Qual e o papel das empresas no desenvolvimento sustentável?

Que vivemos numa crise ambiental (quase) ninguém disputa e que a atividade humana tem um impacto substantivo nessa crise, poucos mais serão os que não concordam. Aliás, basta vermos o impacto ambiental que a travagem da atividade económica provocada pela resposta à pandemia teve para ficarmos esclarecidos.

Se de um lado da barricada do debate sobre o papel da actividade humana e a crise ambiental estão os que acham que a economia deve sobrepor-se ao ambiente, do outro lado estão os que acham que devemos sacrificar o crescimento económico à sustentabilidade ambiental. Tanto uns como outros estão errados. Como quase tudo na vida, no meio está a virtude e como defende a Organização das Nações Unidas na Agenda 2030, temos que, ao mesmo tempo, garantir a sustentabilidade ambiental, o crescimento económico e o desenvolvimento social.

Para atingirmos esse equilíbrio complexo devemos olhar para o papel das empresas. Antes de mais, não podemos esquecer que uma empresa só existe quando consegue gerar lucro, pois sem ganhar dinheiro as empresas vão à falência. E numa economia aberta, como a nossa, as empresas estão em concorrência, procurando oferecer os melhores produtos e serviços ao menor preço.

Do ponto de vista do papel das empresas para o desenvolvimento social, convém lembrar que há dignidade num emprego bem pago que permita às famílias mandarem as crianças para a escola, terem um teto sobre a cabeça e comida na mesa. E é através dos impostos que as empresas e os trabalhadores pagam que os Estados obtêm uma parte substancial do financiamento necessário para executarem as políticas públicas que favorecem o conjunto da sociedade.

Assim as empresas desempenham um papel no crescimento económico e contribuem para o desenvolvimento social. Falta então considerar a contribuição do setor privado para a sustentabilidade ambiental.

Em traços largos, há 4 razões principais que levam as empresas a incorporarem políticas de sustentabilidade ambiental: obrigações legais; pressão dos clientes; acesso ao financiamento que, cada vez mais, apenas está disponível para investir em projectos com impacto social e ambiental; e um entendimento moderno da responsabilidade social das empresas. Diria que são relativamente indiferentes as razões que levam as empresas a fazê-lo, desde que o façam.

Mas as políticas de sustentabilidade ambiental têm custos. Se uma empresa resolve incorporar políticas de sustentabilidade ambiental e outras empresas do mesmo setor não o fazem, há um risco real dos custos da empresa sustentável serem mais altos, retirando-lhe competitividade e quota de mercado.

Assim, se quisermos que as empresas integrem políticas ambientais nas suas atividades, temos que equiparar os custos da sustentabilidade aos custos da não sustentabilidade. Para tanto, há um conjunto de políticas que podemos considerar, nomeadamente:

- O já antigo mas ainda eficaz princípio do poluidor-pagador: Quem poluir paga os custos, quer através de taxas e multas e tornando mais cara a utilização de recursos poluentes.

- Aprofundar e generalizar os mecanismos de financiamento da sustentabilidade, nomeadamente através uma ligação clara entre as condições de acesso ao financiamento bancário e os impactos ambientais da actividade empresarial.

- Implementar um conjunto de mecanismos administrativos que favoreçam as empresas que incorporem a sustentabilidade ambiental, como acesso privilegiado aos Fundos Europeus e Nacionais e a simplificação administrativa e de licenciamento

- Aprofundar a fiscalidade verde através da dedução em sede de IRC dos custos associados à sustentabilidade ambiental

- Considerar em sede de regulação, que uma atividade empresarial não sustentável é Concorrência Desleal face à actividade empresarial no mesmo setor que incorpora e paga processos de mitigação dos impactos ambientais

A sustentabilidade ambiental, o desenvolvimento social e o crescimento económico têm que trabalhar em conjunto e as empresas são parte integrante deste esforço. Para tanto, teremos que criar as políticas que façam com que os custos da sustentabilidade sejam iguais ou menores que os custos da não-sustentabilidade.

Nesse dia, as empresas terão as condições para serem campeãs dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável.

Investigador Associado do CIEP / Universidade Católica Portuguesa (As opiniões expressas neste texto vinculam exclusivamente o seu autor)

As empresas e o desenvolvimento sustentável: Ganhar dinheiro e proteger o ambiente

O PAPEL DAS EMPRESAS EM UM MUNDO SUSTENTÁVEL

* Wellington Rodgério

No mundo em que vivemos, com tantos danos ambientais e sociais, já é ultrapassado pensar na prática da sustentabilidade por si só. O conceito diz que é preciso preservar o que temos hoje com a finalidade de garantir as gerações futuras, porém é preciso ir além: dentro de sua esfera de contribuição, empresas e comunidades – e não somente o poder público – devem desenvolver iniciativas para recuperar o planeta.

