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A fragmentação das paisagens naturais é causada principalmente pela urbanização cada vez maior dos espaços, que é acompanhada pelo desmatamento e grande alteração do ambiente ao entorno, causando inúmeros desequilíbrios nos habitats e na dinâmica das populações da fauna e flora locais. Os fragmentos que compõem as paisagens, podem ter tamanho, forma e composição variadas, podendo ou não se conectar a outros, quando um fragmento está isolado dos demais, ou seja, não há como se conectar aos outros, este pode ser comparado a uma ilha. Esse fenômeno tem causado grande dano à biodiversidade, por isso discutiremos a seguir suas principais consequências. Ao desmatar uma área, são formados pedaços de floresta e as partes mais periféricas, ficam mais expostas ao efeito de borda, que consiste em perturbações como maior insolação, diminuição da umidade do ar e mudança no regime de ventos nos limites artificiais, ou seja, nas partes mais exteriores das manchas de vegetação, que interferem no ritmo de regeneração da área de borda, de maneira que morram mais árvores do que a capacidade regenerativa da floresta, diminuindo cada vez mais esse fragmento. Podemos ainda destacar em relação ao efeito de borda, o impacto no interior dos fragmentos, como por exemplo, o impacto em um grande número de espécies mais sensíveis ao clima, luz e outras perturbações, essas migram cada vez mais para o interior florestal o que aumentará a competitividade por alimentos e território podendo causar uma diminuição no número de indivíduos dessa comunidade bem como a extinção de algumas populações. A extinção de espécies apresenta um grande risco à biodiversidade, uma vez que o desaparecimento de apenas uma espécie pode acionar uma extinção em cadeia das espécies relacionadas a ela. Além disso, temos como implicação mais imediata da formação dessas ilhas, a diminuição significativa do fluxo de animais, pólen e sementes entre os fragmentos, provocando o isolamento reprodutivo das populações, diminuindo assim sua variabilidade genética e a biodiversidade local. A diminuição dos indivíduos de uma população, bem como a diminuição de sua variabilidade, pode deixá-los mais expostos a eventos de extinção. Para desfragmentação dos habitats naturais, uma das estratégias utilizadas são os corredores ecológicos, que consistem em grandes faixas de vegetação passando por uma área perturbada, como cidades ou plantações, que permitem a migração e locomoção de organismos entre as machas de seu habitat natural. Fonte: https://natturis.com.br/v_2016/a-importancia-dos-corredores-ecologicos-na-preservacao-de-especies-ameacadas-de-extincao (ENEM 2020) A fragmentação dos hábitats é caracterizada pela formação de ilhas da paisagem original, circundadas por áreas transformadas. Esse tipo de interferência no ambiente ameaça a biodiversidade. Imagine que uma população de onças foi isolada em uma mata pequena. Elas se extinguiram mesmo sem terem sido abatidas. Diversos componentes da ilha de hábitat, como o tamanho, a heterogeneidade, o seu entorno, a sua conectividade e o efeito de borda são determinantes para a persistência ou não das espécies originais. Uma medida que auxilia na conservação da biodiversidade nas ilhas mencionadas no texto compreende a A) formação de micro-hábitats. B) ampliação do efeito de borda. C) construção de corredores ecológicos. D) promoção da sucessão ecológica. E) Introdução de novas espécies de animais e vegetais. Resposta correta: C, os corredores ecológicos conectam os fragmentos, ligando as populações de diferentes locais, cooperando assim para o aumento da biodiversidade. Acesse o portal InfoEnem e tenha acesso aos melhores conteúdos e informações sobre o Enem 2021! Por quê, Porquê, Porque e Por que: aprenda a diferença entre cada um para não errar no Enem!O que é SiSU?É o sistema informatizado do MEC por meio do qual instituições públicas de ensino superior (federais e estaduais) oferecem vagas a candidatos participantes do Enem (Exame Nacional do Ensino
Médio). Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. No campo da ecologia de paisagens, o efeito de borda é uma alteração na estrutura, na composição e/ou na abundância relativa de espécies na área marginal de um habitat, frequentemente associado a ecossistemas terrestres. Esta alteração da estrutura é inicialmente provocada por mudanças microclimáticas que alteram fatores como a luminosidade, a umidade e a temperatura média desses locais, fazendo assim com que plantas que não estejam preparadas para uma condição de maior estresse, característico das regiões de borda, acabem enfraquecendo, provocando mudanças na base das cadeias alimentares, prejudicando as relações ecossistêmicas já estabelecidas, e em casos mais graves, levando à extinção da flora e fauna existentes em uma região.[1][2][3][4] As bordas dos fragmentos frequentemente estão localizadas adjacentes à estradas, plantações ou outras áreas de uso antrópico, o que pode causar a introdução de espécies exóticas de plantas, animais e microrganismos, alterando ainda mais a estrutura das relações ecológicas e a teia alimentar local. Em alguns ecossistemas, a mortalidade dos integrantes da flora ocasiona uma rápida ampliação desse efeito, que pode atingir de 50 até 500 metros adentro na vegetação, Portanto, quanto menor e mais isolado for o fragmento de ecossistema, mais intensas serão as consequências do efeito borda.