Introdu��o Show Doen�as cardiovasculares coronarianas, dislipidemias, hipertens�o, obesidade e diabetes melito formam um conjunto de morbidades geralmente associadas entre si, constituindo-se em graves problemas de Sa�de P�blica (Turner, 1980; Zimmet, 1986). No Brasil, como se sabe, tais morbidades s�o respons�veis por grande n�mero de mortes prematuras entre adultos. Por exemplo, em 1985, um ter�o das mortes ocorridas foram provocadas por causas cuja origem se encontra nessas doen�as. No que diz respeito � popula��o vitimada, cerca de 30% pertencia ao grupo et�rio entre 20 a 49 anos de idade. No Munic�pio de S�o Paulo, a propor��o de mortes por essas causas, foi de 37% (Minist�rio da Sa�de, 1988). A hipertens�o arterial (HA) � considerada um dos fatores de risco mais importantes para o desenvolvimento de doen�as cardiovasculares (Chobanian, 2003), representando no Brasil um dos problemas de sa�de p�blica de maior preval�ncia na popula��o, capaz de levar a �bito aproximadamente 40% dos indiv�duos acometidos (Fagard, 2001). O tratamento da HA � realizado por meio de medicamentos e deve estar associado a uma mudan�a de estilo de vida, como altera��es no padr�o alimentar e pr�tica regular de exerc�cios f�sicos (ACSM, 2000). No Brasil, 32,6 das causas de mortalidade foram atribu�dos a comprometimentos cardiocirculat�rios, constituindo-se tamb�m na principal causa de mortes (Funda��o Nacional de Sa�de, 1998). Um dos principais fatores de risco para a doen�a card�aca � a eleva��o cr�nica da press�o arterial (PA). A redu��o de valores press�ricos, mesmo em sujeitos normotensos, � um importante fator para minimizar o risco de doen�a card�aca (Vasan, 2001). A doen�a card�aca � a principal causa de morte nos EUA (Whelton, 2002) Cerca de 75 a 80% dos portadores de doen�a arterial coronariana (DAC) apresentam fatores de risco convencionais ou cl�ssicos, representados por hipertens�o arterial sist�mica, tabagismo, hipercolesterolemia, diabetes mellitus, idade avan�ada, sexo masculino e antecedentes familiares, sendo acrescentados, posteriormente, sedentarismo, estresse emocional e obesidade (Wilson, 1998; Fletcher, 1996). H� evid�ncias de que o processo ateroscler�tico inicia-se na inf�ncia, progride com a idade e exibe gravidade diretamente proporcional ao n�mero de fatores de risco apresentados pelo indiv�duo (Berenson, 1998), raz�o pela qual acredita-se que a preven��o prim�ria das doen�as cardiovasculares deve come�ar na inf�ncia, principalmente pelo processo de educa��o para a promo��o da sa�de cardiovascular com �nfase na import�ncia da dieta e da manuten��o de uma pr�tica regular de atividade f�sica para toda a vida (Kimm, 1998; Walter, 1988). Exerc�cios, mesmo que em graus moderados, t�m efeito protetor contra a doen�a arterial coronariana e sobre todas as causas de mortalidade e uma s�rie de outros benef�cios: eleva��o do HDL-colesterol, redu��o de cifras na hipertens�o arterial sist�mica e aux�lio na baixa do peso corporal (Powell, 1987; Paffeenberger, 1993). Sendo assim, o presente estudo teve como objetivo analisar atrav�s de um question�rio o perfil de indiv�duos hipertensos diagnosticados. Materiais e M�todos Participaram do estudo, 18 indiv�duos hipertensos diagnosticados de ambos os g�neros (8 homens e 10 mulheres), com idade m�dia compreendida em 57,89 anos (masculino) e 60,25 anos (feminino). Onde estes responderam a um question�rio sobre hist�rico fam�lia e n�vel de atividade f�sica. O question�rio apresentou o hist�rico familiar das incid�ncias de problemas card�acos, hipertens�o e diabetes. Posteriormente foi levantado o n�vel de atividade f�sica di�ria dos avaliados, quais atividades eram as mais praticadas e tamb�m qual o programa de atividade f�sica eles gostariam de participar. Todos foram volunt�rios e assinaram termo de consentimento livre e esclarecido, conforme a resolu��o 196/96 do Conselho Nacional de Sa�de para experimentos com humanos. Resultados Nos fatores de risco relacionados � hereditariedade, o resultado indica uma predisposi��o a problemas arteriocoronarianas, pois a maioria