O que e a Teoria das Relações Humanas como surgiu e as principais características da Teoria das Relações Humanas?

Autores

  • Emilia Monego
  • Fabio Lopes Schwertz
  • Fernanda dos Santos Medeiros
  • Juliano Carvalho Barros
  • Maike Stredr Ferreira Machado
  • Rodrigo Donizeti da Silva

DOI:

https://doi.org/10.51891/rease.v7i8.1882

Palavras-chave:

Pessoas. Teoria. Relações Humanas. Gestão. Equipe.

Resumo

A Teoria das Relações Humanas surgiu em oposição à Administração Científica e à Teoria Clássica. Com a Abordagem Humanística o foco não é mais a tarefa ou a organização, mas sim as pessoas. A teoria surgiu como consequência da Experiência de Hawthorne, desenvolvida por Elton Mayo e tem como objetivo a humanização e democratização, deixando de lado a rigidez existente até então. Ela desenvolveu as ciências humanas, principalmente a psicologia e enfatizou as pessoas como principal ingrediente do sucesso de uma organização. Percebe-se que as características pessoais de cada um influenciam no ambiente de trabalho. De maneira inovadora para a época, qualidades de liderança são buscadas nos supervisores, esperando-se que os mesmos tenham a capacidade de influenciar seus liderados objetivamente, conseguindo que desempenhem suas funções com motivação e qualidade. Assim, a abordagem humanística da administração foi a primeira teoria administrativa a ter um olhar mais atento às necessidades e características dos colaboradores e ao lado humano deles e não como simples empregados. As experiências demarcaram as principais características de uma nova teria cheia de valores humanísticos com a ênfase nas pessoas. Por fim, a civilização industrializada mudou a sociedade que mudou a indústria surgindo à necessidade de eficiência e cooperação.

O que e a Teoria das Relações Humanas como surgiu e as principais características da Teoria das Relações Humanas?

Como Citar

Monego, E. ., Schwertz, F. L. ., Medeiros, F. dos S. ., Barros, J. C. ., Machado, M. S. F. ., & Silva, R. D. da . (2021). TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO E DAS RELAÇÕES HUMANAS. Revista Ibero-Americana De Humanidades, Ciências E Educação, 7(8), 254–261. https://doi.org/10.51891/rease.v7i8.1882

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A Escola das Relações Humanas, ou Teoria das Relações Humanas (como é mais conhecida), faz parte do grupo de teorias da administração que ganharam força a partir da grande depressão, gerada pela quebra da bolsa de valores de Nova York, em 1929. As teorias trazidas por essa vertente criaram novas perspectivas para a administração, uma vez que procuravam identificar os sentimentos e as atividades dos trabalhadores e o modo como esses dois pontos se interligavam. Até o surgimento da teoria das relações humanas, o trabalhador era tratado de uma forma pouco aprofundada, muito mecânica (reflexos da Escola Clássica).

Com o surgimento dessas novas teorias, ao invés de ser visto como o "homem econômico", o trabalhador passou a ser visto como "homem social", cujo comportamento é dinâmico e complexo, atuando como o centro da discussão. É a partir desta mudança, que as tomadas de decisão realizadas dentro das empresas, passam a levar em consideração seus funcionários e as suas necessidades para com o trabalho. É justamente na Teoria das Relações Humanas que são compreendidos os aspectos entre a efetividade humana e o controle burocrático exercido pelas organizações como forma de regulamentação social da mesma.

Diversos autores consideram que a Teoria das Relações Humanas surgiu efetivamente junto com a Experiência de Hawthorne. Esse experimento revelou a importância do grupo sobre o desempenho dos indivíduos e foi o ponto de partida para os estudos sistemáticos sobre a organização informal. A experiência de Hawthorne foi realizada durante os anos de 1927 à 1933, sendo parte de um programa mais amplo e sofisticado, orientado pelo famoso professor Elton Mayo. Ela tinha a finalidade de estudar a fadiga, os acidentes, a rotatividade e os efeitos das condições do ambiente de trabalho sobre a produtividade humana.

