Qual é a relação entre o aumento da população e a escassez de água?

O consumo de água no mundo é um dos grandes temas em debate na atualidade. Em uma média total, a maior parte da utilização da água é realizada pela agricultura, que detém 70% do consumo; seguida pela indústria, que detém 22%; e pelo uso doméstico e comercial com 8%. No entanto, nos países subdesenvolvidos, essa média é diferente: a agricultura representa 82%; a indústria, 10%; e as residências, 8%. Nos países desenvolvidos, a relação dessas atividades com o consumo é de 59% para a indústria, 30% para a agricultura e 11% para o uso doméstico.

Por razões econômicas, estruturais e sociais, os países desenvolvidos consomem muito mais água do que os subdesenvolvidos e emergentes, tanto nas práticas econômicas quanto no uso direto individual. Para se ter uma ideia, em alguns países desenvolvidos, como nos Estados Unidos, uma pessoa consome em média 575 litros de água, enquanto em países subdesenvolvidos a maior parte dos habitantes convive com apenas 15 litros por dia, o que revela as grandes desigualdades econômicas e sociais existentes ao redor do globo.

É claro que, à medida que alguns países periféricos ou emergentes vão promovendo uma relativa melhoria de suas economias e também de suas estruturas sociais, o consumo de água vai se acentuando, o que também eleva a média global. Na tabela a seguir podemos conferir o crescimento do consumo de água no mundo:

Qual é a relação entre o aumento da população e a escassez de água?

Tabela com dados sobre o crescimento do consumo de água no mundo

Entre 1990 e 1950, o consumo passou de 580 para 1400 km³ anuais de água, o que representa um aumento de 2,4 vezes em um período de cinquenta anos. Nos cinquenta anos seguintes, o aumento foi de 2,8 vezes, saltando para 4000 km³/ano na virada do milênio. A ONU, seguindo esses dados e as tendências de consumo atuais, estima que, no ano de 2025, o consumo mundial de água será de 5200 km³/ano — uma alta de 1,3 vezes em um período de 25 anos.

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Se realizarmos a divisão por país, poderemos notar que a maior parte dos maiores consumidores mundiais de água, como já frisamos, faz parte do grupo de nações economicamente desenvolvidas, com destaque para os Estados Unidos, cuja média de consumo por cidadão (per capita) é duas vezes maior do que o da Europa inteira. Registra-se também o papel dos países considerados emergentes. A seguir, uma lista comparativa:

Qual é a relação entre o aumento da população e a escassez de água?

Índice comparativo entre alguns países do consumo diário per capita de água

Existe, como podemo perceber, uma disparidade muito grande com relação ao consumo de água per capita, isto é, em relação à quantidade de habitantes em cada país. Muitas nações ficam abaixo do mínimo estipulado pela ONU, que é de 100 litros de água por dia, a exemplo da China que sofre com o seu elevado volume populacional em uma área em grande parte composta por desertos. Existem, inclusive, muitas áreas com estresse hídrico – quando o consumo de água é superior à capacidade de renovação local –, tais como alguns países do Oriente Médio, a Índia e até algumas regiões brasileiras.

O Brasil passou a viver, a partir de 2014, os primeiros grandes focos daquilo que pode ser a maior crise hídrica de sua história. Com um problema grave de seca e também de gestão dos recursos naturais, o país vem apresentando níveis baixos em seus reservatórios em épocas do ano em que eles costumam estar bem mais cheios. Essa ocorrência, de certa forma, representa uma grande contradição, pois o Brasil é considerado a maior potência hídrica do planeta.

Mas se há muita água disponível no Brasil, por que está faltando água?

Para entender a questão da escassez de água no Brasil, é preciso primeiro entender algumas questões geográficas concernentes ao território nacional.

Em primeiro lugar, embora o país possua as maiores reservas de água por unidade territorial do planeta, é preciso destacar que elas estão desigualmente distribuídas no espaço geográfico brasileiro. A região Norte, notadamente a Bacia do Rio Amazonas, é aquela que possui a maior concentração de água no país, tanto pelo rio em questão quanto pela presença do Aquífero Alter do Chão, o maior em volume d'água.

