Qual a importância e os cuidados de enfermagem nas posições cirúrgicas?

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O tema posição cirúrgica é um aspecto que merece todo ponto de atenção, já que por meio dela é possível reduzir os riscos e complicações relacionados aos procedimentos cirúrgicos enfrentados por um paciente. Isso porque, se tratam das posturas em que os indivíduos são colocados para que a cirurgia possa ser executada, de forma a proporcionar acesso fácil ao campo operatório, simplificar a realização do procedimento, entre outros.

A escolha da posição cirurgia mais adequada é responsabilidade do cirurgião que compõe o corpo clínico, no entanto, é uma decisão que deve ser tomada em conjunto com o anestesista que acompanhará o procedimento cirúrgico. Quer saber quais são as principais posições e quando são utilizadas? Leia este post para descobrir!

Quais são as posições cirúrgicas mais utilizadas?

A seguir, vamos mostrar algumas das posições cirúrgicas mais usadas como forma de proporcionar mais segurança durante o procedimento, evitar complicações e aumentar o potencial de recuperação dos pacientes.

Posição prona

É uma posição indicada para pessoas que vão passar por cirurgias na região posterior do corpo, por exemplo a coluna. No entanto, a acomodação do paciente, sedação e anestesia serão realizadas na posição supina, quanto o indivíduo se encontra com as costas em contato com a mesa cirúrgica. Nesse caso, ele só é colocado em posição prona após a estabilização da anestesia e autorização do responsável por aplicá-la.

É uma posição que exige muita atenção com as funções respiratórias, pois a região anterior dos pulmões ficará comprimida, com risco de hipoventilação. No caso das mulheres, um cuidado extra é adotado para a diminuição da pressão do corpo sobre as mamas, que pode ser muito doloroso, na fase do pós-operatório.

Além disso, os braços precisam ser posicionados para fora, em braçadeiras almofadadas, com as palmas das mãos direcionadas para baixo; a cabeça deverá ficar em repouso na posição neutra, repousada sobre um apoio vazado ao centro, numa altura capaz de estabilizar a coluna vertebral; os pés também devem ficar bem posicionados, de forma que o peso do corpo não fique localizado apenas no dorso ou dedos dos pés.

Posição supina

Nesse tipo de posição o paciente fica deitado de costa para a mesa cirúrgica, sendo muito usada em procedimentos que ocorrerão incisões na região anterior do tórax, na região abdominal em cirurgias reparadoras, exploratórias ou investigativas. Para um posicionamento adequado, os baços e pernas são levemente afastados do corpo, mantendo um bom alinhamento.

Dependendo da intervenção, por exemplo, nas regiões do estômago, fígado, baço, entre outros, é possível usar um coxim inflável ou panos estéreos com o objetivo de proporcionar elevação no local e proporcionar uma melhor visualização para o cirurgião.

É importante ressaltar que ao submeter o paciente idoso à posição supina, pode ocorrer casos de sentir dor na região lombossacral, então, é importante analisar a viabilidade da posição para evitar qualquer tipo de comprometimento ao bem-estar e recuperação do paciente.

Posição sentado

A posição onde o paciente fica sentado é muito usada em procedimentos neurológicos, reparadores de abdômen ou de mamas. Apesar de parecer desconfortável, o auxílio da equipe de saúde pode ser o diferencial para uma cirurgia tranquila e um pós-operatório sem desconfortos.

Nesse caso, a preparação anestésica e sua estabilização já acontecem com o indivíduo posicionado, sendo necessária uma atenção especial à regulagem da maca, levando e conta que alguns ângulos podem ser mais confortáveis para o paciente. Entre os principais cuidados a serem tomados estão:

●       a cabeça do paciente precisa ser mantida alinhada na posição neutra, em suporte específico, posicionando sua testa de maneira que a curvatura da cervical seja preservada;

●       a escápula precisa estar em contato com o final da mesa de cirurgia;

●       as costas precisam formar um ângulo de 90º em relação às coxas, de forma que as pernas fiquem um pouco mais elevadas;

●       os joelhos precisam ficar na altura dos cotovelos;

●       os pés são auxiliados por um apoio que não permite que fiquem balançando.

