Como fazer desmame bebê 2 anos

Mãe deve estar certa de que chegou a hora de desmamar (Foto: Mães de Peito)

Muitas mães se questionam quando é a hora de desmamar seu filho. Algumas optam em desmamar só de madrugada enquanto outras querem tirar o bebê totalmente do peito. A recomendação do Ministério da Saúde e da OMS (Organização Mundial da Saúde) é que o bebê mame exclusivamente até o sexto mês de vida e como forma complementar a outros alimentos até dois anos ou mais. Então, quando é a hora de desmamar?

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Primeiro de tudo é preciso que a mãe se informe e saiba quais os benefícios da amamentação prolongada e da livre demanda. Depois, se estiver convencida de que esse é seu desejo, pode fazer o chamado desmame conduzido. Vale ressaltar que o desmame pode ser feito de forma passiva, ou seja, a mãe opta em amamentar até que a criança decida não mamar mais ou de forma gentil onde a mãe vai readequando a amamentação limitando a disponibilidade do peito, por exemplo.

A mãe pode oferecer o peito só antes da criança dormir ou em determinados momentos que ela ‘combinar’ com a criança, ou seja, ela vai aprender outras formas de atender as necessidades do filho até encerrar por completo a amamentação. Há casos de mães que fazem o desmame abrupto tirando o peito de um dia para o outro, mas isso tende a gerar uma insegurança e uma frustração para a criança.

A especialista em amamentação Bruna Betoli, que é mãe de três, diz que o primeiro passo para o desmame conduzido é a mãe estar certa de que aquele é o momento de reduzir ou acabar com as mamadas.

“Somos uma sociedade que não apoia o aleitamento materno irrestritamente. Até por questões históricas e culturais. E isso se agrava quando o bebê passa da fase de aleitamento exclusivo, acima de 6 meses. A partir do momento que o bebê passa a ingerir outros alimentos, há uma pressão social pelo desmame”, comenta Bruna.

Ela ressalta que quando a mãe não quer desmamar por sua vontade, mas por uma pressão social é muito mais difícil conduzir o desmame. “São duas pessoas numa relação (mãe e criança) que não querem modificar essa relação e estão sendo obrigadas a fazê-lo por fatores externos”, afirma.

Bruna diz ainda que o desmame também não é 8 ou 80. “Não precisamos ficar no extremo entre aleitamento em livre demanda ou desmame total. Como tudo na maternagem, há um monte de cinzas aí no meio e, muitas vezes, um pequeno ajuste na amamentação, modificando alguma rotina e readequando a relação, permite que a mãe volte a ter o prazer na amamentação e decida prolongar o aleitamento”, diz. A mãe pode, por exemplo, retirar a livre demanda, amamentar somente em casa, realizar o desmame noturno. “São algumas adequações que podem auxiliar na manutenção do aleitamento, se essa for a vontade da mãe”.

CONVERSE COM A CRIANÇA

Bruna comenta que a principal dica que dá para as mães é: converse com seu filho. “Muitas vezes achamos que porque eles são pequenos eles não nos entendem. E eles entendem sim. Muitas vezes não pelas palavras, mas pelo sentido do que dizemos e pelo sentimento que expressamos.

Lembre-se de que é uma relação e que, assim sendo, ambas as partes precisam entender o que o outro sente e a necessidade do outro. Converse, faça novos ajustes e novos acordos. E faça isso em momentos de tranquilidade, fora do momento da mamada, do sono, do estresse. Para que tanto você quanto a criança tenham atenção plena no que está sendo acordado”, sugere.

A mãe também deve ler sobre o desenvolvimento infantil para compreender as fases que a criança está porque muitas vezes eles demandam mais porque estão passando por um desenvolvimento momentâneo, como aprender a andar ou falar, ou porque passaram por uma mudança de rotina, entraram na escolinha, por exemplo. “O desmame é uma fase da vida de novos aprendizados. Nós vamos aprendendo a lidar com as demandas físicas e emocionais deles sem o peito, e eles vão aprendendo a lidar com o que sentem e o que querem sem o peito. Teste, se não deu certo de um jeito, zere e recomece”

Bruna diz que é importante a mãe não se cobrar e lembrar que são crianças e que muitas vezes é preciso dar dois passos para trás para dar um para frente. “Não tem certo e errado e tudo bem voltar a dar o peito se sentir que esse é o melhor pra você e seu filho. Se não está dando certo, recomece, volte atrás e faça diferente amanhã”, diz Bruna, que aconselha a mãe a procurar grupos de apoio e ajuda de outras mães que já passaram por essa fase.

COMO COMEÇAR A FAZER O DESMAME

Bruna aconselha a mãe a começar por onde está incomodando mais, ou seja, na parte que está mais difícil na sua rotina. “Se é a livre demanda, retirar a livre demanda pode ser suficiente para uma readequação que permita dar continuidade ao aleitamento. Ou simplesmente ser um passo seguro para dar o passo seguinte”.

Vale ressaltar que lidar com a demanda sem o peito é preciso ter consciência de que o bebê mama não só quando está com fome, ou seja, ele pede peito também quando quer atenção, carinho, aconchego, quando está entediado. “O ideal é atender essas outras demandas antes da necessidade da criança estar tão forte que apenas o peito a satisfaça. No desmame o nosso olhar deve estar ainda mais atento para identificar essa necessidade”, diz.

Em relação as técnicas, a especialista desta que é preciso utilizar um conjunto delas. Veja quais são:

IDENTIFIQUE AS NECESSIDADES
Aprenda a identificar a necessidade por trás do pedido de mamar e busque atendê-la antes de dar o peito. Alimentar, dar água, um abraço, um colo, brincar, muitas vezes é suficiente para que a criança tenha sua demanda atendida (sem o peito). E ela também vai aprendendo a externalizar sua necessidade e ver que ela pode ser atendida de outra forma.

FIXAR UM LOCAL PARA A MAMADA
Normalmente a mãe está à disposição para amamentar a qualquer hora e em qualquer lugar faz com que a criança solicite mamar com mais frequência. Estabelecer um local para amamentar pode auxiliar pois, muitas vezes, a criança não quer interromper a brincadeira. Se o local na casa onde mais ficam é a sala, estabeleça que só irá mamar no quarto. E vice-versa.

DETERMINAR UM TEMPO PARA A MAMADA
A outra técnica é estabelecer o tempo da mamada, por exemplo, com a duração de uma música que a criança gosta ou contar até 30, por exemplo. “A velocidade da contagem fica a critério da mãe.
Nas primeiras vezes, a criança irá pedir de novo e de novo e de novo. E tudo bem. Vai virando uma brincadeira e você estabelece que a próxima é a “última, depois vamos brincar”, por exemplo”, orienta Bruna.

Lembre-se que você está construindo um novo hábito e é um aprendizado para ela também.

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