O Brasil é um país vulnerável às mudanças climáticas globais, pois apresenta grande extensão territorial, o que dificulta análises de impacto e a criação de políticas públicas de redução dos impactos ambientais e sociais. A análise é de Ulisses Confalonieri, da Fundação Oswaldo Cruz. O pesquisador considera que o país possui uma grande população sem acesso a bens e serviços básicos, como educação e saúde, o que reduz a capacidade de se proteger e responder às mudanças climáticas. Show A vulnerabilidade do país diante de impactos ambientais aumenta, além disso, devido à existência de doenças infecciosas, como a dengue, cólera, malária, febre amarela ou calazar (leishmaniose visceral), com surtos observados, por exemplo, em capitais do Nordeste (no início das décadas de 1980 e 1990, depois de maciça migração rural-urbana, impulsionada por secas prolongadas), e a urbanização concentrada (metropolização), que criou grandes aglomerados sujeitos a inundações, escorregamentos e aumento da poluição atmosférica (que pode provocar um aumento do número de óbitos). Nordeste vulnerávelA região Nordeste apresenta, em especial, grande vulnerabilidade, relacionada aos baixos indicadores sociais (saúde, educação, saneamento básico etc) e à existência de altos índices de doenças endêmicas, em um substrato geográfico caracterizado pela semi-aridez e secas frequentes no sertão (como as de 1710-11, 1723-27, 1736-37, 1744-45, 1777-78, 1808-09, 1824-25, 1835-37, 1844-45, 1877-79, 1982-83, e 1997-98). O clima semiárido apresenta baixa umidade do ar e elevada temperatura, que causam grande evaporação da água. Como os solos são, geralmente, rasos e pedregosos, não conseguem armazenar a água das chuvas por muito tempo. O resultado é um grande número de rios temporários ou intermitentes. Menos chuvaAs chuvas do sertão estão relacionadas, em parte, à dinâmica dos deslocamentos das massas de ar da Amazônia. Como, segundo algumas simulações, as chuvas e a umidade da Amazônia vão diminuir (alguns autores relacionam esta possibilidade ao aumento da temperatura do Oceano Pacífico junto ao Equador, o que criaria um fenômeno El Niño permanente), em consequência os períodos de baixa pluviosidade ou déficit hídrico no Nordeste, que costumam durar de seis a sete meses, passariam a ocorrer durante os 12 meses do ano. Isso reduziria ainda mais as chuvas (cerca de 20% se a temperatura subir até 4ºC) e a umidade do ar e aumentaria a evaporação da água e a evapotranspiração da vegetação. Os rios diminuiriam a sua vazão, inclusive aqueles que nascem em áreas mais úmidas, como o São Francisco, que nasce na Serra da Canastra, em Minas Gerais, e que, acredita-se, poderia perder cerca de 20% da sua vazão caso a temperatura aumente 4ºC. A redução da vazão provocará a diminuição da geração de energia, comprometendo o crescimento econômico da região e criando obstáculos para os projetos de irrigação e transposição do rio São Francisco. O sertão passaria, segundo essa análise, por um processo de aridização, com a extinção de plantas e animais endêmicos (que não existem em nenhuma outra parte do mundo), e apresentaria o domínio das cactáceas e algumas variedades de bromélias. Impactos ambientaisO INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) produziu o Relatório do Clima do Brasil, no qual apresenta cenários para o clima brasileiro e nordestino para o final do século 21. Os principais impactos seriam:
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Quais os impactos gerados pelas mudanças climáticas?As mudanças climáticas afetam a disponibilidade de água, tornando-a mais escassa em mais regiões. O aquecimento global agrava os períodos de seca em regiões onde a falta de água já é comum e leva a um risco maior de secas agrícolas, afetando plantações, e secas ecológicas, aumentando a vulnerabilidade dos ecossistemas.
Quais são os impactos das mudanças climáticas no Brasil?No nordeste do Brasil as áreas semi-áridas e áridas vão sofrer uma redução dos recursos hídricos por causa das mudanças climáticas. A vegetação semi-árida provavelmente será substituída por uma vegetação típica da região árida. Nas florestas tropicais, é provável a ocorrência de extinção de espécies.
Quais são as causas e consequências das mudanças climáticas?As atividades humanas afetam cada vez mais o clima e a temperatura da Terra, queimando combustíveis fósseis e derrubando florestas tropicais. Dessa forma, enormes quantidades de gases de efeito estufa são somados àqueles presentes naturalmente na atmosfera, aumentando o efeito estufa e o aquecimento global.
O que ocorre às mudanças climáticas?A queima de combustíveis fósseis gera emissões de gases de efeito estufa que agem como um grande cobertor em torno da Terra, retendo o calor do sol e aumentando as temperaturas. Exemplos de emissões de gases de efeito estufa que estão causando mudanças climáticas incluem dióxido de carbono e metano.
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