Qual a verdadeira versão do caso Suzane?

A Menina Que Matou os Pais e O Menino Que Matou Meus Pais relembram crime que chocou o Brasil, mas alguns detalhes sobre o caso judicial não foram explorados nos filmes.

Qual a verdadeira versão do caso Suzane?

Em 2002, o assassinato de Marísia e Manfred von Richthofen chocou pela brutalidade: o casal foi morto a pauladas em crime planejado pela própria filha. Quase 20 anos depois, a história virou tema dos filmes A Menina Que Matou os Pais e O Menino que Matou os Pais, disponíveis no Amazon Prime Video e baseados nos depoimentos de Suzane von Richthofen e do namorado dela na época, Daniel Cravinhos. Entre as diversas afirmações feitas pelos dois, chamou atenção a “denúncia” feita pelo assassino de que Manfred era violento e abusivo com a filha.

Em A Menina Que Matou os Pais, Cravinhos (Leonardo Bittencourt) afirma que decidiu participar do assassinato motivado principalmente pelo que Suzane (Carla Diaz) contava sobre a família - segundo ele, a namorada afirmava que os pais tinham problemas como excesso de bebida e que Manfred abusava física e sexualmente da jovem. Uma fala que também apareceu em declarações do irmão dele, Cristian Cravinhos, que também participou do crime e foi condenado a 38 anos de prisão, um ano a menos do que o ex-casal.

Qual a verdadeira versão do caso Suzane?

Cristian corroborou a declaração do irmão e também afirmou que Suzane dizia ser molestada dentro de casa e, embora os filmes não deem mais detalhes sobre a veracidade destas informações, elas nunca foram realmente comprovadas. Ao contrário: na época dos depoimentos, Suzane afirmou que Daniel Cravinhos estava mentindo e o mesmo foi apontado pelo irmão dela, Andreas von Richthofen.

O irmão caçula de Suzane afirmou que nenhum deles sofreu violência física ou sexual e fez uma ressalva para um episódio em que Manfred deu um tapa na cara de Suzane após uma discussão, cena que aparece nos filmes do Amazon Prime Video. Além disso, também negou a acusação de que os pais eram alcoólatras.

Suzane Von Richthofen vai receber algum lucro do filme no Amazon Prime Video?

Pais de Suzane Richthofen eram infiéis?

Outro detalhe sobre Manfred e Marísia mostrados na versão de Cravinhos é a infidelidade de ambos: segundo o réu, o pai de Suzane tinha uma amante (que o casal chega a flagrar em cena do filme) ao passo que a mãe mantinha um caso amoroso com uma amiga. O relacionamento extraconjugal de Marísia nunca foi comprovado, mas Suzane sabia que o pai tinha relações fora do casamento. 

Por que Daniel Cravinhos acusou pai de Suzane?

Qual a verdadeira versão do caso Suzane?

As versões tão contraditórias dos depoimentos de Suzane e de Cravinhos deixam claro a estratégia jurídica de atribuir culpa maior ao outro. Enquanto Suzane afirmava que o namorado era possessivo e interesseiro, Daniel dizia que a gente o manipulou e usou o suposto abuso justamente para motivá-lo a participar do crime. 

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Durante as investigações do assassinato de Manfred Albert von Richthofen e Marísia von Richthofen, Daniel Cravinhos falou à Justiça e à imprensa que Suzane havia relatado que era abusada pelo pai. A narrativa foi reforçada no filme A Menina Que Matou os Pais, que mostra a versão do namorado da herdeira sobre o duplo homicídio. Suzane, porém, sempre negou esse tipo de comportamento criminoso na família.

No longa, lançado no Prime Video na sexta-feira (24), Daniel Cravinhos (Leonardo Bittencourt) se descreve como um jovem tranquilo e trabalhador. Na versão dele, Suzane começou a se transformar com o uso de drogas e passou a ter uma vontade frequente de dar um fim no pai e na mãe, que eram controladores ao extremo e não aceitavam o relacionamento.

De acordo com Cravinhos, ela ainda teria dito que apanhava e sofria abusos sexuais de Manfred von Richthofen. O aeromodelista chegou a dizer que a então namorada se sentia constrangida por apresentar hematomas decorrentes da violência.