Esse experimento fez nascer a chamada (Escola) Teoria das Relações Humanas, já que conseguiu demonstrar que dentre os fatores mais importantes para o desempenho individual, estão nas relações interpessoais. Essa "descoberta" foi revolucionária para a época, pois representou uma nova filosofia na administração, em relação as ideias então predominantes da administração científica e clássica. Esse fato ocorreu justamente no momento em que a Teoria administrativa passava por uma revolução conceitual de suas concepções

Em 1933, Elton Mayo publicou o livro The Human Problems of an Industrial Civilization, em que apresentou as suas bem elaboradas conclusões. Em sua essência, Mayo diz que o método de trabalho não é tão relevante para o desempenho das pessoas, mas sim os fatores emocionais ou comportamentais. Para o autor, a fábrica deveria ser vista como um sistema social, e não apenas como um meio de visão econômica, ou industrial. Após seus estudos, a organização passou a ser vista como um conjunto de indivíduos e de relações de interdependentes que estes mantêm entre si, o que reforçou o discurso de que o homem social é um ser complexo.

A nova concepção proposta por Mayo e seus colaboradores não alterou a estrutura do modelo construído por Ford e Taylor. Entretanto, contribuiu de forma significativa para alterar a atitude dos empregadores em relação aos seus funcionários, exercendo um papel importante na mudança de pensamento que surgiu junto com a Teoria das Relações Humanas. Para Mayo, o conflito é uma chaga (ferida) social, enquanto que a cooperação é o bem-estar da mesma. O autor ainda afirma que as relações humanas são as ações e atitudes desenvolvidas pelo contato entre as pessoas, na qual cada uma é encorajada a se exprimir de maneira livre e sadia. Mayo e os pesquisadores de Hawthorne não foram os primeiros a tratar do assunto, porém, suas ideias foram decisivas para a disseminação desses conceitos.

Disfunções da abordagem humanística da administração

A abordagem das relações humanas, fez com que as preocupações, antes expostas pela teoria clássica da administração, dessem espaço para preocupações mais específicas, como por exemplo, as pessoas e os grupos sociais que fazem parte do ambiente de trabalho. Foi somente a partir da década de 30, nos Estados Unidos, que a eficiência passou a ser a grande busca por parte das indústrias. Essa busca pela produtividade deu origem a novos estudos, dentre eles os estudos que tratavam do sentimento e da relação humana.

Porém, em um determinado momento, ocorreu uma divisão na Teoria das Relações Humanas, surgindo a teoria da administração de recursos humanos. Essa teoria enxerga o ser humano como detentor de necessidades físicas e psicológicas, e não apenas como um ser passivo que pode ser motivado e controlado unicamente a partir de simples estímulos como descrevia a Teoria das Relações Humanas. O melhor autor que se encaixa entre essas duas correntes, é Chester Barnard, criador da Teoria da Cooperação. Seu trabalho desloca entre a análise da organização formal para a informal, visto que para ele, as organizações informais são um meio de comunicação e proteção da integridade individual.

Em seus trabalhos, Barnard ainda retratou as principais tensões entre os trabalhadores e suas organizações, concluindo que os sistemas vigentes na época não eram suficientes para garantir que o indivíduo cooperasse com a empresa. Ele é tido como um pensador do behaviorismo e criador da teoria da cooperação. Ao final da década de 50, a Teoria das Relações Humanas entrou em declínio, passando a ser intensamente criticada. A partir deste ponto, grande parte de suas concepções passaram a ser revisadas (com a maioria sofrendo alterações). Contudo, apesar de ter recebido diversas críticas, os ensinamentos humanísticos foram bastante assimilados por diversas organizações ao redor do mundo.

