Como as alterações climáticas e à poluição dos mares afeta a vida marinha?

Sólidos e outros contaminantes

As águas residuais também contêm materiais sólidos suspensos - como matéria vegetal em decomposição, algas, minerais e lodo - que flutuam na água. No oceano, esses sólidos podem:

  • Bloqueie a luz. Esses sólidos flutuam na água, bloqueando a luz solar. Dependendo da quantidade e do tempo em que os sólidos permanecem, isso pode resultar na diminuição da fotossíntese e no crescimento do coral.
  • Corais de socorro. Quando esses sólidos se depositam nos corais, causam estresse físico, incluindo sufocamento, diminuição da produção de alimentos e redução da reprodução.
  • Filtros de obstrução. Partículas suspensas são ingeridas pelos crustáceos, obstruindo seus filtros.
  • Diminua a clareza da água. A clareza reduzida da água também torna mais difícil para os peixes encontrarem alimento e pode prejudicar a reprodução.

Herbicidas danificam algas simbióticas, afetando a fotossíntese e causando o branqueamento. Metais e compostos sintéticos como os bifenilos policlorados (PCBs), têm um efeito tóxico sobre os corais e outras formas de vida marinha. Eles afetam a reprodução, alimentação e crescimento dos corais, o que reduz as opções de habitat para outros organismos. Nos peixes, eles se acumulam na cadeia alimentar e aumentam as taxas de mortalidade em peixes maiores. Farmacêutico também pode ter impactos sobre o comportamento e a saúde dos peixes. A pesquisa sobre esta ampla categoria de poluentes começou apenas recentemente e muito mais é necessário para definir os contaminantes e seus impactos.

 

Desreguladores endócrinos

Os desreguladores endócrinos - compostos que afetam o sistema endócrino - são um tipo particularmente preocupante de CEC. Isso inclui hormônios naturais ou sintéticos, bem como produtos químicos produzidos para uso têxtil, plástico, doméstico ou agrícola. A pesquisa começou a mostrar as maneiras como esses poluentes causam danos à vida marinha:

  • Em baixas concentrações, os antidepressivos demonstraram afetar o comportamento dos peixes e causar mortalidade.
  • Hormônios sintéticos e desreguladores endócrinos - como o estrogênio das pílulas anticoncepcionais ou parabenos encontrados em sabonetes - podem prejudicar a reprodutividade e contribuir para tendências agressivas em peixes.
  • Estudos recentes identificaram desreguladores endócrinos que se bioacumulam no tecido dos peixes.
  • Nos corais, os desreguladores endócrinos diminuem o número de feixes de óvulo-esperma e reduzem as taxas de crescimento.

Explorar o estudo de caso de Puako, Havaí onde a poluição de águas residuais foi identificada como o maior contribuinte para o declínio da biomassa de peixes e a comunidade trabalhou para identificar e resolver as fontes de poluição das águas residuais.

  VER INFOGRÁFICO: A relação entre o aumento da poluição e a acidificação dos oceanos [PDF]

CAUSAS DA ACIDIFICAÇÃO DOS OCEANOS

Se nos detivermos nas explicações dadas anteriormente, poderemos afirmar que a principal causa da acidificação dos oceanos é o CO2 liberado na atmosfera. Desde o começo da Revolução Industrial, a concentração desse gás tem aumentado de forma inexorável pela queima de combustíveis fósseis utilizadospara os processos industriais, a geração de energia ou o transporte, entre outras atividades humanas.

Mais precisamente, os níveis de CO2 na atmosfera passaram de 250 a 400 partes por milhão (ppm) durante os últimos séculos e, como consequência, o pH da água oceânica superficial diminuiu aproximadamente 0,1. O dado poderia parecer insignificante, mas representa um aumento de 30 % na acidez dos oceanos em comparação com a época pré-industrial. No caso de se manter o nível atual da queima de combustíveis, a projeção é de o pH diminuir entre 0,3 e 0,4 unidades a mais, que são índices nunca antes vistos, pelo menos nos últimos 25 milhões de anos, sendo um ritmo inédito em toda a história do planeta.

