Quais países apresentam índices de população urbana superior a 80%?

Nem sempre o homem habitou em cidades, os primeiros habitantes eram nômades, portanto não tinham residência fixa e viviam da caça, pesca e coleta, posteriormente deixaram essa condição para se tornarem produtores.

A partir de então o homem foi se aglomerando em centros urbanos e desenvolvendo atividades econômicas. Sendo assim, o processo de urbanização tem duas fases marcantes, a primeira ocorreu com a Revolução Industrial no fim do século XVIII, esse acontecimento provocou uma enorme migração, pessoas que habitavam áreas rurais saíram rumo às cidades, mas isso aconteceu somente nos países envolvidos na revolução e não em escala planetária. A segunda aconteceu após a II Guerra Mundial, mas essa não foi motivada pela industrialização, houve um êxodo rural em massa desencadeado pelo fascínio urbano, melhores condições de vida, oportunidades de estudo e trabalho.

O processo de urbanização ocorreu essencialmente pelo deslocamento de pessoas oriundas das zonas rurais em direção às cidades, que são caracterizadas pela aglomeração de pessoas em uma área delimitada e pela atividade produtiva, que deixa de ser agrícola para se tornar industrial, comercial; e também pela realização de prestação de serviços.

Esse processo não sucedeu simultaneamente no mundo, haja vista que os países industrializados já haviam atravessado esse período, no caso dos países em desenvolvimento e de industrialização tardia, o crescimento urbano acontece atualmente de forma acelerada e desordenada. A falta de planejamento urbano tem favorecido a proliferação de graves problemas, tais como a favelização, falta de infraestrutura, violência, poluição de todas as modalidades, desemprego e muitos outros.

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Os índices de pessoas que vivem em cidades oscilam de acordo com o continente, país e áreas internas, uma vez que a África possui 38% de seus habitantes vivendo em cidades, na Ásia são 39,8%, na América Latina 77,4%, na América do Norte 80,7%, na Europa 72,2% e na Oceania 70,8%. Em outra abordagem, tomando como princípio os países ricos e pobres, existe uma enorme disparidade quanto ao percentual de população urbana e rural. Na Bélgica, por exemplo, 97% das pessoas vivem em centros urbanos enquanto que em Ruanda esse índice cai para 17%.

O fenômeno da urbanização produziu cidades cujo número de habitantes supera os 10 milhões, essas recebem o nome de megacidades ou megalópoles como, por exemplo, Tóquio (Japão) com 35,2 milhões de habitantes, Cidade do México (México) com 19,4 milhões, Nova Iorque (Estados Unidos) com 18,7 milhões e mais tantas outras cidades espalhadas pelo mundo.

