Qual a imagem que os espanhóis começaram a construir as populações nativas da América?

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Qual a imagem que os espanhóis começaram a construir as populações nativas da América?

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ilha ao oriente, distante desta dezoito léguas, à qual logo pus o nome de a Espa-
nhola e fui para lá, e segui a parte setentrional, assim como de Juana ao oriente, 188 grandes léguas 
por linha reta. Juana e todas as outras são fertilíssimas em grande grau, e esta ao extremo. Nela, 
há muitos portos na costa para o mar, sem comparação, que eu saiba, a outros entre os cristãos, e 
rios fartos, bons e grandes, que são maravilhosos. Suas terras são altas, e nela há muitas serras e 
montanhas altíssimas, incomparáveis às da ilha de Tenerife; todas belíssimas, de feições, e todas 
acessíveis, e cheias de altas árvores de mil espécies que parecem chegar ao céu; e ouvi dizer que 
jamais lhes caem as folhas, segundo pude entender, pois as vi tão verdes e belas como são em maio 
na Espanha, e estavam floridas, com frutos maduros, [...] Espanhola é maravilhosa; há serras, mon-
tanhas, várzeas, campinas, e terras belas e férteis para plantar e semear, para criar gados de todas 
as sortes, para edificação de vilas e povoados. Só se crê nos portos de mar daqui ao vê-los, e nos 
rios vários e grandes, e nas águas salubres, a maioria dos quais traz ouro. Há grandes diferenças nas 
árvores, frutos e ervas desta e as de Juana. Nesta, há muitas especiarias, e grandes minas de ouro 
e de outros metais”.
Disponível em: http://www.revistasamizdat.com/2009/10/carta-de-cristovao-colombo-anunciando-o.html. Acesso em: 25 mar. 2021.
a) Quais as primeiras impressões de Colombo sobre as novas terras recém-descobertas?
b) Quais as riquezas elencadas pelo autor da carta eram até então desconhecidas pelos 
espanhóis?
2 - Os navegadores europeus estavam sujeitos a perigos reais e outros imaginários. Quais eram esses?
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3 - Leia o trecho a seguir:
“As gentes desta ilha e de todas as outras que encontrei e das quais tive notícia, andam todas des-
nudas, homens e mulheres, assim como as mães os parem, ainda que algumas mulheres se cubram 
num único lugar com uma folha de erva, ou uma coberta de algodão feita para isto. Eles não têm 
ferro, nem aço, nem armas, nem palavra para isto, não porque não sejam gente de boa constituição 
e de bela estatura, mas porque são medrosos ao extremo”.
Disponível em: http://www.revistasamizdat.com/2009/10/carta-de-cristovao-colombo-anunciando-o.html. Acesso em: 25 mar. 2021.
Qual a imagem os espanhóis começaram a construir das populações nativas da América?
4 - (Enem 2010)
Chegança
Sou Pataxó,
Sou Xavante e Carriri,
Ianomâmi, sou Tupi
Guarani, sou Carajá.
Sou Pancaruru,
Carijó, Tupinajé,
Sou Potiguar, sou Caeté,
Ful-ni-ô, Tupinambá.
Eu atraquei num porto muito seguro,
Céu azul, paz e ar puro...
Botei as pernas pro ar.
Logo sonhei que estava no paraíso,
Onde nem era preciso dormir para sonhar.
Mas de repente me acordei com a surpresa:
Uma esquadra portuguesa veio na praia atracar.
Da grande-nau,
Um branco de barba escura,
Vestindo uma armadura me apontou pra me pegar.
E assustado dei um pulo da rede,
Pressenti a fome, a sede,
Eu pensei: “vão me acabar”.
Levantei-me de Borduna já na mão.
Aí, senti no coração,
O Brasil vai começar.
NÓBREGA, A.; FREIRE, W. CD Pernambuco falando para o mundo, 1998.
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A letra da canção apresenta um tema recorrente na história da colonização brasileira, as relações de 
poder entre portugueses e povos nativos, e representa uma crítica à ideia presente no chamado mito
a) da democracia racial, originado das relações cordiais estabelecidas entre portugueses e nati-
vos no período anterior ao início da colonização brasileira.
b) da cordialidade brasileira, advinda da forma como os povos nativos se associaram economi-
camente aos portugueses, participando dos negócios coloniais açucareiros.
c) do brasileiro receptivo, oriundo da facilidade com que os nativos brasileiros aceitaram as re-
gras impostas pelo colonizador, o que garantiu o sucesso da colonização.
d) da natural miscigenação, resultante da forma como a metrópole incentivou a união entre co-
lonos, ex-escravas e nativas para acelerar o povoamento da colônia.
e) do encontro, que identifica a colonização portuguesa como pacífica em função das relações 
de troca estabelecidas nos primeiros contatos entre portugueses e nativos.
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SEMANA 2
EIXO TEMÁTICO: 
Mundo moderno, colonizações e relações étnico-culturais.
TEMA/TÓPICO: 
Representações europeias do Novo Mundo.
HABILIDADE(S): 
