Quais as funções do fígado que não está relacionadas ao sistema digestório?

Quais as funções do fígado que não está relacionadas ao sistema digestório?

Composto por milhões de células, o fígado é considerado um dos órgãos mais importantes do sistema digestivo, já que é responsável, principalmente, por metabolizar e armazenar nutrientes do organismo. Pesa em torno de 1.300 a 1500 gramas no homem e um pouco menos, cerca de 200 gramas nas mulheres.

  • As principais funções do fígado são:
    • Hepatite B
    • Hepatite C

As principais funções do fígado são:

  • produção da bile;
  • síntese do colesterol;
  • armazenamento e liberação da glicose;
  • desintoxicação do organismo;
  • transformação de amônia em ureia;
  • processamento de drogas e hormônios;
  • metabolismo das proteínas;
  • destruição das células sanguíneas desgastadas e bactérias, entre outras.

Localizado na parte superior direita do abdômen, é um órgão vital, pois o ser humano não pode sobreviver sem ele.

E, apesar de ter uma ótima capacidade de recuperação, algumas doenças podem provocar insuficiência hepática, levando o paciente ao óbito. Nestes casos, pode ser que haja a indicação médica para ser feito o transplante de fígado.

A principal causa da necessidade de transplante é a cirrose hepática, que provoca um dano irreversível das células do fígado. A doença acontece quando a anatomia normal do órgão é substituída por tecido de cicatrização, o que deteriora sua função. Ela pode ser causada por diversos motivos: hepatite B, hepatite C, hepatite autoimune, álcool, cirrose biliar primária, colangite esclerosante e cirrose biliar secundária.

Hepatite B

A hepatite B, por exemplo, é causada pelo vírus B, conhecido como VHB. Ao entrar no nosso organismo, o vírus ataca as células do fígado, e se multiplica, provocando a inflamação do órgão.

Ao ser contaminado, por meio do sangue, da saliva, do sêmen e das secreções vaginais, o indivíduo pode desenvolver a hepatite aguda, a hepatite crônica, e a hepatite fulminante - que é a forma mais grave da doença e pode levar ao óbito rapidamente.

Hepatite C

Por sua vez, a hepatite C é uma doença viral, que também causa a inflamação do fígado. O problema é que, na maioria das vezes, não há sintomas e o paciente não percebe o problema no organismo. Seu vírus, o VHC, pode ser transmitido principalmente por sangue contaminado.

Contato sexual, via perinatal, de mãe para filho, compartilhamento de seringas ou de instrumentos na manicure, pedicure e piercings também são formas importantes de transmissão da doença.

Portanto, há várias doenças que podem causar deterioração do fígado e levar à necessidade de transplante. É sempre importante cuidar da saúde, ter hábitos saudáveis e fazer exames de rotina, para detectar possíveis problemas precocemente.

Confira também, nosso vídeo sobre o tema:

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O que é o fígado?

O fígado é um órgão vital, sem o qual não é possível sobreviver. Além de ser o maior órgão sólido e a maior glândula do corpo, ele também é responsável por centenas de funções no nosso organismo.

O fígado é um grande órgão maciço, com aproximadamente 20 cm de diâmetro, 17 cm de altura e peso médio de 1.4 quilo, localizado no quadrante superior direito da cavidade abdominal, logo abaixo do diafragma.

O seu suprimento sanguíneo é feito por duas vias, pela artéria hepática (20-40%) e pela veia porta (60-80%). O fígado é um órgão tão vascularizado que chega a receber 1.5 litro de sangue por minuto.

Uma das suas mais interessantes caraterísticas é a incrível eficiência para se regenerar, sendo ele capaz de retornar ao tamanho normal mesmo após ter mais de 50% do seu volume retirado cirurgicamente.

O fígado é uma complexa fábrica orgânica, com centenas de funções, entre as mais importantes, remover toxinas do sangue e processar alimentos vindos dos intestinos.

Funções do fígado

As células do fígado, chamadas hepatócitos, contêm milhares de enzimas que são responsáveis pela metabolização das substâncias presentes no sangue, sejam elas benéficas ou prejudiciais ao nosso organismo. O fígado também é capaz de armazenar nutrientes e outras substâncias úteis, além de produzir proteínas e vitaminas essenciais para nossa saúde.

A ciência já conhece mais de 500 funções do fígado, vamos falar resumidamente das principias:

Metabolização dos nutrientes digeridos

O processo de digestão consiste na quebra dos nutrientes em moléculas cada vez menores, até o ponto delas poderem ser absorvidas pela mucosa dos intestinos e depois lançadas na circulação sanguínea.

