Pomada para doença mão-pé e boca

Mão-pé-boca é uma doença causada pelo vírus Coxsackie, altamente contagiosa e que atinge diretamente o aparelho digestivo. Extremamente comum em crianças, mas também pode acometer adultos. 

Geralmente, a transmissão acontece alguns dias antes das primeiras manifestações da doença, até semanas depois da infecção. Já os sintomas costumam durar mais ou menos uma semana. 

Além disso, pode ser transmitida tanto por via respiratória quanto pelas fezes de pessoas infectadas. 

Principais sintomas da Mão-Pé-Boca

Entre os principais sinais da doença estão o aparecimento de manchas vermelhas com bolhas branco-acinzentadas e que podem evoluir para feridas muito dolorosas, especialmente nas regiões da boca, amígdalas e faringe.

Outros sinais são febre alta nos dias que antecedem o surgimento das lesões, erupção de pequenas bolhas, em geral, nas palmas das mãos e nas plantas dos pés, mas que podem ocorrer também nas nádegas e na região genital; mal-estar, falta de apetite, vômitos e diarreia; além de dificuldade de deglutição e muita salivação por causa da dor.

É importante ressaltar que, mesmo depois de estar recuperada, a pessoa que teve mão-pé-boca, pode transmitir o vírus pelas fezes por, aproximadamente, quatro semanas. Já o período de incubação oscila entre um e sete dias. Muitas vezes, os sintomas são leves e podem ser confundidos com algum resfriado comum. 

Como é feito o diagnóstico da doença?

A mão-pé-boca pode ser diagnosticada pelo pediatra ou clínico geral, através da avaliação das manchas e dos sintomas. 

Muitas vezes essa síndrome pode ser confundida com uma doença chamada herpangina, que é bastante comum entre os bebês e tem como sintoma feridas na boca (parecidas com as da herpes ou escarlatina). 

Dessa forma é comum que os médicos solicitem a realização de exames laboratoriais complementares para poderem fechar o diagnóstico. 

Como tratar mão-pé-boca?

O tratamento da doença mão-pé-boca, primordialmente, serve para aliviar os sintomas, a exemplo da febre alta, dor de garganta e as dolorosas bolhas nas mãos, pés e/ou regiões íntimas. 

O tratamento sempre deve ser realizado sob a supervisão de um médico especialista ou, no caso das crianças, por um pediatra. A tendência é que os sintomas desaparecem uma semana depois do início do tratamento, que geralmente é feito com:

  • Remédio para febre, como Paracetamol;
  • Anti-inflamatório, como o Ibuprofeno, caso a febre seja acima de 38°C;
  • Pomadas para coceira ou remédios, como maleato de dexclorfeniramina;
  • Remédios para aftas, como a Oncicrem-A  ou Lidocaína.

Cuidados necessários durante o tratamento

Assim como a maioria das doenças, a mão-pé-boca também apresenta suas peculiaridades. E como ela pode ser transmitida através da tosse, espirros, saliva, contato direto com bolhas estouradas ou fezes infectadas, é preciso tomar alguns cuidados. 

  • Manter a criança em repouso em casa, sem ir à escola ou para a creche, para não contaminar outras crianças;
  • Consumir alimentos frios, como sucos naturais, fruta fresca amassada, gelatina ou sorvetes, por exemplo;
  • Evitar alimentos quentes, salgados ou ácidos, como refrigerantes ou salgadinhos, para não piorar as dores de garganta;
  • Fazer gargarejos com água e sal para ajudar a aliviar as dores de garganta;
  • Beber água ou sucos naturais para a criança não desidratar;
  • Lavar as mãos depois de ir ao banheiro para evitar a transmissão do vírus; 
  • Se a criança usar fralda, trocar a fralda com luvas e lavar as mãos após a troca da fralda, tanto em casa como na creche, mesmo após a recuperação.

Quando os sintomas da doença desaparecem, a criança pode voltar para a escola, tendo o cuidado de lavar as mãos depois de ir ao banheiro. 

O manejo da doença mão-pé-boca é feito com medidas de suporte e medidas para controle da infecção. Não há terapia específica para a doença.