1.1. Ler e analisar fontes: relatos dos cronistas dos impérios coloniais (Pero Vaz Caminha), descobridores 
(Cristóvão Colombo) e viajantes em geral (Hans Staden, Jean de Lèry, Thevet), visando à construção de uma 
narrativa histórica.
CONTEÚDOS RELACIONADOS: 
Povos ameríndios; processo de colonização da América; Idade Moderna europeia.
INTERDISCIPLINARIDADE: 
Geografia, Língua Portuguesa e Biologia.
TEMA: O Novo Mundo nos relatos de viagem dos navegantes, descobridores e cronistas: mitos e visões.
Caro(a) estudante, nessa semana você vai analisar e comparar as visões construídas a partir do encon-
tro das populações nativas da América e europeus. Como os cronistas, navegadores/descobridores e 
viajantes são, relatando o cotidiano no Novo Mundo pela visão cultural europeia cristã. 
O encontro de dois mundos: construções de narrativas.
Em 22 de abril de 1500, a esquadra de Pedro Álvares Cabral aportou nas terras que hoje chamamos 
de Brasil. Nessa esquadra estava o cronista Pero Vaz de Caminha, que registrou as primeiras impres-
sões portuguesas da terra e populações que estabeleceram contato. A carta foi enviada, em 1º de maio, 
para o então rei português, Manuel I. O documento presta contas ao rei português sobre as caracte-
rísticas da terra recém-achada, então chamada de Pindorama pelos indígenas e batizada inicialmente 
como Ilha de Vera Cruz pelos portugueses. Foi o primeiro relato de viagem descrevendo a fauna e a flora 
nacionais.
No século XVI (1501/1600), além da carta de Caminha, outros relatos podem ser utilizados para com-
preender a visão europeia sobre as terras e povos da América. Além de Caminha, temos, nesse período, 
exemplos de relatos redigidos por Pero de Magalhães Gandavo (português), André Thévet e Jean de 
Léry (franceses). Existem várias semelhanças entre esses relatos, que contribuíram para tornar exótica 
a natureza do Brasil.
Leia um trecho sobre a pesquisa de Eduardo Teixeira Akiyama sobre os relatos desses homens sobre as 
terras brasileiras:
“Um elemento comum às narrativas dos quatro viajantes analisados, [...], vem justamente da heran-
ça que receberam dos autores da Antiguidade e Idade Média. Estes últimos costumavam destacar em 
suas descrições seres fantásticos e elementos extraordinários da natureza, muitas vezes dando-lhes 
um colorido extra. [...]
Além dessa influência estilística, as narrativas dos viajantes do século XVI apresentam outros traços 
importantes, conforme apurou Akiyama. O historiador assinala que as narrativas são obviamente mol-
dadas pela visão de mundo dos autores, bem como pelos interesses tanto deles próprios quanto daque-
les aos quais representavam ou serviam. “Descrever exuberâncias e exotizar a natureza brasileira era 
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uma forma de animar os sonhos imperialistas dos monarcas demonstrando a extensão e a variedade 
de seus territórios ultramarinos, assim como dar indícios de riqueza das novas terras aos financiadores 
das viagens. Mais do que uma prestação de contas, era uma forma de cair no gosto dos grandes e ricos 
senhores e com isso obter favores e posições de destaque quando da volta aos países de origem, o que 
de fato aconteceu em alguns casos”. 
Disponível em: https://www.unicamp.br/unicamp/ju/noticias/2018/10/15/natureza-brasileira-segundo-os-relatos-dos-viajantes-do-
seculo-xvi. Acesso em: 25 mar. 2021.
Essa visão exótica do território e da população é importante para os europeus (portugueses e espa-
nhóis principalmente) justificar, inclusive, o processo de exploração das terras e do trabalho dos(as) 
nativos(as).
Em nome da modernização e aceitação da fé cristã (principalmente a Católica, religião oficial dos

Por que os espanhóis construíram muitas cidades sobre as cidades indígenas?

Os espanhóis fizeram isto como uma forma de facilitar o processo de colonização (de modo que não era necessário preparar o terreno em regiões onde já havia cidades) e também de apagar mais facilmente as heranças culturais dos povos ameríndios, sendo o apagamento cultural um dos passos no sentido de realizar a ...

Quando o território da América foi invadido pela primeira vez pelos espanhóis?

A ideia de descobrimento da América, que se consolidou a partir da chegada dos espanhóis, em 1492, fez com que a expedição de Colombo fosse vista como a primeira a chegar ao continente americano.

Como os espanhóis utilizaram as rivalidades indígenas a favor do processo de colonização?

Resposta. Por exemplo: o Astecas eram muito fortes, então eles(espanhóis) se aliaram com povos indígenas que eram rivais dos Astecas e os derrotaram.

Como eram chamados os filhos de espanhóis e indígenas?

Os criollos, eram os filhos de espanhóis nascidos na colônia. Atuavam no comércio e nos cabildos. Os mestiços eram filhos de espanhóis com mulheres indígenas.