Na estreia contra o Peru, derrota por 3 a 2 A Copa América, que começou em 1916 com o nome de Campeonato Sul-Americano de Seleções, está completando 100 anos de história e é o torneio envolvendo selecionados de países mais antigo do mundo. Para comemorar a marca, está sendo realizado, nos Estados Unidos, a Copa América Centenário, com a participação das 10 equipes da Conmebol, mais a seleção da casa e cinco times convidados da Concacaf. A participação de equipes da Concacaf no torneio começou em 1993 e em todas as edições a partir deste ano contou, ao menos, com um time da Confederação que administra o futebol das Américas do Norte, Central e Caribe. Porém, no torneio realizado em 1999, com sede no Paraguai, participou uma seleção de outro continente, mais especificamente da Ásia: o Japão. Sim, amigos, o Japão já jogou a Copa América.
Goleada do Paraguai sobre o Japão Na verdade, a intenção da Conmebol era convidar equipes europeias para a competição. Com a recusa, veio a ideia de chamar os japoneses, que no ano anterior haviam estreado na Copa do Mundo com três derrotas. Para o Japão, era a chance de mostrar que o futebol no país havia sim avançado, jogando contra as boas seleções sul-americanas e o México. No sorteio, os japoneses caíram no Grupo A, ao lado do Paraguai, donos da casa, Peru, Bolívia e Japão. A estreia foi contra o Peru, no dia 29 de junho, no Estádio Defensores del Chaco. E foi uma bela partida. O brasileiro naturalizado nipônico Wagner Lopes abriu o marcador, aos 6 minutos. No segundo tempo, o Peru virou, com gols de Jorge Soto e Holsen. O Japão chegou a empatar, com Atsuhiro Miura. Mas Soto, aos 36, deu a vitória para os peruanos por 3 a 2. Contra a Bolívia, empate em 1 a 1 Em 2 de julho, o Japão entrava novamente no gramado do Defensores del Chaco, mas desta vez para enfrentar a equipe da casa. Neste dia, os japoneses praticamente não 'viram a cor da bola'. A Alvirroja, que tinha Gamarra, Arce e o então jovem Roque Santacruz, goleou por 4 a 0, com dois do centroavante que até hoje defende a Seleção Paraguaia e mais dois de Benítez. O Japão foi para a última rodada praticamente sem chances de passar para a segunda fase da competição. O adversário foi a Bolívia. O empate em 1 a 1 (Erwin 'Platini' Sanchez abriu o marcador para os bolivianos e Wagner Lopes empatou para os nipônicos) fez com que as duas equipes 'morressem abraçados' e ambas foram eliminadas. A equipe japonesa que disputou a competição O empate deu aos japoneses o 10º lugar entre as 12 equipes participantes daquela edição da competição, que foi ganha pelo Brasil. Depois do Japão, nunca mais uma seleção de outro continente jogou a Copa América, apenas times da Concacaf foram convidados. A Conmebol chegou a confirmar a presença dos mesmos japoneses na última edição do torneio, ano passado, no Chile, mas recuaram e chamaram a Jamaica. Japão e Uruguai se enfrentam hoje (20) às 20h (de Brasília), na Arena do Grêmio, em Porto Alegre, pela segunda rodada do grupo C da Copa América. E asiáticos e celestes encaram a competição de forma totalmente diferente. Enquanto a Celeste quer consolidar um momento positivo e carrega a base da última Copa do Mundo, os japoneses pensam apenas no futuro. Na estreia, os japoneses foram derrotados pelo Chile por 4 a 0. Já os uruguaios venceram o Equador pelo mesmo placar. Veja também
Japão de olho no futuroO Japão teve problemas para convocar sua seleção e aposta em tudo novo. Como não há obrigação de liberar jogadores para a participação como convidado na competição sul-americana, a maioria dos clubes da Europa não cedeu seus atletas à equipe. Sem os principais jogadores, restou acreditar no futuro. E não foram apenas os europeus a complicar a vida do técnico Hajime Moriyasu. Os clubes japoneses firmaram posição de ceder apenas um jogador cada, tornando o chamado ainda mais complicado. Com a seleção sub-23 disputando o Torneio de Toulon, na França, os japoneses chamaram a sub-22 para atuar no Brasil, e incluíram os jogadores que conseguiram liberação, como Osako, do Leicester City, e Shibasaki, do Getafe. Com ideia de formar novos atletas, até mesmo o treinador tem trabalho incipiente. Após a queda na Copa do Mundo de 2018, o contrato de Akira Nishino não foi renovado e Moriyasu, que treinava a seleção sub-23, assumiu também a principal. Está no comando há um ano. Uruguai aposta no hojeE se o Japão planta para colher mais adiante com jogadores jovens e um trabalho de um ano, o Uruguai faz o contrário. A começar pelo comando. Óscar Tabárez treina e seleção desde 2006 e valoriza muito o grupo construído neste período. Da convocação para a última Copa do Mundo, o Uruguai tem apenas Giovanni González, Marcelo Saracchi, Federico Valverde, Nicolás Lodeiro, Gastón Pereiro e Jonathan Rodríguez como novidades. Sendo que destes, Lodeiro não pode ser considerado renovação, já que tem 30 anos e história na seleção. Na equipe titular, nomes conhecidos e uma maneira de atuar também repetida ao longo dos anos. A seleção uruguaia começa por Muslera, tem Cáceres, Giménez, Godín, Laxalt, Nández, Vecino (que se machucou e deu lugar a Valverde), Bentancur, Lodeiro, Suárez e Cavani. A sequência da base da equipe formada ao longo do tempo. "Nossa experiência juntos ajuda bastante. Podemos mudar uma peça ou outra, mas nos conhecemos muito bem como jogadores e pessoas", disse Laxalt. "É muito bom ter os mesmos jogadores basicamente na seleção. Assim atuamos como um time", completou Muslera. Muitos dos uruguaios, porém, chegarão com idade elevada à próxima Copa do Mundo. Cavani, Cáceres e Suárez terão 35 anos, Muslera e Godín terão 36. FICHA TÉCNICA URUGUAI: Muslera; Cáceres, Godín, Giménez e Laxalt; Nández, Valverde, Bentancur e Lodeiro; Cavani e Suárez. JAPÃO: Osako; Hara, Naomicihi Ueda, Tomiyasu e Sugioka; Maeda, Shibasaki, Nakayama e Nakajima; Kubo e Ayase
Ueda. |