Qual a empresa responsável pelo desastre de Mariana?

O rompimento da barragem do Fundão da mineradora Samarco no município de Mariana (MG) completou cinco anos nesta quinta-feira (5). Senadores foram às redes sociais para lembrar o desastre e cobrar punições.

O senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) compartilhou reportagem que afirma que a mineradora Samarco, controlada à época pela brasileira Vale e pela anglo-australiana BHP Billiton, até hoje não cumpriu a promessa de obras de recuperação no distrito de Bento Rodrigues, local onde se localizava a barragem rompida e que foi severamente destruído.

Presidente da Comissão de Meio Ambiente (CMA) do Senado, o senador Fabiano Contarato (Rede-ES) lembrou os cinco anos do desastre que vitimou 19 pessoas e causou danos ambientais imensuráveis, tendo contaminado com lama tóxica um dos rios mais importantes da região Sudeste, o Rio Doce, até sua foz, no estado do Espírito Santo. 

Hoje, faz 5 anos da tragédia em Mariana (MG). Nosso Espírito Santo e Minas Gerais perderam vidas humanas e sofreram desastres ambientais e econômicos sem precedentes. Não podemos aceitar a impunidade! Defendo com veemência uma lei mais rigorosa para barragens”, escreveu Contarato.

Para a senadora Leila Barros (PSB-DF), ainda faltam punições aos responsáveis pelo desastre, reparação aos atingidos e recuperação do meio ambiente.

“Nestes mais de 1,8 mil dias após o rompimento da barragem em Mariana, Minas Gerais, os responsáveis pela tragédia ainda não foram julgados, as comunidades destruídas não foram reconstruídas e ainda faltam respostas para a recuperação do meio ambiente”, afirmou Leila Barros.

A senadora é autora do PL 550/2019, que foi transformado na Lei 14.066/2020. Essa norma entrou em vigor em 1º de outubro deste ano e instituiu uma nova Política Nacional de Segurança de Barragens.

O senador Paulo Rocha (PT-PA) também comentou a data: “5 anos do crime ambiental cometido pela Vale em Mariana (MG). O lucro não vale a vida!”. 

Brumadinho

Poucos anos depois de Mariana, em 25 de janeiro de 2019, o município de Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, foi palco de nova desgraça com o rompimento de uma barragem da Mina Córrego do Feijão, controlada pela mineradora Vale (antiga Vale do Rio Doce), que causou a morte de mais de 270 pessoas e destruiu flora e fauna por centenas de quilômetros. A destruição também atingiu em cheio o Rio Paraopeba.

Ambas as catástrofes motivaram o Senado a criar a CPI de Brumadinho para investigar o desastre e revisar a legislação sobre segurança de barragens no país. Em seu relatório final, a comissão parlamentar de inquérito propôs o indiciamento de 14 pessoaspor homicídio, lesão corporal e crimes ambientais. Também foram indiciadas a Vale e a Tüv Süd, empresa de consultoria que atestou a segurança da barragem antes do rompimento. A CPI funcionou no Senado durante 120 dias, entre 12 de março e 10 de julho de 2019. 

A presidente da CPI de Brumadinho foi a senadora Rose de Freitas (Podemos-ES); o vice-presidente foi o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e a relatoria coube ao senador Carlos Viana (PSD-MG).

Um dos resultados do trabalho foi o PL 3.915/2019, que tipifica o crime de desastre ecológico, com pena de até oito anos de reclusão e que pode ser elevada caso o acontecimento resulte em mortes. O texto já foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e agora espera deliberação do Plenário.

Outras duas propostas apresentadas pela CPI ainda dependem de relatórios para serem votadas. O PL 3.913/2019 estabelece regras mais rígidas para a fiscalização de barragens e o PL 3.914/2019 institui maior tributação sobre as minas com grande volume de produção.

Os rompimentos também motivaram a aprovação de projetos de lei no Senado, como oPL 1.452/2019, da senadora Rose de Freitas, que prevê o reaproveitamento e a redução de rejeitos acumulados em barragens. A proposta aguarda decisão da Câmara.

Já o PL 1.396/2019, do senador Carlos Viana, prevê que os causadores de poluição indenizem União, estados e municípios por despesas com operações de socorro, resgate, assistência e mitigação de danos ambientais e sociais. O texto também aguarda análise da Câmara.

Edifício do Congresso

Como forma de marcar os cinco anos do desastre em Mariana, o Congresso Nacional suspendeu na quinta-feira (5), entre 19h e 20h30, a iluminação azul, referente à campanha de combate ao câncer de próstata, para projetar as frases "Reparação do Rio Doce", "5 Anos de injustiça com o Rio Doce!" e "Reparação já!".

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Qual a empresa responsável pela barragem de Mariana?

Passados quase seis anos do rompimento da barragem da mineradora Samarco, mais de 80 mil demandas judiciais estão na fila aguardando apreciação.

Quais foram os responsáveis pela tragédia de Mariana?

Uma barragem de propriedade da mineradora Samarco rompeu na tarde do dia 5 de novembro de 2015 e despejou 40 bilhões de litros de rejeitos de minério sobre os distritos de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo, no município de Mariana (MG), e Gesteira, em Barra Longa (MG).

De quem foi a culpa do rompimento da barragem de Mariana?

As notícias e denúncias publicadas na imprensa sobre o desastre ambiental ocorrido na cidade de Mariana (MG) denotam que a tragédia ocorreu devido à negligência por parte dos órgãos de fiscalização, da própria Samarco e do governo.

Que empresas foram responsáveis pelas últimas tragédias em Mariana e Brumadinho?

Também foram indiciadas duas empresas: A Vale, mineradora responsável pela barragem, e a TÜV SÜD, que realizou a auditoria da obra. Mesmo protagonizando o maior acidente de trabalho de todo o Brasil, ainda não houve nenhuma punição contra os responsáveis após mais de mil dias.