O filme A Menina Que Matou os Pais apresentou esse viés e também indicou que Manfred e Marísia eram prepotentes e tinham problemas com bebidas alcoólicas, além de manterem relações extraconjugais: o pai com prostitutas; a mãe, que era psiquiatra, com uma paciente.

Já em O Menino Que Matou os Pais, narrado com base nos depoimentos de Suzane von Richthofen, a família dela é mostrada como rígida e interessada nos estudos da filha. O incômodo dos pais se dava pelo comportamento abusivo de Cravinhos com a herdeira. Além das discussões familiares, não há indícios de que o pai cometia algum tipo de abuso ou excesso.

O que os Cravinhos dizem dos Richthofen?

Em 17 de janeiro de 2006, a Folha de S.Paulo publicou uma reportagem com o título: "Pai estuprou Suzane, dizem Cravinhos". O texto trazia trechos de uma entrevista dos irmãos Daniel e Cristian para a rádio Jovem Pan.

"Os irmãos voltaram a falar das supostas agressões sexuais. Cristian foi o mais incisivo. Disse que Suzane afirmou que não seria uma pessoa feliz enquanto não sepultasse os pais. E que ela teria dito: 'Eu sou estuprada, sou molestada desde os 13 anos dentro da minha própria casa'. Daniel contou que o irmão de Suzane, Andreas, dormia no quarto dela porque a garota se sentia ameaçada", informava o texto.

Essa foi uma estratégia usada pela defesa dos Cravinhos para tentar provar que Suzane era a verdadeira mandante do crime. Na ocasião, o então advogado da assassina, Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, negou o estupro. "Ela está revoltada com essa mentira torpe. Ainda que a alegação de ter sido vítima de abuso sexual melhorasse sua situação jurídica, ela não admitiria a mentira", afirmou o defensor.

reprodução

Qual a verdadeira versão do caso Suzane?

Suzane, Andreas, Marísia e Manfred Richthofen

Suzane nega estupro

Suzane von Richthofen, que sempre afirmou ter cometido o crime por influência do ex-namorado, negou essa versão de que teria sofrido abusos do pai. "Isso nunca aconteceu", reforçou ela, em entrevista para a revista Quem publicada em outubro de 2014.

Irmão de Suzane, Andreas von Richthofen tinha apenas 15 anos quando os pais foram assassinados. Em seu depoimento no julgamento, realizado em julho de 2006, o então estudante questionou o caráter da irmã, mas reforçou a versão dela de que Cravinhos tinha a iniciado no uso de drogas.

Andreas, que se tornou o único herdeiro dos bens dos pais, avaliados em aproximadamente R$ 2 milhões na época, negou que qualquer um dos dois tenha sofrido agressões ou abusos sexuais dos pais. Ele também disse que se lembrava de apenas uma ocasião na qual o pai havia batido em Suzane.

"Ela o agrediu verbalmente, e ele deu um tapa", falou o jovem. Essa discussão é mostrada em um dos filmes disponíveis no Prime Video. "Meu pai era um homem muito mais digno do que muita gente aqui", provocou o herdeiro durante o seu depoimento à Justiça.

Qual a versão verdadeira do caso da Suzane?

Em 2014, Suzane se casou com a detenta Sandra Regina, mais conhecida como Sandrão, condenada a 27 anos de prisão pelo sequestro de uma empresária em São Paulo. Sandra já teve relacionamento com outra condenada famosa, a Elize Matsunaga, presa pela morte e esquartejamento do marido Marcos Matsunaga.

Como a polícia descobriu que Suzane matou os pais?

Como a polícia descobriu que Suzana matou os pais? Ao investigar a cena do crime, a mansão da família von Richthofen, a polícia chegou à conclusão de que os assassinatos não se tratavam de um latrocínio (roubo seguido de morte) e que provavelmente os homicídios teriam sido praticados por pessoas próximas.

Quem diz a verdade Suzane e Daniel?

Era Andreas von Richthofen, que foi até o local para prestar depoimento sobre o crime que mudou totalmente a sua vida quatro anos antes: os assassinatos de seus pais, Manfred e Marísia von Richthofen, articulado pela sua única irmã, Suzane.