Qual a importância da ciência dos materiais na engenharia moderna?

O estudo da grande variedade de materiais existentes na natureza e também dos que são produzidos pelo Homem conduziu à criação da Ciência dos Materiais e da Engenharia dos Materiais, áreas do conhecimento que têm por objectivo estudar e conhecer profundamente os materiais, mediante um exame das relações entre a sua estrutura, as suas propriedades e o seu processamento, de forma a permitir desenvolver produtos que apresentem, nas condições de serviço, um correcto desempenho, com adequada funcionalidade e durabilidade, a um preço que possa ser o justo reflexo da sua qualidade global.

Ao engenheiro de materiais compete estudar a estrutura, propriedades, aplicações e as tecnologias de processamento de todos os materiais atrás referidos, o que exige profundos conhecimentos das ciências básicas, tais como a Química (Inorgânica e Orgânica), Física, Mecânica, Geologia, Bioquímica, Biofísica e, mais recentemente, as Nanotecnologias. Na Figura 3 esquematizam-se estas relações de conhecimentos.

Qual a importância da ciência dos materiais na engenharia moderna?
Conceito da Engenharia dos Materiais

O conjunto desses conhecimentos deve permitir-lhe decidir-se, na fase de projecto, pela selecção de um determinado material (ou materiais) para a execução de um determinado produto, de forma que este satisfaça todos os requisitos de qualidade, para um determinado preço.

Pode afirmar-se, depois do foi atrás descrito, que a história da tecnologia dos materiais é quase tão velha quanto a história da humanidade, e desenvolveu-se, em várias fases, a partir do momento em que os seres humanos começaram a usar ferramentas de caça e de protecção. As tecnologias pré-históricas converteram os recursos naturais em ferramentas simples (primeiro a pedra, a madeira e mais tarde o barro e os metais). Dissemos também que a descoberta e o consequente uso e domínio do fogo foi um ponto chave na evolução tecnológica do Homem, permitindo-lhe um melhor aproveitamento dos alimentos e também o aproveitamento dos recursos naturais que dele necessitam para serem úteis (primeiramente os produtos cerâmicos e depois os metais). Assim, a madeira e o carvão vegetal estão entre os primeiros materiais usados pelo Homem como combustível. Na verdade, as suas primeiras fontes naturais de energia.

O ensino da Engenharia de Materiais em Portugal

Como diz o Eng.º Manuel Amaral Fortes, “A Ciência dos Materiais é uma área científica muito recente: data do final da década de 60, embora tenha antecedentes bem claros na Metalurgia e na Física do Estado Sólido dos anos 30 a 60”(2).

Com efeito, os planos curriculares dos cursos de Engenharia que resultaram da reforma de 1955 (decreto N.º 40378, de 14 de Novembro de 1955) (3) integravam:

  • Nas várias especialidades de Engenharia, uma disciplina de Resistência de Materiais e Elementos de Estabilidade;
  • Na especialidade de Engenharia Civil, uma disciplina de Materiais e Processos de Construção e uma disciplina de Betão Armado e Pré-esforçado;
  • Nas especialidades de Engenharia de Minas, Químico-Industrial e Mecânica, uma disciplina de Metalurgia Geral e Metalografia;
  • Na especialidade de Engenharia Químico-Industrial, uma disciplina de Siderurgia.

Sendo então os metais o grupo de materiais de maior importância relativa, não admira, de certo modo, a existência desta estrutura curricular. Contudo, o desenvolvimento dos materiais plásticos e a sua rápida ascensão em importância relativamente aos outros materiais a partir da década de 60, alterou de forma significativa a situação existente.

A similaridade de alguns dos processos de transformação dos materiais plásticos com processos utilizados na transformação dos metais levou a que no curso de Engenharia Mecânica, começassem a ser leccionados conhecimentos sobre matérias plásticas e seus processos de transformação. Daí que não fosse de estranhar, ser a Engenharia Mecânica a formação académica da generalidade dos quadros técnicos da Indústria Portuguesa de Plásticos nas décadas que se seguiram aos anos 60 (4).