apresenta incid�ncias de fatores de risco na fam�lia, como � observado a seguir: Quando os avaliados foram perguntados sobre o uso de cigarros, o resultado foi satisfat�rio, pois 88,89% n�o fumam e 11,11% fumam. Apesar dos indiv�duos, que responderam o question�rio, serem hipertensos diagnosticados, 16,67% n�o tomam medica��o apesar da orienta��o medica. Na segunda parte do question�rio foram mapeados o n�vel de atividade f�sica, as atividades mais praticadas e as atividades que os indiv�duos gostariam de participar. De acordo com as respostas obtidas quanto a pratica regular de atividade f�sica podemos observar uma boa aceita��o, pois a maioria tem como rotina os exerc�cios f�sicos. Nos indiv�duos que n�o praticam atividades f�sicas, 25% possuem algum impedimento para o exerc�cio (ortop�dico, card�aco, etc.); 25% n�o se sentem bem durante a pratica o que pode indicar a falta de preparo f�sico (fadiga) ou um problema cardiovascular; a maioria apresento como resposta a n�o pratica de atividade f�sica como a falta de tempo chegando a 50% o �ndice. Quanto � freq��ncia di�ria de atividade, 40% responderam que realizam atividades mais de quatro dias por semana; 20% responderam que realizam atividades ate duas vezes por semana; 40% responderam que realizam atividades ate tr�s vezes por semana. Nas atividades mais praticadas foi encontrado atividades leves a moderadas indicando um exerc�cio voltado a sa�de e qualidade de vida, com demonstra os resultados a seguir: 60% praticam caminhadas leves; 10% praticam corridas e ou bicicletas com intensidade moderada; 10% realizam muscula��o; e 20% realizam nata��o ou hidrogin�stica. Os exerc�cios que os indiv�duos mais gostariam de praticar em um programa orientado obtivemos como resultado o que demonstra o gr�fico abaixo: Discuss�o O presente estudo buscou, al�m de uma breve revis�o bibliogr�fica, mostrar atrav�s de question�rios o n�vel de atividade f�sica de indiv�duos hipertensos e fatores de risco cardiovascular. Durante muito tempo, persistiu a id�ia de que as doen�as cardiovasculares seriam determinadas geneticamente, e que pouco poderia ser feito para sua preven��o. Por�m, o reconhecimento dos fatores de risco modificou essa vis�o. Os resultados iniciais do primeiro projeto de interven��o nos h�bitos de vida de um grupo populacional, realizado na Kar�lia do Norte, prov�ncia finlandesa com alt�ssimas taxas de incid�ncia e de mortalidade por doen�a arterial coronariana, mostraram a possibilidade de redu��es importantes nesses �ndices, atrav�s de a��es abrangentes relacionadas ao estilo de vida (Puska, 1981). No que diz respeito a problemas card�acos Fuchs (1994) encontrou, em Porto Alegre, 12,6% de hipertens�o arterial sist�mica se >140/90mmHg e, quando considerava as press�es arteriais normalizadas por anti-hipertensivos, press�o arterial >160/95mmHg, aqueles com hipertens�o arterial sist�mica, 19,2%. Baseados nessa alternativa isto �, limitar outra cifra para hipertens�o arterial sist�mica, >160/95mmHg, estabelecendo essa cifra para o percentual de hipertens�o arterial sist�mica, alcan�ando 14,4%. Como j� explicado, esta outra cifra foi a tentativa de se atenuar o efeito de regress�o � m�dia, pois a medida da press�o arterial foi realizada duas vezes, mas no mesmo dia. As cifras de hipertens�o arterial sist�mica foram consideradas as de >140/90 mmHg com 31,6% de percentual total, observando- se um n�tido aumento dos percentuais de hipertens�o arterial sist�mica com o aumento da idade. Lotufo (1996), em S�o Paulo, encontrou 15,5% em hipertensos homens e 7,8% em mulheres, na amostra atual, do total 15%, 47,3% eram homens hipertensos e 52,7% mulheres. James e cols. (1991) encontraram, tamb�m, mais hipertens�o arterial sist�mica em homens do que em mulheres. J� para preval�ncia de diabetes MS (1991), no Brasil, ajustada para a idade, mas com limite de 120mg/dl, foi de 7,6% em adultos de 30 a 69 anos. No atual levantamento, glicemias entre 110 e 125mg/dl foram de 8,1%, e >126mg/dl foram de 7% e com aumentos percentuais com o aumento das faixas et�rias. Duncan e cols. (1993), em