Qual a região que hoje tem o maior problema de acesso a água potável?

Qual a região que hoje tem o maior problema de acesso a água potável?

A América Latina é a região com mais água doce no planeta: Brasil, Colômbia e Peru estão entre os dez países com a maior quantidade de recursos hídricos. Apesar disso, 106 milhões de latino-americanos ainda não dispõem de banheiro em casa e 34 milhões não têm acesso constante a água potável, segundo estudo do Banco Mundial.

Existem 100 milhões de pessoas sem acesso a sistemas adequados de saneamento na América Latina e 70 milhões não têm água encanada, segundo dados da ONU. No Brasil, menos da metade da população tem acesso a redes de esgoto. Foto: EBC
No Brasil, menos da metade da população tem acesso a redes de esgoto. Foto: EBC

A América Latina é a região com mais água doce no planeta: Brasil, Colômbia e Peru estão entre os dez países com a maior quantidade de recursos hídricos. Apesar disso, 106 milhões de latino-americanos ainda não dispõem de banheiro em casa e 34 milhões não têm acesso constante a água potável, segundo estudo do Banco Mundial.

A instituição apontou ainda que 20% da população latino-americana ainda não tem saneamento melhorado, que, de forma higiênica, separa os dejetos humanos do meio ambiente. Além disso, mais de 70% das águas são despejadas sem tratamento nos rios e oceanos da região.

As estatísticas dão uma ideia do desafio que será alcançar o sexto Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, que busca, até 2030, proporcionar acesso universal e equitativo à água potável, a um preço acessível a todos.

Apesar de o acesso à água potável ter melhorado no mundo — passou de 76% da população global para 91% atualmente — ainda restam ao menos 1,8 bilhão de pessoas utilizando fontes de água contaminada com matéria fecal.

O Objetivo do Desenvolvimento Sustentável número 6 também tem como meta pôr fim à defecação ao ar livre e oferecer saneamento a todas as pessoas. Em todo o mundo, 2,4 bilhões de pessoas carecem desse serviço.

O estudo “Indicadores de Desenvolvimento 2016”, do Banco Mundial, calcula que a economia global perde cerca de 250 bilhões de dólares por ano pela falta de serviços adequados de água e saneamento. Outro desafio citado é a disponibilidade de recursos hídricos no mundo, que caiu pela metade nos últimos 50 anos, enquanto a demanda por água só aumentou.

Enquanto a América Latina ainda tem água em abundância, o Oriente Médio e Norte da África e o Sul da Ásia são as regiões mais carentes desse recurso. Nelas, há menos de 1.700 metros cúbicos disponíveis por pessoa ao ano, o que as coloca em estado de estresse hídrico.

Banco Mundial

O Brasil desperdiça 39,2% de toda a água potável que é captada. Isso significa que a água não chega ao seu destino final: as residências dos brasileiros. Essa quantidade desperdiçada seria suficiente para abastecer mais de 63 milhões de brasileiros em um ano.

As informações são de um estudo inédito do Instituto Trata Brasil, feito a partir de dados públicos do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) de 2019.

Desde 2015, o Brasil registra piora em relação à perda de água. De 2015 para 2019, houve um aumento de 2,5 pontos percentuais na quantidade de água potável que é desperdiçada.

Em nota, o Ministério do Desenvolvimento sinalizou que as metas do novo Marco Legal do Saneamento, além da universalização do atendimento e ampliação da coleta e tratamento de esgotos, também tem metas quantitativas de não interrupção do abastecimento, redução de perdas e de melhoria dos processos de tratamento (veja íntegra abaixo).

Estados e regiões

As regiões que registram as maiores perdas são Norte (55,2%) e Nordeste (45,7%). Em seguida, estão Sul (37,5%), Sudeste (36,1%) e Centro-Oeste (34,4%).

São 15 os estados brasileiros que têm um desperdício de água maior do que a média do país — de 39,2%. Segundo o estudo, o número é considerado muito ruim, uma vez que a média brasileira já é preocupante. As unidades federativas que registram maior desperdício de água potável são Amapá (74% de água desperdiçada), Amazonas (68%) e Roraima (65%).