A descoberta de novos materiais poliméricos e o desenvolvimento de novas tecnologias obrigou, como não podia deixar de ser, à criação de novas especialidades e, de certo modo, a um reordenamento das áreas de conhecimento.

Com a reforma introduzida peloProf. Veiga Simão, em 1970, a duração dos cursos de Engenharia passa de seis para cinco anos; o curso de Engenharia de Minas, que até 1970 incluía, no 6º ano, as opções de Minas ou de Metalurgia passou, a partir deste ano, a dar origem a duas licenciaturas distintas: a de Engenharia de Minas e a de Engenharia Metalúrgica, a qual veio, mais tarde, a ser designada por Engenharia Metalúrgica e de Materiais (1998) (5).

Mas foi na Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboaque foi criado, pela primeira vez em Portugal, em 1981, uma licenciatura sobre Engenharia dos Materiais.O curso proporcionava dois ramos opcionais: Física ou Materiais.Mas em 1991 foi criada a Licenciatura em Engenharia dos Materiais (sem ramos opcionais), com a duração de cinco anos(6).

Na Universidade de Aveiroé criado, em 1974, um curso de Engenharia Cerâmica e do Vidro.

Em 1976, na Universidade do Minho é criado um curso de Engenharia dos Polímeros; o curso está direccionado, quase inteiramente, para polímeros plásticos. Na disciplina de Ciência dos Polímeros existe um módulo sobre a “Teoria da elasticidade das Borrachas” e existe também uma disciplina de “Tecnologia dos Elastómeros”(7) (8), procurando-se assim dar uma cobertura mínima aos materiais elastoméricos (borrachas).

Existem também licenciaturas em Engenharia dos Materiais nas Universidades do Minho, de Coimbra e ainda no Instituto Superior Técnico. Na Universidade de Évora, a licenciatura em Engenharia Química proporciona, como uma das áreas de especialização, a Tecnologia de Materiais.

A licenciatura em Engenharia Química da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto oferece seis opções de especialização, nomeadamente uma em Polímeros(9).

Existem licenciaturas em Engenharia Têxtil nas Universidades do Minho e da Beira Interior. A licenciatura em Engenharia Química da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto das seis opções de especialização que oferece, uma é de Química Têxtil(9).

No Instituto Politécnico de Leiria, no curso de Engenharia Mecânica, são leccionadas disciplinas sobre Materiais (Química e Materiais, Tecnologia dos Materiais e Resistência dos Materiais), sobre Processos de Transformação de Plásticos, Projecto de Moldes para Plásticos e sobre Processamento e Mecânica dos Compósitos(8).

Dos diversos tipos de Materiais interessa-nos particularmente a Borracha. Iremos abordar os restantes tipos de Materiais apenas tendo em vista os seus aspectos comparativos com as borrachas, a fim de posicionarmos este material como um Material de Engenharia, descrevendo as suas vantagens e as suas limitações.

Qual a importância da ciência dos materiais na Engenharia?

A ciência e engenharia de materiais têm um papel basilar em todo o ciclo de tecnologia energética, desde a melhoria das fontes primarias (petróleo, carvão, gás natural, energia nuclear, hidrelétrica etc.), até novos sistemas para transmissão e conservação e novos produtos e serviços para o consumidor.

Por que os estudos dos materiais são de suma importância para um projeto mecânico?

Resposta: É através dos estudos dos materiais que é possível conhecer os materiais que podem ser utilizados para determinadas aplicações, seja para solucionar um problema ou mesmo para projetar uma nova máquina, conhecendo assim suas propriedades, durabilidade, local de utilização e custo.

Qual a importância dos materiais?

Para além do conforto visual e físico que podem proporcionar, os materiais são essenciais para criar um espaço coerente e à imagem da empresa (e dos colaboradores) que o vai utilizar.

Qual a importância de se estudar resistência dos materiais na área da Engenharia?

O maior objetivo da área de estudo da resistência dos materiais é aplicar os conhecimentos na produção e utilização de peças com um determinado papel a cumprir. Para tanto, é fundamental conhecer os limites de cada tipo de material, descobrindo assim até onde é possível manipulá-los.