O que leva a criança nasce com autismo?

Pesquisadores sabem que a genética é uma das principais causas do autismo desde os anos de 1970, quando uma equipe descobriu que gêmeos idênticos apresentavam a mesma condição.

Desde então, a relação entre genes e autismo tem sido amplamente estudada e impulsionada pela modernização dos processos de tecnologia que realizam a identificação de características genéticas.

Com o passar do tempo, cientistas chegaram à conclusão de que diversos genes estão relacionados à condição, e quanto mais se aprofundam no assunto, mais clara fica a contribuição genética para o autismo. Continue lendo para entender mais!

O que é Autismo?

Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição que aparece muito cedo, durante o desenvolvimento infantil, e é caracterizada por habilidades sociais prejudicadas, problemas de comunicação e comportamentos repetitivos. 

Essas dificuldades podem prejudicar a vida social, acadêmica e profissional da criança com autismo.

Pessoas com TEA também possuem um maior risco de desenvolverem transtornos psiquiátricos como ansiedade, depressão, Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) e transtornos alimentares.

Características do Autismo

A partir dos primeiros anos de vida crianças com TEA possuem uma habilidade prejudicada, que é a de socialização. É possível notar isso ao interagirem com outras pessoas, pois na maioria das vezes, se sentem mais confortáveis lidando com objetos.

Autistas têm dificuldade em entender aspectos não verbais de interações sociais, como contato visual, expressões faciais, gestos e linguagem corporal.

Por isso, a falta de habilidade em reconhecer e utilizar esses aspectos dificulta com que eles entendam os sentimentos do outro e até a maneira de expressarem seus próprios sentimentos.

Os sinais comportamentais do TEA, como falta de contato visual e interação social, podem ser detectados antes dos 2 anos de idade. 

No entanto, a condição é normalmente diagnosticada entre os 2 e 4 anos, quando habilidades sociais mais avançadas, como aprender a brincar com outras crianças começam a se desenvolver.

Comportamentos que também são comuns no autismo:

  • Comportamentos repetitivos (ficam se balançando, batendo palmas ou repetindo palavras/sons, por exemplo)
  • Concentração intensa em algum assunto, tópico ou tarefa (hiperfoco)
  • Fixação por rotinas rígidas e sistematizadas (podem resistir fortemente a mudanças de última hora e possuem dificuldades para se adaptarem ao novo);
  • Seletividade alimentar (só comem alimentos de determinadas cores, texturas e/ou formatos);
  • Hipersensibilidade ou hipossensibilidade a estímulos externos (luzes muito fortes, barulhos altos).

Apesar de existirem dificuldades sociais e de comunicação, pessoas com autismo podem possuir amplas habilidades intelectuais e linguísticas. 

A maioria das pessoas autistas possuem uma leve deficiência intelectual. Porém, outros podem possuir uma inteligência na média ou acima da média, com habilidades cognitivas específicas que ultrapassam seus níveis gerais de funcionamento, geralmente em áreas como música, matemática ou memória.

Algumas pessoas com TEA não falam (autismo não-verbal), enquanto outros utilizam a língua fluentemente. 

No entanto, falantes fluentes com autismo costumam apresentar problemas associados à comunicação verbal.

Eles podem falar em um tom monótono e ou escolher tópicos de conversa incomuns.

Desde o primeiro estudo de autismo feito com gêmeos em 1977, diversos times de pesquisa compararam as taxas de TEA em gêmeos e chegaram à conclusão de que a genética é uma grande responsável pela causa do transtorno.

Quando um gêmeo idêntico é diagnosticado com autismo, o outro gêmeo possui aproximadamente 80% de chance de fazer parte do espectro também. A taxa entre gêmeos fraternos é de 40%.

Em uma maneira geral, observamos que a presença de algum indivíduo com TEA na família pode aumentar a chance de um casal gerar uma criança com a mesma condição.

Esse risco também aumenta quando a idade do casal supera os 40 anos, onde existe uma maior taxa de erros e falhas no material genético, por exemplo.

No entanto, a genética não é a única responsável pelas chances da criança desenvolver autismo.

Fatores ambientais também contribuem para a condição.

Com o avanço da medicina dentro das Unidades de Tratamento Intensivo (UTI’s) pediátricas neonatais, a taxa de crianças prematuras que sobrevivem também aumentou. Com isso, observamos que crianças prematuras também possuem maiores chances de apresentarem sintomas de TEA.

Possíveis Causas do TEA

Por conta da complexidade do Transtorno, não podemos apontar apenas uma causa como principal. Mas existem alguns fatores de risco:

Causas Genéticas: 

Existem muitas causas genéticas envolvidas nesse processo. Para algumas crianças, o autismo pode estar associado com um distúrbio genético como Síndrome de Rett ou síndrome do X fraco. 

No entanto, para outras crianças, mutações genéticas são as responsáveis pelo aumento do risco de autismo.

Portanto, diversos genes podem alterar o desenvolvimento do cérebro ou a maneira como as células se comunicam ou determinam a intensidade dos sintomas.

Algumas mutações podem ser herdadas e outras podem ocorrer espontaneamente, por exemplo.

Fatores ambientais:

Pesquisadores estão explorando a possibilidade de fatores como infecções virais, medicações ou complicações durante a gravidez ou poluentes presentes no ar desempenham um papel em desencadear o Transtorno do Espectro Autista.

O que não causa Autismo

Alimentos artificiais e vacinas já foram apontados como causas do transtorno, assim como gatilhos emocionais e até mesmo a qualidade do relacionamento entre mãe e filho.

Como não há nenhuma comprovação científica, essas teorias já foram descartadas.

Portanto, concluímos que o autismo é desencadeado por questões genéticas, mas não só por elas. 

Então, é importante frisar que devemos estar sempre atentos aos primeiros sinais do TEA. Isso porque o diagnóstico precoce é essencial para a atenuação de sintomas da criança, garantindo que ela tenha uma ótima qualidade de vida e atinja seu potencial máximo!

Gostou? Aproveita e assiste esse vídeo do Dr. Clay com a Lu Brites sobre as principais causas do autismo! É só clicar aqui: 

Zeliadt, N., 2021. Autism genetics, explained. [online] Spectrum | Autism Research News. Disponível em: <https://www.spectrumnews.org/news/autism-genetics-explained/> [Acesso 2 August 2021].

O que leva o bebê ter autismo?

“Entre os riscos mais relevantes estão: a idade paterna seguida da idade materna, a exposição de agentes intrauterinos, como drogas (ácido valproico), infecções, doenças autoimunes, baixo peso ao nascer, hipertensão e obesidade antes ou durante a gestação”, conta.

Quem transmite o autismo o pai ou a mãe?

Concluindo... Os pais têm mais chance que as mães de transmitir aos filhos genes com alterações que poderão resultar no desenvolvimento de autismo, e, quanto mais velhos são, maior o risco.

Quais as chances de ter um filho com autismo?

O estudo mais recente, por exemplo, mostrou que o risco do autismo é majoritariamente genético, em torno de 97%, com herdabilidade de 81%, e apenas 1% a 3% dos casos são conferidos aos fatores ambientais.