Quais foram os principais motivadores para acontecer a unificação italiana?

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Introdução

Quais foram os principais motivadores para acontecer a unificação italiana?
Batalha da Custoza, 1848, travada entre os Italianos e os austríacos. Créditos à Lemmo Rossi Scotti.

A unificação italiana, no século XIX, foi o processo da consolidação do reino Italiano, que até então se encontrava fragmentado em diversos reinos após as Guerras Napoleônicas e o Congresso de Viena.

Os movimentos que resultaram na unificação italiana, sendo o principal deles o risorgimento, foram muito inspirados pelos ideais iluministas e pela Revolução Francesa, que ocorreu no final do século XVIII.

Após guerras travadas com a Áustria, que exercia o controle de grande parte do território italiano, o processo culminou na unificação e na consolidação da Itália, tendo como Rei Vitor Emanuel II.

Mas qual era a situação italiana antes da sua unificação? Quais foram os motivos e os objetivos da unificação? Para entendermos essas questões, é preciso retornar ao início do século XIX, revisitando as Guerras Napoleônica e o seu ponto final: o Congresso de Viena.

As Guerras Napoleônicas e o Congresso de Viena

No fervor dos ideais iluministas, ocorre a Revolução Francesa em 1789, destronando e executando o monarca Luís XIV. Assim, inicia-se a fase da república francesa. O movimento revolucionário francês assustava as demais monarquias europeias, cujos monarcas temiam o mesmo fim: a guilhotina. Iniciam-se, então, alianças para reprimir o avanço republicano pela Europa.

A fim de responder à repressão, a burguesia aposta suas fichas em Napoleão, apoiando-o em um golpe de estado, conhecido como 18 de brumário, que o levaria a assumir as rédeas do governo francês, dando início à era napoleônica e, com ela, as suas guerras.

As Guerras Napoleônicas foram travadas entre 1803 e 1815, e levaram a França ao controle de uma grande porção do território europeu. Por fim, contudo, Napoleão foi derrotado em Waterloo.

Após a queda do Imperador francês, os vencedores da guerra (Reino Unido, Áustria, Prússia e Rússia) assinaram um tratado que redefiniu as fronteiras dos reinos conquistados por Napoleão e restabeleceu suas antigas monarquias: o Congresso de Viena.

O território italiano não foi exceção. Durante o período pré-napoleônico, a Itália era fragmentada em diversos reinos diferentes, que, quando foram conquistados por Napoleão, se tornaram domínio da França. A partir do Congresso de Viena, as antigas fronteiras desses reinos foram restabelecidas, assim como as suas monarquias, mas com algumas diferenciações.

A Itália pós-Congresso de Viena se dividia em 8 Estados: o Reino da Sardenha; o Reino da Lombardia-Veneza; Parma; Luca; Modena; Toscana; e as Duas Sicílias.

Com o tratado, parte dos reinos passam a pertencer a casas espanholas e austríacas, que é o caso de Parma, Luca e das Sicílias, controlados pelos Bourbons (dinastia espanhola); e de Lombardia-Veneza e Modena, controlados pelos Habsburgos (dinastia austríaca).

O caso da Toscana era diferente: chamado de Grão-ducado da Toscana, situada na região central da península, era formada pelos estados pontifícios, ou seja, sob domínio da igreja.

Contudo, mesmo com o término do domínio francês e com a definição das novas fronteiras italianas, as influências francesas eram muito sentidas. Os ideais revolucionários se enraizaram, permaneceram na política italiana e eram muito debatidos. Esses mesmo ideais influenciaram o processo de unificação que estaria por vir.

A unificação italiana

Os ideais de unificação italiana vão começar a surgir por volta de 1830, entre a camada popular proletária da população e a burguesia, em resposta às condições ruins de repressão e de pobreza.

Por conta da forte repressão política estabelecida na Itália, esses assuntos eram discutidos em segredo. Assim, vão surgindo várias sociedades secretas, como é o caso da Carbonária, na qual se reuniam diversas figuras com diferentes ideais, mas com os mesmos objetivos de melhorar as condições socioeconômicas italianas e de constituir uma nação italiana.

Dentre esses grupos, se destacava o republicano-liberal, liderado por Giuseppe Mazzini; o republicano-revolucionário, liderado Giuseppe Garibaldi; e o monarquista, liderado por Camilo Benso, Conde de Cavour.

