Qual e a participação dos combustíveis fosseis na matriz energética mundial em 1973 e em 2022

Desde 1973, o ano do choque do petróleo que abalou a economia mundial, a matriz energética brasileira se tornou mais “suja”, com maior presença de combustíveis fósseis. Ainda assim, depois de quatro décadas a matriz energética do Brasil é quatro vezes mais “limpa” do que a média mundial. Os dados estão no relatório Energia no Mundo – Matrizes Energéticas – Matrizes Elétricas 2012-2013, que acaba de ser publicado pelo Ministério das Minas e Energia (MME).

Segundo o documento, o conjunto de energias renováveis (hidráulica e outras) somou 41% da matriz energética em 2013, contra 50,9% em 1973. Nesse período a matriz energética ficou, portanto, mais “suja”, pelo aumento da presença de combustíveis fósseis, e principalmente do gás, que ampliou sua proporção de 0,4% para 12,8%, e do carvão, com crescimento de 3,1% para 5,6%.

A participação do óleo diminuiu de 45,6% para 39,3% e nesse período foi adicionada a energia nuclear, que hoje representa 1,3% da matriz energética. Além dos 12,5% da energia hidráulica na matriz energética em 2013, o grupo das renováveis somou os 16,1% de produtos da cana, 8,3% de lenha e carvão e 4,2% de biodiesel e outros.

Já a matriz energética mundial era composta por 13,5% de renováveis em 2012, somando-se os 2,4% de energia hidráulica e 11,1% de outras (solar, eólica e outras). Nesse sentido houve pouca mudança em quatro décadas, pois em 1973 as renováveis somavam 12,5% da matriz energética mundial. O maior incremento em quatro décadas foi de uso do gás, de 16,0% em 1973 para 21,3% em 2012, e do carvão, de 24,6% para 29,0% no mesmo período. Houve queda de 46,1% para 31,5% na participação de óleo na matriz energética mundial, enquanto foi observado um aumento de cinco vezes do uso da energia nuclear, de 0,9% em 1973 para 4,8% em 2012.

Em termos de geração de eletricidade no Brasil, 70.7% da energia produzida em 2013 eram derivados de fontes hidráulicas, contra 89,4% em 1973. Outras fontes alternativas representaram 9,6% da geração de eletricidade no país em 2013, contra 1,7% em 1973. Nesse sentido, houve uma queda no período, em termos de presença de renováveis na geração de eletricidade, de 91,1% em 1973 para 78,4% em 2013.

Considerando a geração de eletricidade no mundo, 20,9% foram derivados de energias renováveis em 2012, contra 21,6% em 1973. Houve uma expressiva queda da participação do óleo na geração da eletricidade mundial, de 24,6% para 5,0% entre 1973 e 2012, mas um substancial incremento no uso de outros combustíveis fósseis, como no carvão (38,3% para 40,4%) e principalmente gás (12,2% para 22,5%). A energia nuclear cresceu de 3,3% para 10,9% em participação na geração de eletricidade mundial.

Petróleo e derivados, gás natural e carvão mineral movimentam o mundo, que busca aumentar a produção de fontes renováveis como biomassa, eólica, solar e hidráulica

 08/07/2022 - Publicado há 4 meses

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Qual e a participação dos combustíveis fosseis na matriz energética mundial em 1973 e em 2022
A maior parte da matriz energética em âmbito mundial provém de recursos não renováveis, como o petróleo – Foto: Felipe Dana via Fotos Públicas

Qual e a participação dos combustíveis fosseis na matriz energética mundial em 1973 e em 2022

A energia desempenha um papel fundamental na vida das pessoas e está presente nas mais variadas formas, seja nos fenômenos da natureza, para locomoção, dirigir um carro, cozinhar alimentos ou fazer uso da eletricidade. Há vários tipos de energia, como térmica, química, mecânica e elétrica, por exemplo. O ser humano começou a fazer uso da energia desde os primórdios e a primeira a ser dominada foi na forma do fogo. Anos mais tarde, começou-se a utilizar o movimento das águas para o funcionamento de equipamentos. A utilização dos ventos como fonte de energia também data de séculos atrás, quando moinhos de vento eram usados para moer grãos e a tração animal também era muito usada na agricultura e para a locomoção.

Para gerar qualquer tipo de energia é necessário que haja alguma fonte para transformá-la na forma desejada. O conjunto de fontes é denominado matriz energética e representa quanto cada fonte de energia contribui para o total. A maior parte da matriz energética em âmbito mundial provém de recursos não renováveis, cerca de 81,1% e nessa porcentagem estão inclusos petróleo e derivados, carvão mineral e gás natural. Os recursos não renováveis são combustíveis fósseis e por isso produzem um alto nível de poluição quando utilizados e outra desvantagem é que em um momento futuro se esgotarão.

Além disso, a busca por formas de geração de energia mais baratas leva a estudo e desenvolvimento de energias provenientes de matrizes renováveis. Essas fontes têm como característica serem mais sustentáveis, geram menos índices de poluição, tornam a matriz menos dependente de combustíveis fósseis e mais diversificada e muitas vezes possuem custo mais baixo. Dessas, a que mais se destaca é a biomassa, equivalendo a 9,3% da matriz mundial; a hidráulica ocupa o segundo lugar, com 2,6%; já a solar, geotérmica e eólica ocupam um número muito pequeno, totalizando juntas somente 2% de toda a matriz. Já a nuclear corresponde a cerca de 5%.

O Brasil é um dos países que fazem mais uso de energias renováveis que o restante do mundo. Em 2019, 46% da matriz energética nacional era renovável, enquanto no mundo esse número era de 14%. Já em 2020, a contribuição das fontes renováveis para a matriz energética nacional subiu para 48,3%, sendo os recursos mais utilizados derivados da cana-de-açúcar, seguidos da hidráulica.

A Série Energia tem apresentação do professor Fernando de Lima Caneppele (FZEA), que produziu este episódio com Iris Montani Gasparoto (discente USP Pirassununga). A coprodução é de Ferraz Junior e edição da Rádio USP Ribeirão. Você pode sintonizar a Rádio USP Ribeirão Preto em FM 107.9, ou pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo no celular para Android e iOS. 

Ouça no player acima o episódio inédito e na íntegra sobre a matriz energética mundial e a posição do Brasil na produção de energia renovável.


Qual e a participação dos combustíveis fosseis na matriz energética mundial em 1973 e em 2022

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Qual é a participação dos combustíveis fósseis na matriz energética mundial em 1973?

Resposta: A participação dos combustíveis fosseis em 1973 é de 87% e em 2016 de 81%. Ela diminuiu. Explicação: É só somar as porcentagens do petróleo,carvão mineral e gás natural(que são os principais combustíveis fosseis).

Qual é a porcentagem da participação dos combustíveis fósseis na produção mundial de energia?

Segundo o balanço de 2020 da Agência Internacional de Energia (AIE), os combustíveis fósseis respondem por mais de 80% do fornecimento total de energia mundial.

Qual a principal matriz energética do mundo atual?

Matriz Energética Mundial (BP Statistical Review 2020) Os energéticos de origem fóssil como petróleo, carvão e gás natural, atualmente predominam na matriz energética global e são grandes emissores de GEE.

Qual é a porcentagem da matriz energética mundial?

Nossa principal fonte de energia continuam sendo as hidrelétricas (58,1%), seguidas de gás natural (12,2%), eólica (11,3%), bioenergia (7,7%), carvão (4,2%), outros combustíveis fósseis (2,4%), nuclear (2,3%) e solar (2%).