imaginação constitui um fator essencial na extração do conhecimento dos membros de uma organização. Mas quantas o fazem de forma estruturada?

Quanto à socialização, Nonaka e Takeuchi acreditam que sem a experiência compartilhada (de tácito para tácito) é difícil para uma pessoa projetar-se no processo de raciocínio de um outro indivíduo. Para funcionar, não podemos vincular estímulos à socialização no âmbito das organizações com “perda de tempo” ou distorcer o conceito para algum horário de happy hour.

Por fim, a internalização (de explícito para tácito) está fortemente ligada ao “aprender fazendo”. Na opinião de Nonaka e Takeuchi, para que o conhecimento explícito se tome tácito, é necessária a verbalização e diagramação do conhecimento sob a forma de documentos ou histórias orais. A documentação ajuda os indivíduos a internalizarem suas experiências, aumentando assim seu conhecimento tácito. Esse exercício exige e merece dedicação de tempo, tendo como resultado não somente o aumento de conhecimento tácito, como também a facilitação de transferência de conhecimento explícito a outras pessoas da organização.

Na próxima publicação, discutiremos outro tópico relevante ao guarda-chuva da Gestão do Conhecimento, a saber: Modelos de Governança Aplicáveis à Gestão do Conhecimento (vantagens e desvantagens).

Referências 

Nonaka, I., & Takeuchi, H. (1995). The knowledge-creating company: How Japanese companies create the dynamics of innovation. Oxford university press.

Souza, L. D., Calle, G. A. D., & Rados, G. J. V. (2009). A gestão do processo e do conhecimento na terceirização. Simpósio de Administração da Produção, Logística e Operações Internacionais, 12.

Terra, J. C. (2008). Governança para Gestão do Conhecimento. 

Quais as 4 formas de conversão do conhecimento tácito?

Os quatro modos de conversão do conhecimento são: Socialização, Externalização, Combinação e Internalização, que originam o modelo SECI. isso, de criação de conhecimento tácito – tais como os modelos mentais e as habilidades técnicas compartilhadas”.

Quais os modos de conversão entre os conhecimentos tácito e explícito?

O processo de criação do conhecimento se dá a partir do momento em que existe interação entre o conhecimento tácito e o conhecimento explícito. Essa interação tem por consequência quatro modos de conversão do conhecimento: Socialização, Externalização, Combinação e Internalização.

Quais são os 4 processos do conhecimento?

Assim, é possível dizer que existem quatro modos diferentes de conversão do conhecimento que são:.
Socialização: de conhecimento tácito para tácito;.
Externalização: conhecimento tácito em explícito;.
Combinação: conhecimento explícito em explícito;.
Internalização: do conhecimento explícito para o tácito..

O que é a conversão do conhecimento tácito em explícito?

Externalização: conversão do conhecimento tácito em explícito: A externalização cria o conhecimento à medida que o conhecimento tácito se torna explícito, sendo expresso na forma de metáforas, analogias, conceitos, hipóteses ou modelos. Neste caso, utiliza-se a linguagem para contextualizar o conhecimento tácito.