Porque o clero e à nobreza estavam certos de que teriam o controle na Assembleia convocação dos Estados Gerais?

Revolução Francesa

A Revolução Francesa, que se iniciou no dia 17 de junho de 1789, foi um período de agitação política e social na França, que impactou tanto a história do país como todo o continente europeu. A Revolução Francesa foi um movimento impulsionado pela burguesia e que contou com a participação dos camponeses e das classes urbanas que viviam na miséria. Segundo alguns historiadores, a Revolução Francesa inaugurou a Idade Contemporânea.

Os Três Estados

A sociedade francesa do Antigo Regime era dividida em três classes, denominadas de Estados. O Primeiro Estado era formado pelo clero e o segundo Estado pela nobreza; juntos, constituíam apenas 2% da população de 24 milhões de franceses. Todo o restante da população compunha o Terceiro Estado.

O Primeiro Estado era dividido em dois grupos: o alto e o baixo clero. O alto clero era formado por ricas famílias nobres que viviam luxuosamente. A própria Igreja era dona de grandes riquezas, possuindo vastos territórios, além de não pagar impostos.

Porque o clero e à nobreza estavam certos de que teriam o controle na Assembleia convocação dos Estados Gerais?

Alto clero

O baixo clero era constituído por padres que provinham das classes média e baixa. Muitos padres viviam humildemente e até ajudavam os camponeses no cultivo de suas plantações. Desprezavam o luxo do alto clero e se preocupavam com a população pobre da França.

O Segundo Estado - constituído por nobres - também era dotado de privilégios. A nobreza francesa possuía aproximadamente um quarto das terras do país e mantinha os mais altos cargos no governo e no exército. Muitos nobres recebiam presentes e pensões generosas do rei e tributos de camponeses que habitavam as suas terras. Alguns nobres possuíam extensos territórios na França, mas quase não pagavam impostos. Apesar de suas vidas luxuosas, os nobres invejavam o poder do rei.

O Terceiro Estado era constituído por três grupos: camponeses, trabalhadores urbanos e a classe média francesa. Os camponeses, que formavam a maior parte do Terceiro Estado, tinham que lutar constantemente pela sua sobrevivência. Apesar de possuírem aproximadamente metade das terras francesas, suas fazendas não comportavam a produção suficiente para o sustento de suas próprias famílias. Muitos camponeses não possuíam qualquer terra e trabalhavam como empregados diários em fazendas.

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A falta de tecnologia no cultivo foi um dos motivos da pobreza da classe camponesa. Outra razão foi a tributação. Já que o clero e os nobres franceses quase não pagavam impostos, o peso da tributação caía sobre os camponeses, que pagavam impostos para o rei e para a Igreja. Em algumas regiões da França, mais da metade da renda de uma família camponesa era utilizada para o pagamento de impostos.

Em 1789, os camponeses franceses manifestaram a sua insatisfação. Exigiram a adoção de um sistema de impostos mais justo, e o fim de impostos permanentes aos senhores feudais. A fraca colheita de 1788, seguida por um inverno severo, somou-se ao sofrimento e miséria dos camponeses.

Os outros membros do Terceiro Estado - a classe trabalhadora e a classe média - também estavam bastante insatisfeitos com o Antigo Regime. A classe trabalhadora foi afetada pela safra ruim de 1788, que resultou na elevação dos preços de alimentos nos mercados urbanos.

A classe média do Terceiro Estado, chamada de burguesia, era constituída por comerciantes, banqueiros, advogados, médicos, intelectuais e burocratas do governo. Diferente dos outros dois segmentos do Terceiro Estado, a burguesia possuía dinheiro e educação; contudo, não tinha o prestígio e a influência daqueles que nasciam nas famílias nobres francesas.

Muitos burgueses demonstravam grande interesse nas reformas sugeridas pelos pensadores iluministas. Os filósofos, que eram originários principalmente da classe média, questionaram a base do Antigo Regime, desafiando a monarquia, o clero e a nobreza, que eram os líderes naturais da sociedade francesa. Os pensadores iluministas haviam fomentado os ideais de igualdade e liberdade, que logo se tornaram forças poderosas na França.

