Quando um verbo retrata uma ação passada concluída antes de outra também já passada?

Conjugação verbal ainda é um problema? Vem entender melhor! Aprenda as diferenças entre modos e tempos verbais. Revise português para arrebentar nas questões de Línguas do Enem!

Devido à sua origem latina, o português brasileiro apresenta conjugação verbal para cada pessoa do discurso, o que indicará também os modos e tempos verbais. Muito conceito e pouca resposta? Ok, vamos com calma.

Modos e tempos verbais

Pessoas do discurso são aquelas que falam (eu, nós), com quem se fala (tu, você, vós, vocês) ou de quem se fala (ele, ela, eles, elas). Como falante nativo, você percebe que elas possuem conjugações diferentes que as identificam. Já em relação ao modo verbal, o português brasileiro possui três: modo indicativo, modo subjuntivo e modo imperativo.

Modo indicativo

De maneira geral, o modo indicativo trabalha com ações no plano real. Ou seja, ações que realmente aconteceram no passado, estão acontecendo no presente ou acontecerão no futuro.

Tempos do indicativo:

Pretérito mais – que – perfeito: indica uma ação no passado antes de outra ação também no passado. Por exemplo: Tomara café antes de ir para a escola.
Vendera muitas roupas antes de se tornar professora.

Pretérito perfeito: indica ação terminada no passado, ocorrendo apenas uma vez.
Corri ao supermercado ontem antes que fechasse.
Amei apenas uma vez: meu cachorro.

Pretérito imperfeito: indica hábito no passado, ou seja, ação que ocorreu mais de uma vez e foi encerrada.
Quando eu era criança, andava muito de bicicleta.
Comia muito melhor quando morava com a minha mãe.

Presente: ação que ocorre no momento da fala.
Você quer falar com ele? Ele está aqui.

Futuro do presente: ação que ocorrerá depois do momento da fala.
Ele virá te buscar?

Futuro do pretérito: essa é a única exceção do modo indicativo, pois é o seu único tempo que indica uma possibilidade no passado:
Eu queria tanto aquele sorvete.

Quando um verbo retrata uma ação passada concluída antes de outra também já passada?
Fonte: https://bit.ly/3dfTSQz
Antes de partir para o Modo Subjuntivo, veja a videoaula da prof. Jéssica sobre o Indicativo:

Modo subjuntivo

O Modo Subjuntivo reúne ações que ainda não aconteceram ou que não se sabe se acontecerão, ou seja, são hipóteses e possibilidades.

Passado Imperfeito do Subjuntivo: indica uma possibilidade no passado que não aconteceu. Muitas vezes, o passado imperfeito do subjuntivo é acompanhado pelo conectivo “se”. Veja o exemplo:

Se eu fosse mais jovem, faria outra graduação.

Presente do Subjuntivo: indica uma possibilidade no presente. Geralmente é acompanhado pelo conectivo “que”.
Ele quer que eu faça o modelo da maquete.

Futuro do Subjuntivo: indica uma possibilidade no futuro.
Se eu comprar os ingredientes, você faz um bolo?

O Futuro do Subjuntivo também é chamado de Infinitivo Pessoal, pois lembra a forma nominal do infinitivo (quando o verbo não tem conjugação e termina em -ar, -er, -ir) com flexão número-pessoal. Por exemplo:

Se eles comprarEM os ingredientes, você faz um bolo?
Se nós comprarMOS os ingredientes, você faz um bolo?

Observe que a mudança de pessoa do discurso de “eu” para “eles” ou “nós” fez com que ficasse clara desinência número-pessoal, ou seja, aquela flexão que diferencia as pessoas do discurso (eu, tu, ele, nós vós, eles).

Quando um verbo retrata uma ação passada concluída antes de outra também já passada?
Fonte: https://bit.ly/3A8rPwz

Modo imperativo

O Modo Imperativo costuma ser o mais lembrado pelos estudantes, já que tem uma função muito clara: indicar ordem ou pedido. Pela mesma razão, possui apenas um tempo: o presente – já que é impossível voltar ao passado para dar uma ordem a alguém ou adiantar-se ao futuro para fazer o mesmo. Logo, o que gera dúvidas a respeito desse modo é a conjugação.

