Tem dias que não está tudo bem e tudo bem?

Tem dias que não está tudo bem e tudo bem?
 Alex Green/Pexels

Publicidade

Tem dias que estamos em êxtase e super animados, mas em outros nem tanto. E quer saber? Está tudo bem!!! As emoções não tão agradáveis também fazem parte e é extremamente importante aceitar e acolher esses momentos! 

Antes de tudo, quero te explicar uma coisa: as emoções fazem parte de nós, mas nós não somos as nossas emoções! 

Como assim Pri? Você às vezes sente raiva, mas não por isso é uma pessoa raivosa! 

A analogia é a seguinte: nós somos um barco navegando no oceano das emoções. Algumas ondas estão mais para uma marolinha e mal mexem o barco, outras são quase um tsunami que chegam abalando tudo. Mas seja o que for, nós somos o barco e não as ondas! Nós mantemos nossa estabilidade e aprendemos a navegar conforme o mar estiver!

Por isso é de fundamental importância aprendermos a desenvolver a regulação emocional consciente, para lidarmos com o que vier a ocorrer. Afinal, os nossos dias são repletos de acontecimentos e distrações, que podem nos tirar do eixo e impactar o nosso bem estar.

E o que isso tem a ver com não se sentir tão bem? Tudo! É fundamental se permitir sentir todas as emoções, sejam elas “positivas” ou “negativas”, fazem parte de nós! Tem dias que nos sentimos mais cabisbaixos e seria até mesmo rude conosco pedir para mudar drasticamente o humor e começar a rir à toa.

Quem aí já viu o filme “Divertidamente” da Pixar? Indico fortemente caso você ainda não tenha visto! Mas de forma geral e sem spoilers, o filme mostra nossas emoções primárias: alegria, tristeza, raiva, medo e nojo, e tem o intuito de conscientizar que todas as emoções são importantes! 

Continua após a publicidade

A tristeza é fundamental para valorizarmos algumas coisas em nossas vidas, o medo é primordial para sobrevivermos, a alegria nos dá a vontade de viver e a coragem para enfrentar, o nojo nos protege de entrarmos em algumas situações indesejadas e a raiva é ótima para nos ensinar a sermos mais resilientes. 

Banir nós mesmos de sentir qualquer emoção é péssimo para a nossa saúde mental e muito prejudicial para depois sentirmos emoções positivas. Nós precisamos de todas elas para vivermos, afinal, a vida é feita de altos e baixos e se em algum momento ela parar, quer dizer que chegou ao fim. 

Então se você está em um dia ruim:

  • Recorde-se que tudo isso vai passar
  • Pare e perceba o que você está sentindo
  • Pense se tem alguma coisa específica acontecendo em sua vida para você estar se sentindo assim
  • Tente nomear seu sentimento e acolha ele da forma como ele for
  • Passe o tempo necessário até que você se sinta bem para fazer algo para mudar sua situação

Depois você pode implementar algumas ferramentas para se sentir melhor (https://boaforma.abril.com.br/blog/priscila-conte-vieira/o-que-fazer-em-dias-dificeis/ )mas a ideia é não abafar os sentimentos, ok? Vamos juntos nessa jornada!

_________________________________________________________________________

Oi, eu me chamo Priscila Conte Vieira, mas pode me chamar de Pri! Sou psicóloga, palestrante e mentora. Atuo na psicologia clínica, sou especialista em Psicologia Positiva, pós graduanda em Terapia Cognitivo Comportamental, master em autoconhecimento, coach de vida, practitioner em PNL e também criadora do Podcast Respira, não pira (que tal dar uma conferida lá no Spotify?!)

Estarei por aqui todas as semanas, abordando temas da Psicologia Positiva, felicidade, bem-estar e os auxiliando a serem as suas melhores versões, por meio do autoconhecimento e florescimento. Para saber mais sobre mim e me acompanhar no dia a dia, é só me seguir no Instagram! Estou por lá como @psi.priscilaconte Te vejo no próximo Sábado! Até mais <3 

Continua após a publicidade

  • Coluna Priscila Conte Vieira

Tem dias que não está tudo bem e tudo bem?

Recentemente me dei conta de que as pessoas acham que minha vida está maravilhosa, que não tenho problemas e sou sempre grata por tudo, que sou motivada e faço tudo que quero e preciso, sempre achando tudo lindo.

Sim, minhas redes sociais são bastante positivas. Sim, eu tento manter essa positividade sempre presente. Sim, eu amo muitas coisas em minha vida (especialmente as pessoas). E sim, eu sou (talvez) a pessoa mais positiva que conheço.

Mas não, nem tudo são flores! Eu também passo por dificuldades, eu tenho mil problemas como todo mundo. Eu passo por algumas “bads” bem complicadas e tem dias que não sinto a menor vontade de sair de casa. Eu sou normal, gente! E é normal ter altos e baixos, a vida é feita disso. Se não fosse assim, como daríamos valor aos bons momentos? Às coisas boas que nos acontecem?

Esses dias, em uma conversa com uma amiga, ela se mostrou meio chocada quando disse que estava mal. Particularmente fiquei chocada com o choque dela. Redes sociais não mostram o que está dentro do gente. E aliás, muito do que posto nas minhas são mensagens pra mim mesma muito mais do que pra motivar qualquer outra pessoa.

Estou escrevendo esse texto pra dizer que está tudo bem. Tá tudo bem ficar mal. Tá tudo bem não ser positivo sempre. Tá tudo bem em alguns momentos não conseguir sentir gratidão. Também precisamos abraçar nossa sombra, ser pacientes conosco mesmas e nos permitir sentir qualquer dor que tenha nos alcançado.

Eu só sinto que não quero passar isso pra todas as pessoas. Gosto sim de emanar mensagens positivas. Até porque é isso que gosto que chegue até mim. Eu desabafo, falo, coloco pra fora tudo que preciso colocar, mas não me entrego ao sofrimento. Acolho o que sinto e me permito sentir, mas não me deixo dominar de forma que não consiga mais sair.

É claro que existem condições clínicas. A minha forma de encarar as coisas não resolve todos os problemas. Positividade e gratidão não resolvem todos os problemas. Mas até amigas que passaram ou passam por depressão, por exemplo, sabem que só conseguem sair disso se quiserem, remédios também não fazem milagres. Mas isso  é assunto pra outro post (que eu nem me atreveria a escrever, na verdade, porque não experienciei).

Então isso tudo é só um lembrete de que a felicidade não é obrigação, faz parte da vida ficarmos tristes, inconformados ou seja lá o que estivermos sentindo. E negar os sentimentos ruins só faz piorá-los. Lembremo-nos disso.

Namastê!

🙂