A desigualdade social não era o único problema que a França enfrentava no século XVIII. O país também sofria com seu governo ineficiente e com impostos e leis que variavam de província a província, causando confusão e injustiça no país. Luís XVI, que assumiu o trono da França em 1774, fez pouco para melhorar o governo de seu país.

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Luís XVI

De todos os problemas da França, porém, o mais grave era a sua dívida. O governo francês estava à beira da falência no século XVIII. Luís XIV, que morreu em 1715, havia deixado enormes dívidas públicas. Guerras posteriores consumiram praticamente todo o restante do tesouro real francês.

Um dos graves problemas econômicos da França decorria do fato de que o rei não tinha a autoridade para tributar a classe alta. Luís XVI pediu ao Primeiro e Segundo Estado para que aceitassem um imposto sobre suas terras, mas eles se recusaram. A crise financeira que se seguiu levou à Revolução Francesa em 1789.

Crise e Revolta

Como os nobres franceses se recusaram a pagar impostos, o rei Luís XVI decidiu convocar uma reunião dos Estados Gerais. Esta assembleia de representantes dos Três Estados não se reunia desde 1614. O rei francês esperava que a Assembleia aprovasse o seu plano de tributação para o Primeiro e Segundo Estados franceses.

Os Generais do Estado se reuniram em Versalhes em 1789, mas não tomaram nenhuma medida, pois seus representantes não concordavam quanto ao modo de votação que deveria ser adotado. Tradicionalmente, cada um dos três Estados se reunia separadamente e votava como um grupo. Para que uma medida fosse aprovada, dois de três Estados tinham que concordar. Como a nobreza e o clero geralmente votavam da mesma forma, o Terceiro Estado nunca exercia um verdadeiro poder de decisão na França.

Numa reunião ocorrida no mês de maio, a maioria dos representantes do Terceiro Estado era burguesa. Os burgueses sugeriram que os três Estados se reunissem juntos, e que cada representante tivesse o direito de um voto. Como quase metade dos 1200 representantes da Assembleia era do Terceiro Estado, os burgueses acreditavam que teriam grande chance de instaurar uma verdadeira reforma na França.

Os representantes do Terceiro Estado decidiram forçar os Estados a se reunirem como um só corpo legislativo. Em 17 de junho de 1789, eles se declararam como Assembleia Nacional e convidaram os outros Estados a fazerem parte.

Seguindo o conselho dos nobres, Luís XVI ordenou que os três Estados continuassem a se reunir separadamente. Expulsos de sua sede de reuniões em Versalhes, os representantes do Terceiro Estado mudaram-se para o ginásio de tênis do palácio. Muitos membros do clero e alguns nobres os acompanharam. Desafiando o rei, eles exigiram uma constituição para a França e juraram não sair do local até que alcançassem seu objetivo.

Enfrentando forte oposição, o rei Luís XVI cedeu. Após uma semana, ele ordenou a toda a nobreza e o clero que se unissem ao Terceiro Estado na Assembleia Nacional. O reconhecimento do rei da Assembleia Nacional foi a primeira vitória para a burguesia. Não obstante, o rei Luís XVI, que não queria deixar transparecer o declínio de sua autoridade e poder, logo enviou 18.000 soldados a Versalhes.

A Tomada da Bastilha

O povo de Paris estava enfurecido devido à escassez de comida, ao desemprego, e aos altos preços. Agora, a população parisiense temia que os soldados do rei iriam esmagar a Assembleia Nacional e saquear a cidade.

Em 14 de julho de 1789, o povo de Paris reuniu-se ao redor da Bastilha - uma prisão de pedras que havia se tornado um odiado símbolo de opressão para os parisienses. Carregando armas e pólvora, a multidão adentrou o pátio da Bastilha. O comandante da prisão entrou em pânico e ordenou aos guardas que abrissem fogo. Aproximadamente 100 pessoas foram mortas antes que a multidão esmagasse os defensores da prisão e matasse o comandante. O comandante da Bastilha e o prefeito de Paris foram decapitados e suas cabeças foram presas em mastros e levados em uma passeata pelas ruas da cidade.

O ataque à Bastilha foi considerado uma grande vitória para o povo de Paris. A atitude audaz dos parisienses salvou a Assembleia Nacional. Hoje, o povo francês marca o 14 de julho como o Dia da Queda da Bastilha - dia de celebração nacional.

