Por que as plantas apresentam mecanismos para evitar a transpiração?

As plantas, assim como os animais, realizam diversas reações em seu corpo. Muitas pessoas podem acreditar que o vegetal faz apenas a fotossíntese, esquecendo-se de processos como a respiração e a transpiração.

→ Respiração celular

A respiração celular é um processo que ocorre em diferentes seres vivos, portanto, também acontece nas plantas. Como o nome sugere, a respiração celular é feita nas células.

Nos seres humanos, temos a respiração pulmonar, na qual o oxigênio entra pelas nossas fossas nasais e é levado até os pulmões, onde passa para o sangue. Nesse momento, o oxigênio torna-se disponível para as células que realizarão a respiração celular. Nas plantas, o oxigênio entrará por estruturas chamadas de estômatos.

A respiração celular é um evento complexo, mas, de maneira resumida, podemos dizer que nele ocorre uma reação entre a glicose e o oxigênio, gerando, no final, gás carbônico, água e energia. Esse processo é, portanto, a principal fonte de fornecimento de energia para a célula.

→ Transpiração vegetal

As plantas também sofrem o processo conhecido como transpiração. Nesse caso, a planta perde água na forma de vapor. A transpiração é feita por qualquer parte do vegetal que esteja acima do solo, entretanto, é um processo que ocorre em maior quantidade nas folhas. Isso se deve ao fato de a folha ter uma grande quantidade de estômatos, que são estruturas responsáveis pelas trocas gasosas das plantas. Estima-se que 90% da água transpirada é perdida por esses locais.

A transpiração está ligada à captação de gás carbônico, o qual é fundamental para a fotossíntese. Entretanto, em excesso, esse processo pode desencadear danos ao vegetal, como retardar seu crescimento e até mesmo levá-lo à morte. Para evitar a perda excessiva de água, muitas plantas contam com adaptações importantes, como a cutícula cerosa.

ATENÇÃO: Algumas vezes, é possível perceber gotas de água nas margens e no ápice das folhas. Essa perda de água não é a transpiração, pois essa substância, nesse caso, está no estado líquido. Denominamos esse fenômeno de gutação, e é por meio dele que ocorre a eliminação de água por estruturas especiais chamadas de hidatódios.


Aproveite para conferir a nossa videoaula relacionada:

Conceito de transpiração (nas plantas)

Transpiração (nas plantas) é um processo que permite a regulação da quantidade de água presente no interior da planta. Isto é, quando em excesso a água é libertada sob a forma de vapor através de pequenos poros (estômatos) existentes nas folhas das planta, mantendo assim um equilíbrio na quantidade de água presente no individuo.

Este processo possibilita a eliminação do excesso de água que existe na planta, impedindo a destruição dos tecidos, ao mesmo tempo que favorece a movimentação da seiva bruta, no interior dos vasos condutores, além de permitir a manutenção do equilíbrio da temperatura.

A perda de água contribui também para o surgimento de um gradiente negativo que favorece a subida da água e dos sais minerais pelos vasos do xilema até às folhas, aumentado a absorção destes pelas raízes.

A transpiração envolve duas estruturas distintas da planta, pois pode ocorrer por dois mecanismos diferentes. Por um lado a presença da cutícula, normalmente, nas folhas da planta impede a desidratação da planta.

Enquanto a outra estrutura envolvida neste processo é os estômatos, que abrem e fecham consoante a existência de uma maior ou menor concentração de água presente na planta.

A água está presente em todos os seres vivos, sendo que no caso das plantas, entra pelas raízes, sobe pelo caule até às folhas onde participa no processo de fotossíntese e acaba por sair por pequenas áreas das folhas (estomas), normalmente sob a forma de vapor.

Quando o ambiente circundante apresenta humidade relativamente alta e não há presença de vento, ocorre uma menor percentagem de transpiração, enquanto num ambiente com baixa humidade a taxa de transpiração será maior.

A transpiração consiste na perda de água, pela planta, evitando o aquecimento intenso do organismo, permitindo assim que a planta arrefeça sem ter que sair do local.

