Quais foram os fatores que levaram ao surgimento do Renascimento da península italiana?

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O período do Renascimento, ou Renascença Italiana se passou na Europa entre os séculos XIV e XVI. Pode-se dizer que foi um período transitório entre a Idade Média e a Idade Moderna do qual foi marcado por importantes mudanças no pensamento socio-cultural, refletidos na economia, política e religião. Jacob Burckhardt, em seu livro "A Cultura do Renascimento na Itália", escrito em 1867, define claramente o termo "Renascença", como entendemos hoje. Trata-se de um período de "descoberta do mundo e do homem". A volta aos paradigmas da Antiguidade Clássica, que trazia como ideal o humanismo e o naturalismo, foram os principais fios condutores de todo um período de reflorescência empírica e científica de uma época.

Quais foram os fatores que levaram ao surgimento do Renascimento da península italiana?

Mona Lisa, pintura de Leonardo da Vinci, 1506.

Toscana, entre as cidades de Siena e Florença, foi onde o Renascimento se originou, proliferando-se mais tarde por toda a Europa. Grandes transformações ocorreram na cidade de Roma, o que originou o surgimento de importantes nomes na literatura, arquitetura, bem como nas artes plásticas. Esta, que por sua vez foi marcada pela busca do belo, trazia em seus parâmetros de perfeição o estudo de anatomia, simetria e proporção das figuras.

Destacam-se alguns desses grandiosos nomes que marcaram a história das artes, com seus retratos, pinturas, esculturas e arquiteturas dignas de caráter divinal, artistas como Leonardo Da Vinci, Michelangelo, Rafael, Donatello, BrunelleschiBotticelli, podendo ser dito que foram um dos maiores representantes do movimento renascentista.

Leonardo da Vinci é o que se pode ter como referência de um homem Renascentista. De uma personalidade inquieta, ele não se contentava em dedicar-se apenas a uma área. Pintura, escultura, engenharia, matemática, poesia, música e ciência o fascinavam. Suas pinturas são conhecidas mundialmente e nenhuma outra obra de qualquer outro artista até os tempos de hoje foram tão reproduzidas quanto “Monalisa” e “Última Ceia”. Suas obras são passíveis de interpretações, pois em cada uma delas é possível identificar uma infinidade de detalhes que, certamente não foram criados ao acaso. Dominou com exímio a técnica de luz e sombra, usando pinceladas certeiras capazes de iludir qualquer observador mais atento.

Leonardo é considerado por muitos estudiosos como um dos maiores gênios já existentes no mundo, levando em consideração a diversidade de suas criações, a contribuição que deixou para seus contemporâneos e o seu QI, avaliado em 180 em um estudo realizado no ano de 1926, sendo que a partir de 140 a pessoa já pode ser considerada gênio.

Michelangelo por sua vez também foi bastante destacado, pois produziu obras de arte por mais de setenta anos entre seus mecenas que iam desde membros da família Médici a papas romanos. Passou os anos entre 1508 a 1512 se dedicando a pintar o teto da Capela Sistina usando temas do Antigo Testamento, da qual lhe rendeu extremo trabalho. David, Baco e La Pietá estão dentre as esculturas de maior sucesso mundial, o que lhe rendeu o codinome de O Divino mesmo quando ainda era vivo.

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  • Alta Renascença

Bibliografia:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Renascimento
http://www.itaucultural.org.br/aplicExternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=termos_texto&cd_verbete=3637&cd_idioma=28555&cd_item=8
https://web.archive.org/web/20110907140514/http://www.historiadaarte.com.br:80/renascimento.html

Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/artes/renascimento-italiano/

  • O que é Renascimento?

Por Renascimento Cultural entende-se uma atmosfera de eferverscência artística e intelectual de caráter urbano que se fez presente na Europa, sobretudo na região da Península Itálica (atual Itália), dos Países Baixos (atual Holanda) e outras regiões do norte europeu entre os séculos XV e XVI. Essa atmosfera cultural frequentemente foi identificada como uma ruptura extrema com a tradição medieval cristã e um retorno puro e simples à tradição greco-romana. No entanto, isso não é bem verdade.
 

  • O que “renasceu” no Renascimento?

O Renascimento, em seu âmbito cultural, ocorreu em meio urbano, acompanhando o também chamado “Renascimento Comercial” europeu. Cidades italianas como Pisa, Gênova e Veneza (famosas por causa de seus portos marítimos) passaram, a partir do século XIV, a ter um grande protagonismo no fluxo comercial do Mar Mediterrâneo. Nessa época, os muçulmanos, que controlaram durante muito tempo o comércio no Mediterrâneo, já haviam sido combatidos pelas Cruzadas, o que provocou uma abertura comercial maior no sul europeu. As cidades, conhecidas também como burgos, tiveram que ser ampliadas para acomodar um grande número de pessoas, que vinham de todo o Velho Mundo, em especial do Oriente.

Muitos elementos da tradição clássica, como poesia, textos científicos antigos, textos de teatro, técnicas de artes plásticas e de arquitetura, eram preservados por intelectuais que viviam nos arredores de Constantinopla – que até 1453 foi o centro do Império Bizantino, herdeiro da tradição clássica greco-romana e que estava localizado na Anatólia (atual Turquia), a meio caminho entre a Ásia e a Europa ocidental. O aumento do fluxo comercial e o crescimento da estrutura urbana nas cidades italianas passaram a atrair muitos intelectuais e artistas bizantinos. Aos poucos, as heranças culturais cristãs da Idade Média, como o gótico cristão, passaram a se mesclar com essa tradição bizantina.