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Queda da Bastilha

O espírito de revolta avançou rapidamente de Paris para o interior da França. Rumores se espalharam de que os nobres estavam organizando grupos armados para matar camponeses e saquear suas propriedades. Um sentimento de desespero, chamado de o "Grande Medo", tomou conta do povo. Os camponeses começaram a expressar seu ódio, ocultado durante séculos, contra os nobres. Eles queimaram as casas dos senhores e destruíram registros de pagamento. A classe média e os fazendeiros também perderam suas casas e propriedades à medida que a violência foi se expandindo.

Grandes Reformas

O levante dos camponeses convenceu muitos nobres de que eles estavam em perigo. Muitos deles emigraram para outros países europeus, e ficaram conhecidos como émigrés. Os nobres que permaneceram na França perceberam que o Antigo Regime estava chegando ao fim. Eles participaram da Assembleia Nacional e relutantemente concordaram em desistir dos privilégios que suas famílias haviam mantido há centenas de anos.

Em 4 de agosto de 1789, a Assembleia Nacional anunciou o fim do feudalismo na França. A servidão foi banida, a Igreja não poderia mais coletar impostos, e nem a nobreza poderia exigir impostos, multas ou trabalho dos camponeses. Todos os cargos na Igreja, governo e exército estavam abertos a todos os cidadãos, independente de classe social.

Inspirada por ideias iluministas e pelo exemplo da Revolução Americana, a Assembleia Nacional decidiu estabelecer os direitos dos cidadãos franceses. Em 27 de agosto, lançou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, estabelecendo que o governo pertencia ao povo e que seu objetivo era preservar os "direitos naturais" de liberdade e igualdade.

No entanto, as ações da Assembleia Nacional não puderam evitar a inquietação da população pobre da cidade. Como forma de sustento, muitas mulheres parisienses trabalhavam na produção de chapéus e vestidos para as mulheres nobres. Como as famílias aristocratas haviam deixado a França, estas mulheres não mais conseguiam encontrar trabalho.

Em 5 de outubro de 1789, mulheres de Paris reuniram-se em massa para protestar contra a escassez de pão e os altos preços dos alimentos. Logo nas ruas ecoavam gritos como "Para Versalhes!". Milhares de mulheres e uma multidão de seguidores marcharam na chuva, armados com estacas e ferramentas. Eles tumultuaram o palácio e forçaram a família real a retornar a Paris sob ameaça de morte.

Desertado por muitos nobres, e sendo refém de seu próprio povo, Luís XVI não tinha escolha a não ser cooperar com a Assembleia Nacional. Pelos dois anos seguintes este corpo legislativo, controlado pela burguesia, continuou o trabalho de reforma, realizando grandes feitos em diversas áreas:

1. Os reformistas dividiram o país em departamentos governados por oficiais eleitos. Por todo o país, o sistema métrico tornou-se sistema padrão de pesos e medidas. A Assembleia também realizou mudanças na posse de terras. O governo tomou territórios da Igreja e dos nobres que haviam fugido do país. Grande parte destas terras foi vendida para os camponeses.

2. A Assembleia Nacional também tentou trazer a Igreja e o clero sob controle do Estado. Em 1790, estabeleceu-se a Constituição Civil do Clero. Esta lei declarava que bispos e padres deveriam ser eleitos por voto popular e pagos pelo governo.

3. Possivelmente a ação mais importante da Assembleia Nacional foi a adoção da Constituição de 1791. Este documento limitava o poder do rei e estabelecia um corpo eleito para criar leis, denominada de Assembleia Legislativa. Apenas homens que pagavam impostos poderiam votar num candidato à Assembleia. Tal medida impedia as mulheres e aproximadamente 30% de homens adultos na França de poderem votar. Para este período da História, contudo, a Constituição de 1791 foi generosa ao conceder o direito de voto a maioria dos homens.

Muitas mulheres que haviam participado da Revolução esperavam também por "igualdade". Estas mulheres queriam uma educação melhor para meninas, leis mais justas relacionadas ao casamento e divórcio, e o direito de participar de júris.