[1][5][6] Tipos[editar | editar código-fonte]Os efeitos de borda podem ser divididos em dois tipos: abióticos ou físicos e biológicos, sendo este último subdividido em biológicos diretos e biológicos indiretos. Os efeitos de borda abióticos estão relacionados à alterações nos fatores climáticos ambientais, onde a zona de influência das bordas compreende maior exposição aos ventos, altas temperaturas, baixa umidade e alta radiação solar. Os efeitos de borda biológicos diretos envolvem alterações na riqueza e na disposição de espécies induzidos pelos fatores abióticos nas proximidades das bordas, tendo como exemplo, o aumento da densidade de indivíduos em virtude da maior produtividade primária provocada pelos altos níveis de radiação solar. Os efeitos de borda biológicos indiretos abrangem alterações na interação entre as espécies, como predação, parasitismo, herbivoria, competição, dispersão de sementes e polinização.[3] Causas[editar | editar código-fonte]O efeito de bordas é um fenômeno naturalmente encontrado em regiões de transição entre dois ou mais fragmentos de habitat, também chamadas de ecótonos. Esses fragmentos podem ser gerados de diversas maneiras naturais, como pelo surgimento de corpos d'água (rios, riachos, córregos, lagoas...), por incêndios naturais, pela atividade geológica de vulcões, derretimento de geleiras, por variação atitudinal, variação sazonal, tipo de solo, entre outros fatores. Basta que se altere a condição contínua de uma formação vegetal.[1] Essas regiões possuem um conjunto de espécies e de condições ambientais muito diferentes da região de matriz, que é a região que circunda a vegetação foco de um estudo, mesmo estando espacialmente uma ao lado da outra. Pode-se dizer que existe um equilíbrio dinâmico entre as comunidades que coabitam esses locais.[1] Entretanto, as atividades antrópicas têm sido as principais causadoras do aumento nocivo desses efeitos que desencadeiam uma série de desequilíbrios ecológicos. Dentre as atividades antrópicas que mais afetam as paisagens, pode-se citar:
Consequências[editar | editar código-fonte]A figura esquematiza como o efeito de borda pode ser fatal para um habitat fracionado. Uma das consequências negativas do efeito de borda num habitat recém-fragmentado é a extinção da biodiversidade nativa. Conforme as condições microclimáticas dos ecótonos vão se alterando, algumas plantas não suportam o estresse e acabam adoecendo. Uma borda de fragmento com plantas nativas doentes está sujeita a regredir ao competir por recursos com espécies exóticas de flora que estão bem adaptadas àquele tipo de ambiente. Além disso, o efeito de borda pode funcionar como um efeito cascata, à medida que as espécies de borda vão cedendo espaço para as exóticas, a tendência do efeito é ir em direção ao “centro” diminuindo o nicho das populações presentes, aumentando a escassez de recursos e promovendo assim o aumento da competição.[1][16] Por esse motivo, é importante que medidas que visem a criação de unidades de conservação procurem prezar pela manutenção da maior área possível, a fim de proteger as espécies nativas e as chamadas climácicas, que são encontradas mais ao centro no fragmento. A perda da biodiversidade original pode implicar em danos ambientais e econômicos imensuráveis, já que ainda é muito complicado estimar economicamente o quanto os seres humanos são beneficiados pelos chamados serviços ecossistêmicos. Dentre outras consequências que podem ser relacionadas ao efeito de borda pode-se incluir:
Exemplos[editar | editar código-fonte]Devido à expansão agrícola e urbana e ao aumento do desmatamento nas regiões florestais, tem-se visto uma grande taxa de ambientes fragmentados e apresentando efeitos de borda. Por isso, muitos estudos têm sido realizados para estudar e compreender melhor esse fenômeno em diversas regiões do planeta. No Brasil, a área mais estudada tem sido a Mata Atlântica, devido a sua grande importância econômica e as diversas tentativas atuais de conservação desse bioma. Porém, outros biomas como Cerrado, Mata de Araucárias e Floresta Amazônica também têm sido alvos de estudos sobre o efeito de borda nos seus fragmentos florestais Mata Atlântica[editar | editar código-fonte]A Mata Atlântica abrange as áreas costeiras do Brasil, Paraguai e Argentina, e é um dos biomas mais explorados e devastados no planeta. Aproximadamente 15% da sua cobertura original ainda está presente, sendo que a maior parte desse território está fragmentado. Sendo assim, o bioma tem sido alvo de muitas pesquisas relacionadas com a fragmentação de habitats e o efeito de borda. Uma das consequências do efeito de borda mais estudadas nesse bioma é o aumento da predação de ninhos de pássaros nas regiões marginais dos fragmentos de Mata Atlântica. Acredita-se que esse efeito ocorre pois os principais predadores de ninhos, como alguns mamíferos, répteis e outras espécies, tendem a preferir espaços mais abertos para caçar e possuem mais sucesso predando ninhos localizados nas bordas dos fragmentos florestais. Outros estudos apontam diferenças consideráveis nas condições