Capítulo 1 Show
O que é o PIB e para o que ele serve?Todos os dias, programas de televisão, jornais, rádios e sites noticiam diversos assuntos sobre a economia brasileira e mundial. Porém, poucas pessoas se interessam de fato pelo tema. Você já parou para pensar qual é o seu papel no desenvolvimento da economia do nosso país? Pode parecer exagero, mas grande parte do que você consome é levada em consideração para realizar o cálculo de um dos mais importantes indicadores econômicos: o Produto Interno Bruto (PIB).
Em bom e claro português, o Produto Interno Bruto é uma forma de mensurar a atividade econômica de uma determinada região (nacional, estadual ou municipal), através de cálculos que levam em consideração a oferta e a demanda de bens e serviços. Originalmente, o conceito de PIB foi desenvolvido pelo economista russo naturalizado americano Simon Kuznets, na década de 1930. Sua contribuição para o entendimento da economia mundial, inovando com a utilização da demografia e dados estatísticos para compreender os impactos do crescimento populacional sobre a produtividade, acabou rendendo um Prêmio Nobel para o estudioso no ano de 1971. Entretanto, efetivamente, o primeiro cálculo de um PIB nacional foi desenvolvido e publicado apenas em 1953 pelas Nações Unidas. O resultado foi concluído baseado em um documento produzido pelo economista Richard Stone, que também venceu o Nobel de economia graças a essa contribuição. Inclusive, o resultado do PIB é utilizado como uma das variáveis importantes para a realização do cálculo do salário mínimo brasileiro. O desenvolvimento desse indicador econômico foi resultado de uma longa e extensiva pesquisa para encontrar formas de avaliar o tamanho e a renda de um país. A fórmula de cálculo que vamos explicar a seguir leva em consideração desde um simples pão de sal até produções complexas, como a fabricação de aviões. Capítulo 2 Como o PIB é calculado? (adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});O Produto Interno Bruto de uma determinada região é calculado de acordo com a produção total de bens e serviços daquele local. Para facilitar a compreensão, vamos usar o Brasil como exemplo. O PIB brasileiro é o resultado da soma de toda a produção nacional. Portanto, em uma fábrica de automóveis, são somados todos os itens utilizados na produção de um veículo: pneus, vidros, motor, salário dos funcionários, energia consumida e por aí vai. Entretanto, o valor que o carro produzido por essa fábrica recebe no PIB é calculado da seguinte forma: é subtraído o custo de produção do veículo (peças, energia etc.) pelo preço da venda para a concessionária.
O cálculo é feito da mesma forma para as peças utilizadas durante a fabricação desse mesmo carro. Um pneu, por exemplo, tem como custo de produção a borracha, energia, salário dos funcionários da fábrica de pneus e outros gastos. Essa subtração (preço de venda – custo de produção) foi a solução encontrada pelos economistas para que os itens de produção não fossem contados duas vezes no cálculo. Se um pneu pronto já foi incluído na conta da fábrica de pneus, logicamente ele não poderia ser incluído novamente no cálculo da produção do carro, concorda? Caso isso acontecesse, o Produto Interno Bruto seria “artificialmente” maior e não representaria realmente a atual realidade do país.
Nessa fórmula, CF representa o consumo familiar, IP o investimento privado (gastos das empresas), GG o gasto governamental e BC a balança comercial (valor das exportações menos o valor das importações). Pode parecer simples à primeira vista, mas o cálculo do Produto Interno Bruto é bem complexo e envolve vários dados estatísticos sobre companhias, pessoas físicas, investimentos públicos, privados, importações e exportações. No nosso país, o cálculo do PIB é de responsabilidade do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) desde 1990. Antes disso, a apuração era realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Várias empresas não divulgam os resultados publicamente, mas os fornecem para o IBGE, que por sua vez garante a proteção total dessas informações. Dessa forma, outros analistas de fora do instituto não conseguem determinar qual será o valor exato do PIB, apenas conseguem fazer estimativas com base nas atuais circunstâncias econômicas do país. Capítulo 3 O que é PIB per capita?Se o Produto Interno Bruto é a soma de todos os bens de uma nação, é normal concluirmos que, quanto mais alto for o valor desse indicador, mais o país ou região em questão é desenvolvido. Inclusive, é com base nessas informações que os países são ranqueados entre pobres, ricos ou em desenvolvimento.