O Terror

A Constituição de 1791 marcou o fim do primeiro estágio da Revolução Francesa. A burguesia havia realizado muitas conquistas, tais como o fim dos privilégios especiais, a limitação dos poderes do rei e a chance de fazer parte do governo. Os camponeses também haviam se beneficiado. No entanto, grupos poderosos estavam descontentes com os acontecimentos de 1789-1791. Alguns achavam que as reformas na França haviam ido longe demais; outros acreditavam que as reformas não haviam sido suficientemente drásticas. A Revolução entrou em um segundo estágio marcado por muita violência que balançou a Europa.

Entre aqueles que achavam que a Revolução havia ido longe demais estavam os nobres, o rei e a rainha Maria Antonieta. Membro da família Habsburga da Áustria, Maria Antonieta fez planos para que a família real fugisse para os Países Baixos austríacos, onde o rei Luís XVI poderia unir-se a outros monarcas europeus com o intuito de reagir e esmagar a Revolução.

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Maria Antonieta

Luís XVI e sua família deixaram o palácio real na noite de 20 de junho de 1791. À medida que chegavam à costa da França, cidadãos locais os reconheciam. Guardas os prenderam e os forçaram a voltar para Paris. Ao chegarem à cidade, eles receberam um tratamento silencioso. O povo se recusou a tirar o chapéu e os soldados não saldaram o rei.

A tentativa de fuga da família real custou a Luís XVI o apoio de seus súditos. Muitos agora suspeitavam que o rei e a rainha planejavam ações reacionárias contra as recentes mudanças na França. Nos encontros públicos, o povo de Paris clamava por mudanças no governo.

À medida que a descrença do povo francês em relação ao rei aumentava, o poder dos revolucionários mais extremos crescia. Eram conhecidos como radicais - pessoas favoráveis a medidas drásticas, e que não queriam um rei, ainda que com poder limitado. Em vez disso, eles queriam que a França se tornasse uma república. Entre os radicais estavam assalariados e donos de pequenas lojas em Paris. Eles ficaram conhecidos como sans-culottes, pois os homens usavam calças longas ao invés das calças na altura do joelho usadas pelas classes altas.

O povo de Paris havia participado ativamente da Revolução ao invadir a Bastilha e marchar em direção a Versalhes. Mas os trabalhadores parisienses conquistaram menos benefícios do que a burguesia e os camponeses franceses. Os trabalhadores urbanos de Paris queriam mais representação no governo, melhores salários, preços mais baixos para os alimentos e o fim da escassez de comida.

Alguns membros da burguesia consideraram que as demandas dos radicais ameaçavam a propriedade privada e o controle burguês do governo. Porém, outros membros da burguesia se tornaram líderes dos radicais e da própria Revolução, passando a conduzir o movimento de uma forma mais violenta, causando um grande derramamento de sangue na Europa.

Guerra com Áustria e Prússia

Os eventos dos primeiros anos da Revolução causaram alvoroço pela Europa. Inicialmente, outros monarcas haviam aceitado o movimento, pois esperavam que isso fosse enfraquecer o poder da França. A prisão de Luís XVI, porém, fez com que os monarcas temessem que seu próprio povo iniciasse rebeliões similares contra eles.

Os revolucionários franceses também tinham motivos de preocupação. Eles temiam que a Áustria, governada pela família de Maria Antonieta, ajudasse os nobres émigrés numa contrarrevolução - um movimento para restaurar o antigo governo. Alguns radicais franceses acreditavam, portanto, que a França deveria agir primeiro e que uma guerra contra a Áustria poderia intimidar outros monarcas e disseminar os ideais de liberdade em outros países.

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Comuna de Paris

Em 20 de abril de 1792, a França declarou guerra contra a Áustria. A Prússia apoiou a Áustria, e os dois países invadiram a França. Ameaçaram destruir Paris caso os monarcas franceses fossem feridos. O povo francês revoltou-se, e uma multidão atacou o palácio real em 10 de agosto, matando centenas de guardas e serviçais. Um governo radical, a Comuna, tomou o poder e aprisionou o rei. A Comuna convocou eleições para a escolha de representantes para uma nova assembleia, que foi chamada de Convenção Nacional. Pela primeira vez, todos os adultos do sexo masculino tinham o direito de votar na França.

A Revolução em Crise

A declaração de guerra contra a Áustria demonstrou que a Revolução Francesa havia tomado um rumo radical. Seus líderes estavam ávidos para tomar medidas drásticas contra todos os seus inimigos.