As áreas consideradas urbanas no Brasil representam menos de 1% do território nacional (0,63%) e concentram 160 milhões de pessoas, ou seja, 84,3% da população brasileira. Os dados vieram do mais detalhado trabalho de identificação de áreas urbanas já feito no País. Executado por profissionais da Embrapa Gestão Territorial (SP), o estudo Identificação, mapeamento e quantificação das áreas urbanas do Brasil levou três anos para ser concluído e exigiu observação minuciosa de centenas de imagens de satélite. Todas as informações geradas estão disponíveis para serem baixadas gratuitamente na internet no formato shapelife O trabalho permitiu, entre várias outras aplicações, relacionar os municípios com maior densidade populacional urbana, lista que tem no topo Nilópolis, localizado na baixada fluminense, cujos 158.309 habitantes ocupam menos de 10 km2, resultando em mais de 16 mil habitantes por quilômetro quadrado (Tabela 4). Entre as cidades com mais de 200 mil habitantes, Diadema, na Grande São Paulo, é a que apresenta a área urbana mais densamente povoada, com média de 13.875 moradores por quilômetro quadrado (Tabela 1). Na comparação entre unidades da federação, o Estado de Alagoas é o que apresenta maior densidade demográfica urbana, com 4.880 pessoas por quilômetro quadrado. No extremo oposto está Tocantins, cujas áreas urbanas abrigam, em média, 1.538 habitantes por quilômetro quadrado (Tabela 2). São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília lideram, nessa ordem, a lista dos municípios de maior área urbana do País (Tabela 3). Tabela 1 - Fonte: Farias et Al. 2017 Os resultados têm inúmeras aplicações práticas, como subsidiar políticas públicas, estudos demográficos, projetos de desenvolvimento urbano e investimentos em infraestrutura e logística. “Os municípios com maior densidade populacional nas cidades, por exemplo, costumam apresentar maiores desafios para a gestão pública e exigir mais demandas e serviços públicos,” exemplifica o geógrafo André Rodrigo Farias, analista da Embrapa e principal autor do trabalho. Segundo ele, o controle de disseminação de pragas e doenças agrícolas é outro exemplo de aplicação dos resultados. “Percebemos que muitas pragas não são inicialmente detectadas nas regiões de fronteira, mas nas cidades. Por isso, é fundamental identificar as áreas urbanas para trabalhos de gestão territorial e controle dessas pragas”, comenta. Tabela 2 - Fonte: Farias et Al. 2017 Um dos maiores desafios da equipe foi definir conceitualmente área urbana e área rural. Em seus estudos demográficos, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) utiliza a delimitação legal que cada município determina para estabelecer seu perímetro urbano e suas áreas rurais. “Nessa classificação, é muito comum áreas tipicamente urbanas com grande densidade de construções serem catalogadas como rurais e vice-versa”, explica Farias. As razões para isso são várias como, por exemplo, a necessidade de atualização da legislação municipal para que acompanhe a dinâmica de ocupação do solo. De acordo com o especialista, muitas áreas determinadas legalmente pelos municípios diferem, em maior ou menor grau, daquelas observadas no levantamento feito pela Embrapa, o que justifica a diferença em relação aos dados do IBGE. “Nesse estudo, o objetivo era mapear as áreas urbanas da forma mais exata possível por meio de imagens de satélite de alta resolução, reconhecendo, para isso, concentrações visíveis de edificações, loteamentos e arruamentos,” esclarece o geógrafo. A imagem abaixo exemplifica o trabalho: As linhas vermelhas determinam os limites do setor classificado como urbano pelo IBGE no Censo Demográfico de 2010. Em azul, está a área urbana delineada pelo estudo da Embrapa. Tabela 3 - Fonte: Farias et Al. 2017 Aplicações para a defesa sanitária Para o entomologista Luiz Alexandre Nogueira de Sá, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente (SP), o mapeamento será valioso para diversas ações, como o conhecimento da capacidade de dispersão das pragas e de seu efetivo controle. Ele lembra que a área urbana oferece abrigo para algumas pragas importantes para a lavoura. “A mosca-da-carambola, por exemplo, encontra hospedeiros em quintais e ruas de diversas cidades do Amapá. A própria carambola é muito plantada no meio urbano”, relata. Por esse motivo, o especialista defende que as ações voltadas ao controle de pragas como essa devem ser planejadas considerando-se também as áreas urbanas. O cientista ressalta ainda que a maior ameaça dos citros da atualidade, o HLB, é transmitido por um inseto sugador que ataca também a murta, planta arbustiva decorativa presente em jardins de muitas cidades. “Qualquer ação de controle da Dioaphorina citri (inseto-praga vetor do HLB) deve levar em consideração áreas próximas que tenham murta,” recomenda Nogueira, frisando mais uma vez a importância de se conhecer as áreas urbanas tanto quanto as rurais. Ações de manejo integrado de pragas (MIP), por exemplo, devem envolver também áreas urbanas sujeitas a servir de abrigo à praga-vetora do HLB. Outra contribuição importante do trabalho, de acordo com Nogueira de Sá, é permitir o acompanhamento da dinâmica de ocupação urbana. Ele explica que o avanço das cidades sobre áreas rurais altera flora e fauna locais e deslocam pragas que estavam restritas a determinadas áreas. "Pragas que estavam isoladas em certos campos, muitas vezes, vão procurar abrigo em outras áreas rurais, quando o meio urbano invade seu espaço,” detalha o cientista, enfatizando que esse processo muitas vezes desloca pragas para lugares em que elas nunca haviam estado, gerando desafios novos nas lavouras. Tabela 4: Fonte: Farias et Al. 2017 Delimitação manual O trabalho exigiu a observação criteriosa das imagens de satélite de todos os municípios brasileiros. O trabalho da equipe foi, inicialmente, o de comparar a área urbana delimitada no censo de 2010 com a observada nas imagens. Quando havia discrepância, o técnico realizava ajuste cartográfico delimitando manualmente a área urbana observada na imagem. Foi utilizada a escala 1:50.000 para cada um dos municípios, o que, de acordo com o geógrafo André Rodrigo Farias, garante elevada exatidão para esse processo. A resolução maior proporcionada pelas tecnologias atuais também garantiu mais exatidão ao estudo, em comparação a trabalhos semelhantes feitos anteriormente. Ao finalizar, foram somadas as áreas de todos os polígonos urbanos do Brasil, o que totalizou 54.077 km2, correspondente a 0,63% de todo o território brasileiro. Farias acredita que o trabalho precisará de atualizações a cada década, uma vez que a dinâmica de ocupação do solo não costuma ser rápida e apresenta, proporcionalmente, pequenas alterações em relação ao tamanho do território nacional.

Quais países apresentam índices mais elevados de população urbana?

Lista de países e territórios por índice de urbanização.

Quais são os países mais urbanizados do mundo?

Considerando que a urbanização moderna é um processo estreitamente ligado à industrialização e ao capitalismo, os países mais urbanizados do mundo são: Mônaco (100%), Bélgica (97%), Holanda (89%) e Alemanha (86,6%). No caso dos países subdesenvolvidos, a urbanização é um processo mais recente.

Quais são os 10 países mais urbanizados do mundo?

Os 10 principais países com maior evolução de área construída, dentre as 841 grandes cidades pesquisadas, são os Estados Unidos (27% do total de área construída), China (19%), Japão (6%), Brasil (4%), Alemanha (2,9%), Índia (2,8%), Canadá (2,5%), Austrália (2%), México (1,9%) e Rússia (1,8%).

Qual país apresenta a maior população residente em área urbana no mundo?

Os habitantes das cidades representam agora 51,27% da população total, que é de 1,347 bilhão de habitantes. A população urbana da China deve subir a 800 milhões de pessoas em 2020, segundo um informe governamental publicado em outubro de 2011.