Para fazer a conjugação do Modo Imperativo Negativo, é só copiar a conjugação do Modo Subjuntivo no presente. Para fazer isso, o conectivo “que” ajuda bastante na conjugação. Por exemplo:

QUE tu NÃO – ames
ele / ela / você NÃO – ame
nós NÃO – amemos
vós NÃO – ameis
eles / elas / vocês NÃO – amem

Observe que exclui a primeira pessoa do discurso “eu”, já que mesmo quando damos uma ordem a nós mesmos, nos dirigimos como se falássemos a outra pessoa: “Vá estudar! Saia do Facebook”.

Finalmente, o Modo Imperativo Afirmativo só vai ter uma pequena diferença do Negativo: a conjugação das pessoas do discurso “tu” e “vós”. Para isso, teremos de relembrar o conceito de “Vogal Temática”. Quando os verbos estão na forma nominal infinitivo – aquela terminada em -ar, -er, -ir -, dizemos que a vogal temática é a vogal presente nessa flexão do infinitivo.

Por exemplo, a Vogal Temática do verbo amar é o “a”. Assim, para conjugar “tu” e “vós” no imperativo afirmativo, também partimos do Modo Subjuntivo no Presente, mas substituímos a vogal temática e excluímos o “s”:

Subjuntivo imperativo

QUE tu ames >> Ama tu
QUE vós ameis >> Amai vós

Eu sei que tudo isso parece um tanto artificial, porque no Português Brasileiro Falado da atualidade, pouco se usa essas formas. No dia a dia, utilizamos com muito mais frequência o Modo Indicativo para dar ordens. Por exemplo, lembra lá em cima quando eu dei o exemplo “Vá estudar! Saia do Facebook!”? Não ficaria muito mais natural “Vai estudar! Sai do Facebook!”?

Pois é. Isso só prova que a Língua Falada é orgânica e possui variações, sendo a gramática uma teoria de uso da língua baseada em convenções sociais. Nesse caso, a convenção social é uso mais arcaico e prestigiado socialmente do imperativo – que linguisticamente não é melhor nem pior.

Outro ponto importante é sobre as pessoas do discurso. De modo geral, os alunos sofrem para memorizar a conjugação de “vós”. Isso acontece pelo uso limitado a encontros religiosos, por exemplo. No dia a dia, seria muito difícil alguém optar por esse tipo de pronome pessoal. Na teoria gramática, consideramos que o Português Brasileiro possui seis pessoas do discurso: eu, tu, ele(a), nós, vós, eles(as).

Na prática, já se considera a hipótese de quatro a cinco pessoas do discurso: eu; tu (para apenas algumas regiões do Brasil, como o Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina); ele, ela, você, a gente (que possuem a mesma conjugação); nós (que vem sendo substituído por “a gente” em muitos contextos) e eles, elas, vocês.

Mais uma vez, insisto, essa mudança não é boa nem ruim, muito menos sinônimo de que a Língua Portuguesa passa por um processo de “empobrecimento”. São apenas efeitos de interação social complexa por meio do signo linguístico, que abre possibilidade para esse tipo de variação. Caso isso não ocorresse, muito provavelmente esse artigo seria sobre o uso de “vosmecê”.

Videoaula sobre modos e tempos verbais

Para finalizar sua revisão, veja agora a videoaula da prof. Jéssica do nosso curso:

Exercícios sobre tempos e modos verbais

Para praticar os tempos e modos verbais, tente fazer esses exercícios:

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Como chamamos a ação que ocorre antes de outras também no passado?

Pretérito mais-que-perfeito: ação ocorrera em momento anterior ao de outra ação já ocorrida em momento anterior ao da fala. É o passado do passado.

O que é o passado que se refere a uma ação passada em um tempo acabado e que não tem relação com o presente?

Pretérito perfeito: indica um fato passado totalmente concluído. Ex.: Ninguém relatou o seu delírio. Pretérito imperfeito: indica um processo passado não totalmente concluído, revela o fato em sua duração.

Quais são os três tempos do verbo?

Portanto, os três tempos fundamentais que o verbo pode indicar são: o presente, o passado (que chamamos de pretérito) e o futuro. O tempo presente enuncia o fato como atual, e a ação, como praticada no momento em que se fala.

Como se chama o verbo no passado?

Ação no passado (pretérito): ocorreu antes do momento da fala.