Medidas de suporte:

  • Analgésicos como paracetamol e anti-inflamatórios como ibuprofeno para o alívio da dor e do desconforto causado pela febre e pelas lesões orais;
  • O uso de medicamentos tópicos orais contendo lidocaína e demais agentes anestésicos é desaconselhado devido à falta de evidência de benefício, ao risco de toxicidade sistêmica e reação alérgica e à dificuldade de aplicação em crianças pequenas;
  • Boa ingesta hídrica. Crianças com incapacidade de manter a hidratação adequada através da ingestão de líquidos devem ser hospitalizadas.

Medidas para controle da infecção:

  • Estimular a lavagem das mãos dos pacientes, várias vezes ao dia, especialmente antes da alimentação, após contato com as lesões e após o uso do banheiro;
  • Orientar os cuidadores a também adquirirem o hábito da lavagem frequente das mãos, especialmente após as trocas das fraldas de crianças infectadas, antes do preparo dos alimentos e antes de alimentá-las;
  • Evitar, na medida do possível, o contato muito próximo com o paciente (como abraçar e beijar);
  • Cobrir a boca e o nariz ao espirrar ou tossir;
  • Manter um nível adequado de higienização da casa, das creches e das escolas;
  • Evitar o compartilhamento de itens pessoais como colheres, copos e demais utensílios, lembrando sempre de lavá-los adequadamente com água e detergente após o uso;
  • Lavar superfícies, objetos e brinquedos que possam entrar em contato com secreções e fezes dos indivíduos doentes com água e sabão e, após, desinfetar com solução de água sanitária diluída em água pura (1 colher de sopa de água sanitária diluída em 4 copos de água limpa);
  • Descartar adequadamente as fraldas e os lenços de limpeza em latas de lixo fechadas;
  • Crianças febris, indispostas, com vesículas rompidas ou com sialorreia devem ser afastadas da creche ou escola até a melhora clínica;
  • Pacientes hospitalizados devem ser submetidos a isolamento de contato.

O afastamento da criança da creche e da escola não é capaz de evitar por completo a disseminação da doença. O contágio é maior na primeira semana da doença, no entanto a transmissão do vírus pode ocorrer em crianças assintomáticas e durante várias semanas após a resolução dos sintomas.

Referências:

CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION; NATIONAL CENTER FOR IMMUNIZATION AND RESPIRATORY DISEASES. Hand, Foot, and Mouth Disease (HFMD). Atlanta: CDC, 2017. Disponível em: <https://www.cdc.gov/hand-foot-mouth/index.html>. Acesso em: 18 de abril de 2018.

DYNAMED PLUS. Record n. 116931, Hand-foot-and-mouth disease [Internet]. Ipswich (MA): EBSCO Information Services, 2018. Disponível mediante senha e login em: <http://www.dynamed.com/topics/dmp~AN~T116931/Hand-foot-and-mouth-disease>. Acesso em 19 abr. 2018.

ROMERO, J. R. Hand, foot, and mouth disease and herpangina [Internet]. Waltham (MA): UpToDate, 2018. Disponível em: <https://www.uptodate.com/contents/hand-foot-and-mouth-disease-and-herpangina>. Acesso em 19 abr. 2018.

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WORLD HEALTH ORGANIZATION. WHO Western Pacific Region. A guide to clinical management and public health response for hand, foot and mouth disease (HFMD) [Internet]. Geneva: WHO, 2011. Disponível em: <http://www.wpro.who.int/publications/docs/GuidancefortheclinicalmanagementofHFMD.pdf>. Acesso em: 18 de abril de 2018.

O que passar nas feridas de pé mão e boca?

Cremes e óleos para hidratar a pele e diminuir a dor das feridas, antitérmicos para baixar a febre e anti-inflamatórios são alguns exemplos. Lembre-se de que o uso de medicamentos só deve ser feito com indicação médica.

Qual melhor pomada para Mão

Remédios para aftas, como omcilon-A orabase ou lidocaína, podem ser indicados para aliviar a dor e desconforto provocados pela aftas, sendo aplicados diretamente sobre as feridas na boca.

Pode passar nistatina para Mão

Não. A infecção por mão pé boca é viral. Nistatina trata infecção fúngica. Não é indicado nesse caso.

Qual antibiótico para pé mão e boca?

Antibióticos funcionam contra a doença mão--boca? Não, pois a doença é causada por vírus. Antibióticos só são utilizados caso as feridas provocadas pela doença infeccionem, mas deve sempre haver indicação de um médico.