Posição lateral

Trata-se de uma posição indicada em situações cirúrgicas ligadas aos pulmões, rins, quadris ou procedimentos ortopédicos. Assim como acontece na posição prona, a etapa de acolhimento da pessoa, sedação, anestesia e estabilização precisa ser executada na posição supina, com a mudança de posicionamento depois da anuência do anestesiologista.

Entre os principais pontos de atenção está o uso de coxins para a sustentação do paciente, além de bandagens ou esparadrapo quando necessários para mantê-lo na posição adequada. Ao usar esses objetos é necessário verificar a largura, com a finalidade de preservar a integridade da pele do indivíduo.

Outra questão relevante é a flexão da perna que localiza se embaixo do paciente, que deverá manter se em contato com a mesa cirúrgica, associada a inserção de um travesseiro fino entre os dois joelhos. Em relação aos braços, o ideal é mantê-los apoiados na plataforma conectada à mesa de cirurgia. Assim, as axilas são abertas e a partes das costas ganham mais expansão.

Entre as principais vantagens dessa posição está a promoção de um maior conforto para a região lombar, melhora do fluxo sanguíneo e redução do contato entre as estruturas ósseas.

Quais são as possíveis complicações de não colocar o paciente na posição cirúrgica adequada?

Uma posição cirúrgica inadequada pode provocar consequências como dores nos músculos e articulações, que serão sentidos durante a recuperação do paciente, podendo causar mal-estar. Além disso, o posicionamento correto contribui para que o sistema vascular funcione de maneira mais fluída, diminuindo as chances de edemas, tromboses e demais problemas associados à má vascularização.

Durante o procedimento cirúrgico todos os integrantes da equipe precisam ficar muito atentos a pontos de pressão excessiva nas proeminências ósseas do paciente. O anestesista deverá estar atento ao monitoramento e possíveis alterações dos sinais vitais, cor dos lóbulos da orelha, unhas e lábios, tamanho das pupilas e demais.

Esses cuidados são essenciais para a segurança e bem-estar do paciente, bem como a tranquilidade do médico cirurgião, anestesiologista, técnicos em enfermagem e demais integrantes do time.

Conseguiu entender a importância da posição cirúrgica adequada ao procedimento realizado? Sendo assim, é preciso estar atento a esse ponto, com a finalidade de evitar possíveis riscos e complicações inerentes à cirurgia, bem como proporcionar um pós-operatório tranquilo e uma recuperação satisfatória ao paciente.

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Quais os cuidados de enfermagem nas posições cirúrgicas?

Dentre os cuidados de enfermagem recomendados nos artigos analisados, salientam-se: respeitar o alinhamento corporal; implementar ações para as áreas de pressão; reduzir a fricção, cisalhamento e pressão; checar proeminências ósseas; selecionar e disponibilizar dispositivos de posicionamento de acordo com as ...

Qual a importância da enfermagem na atuação na área cirúrgica?

No momento da intervenção cirúrgica, o profissional de enfermagem tem a função de oferecer ajuda ao cirurgião com os instrumentais utilizados. Ainda, é sua responsabilidade recolher biópsias que serão posteriormente analisadas e esterilizar as indumentárias de toda a equipe de cirurgia.

Quais os objetivos dos cuidados de enfermagem na Clínica cirúrgica?

A assistência de enfermagem no centro cirúrgico consiste no cuidado integral do paciente. Ou seja, o enfermeiro assume a responsabilidade por realizar todos os cuidados necessários para o bem-estar e a recuperação da pessoa atendida. Inicialmente, ele é o responsável pela abordagem pré-operatória.

Quais os cuidados de enfermagem são indispensáveis em relação ao decúbito do paciente?

Os cuidados mais enfocados foram a mudança frequente de decúbito, a avaliação e a hidratação da pele, os dispositivos para alternâncias do decúbito, a identificação do paciente para o risco, bem como seu manejo, as ações da equipe de prevenção, o protocolo de internação, e as pulseiras que identificam o risco.