Que fatores sustentaram o desenvolvimento industrial da Região Sudeste?

Região Sudeste

A região Sudeste do Brasil é formada pelos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Ela abrange pouco mais de 10% do território nacional e abriga cerca de 40% da população brasileira. A supremacia econômica do Sudeste no conjunto do Brasil se baseia no aproveitamento mais intensivo do território com a maior concentração de capitais e de tecnologia do país. Boa parte das lavouras comerciais brasileiras mais importantes situa-se na região, como as do café, do algodão, da cana-de-açúcar, da laranja (veja foto ao lado) e da banana. Também a pecuária de corte e a leiteira são desenvolvidas de maneira intensiva.

Um dos fatores que sustentaram o desenvolvimento industrial do Sudeste foi a existência de uma grande área de mineração, com destaque para a extração de ferro e manganês no Quadrilátero Ferrífero, área localizada no centro-leste do estado de Minas Gerais.

Por abrigar o maior parque industrial da América Latina, o Sudeste ocupa posição hegemônica em relação às demais regiões do país, condição que faz de São Paulo a grande metrópole nacional e do Rio de Janeiro uma metrópole nacional, ambas com área de influência por todo o território brasileiro.

É no Sudeste que se localizam os dois principais portos nacionais: o de Santos (SP) e o do Rio de Janeiro (RJ), além dos portos de São Sebastião (SP) e de Vitória (ES).

Apesar de haver certa integração entre os estados do Sudeste, as características econômicas de cada um determinam significativas desigualdades intrarregionais. Quando se fala em Sudeste, em geral considera-se o chamado Sudeste geoeconômico, o que exclui a zona semiárida do norte de Minas Gerais e inclui o norte do Paraná (área de Londrina e Maringá), um prolongamento do Oeste paulista.
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Pulsar Imagens/João Prudente

Na região Sudeste, há grandes lavouras comerciais, como essa de laranja em Santo Antônio de Posse (SP). Foto de 2014.
Desigualdades internas no Sudeste

Mesmo reduzindo nas últimas décadas sua importância relativa no país, em face do maior crescimento de outros estados, São Paulo permanece como o grande motor da economia nacional, respondendo por mais de 30% do PIB brasileiro e de 55% da riqueza do Sudeste.

O estado do Rio de Janeiro, embora não tenha mais a relevância que teve no passado, detém o segundo PIB entre os estados brasileiros, contribuindo com mais de 10% da riqueza nacional e de 20% da produção regional. Destaca-se pela indústria de petróleo, gás natural, química, metalúrgica, automobilística e construção naval. Recentemente, foi implantado na Baixada Fluminense um complexo petroquímico (Comperj), constituindo no país mais um polo indutor do desenvolvimento industrial de derivados de petróleo. No entanto, a atividade agropecuária fluminense enfrenta problemas por causa da pequena disponibilidade de terras, da topografia irregular, da má qualidade dos solos e do alto preço das terras. Uma área de destaque é o norte do estado, com expressiva produção de cana-de-açúcar.

A participação de Minas Gerais na produção industrial e agropecuária teve um aumento significativo nos últimos anos. Esse foi o estado da região que mais se beneficiou com a desconcentração econômica de São Paulo. Desde a década de 1970, a presença de recursos minerais tem atraído investimentos na área de indústrias de bens intermediários, indústrias mecânicas, de material elétrico e de transporte.

A presença de montadoras de automóveis incentivou o desenvolvimento da indústria de autopeças. Paralelamente, as indústrias tradicionais, têxteis e alimentares modernizaram-se.

No setor agropecuário, a participação do estado na produção nacional também aumentou, destacando-se a produção de café no sul e de grãos na área do cerrado. Os índices de produção mais baixos estão no norte do estado, no chamado Vale do Jequitinhonha, região com indicadores econômicos e sociais que a aproximam mais do Nordeste do que do Sudeste.

O estado que apresenta menor participação na economia regional e nacional é o Espírito Santo, onde as indústrias de bens intermediários – aço e celulose –, bem como a cafeicultura no norte do estado, estão voltadas diretamente para o mercado internacional.
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Folhapress/Marcio Brigatto

Montadora de automóveis em Juiz de Fora (MG), em 2012.
Descentralização das atividades produtivas

De 1970 até o fim do século XX, a participação relativa do estado de São Paulo na produção industrial brasileira caiu de 57% para 43% em virtude da redução da atividade na região metropolitana e, principalmente, do desenvolvimento da atividade fabril em outros estados. Em 2012, o estado era responsável por 36% dessa produção. Por outro lado, houve grande expansão de indústrias no interior paulista, facilitada pela densa rede rodoviária.