Como esse indicador utiliza como base o PIB, muitas pessoas podem pensar que quanto maior for esse valor, melhor a população do país em questão vive. Entretanto, precisamos compreender que o Produto Interno Bruto não determina, necessariamente, a riqueza total de uma nação, e sim o seu crescimento econômico ao longo do tempo.
O cálculo do Produto Interno Bruto não leva em consideração os níveis de desigualdade de renda e social e, por isso, nem todos os economistas concordam com a eficácia do conceito do PIB per capita para determinar a distribuição de riqueza de um país. Portanto, podemos dizer que uma nação pode ter um PIB elevado e ter habitantes em níveis extremos de pobreza, como é o caso do próprio Brasil. Da mesma forma, podemos ter uma nação onde o Produto Interno Bruto não atinge patamares expressivos, mas seus habitantes têm um padrão de vida mais elevado do que um país que tenha uma renda per capita maior. A conclusão que podemos tirar disso é a seguinte: o PIB per capita não deve ser utilizado como indicador de qualidade de vida e de distribuição de renda, mas sim como um indicador econômico para fins comparativos entre nações. Capítulo 4 Qual é o PIB do Brasil e das maiores economias do mundo?PIB DO BRASIL HOJEO PIB do Brasil em 2021 foi de R$ 8,7 trilhões. |
Estado | PIB em 2019 (em milhões R$) |
---|---|
São Paulo | 2.348.338 |
Rio de Janeiro | 779.928 |
Minas Gerais | 651.873 |
Rio Grande do Sul | 482.464 |
Paraná | 466.377 |
Santa Catarina | 323.264 |
Bahia | 293.241 |
Distrito Federal | 273.614 |
Goiás | 208.672 |
Pernambuco | 197.853 |
Pará | 178.377 |
Ceará | 163.575 |
Mato Grosso | 142.122 |
Espírito Santo | 137.346 |
Amazonas | 108.181 |
Mato Grosso do Sul | 106.943 |
Maranhão | 97.340 |
Rio Grande do Norte | 71.337 |
Paraíba | 67.986 |
Alagoas | 58.964 |
Piauí | 52.781 |
Rondônia | 47.091 |
Sergipe | 44.689 |
Tocantins | 39.356 |
Amapá | 17.497 |
Acre | 15.630 |
Roraima | 14.292 |
Fonte: IBGE
Ao analisar cada estado individualmente, fica visível a forte diferença do desenvolvimento econômico entre as diversas regiões do país. Percebe-se que boa parte da produção é concentrada no Sul e Sudeste.
Além disso, a lista ainda deixa claro um desempenho bastante tímido dos países da região Norte, principalmente os estados de Tocantins, Amapá, Acre e Roraima.
Esses estados produzem menos, pois grande parte de seus territórios é coberta pela floresta Amazônica e a instalação de indústrias e áreas de produção traria um processo de degradação ambiental significativo.
Por outro lado, o estado do Amazonas, graças às atividades da Zona Franca de Manaus, mantém uma colocação razoável se comparada aos outros estados da sua região.
A boa notícia é que a desigualdade retratada pelo ranking do PIB dos estados brasileiros vem caindo ao longo das últimas décadas. Entretanto, a diminuição acontece relativamente devagar e isso demonstra o quão lento e gradual é o processo para reestruturar a ordem da produção no país.
Ranking das maiores economias do mundo
Com o resultado de 2021, o Brasil caiu para 13º no ranking das maiores economias do mundo que, agora segue dessa forma:
Posição em 2021 | País |
---|---|
1º | Estados Unidos |
2º | China |
3º | Japão |
4º | Alemanha |
5º | Reino Unido |
6º | Índia |
7º | França |
8º | Itália |
9º | Canadá |
10º | Coreia |
11º | Rússia |
12º | Austrália |
13º | Brasil |
14º | Espanha |
15º | México |