Para as organizações privadas, é importante que a relação entre a economia, o social e o ambiental esteja afinada. Ou seja, as companhias não podem mais atuar pensando só em gerar lucro e, por meio do uso sustentável de recursos e do desenvolvimento humano, devem estar adequadas a toda cadeia de valor, à preservação da água e à biodiversidade. Em busca de reforçar a importância do envolvimento de todos os setores com a sustentabilidade, a Organização das Nações Unidas implementou, em 2015, 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), cuja finalidade é aplicar universalmente, até 2030, ações que contribuam com o fim da pobreza, da desigualdade e que combatam as alterações climáticas.

Em 2016, a ONU reconheceu dez líderes empresariais (Local SDG Pioneers) de todo o mundo para atuarem como agentes fomentadores desses 17 objetivos, com a finalidade de defender a sustentabilidade por meio de seus negócios. Neste seletíssimo time, estão dois brasileiros: Sonia Favaretto, diretora de Imprensa e Sustentabilidade da BM&FBOVESPA, e Ulisses Sabará, presidente do Grupo Sabará e reconhecido por seus esforços alinhados à Vida Terrestre.

O tema Vida Terrestre foi definido como o ODS de número 15 e reconheceu um líder empresarial como exemplo mundial do trabalho que as organizações precisam desenvolver para proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, reverter a degradação da terra e deter a perda da biodiversidade. À frente do Grupo Sabará, sobretudo da unidade de negócios Beraca, Ulisses Sabará põe em prática uma gestão alinhada ao serviço de transformação, reunindo o desenvolvimento econômico e a inclusão social de milhares de famílias para garantir a integridade ambiental das regiões em que a empresa atua.

Essa transformação não ocorre apenas junto às comunidades que trabalham em parceria com a empresa, mas também com pessoas que precisam de melhores condições no que diz respeito ao saneamento básico. O Grupo Sabará é responsável também pelo projeto “Piauí – Água, Cidadania e Ensino” (Pace), na região de Curimatá, no Piauí. Por conta da seca que aflige a vida das famílias locais, a iniciativa promove o fácil acesso à água potável, visa a restauração de escolas e estimula a geração de renda local.

Os benefícios que já impactaram a comunidade são a construção de quatro poços e estações de tratamento, a captação e o tratamento de 11 milhões de litros de água para uso tanto no cultivo como em atividades cotidianas, a renovação de quatro escolas, a construção de um centro comunitário para a realização de atividades culturais e educacionais, e a implementação de um sistema de permacultura. Além disso, em função do cultivo, alguns moradores começaram a vender suas hortaliças em feiras locais e até mesmo em outras cidades.

Esses são apenas exemplos de iniciativas que instituições privadas podem colocar em prática na busca por um mundo melhor. Lutar em defesa das questões ambientais e sociais é fundamental para que as companhias sobrevivam, mesmo diante do mercado competitivo em que vivemos

*Wellington Rodgério é diretor financeiro do Grupo Sabará, empresa especializada no desenvolvimento de tecnologias, soluções e matérias-primas de alta performance, voltadas aos mercados de tratamento de águas, cosméticos, nutrição e saúde animal e à indústria de alimentos e bebidas.

Qual papel das empresas no desenvolvimento sustentável?

A gestão empresarial sustentável tem um papel muito importante: a empresa serve de exemplo para seus funcionários, clientes, stakeholders e parceiros, que, a partir de iniciativas da organização, são motivados a mudarem seus hábitos, tornando-se mais conscientes em relação ao meio ambiente e à sociedade e disseminando ...

Qual a importância das empresas em relação à sustentabilidade?

Qual a importância da sustentabilidade empresarial? A importância da sustentabilidade empresarial é que a empresa se compromete a usar os recursos naturais com responsabilidade, investir no bem-estar do planeta e garantir que todos os envolvidos em seus processos sejam tratados de forma justa.

Qual é o objetivo de uma empresa sustentável?

Como destacamos acima, uma empresa sustentável é aquela que planeja suas ações para conseguir crescer e se desenvolver, considerando e atuando para minimizar seu impacto no meio ambiente. Muitas indústrias geram resíduos diretos da sua produção, muitos deles poluentes, e devem se planejar para minimizar esse impacto.