A Convenção Nacional, recém-eleita, se reuniu pela primeira vez em setembro de 1792. Seu primeiro ato foi o de acabar com a monarquia e declarar a França uma república. Os membros radicais então decidiram que a família real era um perigo para a república. Eles acusaram Luís de trabalhar com os nobres e agentes estrangeiros. A Convenção sentenciou Luís XVI à morte: ele foi mandado à guilhotina em 21 de janeiro de 1793. No mesmo ano, a rainha francesa Maria Antonieta também foi decapitada.

A guerra eclodiu tanto dentro como fora do país. Os exércitos franceses recuperaram-se de derrotas anteriores, forçando os invasores da Áustria e Prússia a se retirarem do país. Tropas francesas então marcharam para os Países Baixos austríacos. Alarmados com a força surpreendente do exército francês, os monarcas e aristocratas europeus uniram-se e a Grã-Bretanha e a Espanha tornaram-se aliadas da Áustria e Prússia. Os revolucionários franceses agora se encontravam em guerra com quase toda a Europa.

Por volta da primavera de 1793, a nova república francesa estava em estado de crise. Tropas estrangeiras haviam invadido a França e estavam marchando em direção a Paris. Os preços dos alimentos elevaram-se, e a população faminta saqueou as lojas. Na França ocidental, o clero e os nobres lideraram um movimento de contrarrevolução.

Desentendimentos violentos também emergiram dentro da Convenção Nacional. O grupo mais radical dos revolucionários estava sediado em Paris e formado por um clube político chamado de Jacobinos. Dois dos mais importantes jacobinos foram Georges Danton e Maximilien Robespierre, ambos advogados. Os membros mais moderados da Convenção eram chamados de Girondinos. Seus seguidores eram, em sua maioria, pessoas das províncias de fora de Paris. Os líderes dos grupos jacobinos e girondinos eram em sua maioria da burguesia.

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Georges Danton e Maximilien Robespierre

Os jacobinos aproveitaram-se da crise na França para se livrarem de seus oponentes. Unindo forças com os pobres parisienses, os jacobinos prenderam líderes girondinos e estabeleceram o Comitê de Salvação Pública. Este grupo, com aproximadamente uma dúzia de homens, mantinha em suas mãos um poder quase ilimitado para lidar com a situação desesperadora da França.

Um dos problemas mais urgentes para o Comitê foi a alimentação do povo faminto de Paris. O governo fixou os preços de certos alimentos e racionalizou o pão. O Comitê também tinha que solucionar outros dois desafios: expulsar as tropas inimigas e proteger o governo de seus oponentes internos na França.

Em agosto de 1793, o Comitê apelou a toda a nação por ajuda na guerra. Pela primeira vez na história europeia, foram recrutados todos os homens fisicamente capazes para o serviço militar. O novo exército francês, constituído por um milhão de homens, foi o maior exército da história mundial. O exército era unido pela lealdade à república e liderado por jovens ambiciosos generais. Os soldados marchavam para a guerra gritando a frase "Liberdade, igualdade, fraternidade". Eles cantavam orgulhosamente "A Marselhesa", a canção da Revolução, que é hoje o hino nacional francês.

O Reinado do Terror

Os esforços do governo contra seus oponentes internos na França deram início a um dos mais notórios episódios da Revolução Francesa. Robespierre, o líder do Comitê de Salvação Pública, estava certo de que tudo o que fazia era para o bem da França. Ele odiava o Antigo Regime, e queria criar uma nova e melhorada sociedade, na qual todas as pessoas seriam livres, tratadas com igualdade e alfabetizadas. No entanto, Robespierre foi cruel ao perseguir seus objetivos, e tornou-se um tirano.

Em sua tentativa de proteger a república, Robespierre deu início ao chamado Reinado do Terror - um programa brutal para silenciar as pessoas que criticavam o governo. Robespierre estabeleceu uma corte para aprisionar e ouvir os casos de inimigos da república. Entre setembro de 1793 e julho de 1794, pelo menos 20.000 pessoas (possivelmente 40.000) foram consideradas culpadas e assim, executadas. Muitas outras foram aprisionadas.

