Quais são as principais características do átomos de carbono que o fazem a base da química orgânica e da vida em nosso planeta?

Estrutura do diamante (A) e do grafite (B), materiais muito diferentes formados apenas por átomos de carbono.

Fulerenos e nanotubos

Mas, além do diamante e do grafite, existem outras substâncias formadas somente por átomos de carbono: em 1985, foi descoberto o fulereno, um composto molecular representado pela fórmula C60. Nessa molécula, os 60 átomos de carbono estão ligados uns aos outros formando uma estrutura esférica, possível de ser atingida por meio da alternância de pentágonos e hexágonos, como uma bola de futebol perfeita

A estrutura química do fulereno, substância com 60 átomos de carbono, forma uma bola de futebol perfeita.

Os três cientistas envolvidos na descoberta da molécula de fulereno – Henry Kroto, da Universidade de Sussex, Inglaterra; Robert Curl e Richard Smalley, ambos da Universidade Rice, nos Estados Unidos – foram premiados com o Nobel de Química em 1996.

Um pouco antes disso, em 1991, o químico japonês Sumio Iijima, ao observar amostras de fulereno em um microscópio eletrônico de transmissão, notou a presença de outras estruturas bastante diferentes e intrigantes. Depois de analisá-las, o cientista se deu conta de que as estruturas se tratavam de uma nova substância elementar formada somente por carbono. Assim, se deu uma das mais fantásticas descobertas recentes da ciência: os nanotubos de carbono.

Sabe aquela folha onde cada átomo de carbono se liga a outros três, formando uma estrutura planar que se parece com uma colmeia, e cujo empilhamento dá origem ao grafite? Imagine que essa folha pode se enrolar, formando tubos, mas com uma característica peculiar: o diâmetro desses tubos está na faixa de alguns nanômetros (um nanômetro corresponde a um bilionésimo de metro, que é 10-9 m ou 0,000000001 m. Para efeito de comparação, 1 nanômetro é 70 mil vezes menor que o diâmetro de um fio de cabelo). Essa é a estrutura dos nanotubos de carbono.

Existem diferentes formas de enrolar uma folha de átomos de carbono. Pode-se também enrolar várias folhas juntas, formando tubos com várias folhas concêntricas. Cada uma dessas possibilidades origina um nanotubo de carbono diferente, que se caracteriza pelo número e pela maneira com que as camadas concêntricas estão enroladas e pelo diâmetro do tubo.

A descoberta dos nanotubos de carbono causou grande alvoroço na comunidade científica pela beleza da sua estrutura, mas, principalmente, pelas propriedades fantásticas desses alótropos (substâncias diferentes formadas pelo mesmo elemento químico). São os materiais com a maior resistência mecânica conhecida, mas são também extremamente leves; podem ser mais condutores que o cobre, ou então apresentar propriedades de um semicondutor como o silício; além de transportarem melhor o calor do que qualquer outra substância.

Por todas essas características, são muitas as possibilidades de aplicação útil dos nanotubos de carbono. Praticamente todas as áreas do conhecimento relacionadas ao nosso cotidiano são ou serão impactadas por esse material: agricultura, medicina, cuidados pessoais, informática, eletrônica, química, física, biologia, comunicações, engenharias etc.

Vários produtos contendo nanotubos de carbono já estão no mercado, entre eles, materiais esportivos de alto desempenho (bicicletas de corrida, raquetes de tênis, remos, tacos de beisebol etc.), equipamentos eletrônicos como celulares e tablets, células solares, plásticos resistentes, para-choques de automóveis e tintas condutoras.

Outras faces do carbono

Mas esse versátil carbono ainda tem outra face. Lembra-se daquela folha onde cada átomo de carbono se liga a outros três, formando uma estrutura planar que se parece com uma colmeia? Aquela que empilhada dá origem ao grafite e enrolada forma o nanotubo de carbono? Imagine agora essa folha isolada. Essa é a estrutura do grafeno, outra substância elementar formada somente por átomos de carbono e considerada o material mais fino que se conhece (tem a espessura de um único átomo de carbono, com dimensões laterais que podem chegar até a centímetros). Foi isolado a partir do grafite em 2004, pelos cientistas André Geim e Konstantin Novoselov, da Universidade de Manchester, na Inglaterra, que, por esse trabalho, conquistaram o Prêmio Nobel de Física de 2010.

O grafeno (A) é a substância mais fina que se conhece, com espessura de um átomo. Suas folhas, enroladas em forma de tubos com diâmetro de alguns nanômetros, dão origem aos nanotubos de carbono (B)

O grafeno apresenta propriedades singulares por sua peculiar espessura monoatômica. Isso faz com que os elétrons presentes na sua estrutura fiquem livres para se movimentar e não sejam perturbados pelos elétrons de folhas adjacentes. Essa substância também apresenta propriedades mecânicas e térmicas muito parecidas com as dos nanotubos de carbono, o que lhes confere também inúmeras aplicações tecnológicas.