Em segundo lugar, é preciso entender a questão demográfica. A maior parte da população brasileira não reside nos pontos onde a água encontra-se disponível de forma mais abundante, pois há uma concentração populacional muito elevada nas regiões Sudeste e Nordeste, respectivamente. Curiosamente, são essas as regiões cujos estados possuem os maiores históricos de secas e escassez de água ao longo do tempo.

Esse panorama contribui consideravelmente para o problema em questão, haja vista que a exploração dos recursos hídricos da Amazônia é totalmente inviável em virtude dos grandes custos de transporte e também pelos iminentes impactos naturais, que podem comprometer as reservas de água então disponíveis.

Mas isso não é tudo para entender a escassez de água no Brasil. Existem também as questões referentes à utilização e gestão dos recursos hídricos no país.

Pela Constituição Federal de 1988, cabe aos governos estaduais a missão de gerir e administrar a captação e distribuição de água, embora o governo federal também precise atuar por intermédio do fornecimento de verbas públicas e obras interestaduais. Nesse sentido, alguns governos, por questões administrativas ou até políticas, podem apresentar algumas falhas, principalmente no que se refere ao planejamento no manejo dos recursos hídricos.

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No Brasil, atualmente, o estado que vem passando por maiores dificuldades é São Paulo, o que vem atraindo uma grande atenção da mídia, pois a capital paulista, que é a área mais povoada do país, é a protagonista desse cenário. Nesse caso, uma seca total pode afetar a vida de dezenas de milhões de pessoas. O reservatório do Sistema Cantareira, o principal da cidade, vem apresentando sucessivos recordes de baixas em seu volume, o que torna o contexto em questão ainda mais desfavorável.

Além da má distribuição dos recursos hídricos e dos problemas de gestão no território nacional, o problema da escassez de água no Brasil também perpassa pelas recentes secas que vêm afetando o país. Nos últimos anos, principalmente em 2014, os níveis de precipitação ficaram muito abaixo do esperado, por isso, os reservatórios em todo país mantiveram baixas históricas, principalmente na região Sudeste.

Vale lembrar, afinal, que a falta de água no Brasil não afeta somente a disponibilidade de água tratada nas residências. As indústrias e a agricultura (os principais consumidores) são os setores que mais poderão sofrer com o problema, o que pode acarretar impactos na economia como um todo – lembrando que a maior parte das indústrias do país está justamente na região Sudeste. Além disso, cabe a ressalva de que o principal modal energético do país é o hidrelétrico, que possui como ponto negativo justamente a dependência em relação à disponibilidade, de modo que uma seca extrema pode levar o país a um novo racionamento de energia, tal qual o ocorrido em 2001.


Por Me. Rodolfo Alves Pena

Qual a relação entre o aumento da população e o aumento do consumo?

Diante da melhoria na qualidade de vida e dos ganhos mais elevados, a população consome muito e interfere diretamente na extração de recursos. Nos dados de nível de consumo entre países ricos e pobres, fica clara a disparidade existente na qual o primeiro supera enormemente o segundo.

Porque vivemos uma escassez de água mesmo morando no Planeta água?

A escassez de água no mundo é agravada em virtude da desigualdade social e da falta de manejo e usos sustentáveis dos recursos naturais. De acordo com os números apresentados pela ONU – Organização das Nações Unidas – fica claro que controlar o uso da água significa deter poder.

Quais foram as razões que levaram uma parcela da população mundial não tem acesso à água potável?

Resposta: Além da escassez hídrica em algumas regiões, os motivos para a falta de acesso à água podem estar ligados à construção de barragens, falta de acordo entre países vizinhos, instabilidade política e econômica e conflitos armados.

Por que devemos nos preocupar com o consumo de água?

Por que devemos nos preocupar com o desperdício de água no planeta? Porque as consequências do desperdício podem ser irreversíveis. Veja bem: mais de 1 bilhão de pessoas espalhadas pelo mundo não têm acesso à água tratada. Mais de 2 bilhões sequer têm direito a um saneamento básico de água.