Como ficaram conhecidos os membros da elite criolla?

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Como ficaram conhecidos os membros da elite criolla?

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os chapetones detinham 
regalias à custa dos criollos e da população pobre. Acrescente-se que as ideias iluministas 
também atingiam as universidades criadas pela Espanha na área colonial frequentadas pela 
elite criolla. Nesse quadro, a independência dos EUA foi outro fator de estímulo às conspirações 
contra a Espanha, pois mostrava um caminho a ser seguido. 
Rivalidades já existiam entre criollos e chapetones. Estes últimos eram os mais 
beneficiados pela Coroa e controlavam cargos administrativos elevados da administração 
colonial. A elite criolla já havia se manifestado descontente em relação à situação de 
subordinação aos chapetones, mas até então pouco havia conseguido. 
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Foi só no século XIX, quando a Espanha passou por uma ocupação do imperador francês 
Napoleão Bonaparte, que as elites coloniais vislumbraram claramente a chance de lutar contra 
os chapetones, mobilizando setores populares na realização de campanhas militares que 
forçavam a saída dos reinóis e estabeleciam governos autônomos. No plano político, significava 
a criação de uma aparelhagem administrativa própria, sem a presença dos espanhóis, e isso 
representava o poder de mando nas mãos dos membros da elite colonial. No plano econômico, 
expressaria a possibilidade do livre-cambismo para romper com práticas monopolistas que 
inibiam a vida econômica colonial. A quebra do monopólio seria a abertura para ganhos 
maiores com a venda de produtos coloniais e custos menores com a compra de mercadorias de 
outros países sem passar pela Espanha. 
Quando se trata das guerras de independência lideradas pela elite criolla contra as 
autoridades metropolitanas na área colonial, deve-se associá-la à situação política europeia, 
mais precisamente à história da Espanha entre 1810 e 1824. Os levantes foram vários e 
contaram com a participação popular e com lideranças que agiam em espaços específicos e 
atuavam com relativa autonomia. Dentre as lideranças mais conhecidas encontram-se 
Bernardo O’Higgins, José Gervasio Artigas, José de San Martin, Miguel Hidalgo, Antônio José 
Sucre e Simon Bolívar. 
Tais movimentos de independência chegaram a se comunicar, havendo até um Congresso 
no Panamá, em 1826, entre líderes das guerras de emancipação. Um deles, Simon Bolívar, foi 
defensor de uma autonomia integrada de toda a América que permitisse a criação de um 
gigantesco país onde a liberdade imperasse soberana. Vários representantes das áreas 
independentes não compareceram, incluindo aí o próprio Simon Bolívar que se encontrava em 
campanha militar no Peru. Bolívar participou ativamente das independências da Colômbia, 
Venezuela e Equador. 
O que se presenciou foi a predominância de interesses localizados dos grupos insurgentes, 
representando a inviabilidade de realização do ideal de unidade (pan-americanismo) defendido 
por Bolívar. Dessa forma, foram proclamadas independências que fragmentaram a América 
espanhola em vários países, predominando a organização estatal republicana. Apenas o México 
teve uma organização monárquica nos primeiros anos de sua existência autônoma com o 
imperador Augustín de Iturbide. 
No México, a primeira tentativa de independência ocorreu em 1810, sob liderança do 
padre Hidalgo, que pretendia ainda libertar os índios, combater os criollos e expulsar os 
chapetones. O movimento autonomista assumiu um caráter popular, rural e indigenista, 
distinguindo-se dos demais na América Espanhola. O receio que o movimento pudesse alterar 
as estruturas econômicas e sociais levou as elites a se unirem contra essa tentativa 
emancipacionista, resultando no massacre do movimento. O padre Hidalgo foi preso e fuzilado 
em 1811, sendo substituído pelo padre José Maria Morellos, que assumiu a liderança do 
movimento, vindo a ser derrotado e fuzilado em 1815. A independência de fato só veio pelas 
mãos das elites locais, quando o então chefe das tropas espanholas, Agustín de Iturbide, que 
deveria impedir a independência do México, negociou com os criollos a autonomia do México. 
Iturbide declarou a independência e foi coroado rei com o título de Agustín I, em 1821. Tal 
experiência não durou muito, pois Iturbide foi executado em 1824 e o México passou a ser uma 
república. 
Os criollos que conduziram a luta pelas independências ficaram conhecidos como 
caudilhos, latifundiários que controlavam o governo ou disputavam-no entre si usando a 
população pobre apadrinhada. Isso significou a manutenção da estrutura colonial após a 
emancipação política, caracterizada pela economia primária exportadora e pela exploração das 
populações indígenas e mestiças. Isso não significa dizer que agitações contra esse estado de 
coisas não tenham existido, mas que as forças conservadoras das elites predominaram no 
exercício do poder na América espanhola. 
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O caudilhismo foi e ainda é considerado um elemento fundamental na história política da 
América espanhola. Alguns autores chegaram a classificar os governos populistas de esquerda 
da América, como o de Hugo Chávez com sua chamada Revolução Bolivariana, na Venezuela, 
como caudilhesco. 
Outro movimento que merece destaque foi o processo de independência do Haiti. A ilha 
de São Domingos, colônia francesa produtora de açúcar, caracterizava-se pelo extensivo uso de 
mão de obra escravizada, com grande número de africanos, em decorrência das altas taxas de 
mortalidade, do latifúndio, da monocultura e da dependência do mercado exportador. 
Em 1791, eclodiu uma revolução que terminou apenas em 1803 com a proclamação da 
independência. A população branca, minoria em relação aos escravizados e aos homens negros 
livres, foi massacrada em uma disputa que opôs brancos e negros. Com a liderança de Toussaint 
Louverture e depois de Jean-Jacques Dessalines, a população teve sua independência 
reconhecida apenas em 1825 pela França. A revolução negra levada a cabo no Haiti gerou medo 
nas elites escravistas em toda a América no fim do século XVIII e no decorrer do XIX. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SUMÁRIO 
MUNDO CONTEMPORÂNEO: O IDEAL EUROPEU DE UNIFICAÇÃO NACIONAL ............................................... 2 
1. A UNIFICAÇÃO ALEMÃ ...................................................................................................................... 2 
2. A UNIFICAÇÃO ITALIANA .................................................................................................................. 3 
 