Entre as vítimas do Reinado do Terror estavam membros do clero, aristocratas e pessoas comuns - qualquer um que ousasse discordar dos jacobinos. Aqueles que eram levados a julgamento não tinham a oportunidade de se defender, e a maioria dos julgamentos era uma perversão da justiça. Execuções em massa ocorriam no interior do país. Em Paris, prisioneiros condenados eram levados à praça pública, onde eram guilhotinados. Multidões vinham às praças para assistir às execuções e gritar insultos às vítimas. Quando uma pessoa famosa chegava à guilhotina, o povo deixava seus trabalhos para assistir ao macabro espetáculo.

Quando o Reinado do Terror começou a custar mais e mais vidas, o povo começou a questionar a sua prática. Nem mesmo os colegas de Robespierre se sentiam seguros. Danton e outros políticos foram executados, em 1794, por tentar impedir o Terror. Sentindo que poderiam ser os próximos a serem levados à guilhotina, membros da Convenção Nacional planejaram a prisão de Robespierre em 27 de julho de 1794. No dia seguinte, Robespierre e seus seguidores encontraram o destino que haviam reservado às suas vítimas: foram decapitados.

A morte de Robespierre permitiu que os moderados tomassem o poder novamente. Os moderados eram, em sua maioria, membros da burguesia. Eles não queriam que a monarquia fosse restaurada, mas também não desejavam que o povo tivesse poder político. Os moderados desejavam desfazer algumas das reformas mais radicais da Revolução. Aboliram o controle de preços e limitaram o direito de voto apenas para aqueles que pagavam impostos.

Uma nova Constituição, adotada em 1795, estabeleceu uma república chefiada por cinco homens, chamada de Diretório. Mais uma vez, apenas aqueles que tinham propriedades eram autorizados a votar, e os cinco diretores esmagaram revoltas tanto dos radicas sans-culottes como daqueles que apoiavam a monarquia. Porém, o Diretório provou ser um governo fraco, não conseguindo combater a inflação na França e fazendo crescer a insatisfação do povo. A queda do Diretório, em 1799, marcou o fim da Revolução Francesa.

Os Resultados da Revolução Francesa

A Revolução Francesa mudou radicalmente a sociedade do país. O Antigo Regime foi abolido, a monarquia absolutista chegou ao fim e a Igreja e a nobreza perderam seus privilégios especiais. O declínio dos nobres ajudou a ascensão da burguesia, que logo passou a controlar o governo francês.

Os efeitos da Revolução foram sentidos também fora da França. Os ideais de liberdade e direitos individuais, expressados na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, foram repetidos por reformistas na América Latina e em outros territórios. A Revolução também introduziu um novo estilo de combate: outros países europeus seguiram o exemplo francês ao convocar todo o povo para combater e ajudar nos esforços de guerra. A Revolução promoveu o espírito de nacionalidade - devoção profunda ao seu país. Com o passar do tempo, o nacionalismo espalhou-se além da Europa.

  • Aulas relacionadas

Por que o clero e à nobreza estavam certos de que teriam o controle na assembleia de convocação dos Estados Gerais?

c) Na Assembleia dos Estados Gerais, cada estado tinha direito a um voto. Portanto, clero e nobreza reunidos tinham dois votos contra apenas um do Terceiro Estado. Por isso, o clero e a nobreza estavam certos de que teriam o controle da situação.

O que queriam a nobreza e o clero com a convocação dos Estados Gerais?

A Revolta Aristocrática: Nobreza e clero revoltaram-se em 1987 e convenceram o rei Luís XVI a convocar a Assembléia dos Estados Gerais. O objetivo era obrigar o Terceiro Estado a assumir os estatutos que a nobreza e o clero não queriam pagar.

Qual era o objetivo da convocação da Assembleia dos Estados Gerais?

O rei Luis XVI convocou a Assembleia dos Estados-gerais em julho de 1788. Tal instituição, que não se reunia desde 1614, era composta de representantes dos três estados, e era convocada especificamente para resolver os problemas financeiros da França.

Quais eram os privilégios da nobreza e do clero?

O clero sempre usufruiu de diversos privilégios (cujos limites eram mal estabelecidos), entre os quais o direito ao assento nas Cortes, o de os seus membros não serem sujeitos a julgamento em tribunais comuns, a isenção do serviço militar, apesar de ter havido várias situações (na Reconquista e durante a Guerra da ...