Observe, no mapa a seguir, o eixo rodoviário formado pela Anhanguera e pela Castelo Branco, importante para a interligação de diferentes áreas do estado. A rodovia Fernão Dias faz a ligação entre os espaços econômicos paulista e mineiro, e a rodovia Régis Bittencourt (BR-116) faz a ligação de São Paulo com o sul do país.

São Paulo: grandes eixos rodoviários (2012)

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João Miguel A. Moreira/Arquivo da editora

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 6. ed. Rio de Janeiro, 2012. p. 146.
Vale ressaltar que o processo de desconcentração das atividades produtivas perdeu fôlego já a partir do fim da década de 1990, não porque outras regiões tenham deixado de crescer, mas por causa da recuperação econômica da região metropolitana.

Historicamente, o maior crescimento econômico da região metropolitana de São Paulo ocorreu a partir da incorporação das cidades industriais do ABC, juntamente com Osasco e Guarulhos.
Considerando a concentração demográfica, financeira e tecnológica, a disponibilidade de recursos humanos qualificados e os indicadores de renda da população, os economistas concluíram que, apesar do desenvolvimento que ocorre no interior paulista, com destaque para a área de Campinas, é na região metropolitana de São Paulo que estão as condições mais favoráveis para o capital. Contudo, diante dos preços dos imóveis e graças às facilidades de comunicação, muitas empresas de grande porte instalam suas unidades produtivas no interior, mas mantêm sua sede administrativa junto à capital paulista.

Quanto à produção agropecuária, ela é extremamente modernizada e atrelada a grandes complexos agroindustriais, como é o caso da laranja e da cana. Entre as unidades federativas, São Paulo e Minas Gerais respondem por grande parte das exportações brasileiras. Também é importante destacar a posição de São Paulo no Mercosul, sendo esse estado um componente fundamental no eixo de integração com Montevidéu e Buenos Aires. A pauta das exportações entre os países do Mercosul, principalmente na linha de produções industrializadas, teve um salto de 2,5 bilhões de dólares em 1991 para mais de 20 bilhões de dólares em 2014 (dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior).

Vale destacar, no entanto, que a maior parte desse intercâmbio corresponde a comércio intragrupos, ou seja, realizado entre unidades que, embora localizadas em países diferentes, pertencem aos mesmos conglomerados multinacionais. Esse fenômeno é característico dos tempos atuais e denota uma das vantagens da formação de blocos para os agentes da globalização econômica – as multinacionais. Apesar disso, o incremento do comércio entre os países do Mercosul traz múltiplos benefícios, particularmente para os estados do Sudeste e parte do Centro-Oeste do país.

Grande parte das exportações da Argentina é feita para São Paulo, destacando-se o trigo, os produtos alimentícios, os automóveis e as autopeças. Por outro lado, isso garante a São Paulo uma grande penetração na área do Mercosul. Além das trocas comerciais, os investimentos são importantes nesse mercado regional.
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©Wikimedia Commons/Leandro R. M. de Marco

Vista de parte da cidade de Campinas (SP), em 2012. Por abrigar um grande número de empresas de alta tecnologia, Campinas é conhecida como o Vale do Silício brasileiro.
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Pulsar Imagens/Paulo Fridman

Colheita mecanizada de cana-de-açúcar no município de Cerqueira César (SP), em 2014.



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Que fatores que sustentaram o desenvolvimento industrial da Região Sudeste?

Os minérios e as energias favoreceram a expansão das indústrias, tendo em vista que esse dois são importantes e fundamentais elementos dentro do processo de industrialização, nesse quesito a região era bem servida, proporcionando a instalação de fábricas nas suas mediações.

Por que a Região Sudeste é a região mais industrializada do país?

Com número elevado de mão de obra e dinheiro em caixa, devido ao lucro da cafeicultura, a Região Sudeste logo se tornou a área mais industrializada e de maior concentração de população do país.

Que fatores ajudam a explicar a concentração industrial no Sudeste do início do processo?

Existência de matérias-primas para as indústrias, como o algodão para as indústrias de tecidos; Existência de mão de obra nas cidades e de um mercado consumidor crescente; Infraestrutura herdada da economia cafeeira — estradas de ferro, portos, instalações elétricas, redes bancárias etc.

Quais são os fatores que possibilitaram o desenvolvimento da indústria em São Paulo?

A gênese do desenvolvimento industrial no Estado de São Paulo iniciou-se em meados das décadas de 1880-1890, por meio dos capitais advindos da superprodução produção cafeeira e das iniciativas dos imigrantes europeus, que impulsionaram aqui o processo de industrialização (MAMIGONIAN, 1976).