Principais críticas à Teoria das Relações Humanas


O que e a Teoria das Relações Humanas como surgiu e as principais características da Teoria das Relações Humanas?
Pesquisadores da Teoria Humanística em Harvard

Dentre as principais críticas à Teoria das Relações Humanas, nós podemos citar:

a) Oposição cerrada à teoria clássica: em diversos aspectos a Teoria das Relações Humanas foi fielmente oposta à Administração Científica de Taylor. Os fatores antes vistos como essenciais pela escola clássica, mal eram abordados na teoria humanista, beirando o total esquecimento. Para Amitai Etzioni, a escola das relações humanas nasceu de uma reação à abordagem formal clássica, na qual um lado buscava negar o que o outro afirmava. No entanto, para ele cada teoria vale para condições e situações diferentes, o que impediria uma de deslocar a outra, mas sim se complementarem.

b) Visualização inadequada dos problemas industriais: o movimento é bastante criticado pela interpretação distorcida dos problemas industriais (implicações, causas e interesses). Enquanto os autores da escola clássica não enxergavam o conflito de interesses, os autores humanísticos enfatizavam o conflito entre a organização e os empregados. Com isso, eles desviaram a função social do problema, tentando resolver as situações negativas por meio de medidas que promoviam as relações humanas harmoniosas.

c) Concepção ingênua e romântica do funcionário: uma decorrência da visualização inadequada dos problemas das relações industriais é a concepção ingênua e romântica do empregado. Os autores da Teoria das Relações Humanas, imaginavam um funcionário alegre, produtivo e integrado ao ambiente de trabalho. No entanto, essa imagem nem sem foi confirmada pelas pesquisas, que identificaram trabalhadores felizes e improdutivos, bem como infelizes e produtivos. A maioria dos trabalhos de dinâmica de grupo iniciaram calcados em princípios éticos, mas aos poucos seguiram uma linha analítica e experimental.

d) Limitação do campo experimental: os autores do movimento humanista - principalmente os seguidores de Elton Mayo - limitaram-se ao mesmo ambiente de pesquisa utilizado pela Administração Científica, a fábrica. Dessa forma, eles deixaram de utilizar outros tipos de organização, como por exemplo, hospitais, universidades, bancos, entre outros. Esse fato contribuiu negativamente para a Teoria das Relações Humanas, uma vez que reduziu a credibilidade de suas teorias e conclusões. Infelizmente esse movimento não ultrapassou o campo empresarial, englobando apenas à indústria.

e) Parcialidade das conclusões: enquanto a escola clássica da administração foi restringida à organização formal e consequentemente abrangeu um pequeno número de variáveis, a escola humanística também se mostrou parcial, já que restringiu-se à organização informal, sofrendo da mesma escassez de variáveis. Mesmo nas anotações de Mayo sobre os fatores humanos, as conclusões não foram satisfatórias. Para alguns autores, o movimento favoreceu o empirismo em detrimento da administração científica e do background social.

f) Ênfase nos grupos informais: a teoria concentra-se nos grupos primários. Ela foi criticada por supervalorizar a coesão grupal como condição de melhora da produtividade. Mayo procurou demonstrar que o problema de alta rotatividade, baixa moral e eficiência estava ligado à compreensão de como os grupos poderiam ser unificados para aumentar a colaboração. A Teoria das Relações Humanas trouxe diversos novos conceitos pautados na visão humanística, tais como: participação dos escalões inferiores nos problemas, introdução do behaviorismo na administração, pesquisas sobre a natureza humana e novos estudos sobre o relacionamento humano.

g) Enfoque manipulativo das relações humanas: diversos autores indicavam que Mayo e seus seguidores favoreciam à administração (alto escalão). Talvez por ter sido patrocinada pela Western Electric. A teoria foi fortemente criticada pelo fato de trazer uma sutil estratégia de manipulação dos operários, já que visava aumentar o trabalho do empregado, ao mesmo tempo que o manipulava para exigir menos da organização. Essa estratégia modificava o comportamento do trabalhador em prol dos objetivos organizacionais. Porém, representou um avanço quanto ao taylorismo, apontando que o comportamento individual era determinado por normas sociais, alterando o foco do estudo do individual para o coletivo.

