O Gerenciamento de Riscos é um processo de controle administrativo que existe para que você reconheça quando há um problema e tome medidas em tempo hábil. A gestão de riscos precisa ser estratégica em uma organização, de modo a reduzir as incertezas a que ela está exposta. Tratando-se da gestão de riscos ocupacionais, ela precisa reduzir significativamente a possibilidade de danos à saúde e a vida do trabalhador ou até mesmo eliminar essa condição. Podemos definir a estratégia como plano de ação para se atingir um objetivo ou resultado. É natural que cada plano tenha a sua própria incerteza. Assim, a tomada de decisão deve considerar a incerteza e os riscos em cada ação a ser implementada. Em um contexto mais amplo, podemos definir a gestão de riscos como um sistema formal de identificação, medição e gestão da incerteza que existe em torno de um determinado resultado ou objetivo esperado. É uma ferramenta de tomada de decisão que se aplica tanto de forma dinâmica como proativa. No processo de gestão de riscos, avalia-se continuamente a posição da organização com relação à capacidade de identificar e medir os riscos, desenvolvem-se respostas a fim de gerenciá-los e, no momento adequado, comunicar à toda a organização os novos desenvolvimentos relacionados aos riscos. As empresas tomam decisões e assumem riscos todos os dias. Seu objetivo é agregar valor a suas partes interessadas: acionistas, trabalhadores, clientes e a sociedade em geral. Para que as decisões possam ser mais assertivas e possam atuar na redução dos riscos ocupacionais, precisamos identificar e analisar os riscos a que o trabalhador está exposto durante a vida laboral e é preciso assegurar que essa informação chegue a alta direção da organização. É natural em nossa vida cotidiana que nós façamos a Gestão de Riscos. Durante o dia tomamos diversas decisões para reduzir os riscos a que estamos expostos. Um exemplo muito básico é ter de cruzar uma rua ou uma avenida muito movimentada. Paramos, observamos ao nosso redor, avaliamos a situação, sinalização, fluxo de carros e, depois, decidimos se iremos cruzá-la ou não. Fazemos isso quase por instinto. Felizmente, desenvolvemos um mecanismo que nos permite tomar tais decisões de forma automatizada. Nós o testamos e ele funciona, pelo menos até agora. Sabemos que os erros podem causar danos ou perdas significativas. Uma forma de pensamento semelhante à do caso individual pode ser aplicada ao processo de decisão de uma organização quando pensamos em riscos. É importante entender bem os possíveis riscos aos quais estamos expostos, encontrar uma forma de identificá-los, medi-los, classificá-los e monitorá-los para ver se as medidas de controle implementadas funcionam corretamente e ser capaz de gerenciar os riscos de forma efetiva. Grande parte do Gerenciamento de Riscos é gerenciar pessoas. Isso acontece porque grande parte dos Riscos Ocupacionais estão relacionados à operação, aos sistemas e aos processos internos. No mundo moderno, a gestão de riscos “consiste em desenvolver processos e organizações flexíveis e sólidas” que possam resistir a diferentes tipos de incertezas enquanto aproveitam as oportunidades que agregam valor e contribuem para o crescimento. (CFA Research Foundation) A Practical Guide to Risk Management. Os artigos reproduzidos neste blog refletem única e exclusivamente a opinião e análise de seus autores. Não se trata de conteúdo produzido pela RSData, não representando, desta forma, a opinião legal da empresa. No último artigo aqui no blog RSData abordei os estágios comuns nos sistemas de gestão de SST. Neste artigo vamos falar sobre o coração de um sistema de gestão: o processo de gerenciamento de risco. O objetivo do gerenciamento de risco é identificar os fatores ocupacionais de risco que podem causar danos a saúde ou integridade física das pessoas e, por conseguinte, o dever do empregador de implementar medidas para evitar a ocorrência de efeitos danosos. Os 4 passos no gerenciamento de riscos são: 1 – Identificação de perigos e riscos 2 – Análise e avaliação dos riscos 3 – Eliminação ou controle 4 – Monitoramento e revisão A partir de agora, vamos conhecer melhor cada um desses 4 passos: 1- Identificação de perigos e riscosExistem dois conceitos importantes no gerenciamento de risco: perigo e risco. Perigo é a fonte, situação ou ação com potencial de causar algum tipo de dano. Portanto, um perigo é qualquer coisa no ambiente de trabalho que pode causar acidente ou prejudicar a saúde das pessoas. Risco é a combinação da probabilidade de ocorrência de eventos ou exposições ocupacionais perigosas e a gravidade dos danos que podem ser causados por estes eventos ou exposições. A identificação de perigos e os riscos associados é a primeira etapa no processo de gerenciamento de riscos. Isso pode ser feito por meio da observação do trabalho e ambiente, entrevistas com trabalhadores e gestores, histórico de acidentes e afastamentos, checagem de produtos e máquinas do processo produtivo, verificação das medidas de controle existentes, entre outras abordagens. A maior parte dos riscos ocupacionais são facilmente identificáveis por profissionais qualificados. Daí a importância que esta etapa seja conduzida por profissionais de SST capacitados. Afinal, os riscos não identificados jamais serão tratados e o trabalhador poderá ter sua saúde ou integridade física prejudicada. 