Uma vez que as plantas se encontram sob a influência directa do sol, sem puderem alterar a sua posição quando a radiação solar se torna mais intensa. A perda de água pode tornar-se um problema, sendo por isso regulada pelos estômatos.

A perda de uma grande quantidade de água pode levar ao fecho dos estômatos, se mesmo assim a perda de água continuar, a planta pode mesmo morrer por desidratação.

Plantas que habitam em ambientes muito quentes e áridos possuem adaptações que lhes permitem diminuir a taxa de transpiração de forma a evitar a perda de água necessária à sua sobrevivência.

Os estômatos possuem no seu interior pequenas estruturas de clorofila que reagem à luminosidade provocando a abertura do estômato e a saída de água.

Estas pequenas estruturas assim como a presença de potássio nas células provocam a turgidez das células de guarda dos estomas, esta turgidez causa a abertura do ostíolo e consequentemente a perda de água.

Devido às características específicas de cada estômato, os seus mecanismos de controlo dependem não só das condições abióticas (humidade, luz), mas também das condições bióticas que caracterizam cada planta.

A quantidade de estômatos é um dos factores bióticos que pode variar provocando a variação da transpiração, no entanto, na maior parte das plantas há uma maior quantidade de estomas na página inferior da folha em comparação com a página superior.

Nem todas as plantas possuem a mesma quantidade de estômatos, sendo que determinadas espécies possuem uma maior quantidade de estômatos do que outras, quanto maior for a exposição solar menor vai ser a quantidade de estômatos presentes.

Enquanto a transpiração através do estômato permite um controlo, pela planta, da quantidade de água perdida, a transpiração através da cutícula não permite esse controlo.

Este tipo de transpiração ocorre muito raramente, particularmente em espécies vegetais onde não existem estômatos funcionais.

Em quase todas as espécies vegetais é possível observar a presença de uma cutícula, isto é, uma camada superficial, presente nas folhas.

Esta camada permite a continuação da transpiração a partir do momento em que os estômatos fecham. A espessura da cutícula pode interferir com a realização da transpiração através desta estrutura, uma vez que quanto mais espessa for a cutícula menor vai ser a taxa de transpiração através dessa estrutura.

Palavras-chave:

Estômato

Cutícula

Xilema

Ostíolo

Desidratação

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References:

  • Gentil, Marina Shinkai (2010). Transpiração e eficiência do uso da água em árvores clonais de Eucalyptus aos 4 anos em áreas com e sem irrigação em Eunápolis, Bahia. Tese de mestrado. Escola superior de agricultura “Luiz de Queiroz”. Universidade de São Paulo, Brasil.
  • Lago, Isabel; Streck, Nereu Augusto; Bisognin, Dilson Antônio; Souza, André Trevisan; Silva, Michel Rocha (2011). Transpiração e crescimento foliar de plantas de mandioca em resposta ao deficit hídrico no solo. Pesq. agropec. bras., Brasília, v.46, n.11, p.1415-1423. Consultado em: Novembro 30, 2015, em http://www.scielo.br/pdf/pab/v46n11/v46n11a01.pdf

Por que as plantas apresentam mecanismos para evitar a transpiração?
03-12-2015

Licenciada em Biologia e mestra em Ecologia, Ambiente e Território pela Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. Saiba mais sobre o autor >>>

Por que a planta apresenta mecanismos para evitar a transpiração?

Isso se deve ao fato de a folha ter uma grande quantidade de estômatos, que são estruturas responsáveis pelas trocas gasosas das plantas. Estima-se que 90% da água transpirada é perdida por esses locais.

Como se dá o controle da transpiração pelas plantas?

No caso das plantas, a transpiração é controlada – como mencionado acima – pelos estômatos. Assim, o ritmo da movimentação das moléculas de água dentro do corpo da planta pode ser ajustado, às vezes de modo bastante rápido e preciso.

O que é responsável pela transpiração da planta?

Transpiração em Vegetais As plantas vasculares possuem estruturas especializadas na transpiração chamadas de estômatos. Os estômatos são constituídos por um conjunto de células localizadas em toda a epiderme do vegetal, mas principalmente nas folhas.