Toda a circulação sanguínea do trato digestivo drena em direção à veia porta, de forma que nenhum nutriente ou substância ingerida consiga chegar ao resto do organismo sem antes passar pelo fígado.

Este processo é de suma importância, pois é o fígado quem controla quanto, qual, em que forma cada substância originada da alimentação passará para o resto do corpo. Exemplos:

a. Gorduras

O processo de digestão quebras as gorduras em moléculas pequenas, chamadas ácidos graxos e glicerol. São estas as moléculas absorvidas pelos intestinos e lançadas em direção à veia porta. No fígado essa gordura é transformada em diversas substâncias, como fosfolipídios ou colesterol, que são essenciais na produção de nossas células.

O fígado também usa as gorduras para sintetizar lipoproteínas, como o HDL, VLDL, e LDL, que são as moléculas responsáveis pelo transporte de colesterol pelo sangue (leia: COLESTEROL HDL | COLESTEROL LDL | TRIGLICERÍDEOS).

Quais as funções do fígado que não está relacionadas ao sistema digestório?

O fígado também é quem determina se a gordura ingerida será usada para gerar energia ou será armazenada. Se o indivíduo consome gorduras em excesso, o fígado transforma o glicerol e o ácido graxo em triglicerídeos, armazenando-os no tecido subcutâneo, criando camadas de tecido adiposo (os famosos pneuzinhos). De forma oposta, se o corpo precisar de fontes extras de energia, o tecido adiposo quebra os triglicerídeos novamente em glicerol e o ácido graxo, enviando-os de volta para o fígado para que eles possam ficar disponíveis como fonte de energia para as células (leia: O QUE SÃO OS TRIGLICERÍDEOS?).

b. Proteínas

O processo de digestão quebra as proteínas ingeridas em moléculas chamadas aminoácidos. O fígado é o órgão que decide o destino destes aminoácidos, podendo utilizá-los como:

  • fonte para produção de proteínas essenciais para o organismo, como albumina, globulinas, lipoproteínas, fatores da coagulação, etc;
  • fonte para formação de massa muscular;
  • fonte para produção de gordura, pois, caso necessário, o fígado consegue transformar aminoácidos em triglicerídeos, num processo chamado lipogênese;
  • fonte para produção de glicose, em um processo chamado gliconeogênese.

Pacientes com doenças graves do fígado apresentam níveis baixos de proteínas no sangue, principalmente albumina. A perda de massa muscular também é comum devido à perda de capacidade de lidar com os aminoácidos recebidos da alimentação. A deficiência de fatores da coagulação faz com que estes pacientes apresentem maior risco de sangramentos.

A digestão das proteínas produz aminoácidos, mas também gera a amônia, uma substância tóxica para o organismo. O fígado é o responsável pela metabolização da amônia, transformando-a em ureia, uma substância infinitamente menos tóxica. Pacientes com cirrose e falência hepática perdem a capacidade de metabolizar a amônia, fazendo com que a mesma se acumule no corpo, levando à chamada encefalopatia hepática, um processo de intoxicação dos neurônios.

Leia também: O QUE SÃO PROTEÍNAS E AMINOÁCIDOS?

c. Glicose

Os carboidratos ingeridos são transformados em moléculas de glicose, que é a principal fonte de energia das células. Quando chega uma grande quantidade de glicose ao fígado, ele libera uma parte em direção à circulação sanguínea e armazena outra sob a forma de glicogênio, para que esta possa ser usada como fonte de energia nos períodos de jejum ou atividade física. Se o fígado já está cheio de glicogênio, mas o indivíduo continua ingerindo carboidratos em excesso, o mesmo passa a ser transformado em triglicerídeos (lipogênese), sendo enviado para os tecidos subcutâneos. É por isso que comer muito carboidrato engorda.

Pacientes com grave doença hepática podem apresentar hipoglicemias, pois o fígado já não consegue armazenar glicose na forma de glicogênio, fazendo com que o paciente não tenha reservas de glicose facilmente disponíveis nos períodos de jejum.

Metabolização de substâncias tóxicas

Assim como os nutrientes, qualquer outra substância ingerida também passará pelo fígado antes de chegar ao resto do organismo, incluindo remédios, drogas, toxinas ambientais e álcool.

Os hepatócitos são ricos em citocromo P450, o nome dado a uma família de enzimas que têm a capacidade de metabolizar, inativar e facilitar a eliminação pelos rins de diversas substâncias.