Entre as grandes cidades, os destaques negativos no Índice de Perdas na Distribuição são Porto Velho (RO), com 84% de desperdício, Macapá (AP), com 74%, e Manaus (AM), com 72%.

Na outra ponta, as cidades que se destacam positivamente são Santos (SP) e Limeira (SP), com apenas 12% de desperdício, e Blumenau (SC), com pouco mais de 16%.

Em um ranking que compara o desperdício entre dez países da América Latina, o Brasil ocupa a 5ª posição. Apesar de ficar na metade da lista, o desperdício brasileiro — que é de 40% quando se utiliza a métrica para comparar países — fica mais próximo do valor do país com pior avaliação, que é a Colômbia com 46%, do que do melhor ranqueado (o Chile, com 31%).

O presidente executivo do Trata Brasil, Édison Carlos, acredita que o desperdício de água, em momentos de pandemia e pouca chuva, cobra um preço alto à sociedade. “O Trata Brasil já há alguns anos estuda a situação das perdas de água potável e estamos cada vez mais preocupados, pois os números só pioram. Ao não atacar o problema, as empresas operadoras de água e esgotos precisam buscar mais água na natureza, não para atender mais pessoas, mas para compensar a ineficiência”, afirma.

A análise feita pelo Instituto Trata Brasil ainda estima que se o país reduzisse as perdas de água poderia ter um benefício líquido de mais de R$ 27 milhões em 15 anos — até 2034.

Para a diretora de relações institucionais e governamentais da Associação Brasileira dos Fabricantes de Materiais para Saneamento (Asfasmas), Luana Siewert Pretto, a solução para o problema envolve diversos setores. "Passa por ações melhor estruturadas e maior eficiência dos sistemas de saneamento, conjuntamente a um combate mais efetivo aos furtos de água. Também é fundamental investir em materiais de qualidade, que suportem as exigências técnicas das redes de água com mais robustez e eficiência, garantindo menos vazamentos e melhor aproveitamento dos recursos hídricos", diz ela.

Qual a região que hoje tem o maior problema de acesso a água potável?

Redutor nas torneiras ajuda moradores de São Paulo a economizar água

Posicionamento do ministério do desenvolvimento

Veja abaixo a íntegra da nota da pasta:

"As metas do novo Marco Legal do Saneamento, sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro em julho de 2020, são exatamente alcançar a universalização do atendimento de 99% da população com água potável e de 90% com coleta e tratamento de esgotos até 31 de dezembro de 2033, assim como, metas quantitativas de não interrupção do abastecimento, redução de perdas e de melhoria dos processos de tratamento.

Com o Marco, a expectativa do Governo Federal é promover um salto nos investimentos no setor de saneamento, além de um amplo processo de reestruturação que garanta uniformização da regulação; maior segurança jurídica; e regionalização da prestação dos serviços.

Desde a sanção, foram realizados quatro leilões para concessões de serviços de saneamento com as regras da nova legislação. Há outros 14 projetos em elaboração."

Qual é a região que mais sofre com a falta de água no Brasil?

O problema é predominante no Nordeste do país, região que vive com escassez frequente no fornecimento de água por conta do clima semi-árido em muitas localidades.

Quais as regiões que mais sofrem com a falta de água?

O ranking do Aqueduct identifica essas áreas principais. Ele mostra que, no Brasil, regiões da Bahia, Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte sofrem com níveis “extremamente altos” de risco de crise hídrica, um nível semelhante ao dos países do Oriente Médio.

Qual região no mundo enfrenta os maiores problemas de acesso a água potável por qual razão?

Os países árabes são os que mais enfrentam estresse hídrico. Além do crescimento populacional e das mudanças climáticas, a região sofre com conflitos e violência em países menos desenvolvidos, como Sudão, Somália e Iêmen. Na Ásia, 29 países foram categorizados como não seguros em relação ao acesso à água.

Qual é a região do Brasil que possui o maior acesso a água?

De acordo com dados do Ministério do Meio Ambiente, a Região Hidrográfica Amazônica representa cerca de 40% do território brasileiro e possui mais de 60% de toda a disponibilidade hídrica do País. A rede Amazônica é compartilhada por sete estados: Acre, Amazonas, Amapá, Rondônia, Roraima, Pará e Mato Grosso.