Conclusão - Teoria das Relações Humanas

É fato que a abordagem humanista da teoria administrativa contrariou vários postulados da abordagem clássica da administração de Henri Fayol, ou ainda dos integrantes da Escola Clássica - Taylor e Ford. As conclusões expostas pela Experiência de Hawthorne foram o principal gatilho, que permitiu o delineamento básico dos princípios e dos fundamentos da Escola das Relações Humanas. Dentre as principais conclusões que o experimento nos forneceu, nós temos a percepção da produção como resultante da integração social, a análise do comportamento social, o valor secundário da motivação econômica, o estudo dos grupos informais e a ênfase nos aspectos emocionais do ambiente de trabalho.

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Com o advento da Teoria das Relações Humanas, uma nova concepção passou a dominar o ambiente administrativo, sendo eles a motivação, a liderança e a comunicação. Como resultado, os princípios clássicos passaram a ser duramente contestados, onde o método e a máquina perderam espaço em favor da dinâmica de grupo, por exemplo. A partir dos estudos das relações humanas, todo o acervo acerca da motivação no trabalho, passou a ser aplicado dentro das próprias organizações. Sendo assim, verificou-se que todo comportamento humano baseia-se numa tensão, que o motiva ou inclina o indivíduo a processar um determinado comportamento até que se sinta satisfeito.

Como a maioria das teorias administrativas, a Teoria das Relações Humanas colaborou de maneira significativa com a administração (principalmente da forma que é vista atualmente). Apesar das críticas que sofreu, a Escola das Relações Humanas teve uma importância fundamental na construção dos alicerces humanistas, bem como dos conceitos sobre a motivação e sobre o comportamento organizacional. Vale ressaltar, que a abordagem das relações humanas abrangeu tanto o lado psicológico, como o lado sociológico das organizações, tratando desde os grupos informais até alcançar uma análise mais profunda sobre os padrões de comportamento e a importância das relações individuais.

Até a próxima pessoal!

Autor: Rafael Barbosa

Referências Bibliográficas: 
MAXIMIANO, Amaru. Teoria Geral da Administração. Atlas, 2012.
MOTTA, Fernando C.P. Teoria Geral da Administração. São Paulo. Pioneira, 1991.

CHIAVENATO, Idalberto. Introdução a Teoria Geral da Administração. Elsevier, 2004.


O que é a Teoria das Relações Humanas como surgiu e as principais características da Teoria das Relações Humanas?

A Teoria das Relações Humanas é uma corrente administrativa que enfatiza as pessoas,a organização informal e os agentes existentes na organização, opondo-se às Terias Clássica e Burocrática que focavam com grande propriedade as funções e a estrutura organizacional.

Quais as características das relações humanas?

As três principais características desses modelos são: O ser humano não pode ser reduzido a um ser cujo comportamento é simples e mecânico. O homem é, ao mesmo tempo, guiado pelo sistema social e pelas demandas de ordem biológica. Todos os homens possuem necessidades de segurança, afeto, aprovação social e prestígio.

O que é a Teoria das Relações Humanas e como surgiu?

A teoria das relações humanas tem suas origens nos Estados Unidos, como resultado das experiências de Elton Mayo, denominadas Experiências de Hawthorne. Originaram-se quando Mayo percebeu a necessidade de tornar a administração mais humana e democrática e quando as ciências humanas influenciaram as organizações.

O que estuda a Teoria das Relações Humanas?

A Teoria das Relações Humanas, também chamada de Escola das Relações Humanas é a reunião das teorias sobre o comportamento humano no ambiente de trabalho, criadas para nortear os estudos da Administração.