No caso do Renascimento no Norte, ocorrido na Holanda e em alguns principados alemães, o impulso foi semelhante ao que ocorrera no Mediterrâneo: o fluxo comercial do Mar do Norte e do Mar Báltico, organizado em torno da Liga Hanseática. Artistas como os irmãos Van Eyck e Albrecht Dürer e intelectuais como Erasmo de Rotterdã estavam vinculados à vida urbana do norte da Europa.

O que “renasceu” no período do Renascimento, portanto, não foi a cultura clássica pagã pura e simplesmente. O que renasceu foi a cultura urbana, a cultura ligada às cidades, com amplo comércio, vida intelectual e apreciação artística, como ocorria nas cidades-Estado da Antiguidade Clássica. Contudo, o Renascimento não rompeu com o cristianismo; ao contrário, o resgate dos elementos da cultura clássica deu mais vigor à tradição cristã.
 

  • Artes plásticas

A arte da Renascença, tanto na Itália quanto no norte europeu, teve grande parte de seus modelos na Idade Média., em especial na pintura produzida por Giotto di Bondone e Fra Angelico e nos escultores do século XIII. Aquele que é considerado o precursor da pintura com noções claras de profundidade e proporção geométrica – características centrais da pintura renascentista – foi Piero della Francesca. No século XVI, os grandes nomes das artes plásticas italiana foram Leonardo da Vinci, Michelangelo Buonarroti e Rafael Sanzio. Outros vieram mais tarde, como Caravaggio e Tintoretto (italianos), El Greco (grego radicado na Espanha), Velázquez (espanhol) e Rembrandt (holandês) – esses dois últimos já identificados com a escola do Barroco.

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Os temas abordados por esses artistas variavam entre os clássicos e os cristãos. A Igreja Católica era um dos grandes financiadores desses artistas, assim como outros mecenas (termo que remonta ao patrocinador de artistas da época do imperador Augusto, Caio Mecenas), como os membros da família Médici – sendo Cosme de Médici o mais famoso entre eles.
 

  • Literatura e filosofia

No campo das letras, pensamento político e filosófico, bem como das artes cênicas, o Renascimento é saturado de exemplos. Três nomes são importantíssimos para se entender o desenvolvimento da literatura renascentista: Francesco Petrarca, Giovanni Boccaccio e Dante Alighieri. Foram esses três literatos que deram a base para o tipo de literatura escrita em vernáculo (isto é, na língua comum a cada povo que estava se formando na Europa daquela época). Francisco Sá de Miranda e Luís de Camões, em Portugal, consolidaram por meio de suas obras a língua portuguesa. Cervantes e Calderón de la Barca, o espanhol. Shakespeare e Chistopher Marlowe, o inglês, etc.

No campo da filosofia houve grandes reflexões sobre política e teologia na obra de autores como Thomas Hobbes e Thomas Morus, na Inglaterra; Maquiavel, na Itália; e Jean Bodin, na França. Esse autores contribuíram para a reflexão sobre o Estado Moderno. Bodin, por exemplo, é considerado o pai intelectual do Absolutismo Monárquico.

Outras reflexões filosóficas tiveram como preocupação central o Humanismo, isto é, um tipo de reflexão sobre a natureza humana e seus problemas diante do mundo e de Deus. Erasmo de Rotterdan e Michel de Montaigne estão entre os principais autores dessa corrente. O Humanismo pode ser constatado nas obras de literatos e dramaturgos do período também, como os citados acima.
 

  • Ciência

Foi também no período do Renascimento que houve o desenvolvimento dos principais traços da ciência moderna, como a prática da anatomia – com o estudo de cadáveres – e a observação astronômica. A moderna física começou com estudiosos que passaram a se valer de instrumentos para ampliar o sentido da visão. Foi o caso de Johannes Kepler e Tycho Brahe, que exerceram grande influência sobre Galileu Galilei e, depois, Isaac Newton.

Créditos da imagem: Shutterstock e Everett – Art

Quais foram os fatores que levaram ao Renascimento italiano?

O desenvolvimento do Renascimento na Itália foi favorecido pelo importante crescimento comercial e urbano que ocorreu em várias cidades do norte da Itália a partir do século XIV.

Quais foram os fatores que motivaram o surgimento do Renascimento?

A crise do sistema feudal. Desenvolvimento comercial / surgimento do capitalismo. Ascensão da burguesia. Centralização do poder político pelos reis.

Porque o Renascimento teve origem na Península?

Auge na Itália: o desenvolvimento do comércio no Mar Mediterrâneo e a intensa atividade cultural fizeram com que as cidades da Península Itálica (onde hoje está a Itália, mas à época dividida em várias repúblicas e reinos) fossem o berço do Renascimento.

Que fatores levaram à Península Itálica a ser considerado o berço do Renascimento?

Por que as cidades da península itálica foram o berço desse renascimento? Porque tinham uma das mais fortes economias no final da Idade Média, em contato com o mundo oriental, possibilitando importante intercâmbio cultural.