microclimáticas e ecológicas da borda e do centro dos fragmentos florestais, como por exemplo mudanças de até dois graus na temperatura; aumento no número de espécies de árvores pioneiras e com troncos mais finos; empobrecimento do solo; aumento nas espécies invasoras de plantas e animais; maior competição interespecífica e intraespecífica, devido às mudanças abióticas e possivelmente na oferta de alimento; entre outros efeitos. Vale acrescentar que, de acordo com alguns estudos, as áreas adjacentes às trilhas turísticas nos fragmentos de Mata Atlântica também sofrem com o efeito de borda, até mesmo nas trilhas ecológicas. Estrada passando por floresta úmida na reserva Waimiri Atraoari, com a presença de bordas no entorno da estrada. Florestas Úmidas[editar | editar código-fonte]Estudos realizados nas florestas úmidas, sejam elas as “Rainforests” na América do Norte ou a floresta amazônica na América Latina, mostram que assim como na Mata Atlântica os índices de predação de ninhos é maior nas bordas dos fragmentos florestais. Ocorrem também diferenças na biodiversidade e nas relações ecológicas dessas regiões marginais. Na floresta amazônica, tem-se observado um aumento da frequência de incêndios florestais nas regiões de borda, possivelmente por conta da proximidade com os ambientes antrópicos e fatores relacionados com as espécies invasoras e pioneiras presentes na borda.[23][24][25] Cerrado[editar | editar código-fonte]Tem-se relativamente poucas informações sobre o Efeito de Borda no bioma Cerrado, comparando-se com as florestas tropicais, apesar de que, assim como a Mata Atlântica, esse seja um bioma com grande importância cultural e econômica, e esteja atualmente bastante fragmentado. Nos estudos realizados no Cerradão, localizado no Sudoeste Goiano, foi observado que as bordas dos fragmentos possuíam árvores com troncos mais finos; espécies mais adaptadas à luz solar e a temperaturas do ar e do solo elevadas; além de mais espécies pioneiras e invasoras. Do ponto de vista conservacionista, foi recomendado que sejam mantidos fragmentos de tamanho suficiente para que espécies menos adaptadas às condições de borda (temperatura e luminosidade elevadas) possam sobreviver.[3][26] Mata de Araucárias[editar | editar código-fonte]Mata de araucárias com construções e atividades antrópicas ao fundo Assim como no Cerrado, as bordas dos fragmentos florestais das Matas de Araucárias são caracterizadas pela maior distribuição de espécies com afinidade à luz. Percebe-se também que nas bordas dos fragmentos de matas de araucárias, as espécies arbóreas costumam ter uma altura média maior e um comportamento arbóreo de maior densidade, diferentemente do centro mais afastado da borda dos fragmentos (a matriz).[27] Estratégias para a redução do Efeito de Borda[editar | editar código-fonte]As principais recomendações dos ecólogos e conservacionistas a respeito da preservação das áreas fragmentadas e sofrendo com o efeito de borda é a de manter um fragmento grande o suficiente para que ele possua um “meio” ou matriz, ou seja, que ele seja maior que a área afetada pelo efeito de borda. Dessa forma, as espécies nativas e climácicas que não são adaptadas às condições de borda possam sobreviver nessas regiões mais "intocadas” e o ecossistema possa continuar funcionando e prosperando de forma mais sustentável.[28] Turistas fazendo trilha em uma Unidade de Conservação Como as bordas surgem a partir da fragmentação dos habitats e da formação dos ecótonos, as medidas de conservação e as estratégias para a redução do efeito de borda nos ambientes naturais são as mesmas estratégias utilizadas para lidar com os ambientes fragmentados, como por exemplo:
Referências
Quais os principais efeitos de desequilíbrios gerados pela fragmentação de habitat?Em muitos casos as conseqüências da fragmentação de habitats podem aumentar o risco de extinção de muitas espécies, alterar diversas interações ecológicas, tais como mutualismo entre planta-polinizador, alterar as taxas de crescimento vegetal, mudar a estrutura demográfica das populações, e influenciar de forma ...
Quais são as principais causas da fragmentação de habitat?Causas. A fragmentação de habitat pode ocorrer por meios naturais, com algum tipo de desastre, ou pode ser causada por atividades humanas que degradam o ambiente, como a agricultura, a pecuária, exploração de madeira, queimadas, construções de estradas, construções civis, urbanização, etc.
O que significa a fragmentação de habitat e quais as suas consequências quanto ao efeito de borda?Fragmentação de habitats é o fenômeno onde uma área grande e contínua de um habitat específico é diminuída e/ou dividida em duas ou mais áreas. Essas novas áreas menores, separadas umas das outras por ambientes diferentes do original (muitas vezes degradados, ou construções humanas), acabam se tornando mais isoladas.
Quais os impactos da fragmentação de habitats e a diversidade de espécies?A perda da biodiversidade em ambientes urbanos é causada principalmente por perda e fragmentação de habitat. Enquanto a perda de habitat pode levar a redução imediata na diversidade, a fragmentação pode isolar as comunidades biológicas, reduzindo a riqueza de espécies ao longo do tempo.
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