 
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MUNDO CONTEMPORÂNEO: O IDEAL EUROPEU DE 
UNIFICAÇÃO NACIONAL 
1. A UNIFICAÇÃO ALEMÃ 
O primeiro passo para a unificação da Alemanha foi o acordo entre a Prússia e os 
principados alemães, o Zollverein, porém, outros passos foram dados da direção e no sentido 
da unidade político-territorial. Considerar esses passos significa estudar a atuação do primeiro-
ministro da Prússia, Otto von Bismarck. 
Bismarck se tornou ministro do rei Guilherme I em 1862 e logo se destacou como membro 
de um governo que se empenhava em lutar contra os liberais e em arregimentar forças militares 
para políticas expansionistas. O conservador Bismarck, líder da aristocracia alemã (junkers), 
assumiu com o rei o compromisso de ampliar o espaço territorial prussiano, ou seja, seria a 
Prússia que comandaria o processo de unificação política da Alemanha. 
Na ocasião, esse ministro-chefe teria dito que não seria com discursos ou com votos da 
maioria que iria solucionar as grandes questões de sua época, como em 1848 fez acreditar, mas 
sim com ferro e sangue. Isso já indicava o caráter belicista, expansionista e consolidador do 
nacionalismo alemão pretendido por Bismarck. 
Para realizar tal intento, Bismarck transformou a Europa em um tabuleiro de xadrez e 
mexeu cuidadosamente cada peça

Quem eram os membros da elite criolla?

Os criollos eram a elite americana descendente de espanhóis, excluída dos altos cargos dirigentes, embora constituíssem a classe dos grandes proprietários de terras, dos arrendatários de minas, dos comerciantes e dos pecuaristas.

O que significava fazer parte da elite criolla?

Entre os mais interessados nessa transformação estavam os criollos, integrantes da elite econômica que não participavam do poder político por não terem nascido na Espanha. Esses, influenciados pelo iluminismo, defendiam a extinção do pacto colonial como meio de desenvolvimento da colônia.

Quais eram as divergências entre os membros do elite criolla?

Um deles é que as elites criollas das diversas regiões do antigo Império espanhol na América acreditavam que seria mais fácil orientar a política e a economia de suas regiões de origem sem ter de negociar com caudilhos de outros locais, que, geralmente, possuíam interesses divergentes.

Quem eram os criollos e qual seu papel na sociedade?

Os criollos viviam uma condição econômica abastada, podendo praticar o comércio, deter a propriedade de terras e a exploração da força de trabalho nativa e escrava. Contudo, sua atuação política ficava restringida por não terem nascido na Espanha.