O carvão mineral é um combustível fóssil, formado a partir da decomposição, por milhões de anos, de vegetais que sofreram soterramento e se compactaram em bacias pouco profundas. Em razão da sua natureza, pode ser encontrado em todos os continentes, sendo uma das principais fontes na matriz energética mundial. Conforme a International Energy Agency (IEA), o carvão mineral responde por um terço da energia gerada no mundo e por 41% da oferta global de energia elétrica, apresentando tendência de estabilidade nessa posição nas próximas décadas. Show As reservas mundiais provadas somam 1,13 trilhão de toneladas, concentradas em sua maioria em cinco países: Estados Unidos (22,1%), China (21,4%), Rússia (14,1%), Austrália (12,7%) e Índia (8,3%) (BP Statistical Review of World Energy 2017). No cenário brasileiro, o Rio Grande do Sul se destaca, com quase 90% das reservas. Em relação à produção, em 2015, foram beneficiadas globalmente 7,7 bilhões de toneladas, e os cinco maiores produtores foram China (46,11%), Estados Unidos (10,5%), Índia (8,8%), Austrália (6,6%), Indonésia (5,8%) e Rússia (4,5%) (IEA). Em que pese o aumento das fontes renováveis na matriz energética mundial, por conta do esforço internacional na redução das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), o carvão mineral ainda permanecerá como uma fonte importante e segura no provimento de energia. Segundo dados de 2013, as reservas mundiais provadas teriam vida útil de 109 anos (DPNM). Por ser o combustível que mais contribui para emissão dos GEE (45,9%), são cada vez maiores os investimentos em tecnologias que permitam o aproveitamento do carvão com redução dos seus impactos ambientais e maior eficiência (as chamadas clean coal technologies). No mesmo sentido, ampliaram-se as possibilidades de uso do carvão mineral por meio do desenvolvimento da carboquímica – gaseificação do carvão e transformação em insumos químicos. A China e outros países com menor protagonismo têm investido recentemente nesse processo. Conforme estudo da consultoria Nexant, somente a China possui 86% da capacidade mundial de gaseificação de carvão, o que corresponde a 200 milhões toneladas ao ano. O mesmo estudo apresenta projeções de ampliação da capacidade instalada mundial até 2019 para 300 milhões toneladas ano. O Brasil detém 0,6% das reservas mundiais comprovadas de carvão mineral e responde por apenas 0,1% do beneficiamento desse combustível (BP Statistical Review of World Energy 2017). Internamente, a fonte carvão mineral responde por 5,5% da matriz de energia e 2,9% da matriz de energia elétrica brasileira (EPE). Em capacidade instalada, projeta-se para a próxima década que o carvão mineral terá 3,9 GW (MME). As reservas brasileiras comprovadas, 7 bilhões de toneladas, concentram-se majoritariamente no Rio Grande do Sul, com 89,25% (seguido por Santa Catarina, com 10,41%). Conforme dados da Secretaria de Minas e Energia, o Rio Grande do Sul possui 28,9 bilhões de toneladas, somando-se as reservas comprovadas com as estimadas. Atualmente, o Estado tem capacidade instalada de 880 MW, com potencial para chegar a 8,1 GW. O Estado possui duas mineradoras, a Copelmi Mineração Ltda e a Companhia Riograndense de Mineração (CRM), responsáveis pela extração de 5.476.284 toneladas no ano passado, das quais foram beneficiadas 4.034.254 toneladas. Entre as 13 usinas termelétricas brasileiras movidas a carvão mineral, quatro ficam no RS e respondem por 26,2% da capacidade instalada. Estão em planejamento quatro novas usinas, com capacidade futura de 975,2 MW.Tendo como diretrizes o aproveitamento das reservas de carvão mineral existentes no Estado, gerando riqueza e empregos, a ampliação da oferta interna de energia e o aumento da segurança do sistema, o Governo do Estado, em parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) e com o Sindicato Nacional da Indústria de Extração de Carvão (SNIEC), tem direcionado esforços para instalação do primeiro Polo Carboquímico do país, por meio de lei aprovada em 2017, que garante segurança jurídica a novos investimentos. O polo visa aproveitar as reservas de carvão para produção de Gás Natural Sintético (GNS), metanol e produtos derivados, como amônia e ureia. O Polo Carboquímico do Rio Grande do Sul é formado pelo Complexo Carboquímico Baixo Jacuí e pelo Complexo Carboquímico da Campanha. Para tanto, foi constituída uma política interna de atração de investimentos no setor e suporte à instalação de projetos em áreas próximas às minas de carvão. Por meio da Secretaria de Minas e Energia (SME) e da Secretaria do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sdect), o Governo do Estado estabeleceu canais de acompanhamento dos processos de licenciamento ambiental e dispõe de incentivos tributários. Além disso, conta com três instituições públicas – Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul), Banco Regional de Desenvolvimento (BRDE) e a agência de fomento Badesul Desenvolvimento – que podem contribuir na viabilização financeira de projetos. Com o desenvolvimento da cadeia carboquímica, pretende-se prover o Rio Grande do Sul com GNS e produtos derivados, que poderão servir de insumo para a indústria e a agricultura, além abastecer os mercados brasileiro e sul americano. A gaseificação do carvão mineral surge como oferta alternativa ao Gás Natural atualmente importado pelo país. Oportunidades do Setor
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O Brasil possui reservas de turfa, linhito e hulha. A hulha totaliza 32 bilhões de toneladas de reservas e está sobretudo no Rio Grande do Sul (89,25% do total), vindo a seguir Santa Catarina (10,41%).
Quais são os principais estados produtores de carvão no Brasil?O Estado de Mato Grosso do Sul foi o principal produtor, com 359,3 mil toneladas, seguido do Maranhão, com 339,7 mil toneladas, de Minas Gerais, com 156,5 mil toneladas, e do Piauí, com 137,7 mil toneladas.
Onde se concentram as reservas de carvão mineral?Os Estados Unidos, a Rússia e a China concentram aproximadamente 60% das reservas mundiais, sendo os Estados Unidos o que concentra o maior número de reservas, cerca de 28,6%.
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