CONSEQUÊNCIAS DA ACIDIFICAÇÃO DOS OCEANOS

A quem afeta a acidificação dos oceanos e como? Segundo a Oceana, uma ONG dedicada à conservação marinha, poderíamos categorizar essas consequências da seguinte forma: 

 | Na vida marinha

Ocorre uma diminuição da quantidade de íons de carbonato na água, um elemento necessário para a formação dos esqueletos e das conchas de certos animais marinhos. Portanto, esta situação poderia afetar seu desenvolvimento e sua capacidade de reprodução, pondo em perigo suas populações. As espécies mais ameaçadas por este fenômeno são: caranguejos, lagostas, vôngoles, ostras, etc.

Também devemos levar em consideração seu impacto em outras espécies menos conhecidas, como os pterópodes, que desempenham um papel importante na cadeia alimentar ao serem fonte de alimento para peixes, cetáceos e pássaros. Os corais, que são como refúgios para um quarto das espécies marinhas, são muito sensíveis à acidificação.

Como as alterações climáticas e à poluição dos mares afeta a vida marinha?
  | Na vida humana

Uma grande redução nas populações de peixes e crustáceos pela acidificação impactaria de forma grave em uma das principais fontes de proteínas para milhões de pessoas em todo o mundo. Como consequência, ficaria em perigo o meio de vida de cerca de 47,5 milhões de pescadores e de um setor que emprega outros 120 milhões de pessoas.

SOLUÇÕES PARA A ACIDIFICAÇÃO DOS OCEANOS

Em termos globais, a principal solução passa por reduzir as emissões de CO2 na atmosfera que são consequência direta das atividades humanas. Para tal, processos como a transição energética e a descarbonização são fundamentais para minimizar a emissão de gases de efeito estufa e alcançar a neutralidade de carbono, um compromisso subscrito por centenas de países no Acordo de Paris.

Mais precisamente, segundo a ONG Oceana, para que os oceanos recuperem a normalidade, devemos estabilizar as concentrações de CO2 em 350 ppm ou menos, o que, por sua vez, implicaria diminuir as emissões globais em cerca de 80-90 % antes de 2050. Um objetivo tão ambicioso só se conseguirá através de uma mudança em grande escala que substitua de forma muito significativa os combustíveis fósseis por fontes de energias renováveis.

A ciência, por seu turno, também está à procura de soluções. Por exemplo, estão sendo realizadas pesquisas para analisar como as macroalgas podem ser usadas para armazenar carbono e reduzir a acidificação. Também podem ajudar a combater esse problema: adaptar as áreas de pesca para reduzir a pressão nos ecossistemas ou identificar quais são as regiões oceânicas que precisam de conservação urgente.

Como as mudanças climáticas afetam a vida marinha?

Entenda como os recifes de corais e as águas oceânicas estão sofrendo com as mudanças climáticas. Os gases do efeito estufa aquecem os mares, provocando a acidificação das águas e tornando impossível a sobrevivência das vidas marinhas”.

Quais são as consequências das mudanças climáticas nos mares e nos oceanos?

Entre as consequências do aquecimento global estão o degelo, o aumento do nível dos oceanos, a desertificação, a alteração do regime das chuvas, inundações e a redução da biodiversidade.

O que o aquecimento global pode causar na vida marinha?

Os nutrientes chegam ao mar e isso aumenta a reprodução e quantidade de algas. Quando elas morrem, causando o fenômeno chamado “sargaço”, consomem uma grande quantidade de oxigênio durante sua decomposição.

O que prejudica a vida marinha?

Diariamente, em várias partes do planeta, grandes quantidades de esgoto doméstico, industrial, agrotóxicos das atividades agrícolas, substâncias tóxicas das atividades mineradoras, resíduos sólidos, entre outros poluentes são lançadas nos oceanos.