Porto Alegre, 8,89%. Cervato e cols. 20 encontraram uma cifra inferior de 5% de diabetes mellitus em adultos >20 anos. O h�bito de fumar entre estudantes dos n�veis m�dio e fundamental no Brasil tem variado de 1 a 34% 54-57. Em 1989, um estudo realizado em 10 capitais brasileiras apontou o consumo de tabaco em 20% dos estudantes desses n�veis (Barbosa, 1989). Entretanto, n�o h� como desprezar a possibilidade de que as campanhas anti-tabaco promovidas nos �ltimos anos tenham, realmente, determinado uma redu��o importante no n�mero de indiv�duos que iniciam o h�bito na inf�ncia ou adolesc�ncia. A pr�tica regular de atividade f�sica tem sido recomendada n�o apenas para a preven��o e reabilita��o das doen�as cardiovasculares, mas como estrat�gia importante de promo��o de sa�de (IFSMP, 1990; Bijnen, 1994). Apesar disso, as pesquisas no Brasil apontam para uma freq��ncia de sedentarismo entre os adultos que varia de 55,8 a 80,8% (Bloch, 1998; Piccini, 1994). Os estudos em crian�as e adolescentes, utilizando diferentes par�metros, t�m demonstrado uma preval�ncia de sedentarismo de at� 89,5% 23,64-66. Em estudo realizado em estudantes de 14 a 15 anos, de ambos os sexos, da rede p�blica de ensino de Niter�i, utilizando o PAQ-C (CDC, 2001; Crocker, 1997). Silva e Malina (2000) identificaram 89,5% sedent�rios. Na presente investiga��o, em indiv�duos de 7 a 17 anos e utilizando-se o mesmo instrumento de investiga��o da atividade f�sica, 93,5% dos estudantes foram considerados sedent�rios, resultado n�o muito diferente do observado por Silva e Malina(2000). Pelo estudo de Macei� ter inclu�do indiv�duos mais jovens, esperar-se-ia inclusive uma menor preval�ncia dessa vari�vel, considerando-se que o maior decr�scimo da atividade f�sica ocorre na adolesc�ncia (CDC, 1996) e que a participa��o em atividades f�sicas diminui com a idade para todos os tipos de exerc�cio. Conclus�o A promo��o de programas de atividade f�sica deve ser enfatizada a fim de aumentar a pr�tica regular, notadamente a pr�tica nos dias de semana. Atividades como o muscula��o, a caminhada/corrida, hidrogin�sitca e a dan�a devem ser inclu�das, uma vez que s�o as mais populares propiciem dessa forma, uma maior ader�ncia aos programas. A promo��o da pr�tica regular possibilitar� aos indiv�duos o usufruto dos benef�cios sobre a sa�de, tanto a curto como a longo prazo. A pr�tica de atividade f�sica deve seguir uma freq��ncia longitudinal fazendo parte do cotidiano de cada um, sendo realizada em todo o per�odo de seu desenvolvimento inclusive desde sua juventude, para que os benef�cios adquiridos com sua pr�tica sejam mais otimizados, refletindo assim uma vida mais saud�vel, independente e duradoura. Refer�ncias bibliogr�ficas
Outros artigos em Portugu�s
O que fazer para diminuir o risco de doenças cardiovasculares?A cessação do tabagismo, redução do sal na dieta, consumo de frutas e vegetais, atividades físicas regulares e evitar o uso nocivo do álcool têm se mostrado eficazes para reduzir o risco de doenças cardiovasculares.
Como a prática de atividades físicas ajuda na prevenção de doenças cardiovasculares?A prática regular de exercícios pode ajudar a prevenir doenças cardíacas e AVCs, fortalecendo o músculo cardíaco, além de reduzir a pressão arterial e aumentar os níveis de HDL (colesterol bom), diminuindo os níveis de LDL (colesterol ruim) e a melhora na circulação sanguínea.
Quais as práticas saudáveis que ajuda a prevenir doenças cardiovasculares?Quais as melhores práticas para prevenir doenças cardíacas?. praticar atividade física, nem que seja uma caminhada de 30 minutos três vezes na semana;. não fumar;. manter uma alimentação equilibrada com frutas, legumes e verduras, livre de frituras e gorduras saturadas;. restringir o consumo de álcool.. Qual a importância do exercício físico para o sistema cardiovascular?O exercício físico apresenta inúmeros benefícios para quem tem doença cardiovascular: Reduz a tensão arterial e o colesterol. Melhora a capacidade de absorver e utilizar o oxigénio. Aumenta os níveis de energia e diminui o cansaço.
|