2 -Análise e avaliação de riscosAtravés da análise e avaliação dos riscos que originam-se dos perigos identificados, iremos estimar o que pode acontecer a alguém exposto a uma fonte de perigo e qual a probabilidade de acontecimentos danosos se materializarem. Nesse sentido, precisamos estimar os riscos para cada fonte, situação ou ação identificada capaz de causar algum dano. Para realizar esta tarefa, podemos utilizar a metodologia qualitativa baseada na matriz de risco. Neste método, a estimação do risco é feita através da probabilidade da ocorrência e a gravidades das consequências conforme o exemplo abaixo: É preciso ter muito cuidado ao estimar os riscos, pois as decisões para tratar ou não e a urgência das medidas a serem adotadas irão depender da gravidade estimada para cada risco. As decisões sobre quais riscos são aceitáveis e a urgência no tratamento daqueles que não são vão depender da comparação dos valores encontrados nas avaliações com os valores referência estabelecidos na legislação ou por organizações como a ACGIH e OSHA. Através desta comparação, torna-se possível realizar a classificação do risco de acordo com a aceitabilidade ou tolerabilidade. Nossos esforços se concentrarão naqueles riscos de maior gravidade e probabilidade. Na avaliação dos riscos, deve-se levar em conta as medidas de proteção utilizadas e sua eficácia. 3 – Eliminação ou controleDepois de avaliados os riscos, aqueles que forem considerados inaceitáveis devem ser obrigatoriamente tratados. A implementação de medidas de controle deve levar em conta a adequada proteção do trabalhador, seguindo a hierarquia abaixo: A adoção de medida de proteção individual (EPIs) deve ser a última alternativa a ser considerada, utilizada somente quando as demais alternativas não forem viáveis. 4 – Monitoramento e ReavaliaçãoPara garantir que os riscos permaneçam sob controle e que as medidas adotadas estão sendo eficazes na proteção dos trabalhadores, é preciso monitorar periodicamente o desempenho e eficácia das medidas implementadas. Este monitoramento proporcionará informações importante e aprendizados que nos permitirão revisar e atualizar os controles adotados. A periodicidade da reavaliação vai depender das características e alterações em cada ambiente de trabalho. A NR 9 – PPRA, por exemplo, determina que as ações do programa devem ser reavaliadas a cada ano ou intervalos menores. Aprimoramento constanteO processo de gerenciamento de risco dever ser iterativo e buscar melhoria contínua. Nesse sentido, a abordagem do processo pode seguir o ciclo do PDCA (Planejar-Dirigir-Checar-Agir), conforme mostra a figura abaixo: A nossa legislação determina que os empregadores são obrigados a gerenciar os riscos ocupacionais. Portanto, o processo de gerenciamento de risco deveria ser conduzido por todas empresas, especialmente:
Quando o gerenciamento de riscos é bem conduzido, além de evitar doenças e acidentes, as empresas ganham com o aumento de produtividade e redução de custos. Sendo assim, fica evidente que a qualidade do gerenciamento de risco afeta diretamente a sustentabilidade da empresa num mercado cada vez mais competitivo. E na sua empresa, como anda o processo de gerenciamento de riscos? EDER DOS SANTOS Professor e consultor em SST. Currículo: O que é gerenciamento dos riscos?O gerenciamento de riscos é o processo de identificar, analisar e controlar (ou minimizar) os riscos do negócio. Trata-se de, sistematicamente, avaliar as incertezas sobre o que a empresa pensa sobre o mundo — no que diz respeito ao seu mercado — e, especialmente, o futuro.
Qual a importância do gerenciamento de riscos para a segurança do trabalho?A disciplina de Gerenciamento de Riscos tem o objetivo de fornecer as infor- mações básicas sobre o processo de identificação, avaliação e controle de riscos operacionais, visando a preservação da integridade física dos colabo- radores, dos equipamentos e do patrimônio das empresas.
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