O Reino da Sardenha também dividia esses ideais, mas sob um viés expansionista de seu próprio Império - logo, mantendo a sua monarquia. Por volta da década de 1840, perdem força os ideais anti-monárquicos e republicanos, dando maior espaço para os monarquistas e liberais. Assim, em 1847, é feita uma aliança entre Sardanha e Piemonte, resultando em um Estado único: Sardanha-Piemonte.

Com a aliança feita, começa um avanço das forças italianas sobre as austríacas, que se transformou na primeira guerra da independência, ocorrida entre 1848 e 1849. A Áustria saí vitoriosa, conseguindo sufocar todas as rebeliões e exércitos revolucionários. O Rei sardo-piemontês abdica o seu trono, e seu herdeiro, Vitor Emanuel II, o ocupa.

Mesmo com a derrota, os movimentos de unificação não cessam, surgindo a Jovem Itália e o Risorgimento, mobilizando toda a itália em ideais de nacionalistas e de unificação.

Em 1850, Vitor Emanuel II já conseguia mobilizar a Itália em torno do ideal de unificação a partir de discursos nacionalistas. Benso se torna seu primeiro-ministro em 1852 e faz um acordo importante com Napoleão III, em 1858: o apoio militar francês em troca dos territórios de Nice e Savoia.

Em 1859, então, se inicia a segunda guerra da independência, na qual as forças de Sardanha-Piemonte e seus aliados conquistam as regiões norte e central da Itália (incluindo os estados pontifícios); e as forças de Garibaldi conquistam o sul.

Assim, a Áustria é derrotada no território italiano, tendo sua dinastia abdicada. O mesmo acontece com a dinastia espanhola de Bourbon. Por fim, em 1861, a Itália é unificada e Vitor Emanuel II é coroado seu Rei.

A partir disso, começam os esforços da elite cultural e da burguesia italiana de fundamentalizar uma identidade nacional, com o objetivo de consolidar uma nação própria, com influência nos ideais franceses: liberdade, igualdade e espírito-cívico.

Exercício de fixação

UFRGS/2006

Dentre as alternativas a seguir, assinale aquela que está correta em relação ao processo de unificação italiana, concluída na segunda metade do século XIX.

A O Congresso de Viena concluiu o processo de integração nacional italiano na medida em que este veio ao encontro dos interesses das elites locais.

B O processo de unificação nacional resultou das fortes pressões da burguesia do sul do país, cuja economia demandava um mercado interno homogêneo, dinâmico e integrado para a colocação da sua moderna produção industrial.

C A construção do Estado Nacional implicou enfrentar e expulsar as tropas de ocupação pertencentes aos impérios britânico, russo e espanhol, estabelecidas na Península Itálica desde os acontecimentos de 1848.

D O movimento de unificação partiu das áreas mais industrializadas, teve forte presença de uma burguesia interessada na ampliação do mercado interno e foi sustentado pela ideologia do nacionalismo.

E A consolidação da formação do Estado nacional italiano ocorreu com a anuência do papa Pio IX e o reconhecimento, pelo primeiro-ministro Cavour, da existência e da soberania do Estado do Vaticano, após as negociações da Questão Romana.

Quais foram as principais causas que levaram a unificação da Itália?

Os ideais de unificação italiana vão começar a surgir por volta de 1830, entre a camada popular proletária da população e a burguesia, em resposta às condições ruins de repressão e de pobreza. Por conta da forte repressão política estabelecida na Itália, esses assuntos eram discutidos em segredo.

Quais foram os principais protagonistas do processo de unificação da Itália?

Em 1852, Vitor Emanuel II nomeou Camilo Benso, o Conde de Cavour, como primeiro-ministro do reino e, juntos, lideraram a unificação italiana. A unificação italiana, ou Risorgimento (ressurgimento em português) como preferem os italianos, foi liderada pelo Reino de Piemonte-Sardenha.

Quais os principais objetivos da unificação da Itália e da Alemanha?

É neste contexto que se dá a unificação da Itália, em 1870, e da Alemanha, em 1871. O movimento de unificação de Itália (1840-1860) foi desencadeado pela revolução de 1848-1849. O grande objetivo desta revolução patriótica era, essencialmente, expulsar os austríacos do Norte e estabelecer um estado italiano coeso.

Qual o interesse da burguesia na unificação italiana?

Resposta. "A alta burguesia queria a unificação, que garantiria o progresso e lhe daria possibilidades de concorrer no mercado externo.