Unha de gel nos Estados Unidos valor

A baiana Luize Cunha, 30, � manicure em Nova York, nos Estados Unidos, h� sete anos. "Brasileiro sabe o que quer e corre atr�s. N�o vou encontrar nenhum lugar que pague mais caro que aqui."

No Estado americano, que acaba de criar uma for�a-tarefa para coibir abusos trabalhistas contra manicures ap�s uma reportagem do "The New York Times" expor a explora��o de m�o de obra imigrante nos sal�es de beleza da cidade, Luize � privilegiada: cobra US$ 110 (R$ 330) para fazer as unhas das m�os e dos p�s de um cliente.

A m�dia nacional, segundo estudo feito pela "Nails Magazine" (sim, h� uma), � de US$ 52,80 (R$ 158,40).

	Giuliana Vallone/Folhapress
A brasileira Luzimar Bronfman, 40, que abriu seu pr�prio sal�o de manicure em Nova York

A brasileira se beneficia da fama criada por suas precursoras, que fizeram com que o servi�o das manicures do pa�s fosse visto como artigo de luxo na ilha de Manhattan.

Com estilo �nico de fazer a unha (que elas dizem exigir treinamento), as brasileiras v�m ao pa�s para trabalhar em sal�es que operam sob a grife "Brazilian manicure" e escapam dos locais que s�o, agora, alvo do governador democrata Andrew Cuomo.

� o caso do j� famoso sal�o J. Sisters, aberto por sete irm�s capixabas em 1987, que hoje atende cerca de 300 clientes por dia, em sua maioria americanos.

Com o tempo, o neg�cio deixou de contratar apenas imigrantes nacionais, mas continua "treinando com qualidade brasileira", diz Silvia Dantas, 32, que ajuda a gerenciar o neg�cio.

"O estilo � diferente. N�s nos preocupamos com a sa�de da unha, higiene. Cobramos mais, mas o servi�o � melhor, o material � de qualidade", diz Luzimar Bronfman, 40, dona do Nails by Lucy.

A longa investiga��o detalhou o dia a dia das manicures imigrantes, em geral de origem asi�tica ou hisp�nica, que muitas vezes culmina em problemas de sa�de.

Uma pesquisa feita pelo "NYT" aponta rela��o direta entre a qualidade de vida dessas trabalhadoras e o valor cobrado por seus servi�os: entre os 105 sal�es listados pelo jornal, a m�dia de pre�o para fazer as unhas das m�os era de US$ 10,50 (R$ 31,50).

Nos sal�es brasileiros, o custo � de US$ 45 (R$ 135).

"Isso a� � sal�o de esquina, n�o tem brasileira trabalhando", diz Luize, que recebe uma comiss�o dos valores cobrados por seus servi�os.

"Se come�arem a olhar de verdade, v�o fechar muitos desses lugares por causa das condi��es sanit�rias."