O exemplo mais famoso do processo de desintoxicação realizado pelo fígado é a metabolização de bebidas alcoólicas. O álcool é uma substância extremamente tóxica,  mas que até certo ponto pode ser consumida, pois o fígado tem a capacidade de transformá-lo em ácido acético, uma metabólito muito menos tóxico e facilmente eliminado pelos rins através da urina. Se você quiser informações mais detalhadas sobre esse processo de metabolização do álcool pelo fígado, leia: O QUE É A RESSACA?

O fígado também é capaz de desativar substâncias produzidas pelo próprio corpo, como hormônios, impedindo que haja excesso dos mesmos circulando pelo sangue.

Pacientes com doenças hepática devem evitar álcool e determinados medicamentos, pois o fígado já não será mais capaz de metabolizá-los adequadamente.

Produção de bile

Nossas hemácias (glóbulos vermelhos) são células que têm uma vida média de 120 dias. Quando ficam velhas, elas são levadas para o baço, onde são destruídas. Um dos produtos liberados neste processo é a bilirrubina, um pigmento amarelo-esverdeado. A bilirrubina produzida no baço não é solúvel em água e, portanto, não pode ser eliminada pelos rins, cabendo ao fígado este papel.

A bilirrubina é metabolizada no fígado e acrescentada a bile, uma substância que auxilia na digestão de gorduras. A bile produzida pelo fígado é parte armazenada na vesícula biliar e parte liberada no intestino, para facilitar o processo de digestão. A presença da bilirrubina na bile é a responsável pela cor marrom das fezes. Pacientes com doenças no fígado ou nas vias biliares que impeçam a drenagem de bile para os intestinos apresentam problemas de digestão de gorduras e fezes esbranquiçadas.

Se o fígado perder a capacidade de metabolizar e excretar a bilirrubina, a mesma se acumula no sangue e acaba se depositando na pele, tornando-a amarelada, um sinal que chamamos de icterícia (leia: ICTERÍCIA | Neonatal e adulto).

Produção de substâncias essenciais ao organismo

Além da produção de proteínas importantes, como albumina e fatores da coagulação, já explicados acima, o fígado também é capaz de produzir, metabolizar e armazenar uma grande diversidade de outras substâncias, como vitaminas e ferro.

Destruição de bactérias e outros germes.

O fígado possui células de defesas, chamadas células de Kupffer, capazes de eliminar germes e fragmentos de células mortas que passem pelo fígado.


Referências

  • Regeneration of the Liver – Colorado State University.
  • The Liver and Biliary System: Introduction and Index – Colorado State University.
  • Physiology, Liver – StatPearls.
  • Physiological Functions of the Liver – Comprehensive Human Physiology.
  • Zakim and Boyer’s Hepatology 7th Edition. A Textbook of Liver Disease; 2017.
  • Sleisenger and Fordtran’s Gastrointestinal and Liver Disease: Pathophysiology, Diagnosis, Management. 10th ed. Philadelphia, Pa.: Saunders Elsevier; 2016.
  • Goldman L, et al., eds. Approach to the patient with liver disease. In: Goldman- Cecil Medicine. 25th ed. Philadelphia, Pa.: Saunders Elsevier; 2016.

Quais as funções do fígado que não está relacionadas ao sistema digestório?

Médico graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com títulos de especialista em Medicina Interna e Nefrologia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), Universidade do Porto e pelo Colégio de Especialidade de Nefrologia de Portugal.

Qual a função do fígado que não está relacionada ao sistema digestório?

Com a liberação do ferro na corrente sanguínea a medula óssea realiza a produção de mais glóbulos vermelhos. Essa é uma das funções do fígado que não está relacionada ao sistema digestório de forma direta.

Quais as funções fígado no S Digestorio?

Funções do fígado Esse órgão é considerado uma região de conexão entre o sistema digestório e o sangue, sendo onde os nutrientes absorvidos no trato digestório são processados e armazenados para, posteriormente, serem distribuídos para outros órgãos.

Quais as funções do fígado que não estão relacionadas ao sistema digestório Brainly?

Além das suas funções metabólicas, temos a destruição de hemácias, formação de glicogênio, degradação de diversos substratos, formação de enzimas, proteínas e fatores de coagulação, entre outras, como a hematopoiese fetal ou em casos de anemia severa.

Quantas funções tem o fígado?

Da filtragem de microorganismos à desintoxicação do corpo, são múltiplas as funções do fígado. O fígado leva a culpa de todos os exageros que cometemos pela vida afora.