E a lista não para por aí: o carbono ainda constitui outras substâncias com estruturas não claramente definidas, porque os átomos não adotam posições regulares e nem se comportam da mesma maneira. As estruturas com essas características – genericamente conhecidas como carbono amorfo – também contêm certa quantidade de outros elementos, como oxigênio e hidrogênio. O carvão, a fuligem, o negro-de-fumo e o carbono vítreo são alguns dos representantes dessa classe de materiais.

Carbono e meio ambiente

O carbono pode ficar estocado em mares, rios, solos, vegetação, atmosfera e seres vivos. A representação de onde (e como) o carbono está estocado e como o elemento se movimenta de um desses reservatórios a outro é chamada de ciclo do carbono. Esse ciclo é complexo e costuma ser dividido em um componente geológico (relacionado ao transporte de carbono da atmosfera para solos e oceanos, em processos que duram milhões de anos) e um componente biológico, que acontece em uma escala de tempo muito menor e envolve basicamente (mas não exclusivamente) os processos de respiração (liberação de carbono na forma de CO2 para a atmosfera) e de fotossíntese (captura do CO2 atmosférico pelas plantas).

O carbono pode ficar estocado em mares, rios, solos, vegetação, atmosfera e seres vivos e se movimenta entre esses reservatórios por meio de processos geológicos e biológicos.

Por meio da fotossíntese, utilizando água e a energia da luz solar, as plantas absorvem o CO2 do ar para produzir glicose. Enquanto plantas e organismos vivos usam diferentes carboidratos para gerar energia para seu próprio metabolismo, a respiração faz o processo inverso, liberando CO2 para a atmosfera.

Além da fotossíntese e da respiração, o componente biológico do ciclo do carbono envolve outros processos, como a conversão de espécies enterradas (após a morte) nos chamados combustíveis fósseis, como o petróleo, que, ao ser extraído e usado como combustível, devolve o CO2 à atmosfera.

Com o processo de industrialização e aumento da demanda energética, o ser humano tem aumentado sobremaneira o uso de combustíveis fósseis, o que tem causado um aumento nas taxas de emissão de CO2 para a atmosfera, desequilibrando o ciclo do carbono. Ou seja, muito mais gás carbônico está chegando à atmosfera do que a quantidade que pode fazer o caminho inverso pelos processos conhecidos. O desmatamento crescente também contribui para esse desequilíbrio.

O excesso de gás carbônico é o principal responsável pelo chamado ‘efeito estufa’, que aumenta o aquecimento global do planeta, devido ao excesso de CO2 que se acumula na atmosfera e impede que a radiação infravermelha (responsável pelo calor que sentimos quando ficamos sob o Sol) refletida pela superfície da Terra seja dissipada. O resultado é um aumento da temperatura média do planeta, que causa prejuízos à vida (pois o metabolismo de vários microrganismos é alterado), além de provocar derretimento de gelo acumulado nas calotas polares, o que aumenta o nível dos mares e oceanos, podendo levar a inundações, maremotos e tsunamis.

A diminuição da taxa de emissão de CO2 para a atmosfera deve ser encarada como um dos grandes desafios para a humanidade, e depende de ações políticas e de mudanças comportamentais, como o contínuo investimento em novas formas de geração de energia que não dependam de combustíveis fósseis, a substituição dos automóveis tradicionais pelos veículos elétricos e pelo transporte coletivo, entre tantas outras. O vilão do meio ambiente, portanto, não é o carbono (como muitos pensam), mas sim o ser humano, responsável por sua emissão de forma desgovernada.

Quais são as principais características do carbono dentro da Química Orgânica?

Principais características/propriedades do carbono O carbono é um não metal do grupo 14 ou família 4A, segundo período. Possui seis elétrons, seis prótons e três isotopos naturais de massa 12, 13 e 14, sendo o último radioativo. Apresenta-se em estado sólido para condições normais de temperatura e pressão.

Qual principal característica do carbono o torna um elemento base da Química Orgânica?

Átomos de carbono ligam-se diretamente entre si, formando estruturas denominadas cadeias carbônicas. A capacidade de formar quatro ligações é mais pronunciada no carbono do que em qualquer outro elemento, para constatar é só observar as extensas cadeias carbônicas e a variedade enorme de compostos orgânicos.

Qual a principal característica do átomo de carbono?

O carbono é um elemento não metálico, localizado no 2° período na família 14 (família do carbono), possui número atômico 6 e massa atômica aproximadamente igual a 12. Assim como outros elementos da mesma família, o carbono é tetravalente, ou seja, forma quatro ligações com outros elementos. Seu símbolo é C.

Qual a principal característica do átomo de carbono que faz com que ele seja capaz de formar inúmeras substâncias orgânicas?

O átomo de carbono é considerado especial pela sua capacidade em formar ligações com outros átomos e dar origem a longas cadeias carbônicas. Tudo se deve à tetravalência do carbono, ele pode se unir formando quatro ligações, sendo que os átomos participantes podem ser de carbono ou de outros elementos.