Qual é a vacina mais segura?

Uma pesquisa da Fiocruz divulgada nesta segunda-feira (4/4) analisa a efetividade das doses de reforço contra a Covid-19. Diante dos surtos de Ômicron em países com alta cobertura de vacinas de vírus inativado, o estudo avaliou o ganho de proteção que a terceira dose forneceu a adultos brasileiros que tinham completado o esquema vacinal com duas doses de CoronaVac. Para isso, os pesquisadores analisaram três cenários: pessoas vacinadas apenas com a série primária de CoronaVac (duas doses), com dose de reforço homóloga (três doses de CoronaVac) e heteróloga (duas doses de CoronaVac + reforço de Pfizer). Este último grupo foi o que apresentou maior e mais duradoura proteção contra a Covid-19 grave.

No período de predominância da Ômicron, a eficácia da vacina em até seis meses após a segunda dose de CoronaVac foi de 8,1% contra Covid-19 sintomática e de 57% contra desfechos graves da doença. Com uma terceira dose da mesma vacina, a eficácia contra a Covid sintomática foi de 15% e, contra a Covid-19 grave, de 71,3%. Já com uma terceira dose da Pfizer, a proteção aumenta de forma significativa: 56,8% contra a Covid-19 leve e 85,5% contra os casos graves. Enquanto o declínio da eficácia da vacina contra a Covid-19 sintomática foi observado 90 dias em ambos os tipos de reforço, o declínio de eficácia contra as formas graves da doença só foi observado após um reforço homólogo.

A principal conclusão do estudo é que uma dose de reforço homóloga de CoronaVac fornece proteção adicional limitada, enquanto uma dose de reforço de Pfizer proporciona proteção sustentada contra a forma grave da doença por pelo menos três meses. Os resultados reforçam a recomendação do Ministério da Saúde, em nota técnica divulgada em novembro de 2021, para que o Brasil priorizasse a utilização de vacinas de RNA mensageiro (Pfizer) na dose de reforço, independentemente do esquema vacinal primário. Em caso de falta de doses de Pfizer, a pasta sugere o uso, de maneira alternativa, de vacinas de vetor viral (Janssen ou AstraZeneca).

Metodologia

Os pesquisadores utilizaram um desenho de teste negativo (TND) com caso-controle, método que consiste em comparar dois grupos opostos para avaliar a eficácia de um tratamento - neste caso, a vacinação. Com base em dados de e-SUS, Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) e Programa Nacional de Imunização (PNI), eles analisaram informações de adultos que completaram a série primária vacinal com duas doses de CoronaVac e fizeram testes para infecção por Covid-19 em todo o país. 

Entre 6 de setembro de 2021 e 10 de março de 2022, um total de 1.339.986 casos positivos foram combinados com 1.339.986 pessoas cujo teste deu negativo, formando o grupo controle. A primeira análise se concentrou no período de 25 de dezembro de 2021 a 10 de março de 2022, de maior circulação da variante Ômicron. Na sequência, os cientistas confrontaram essas descobertas com as do período anterior, de 6 de setembro de 2021 a 14 de dezembro de 2021, quando a variante Delta era a predominante no Brasil.

Estudo revela que vacina do Butantan e da farmacêutica chinesa Sinovac causa efeitos adversos em apenas 29% a 33%, e todos muito leves

Um estudo publicado na revista científica Lancet Infectious Diseases revelou que a CoronaVac, vacina do Butantan e da farmacêutica chinesa Sinovac contra a COVID-19, causa efeitos adversos em apenas 29% a 33%, e todos muito leves (como dor no braço ou fadiga passageira). Esse é um ótimo indicador, que atesta o alto perfil de segurança do imunizante, e um dos menores índices de efeitos adversos entre todas as vacinas aprovadas até o momento para uso emergencial pela Organização Mundial de Saúde.

O estudo foi realizado por pesquisadores dos Centros de Controles de Doenças das províncias de Hangzhou, Nanjing e Jiangsu, na China, cientistas da Academia Chinesa de Ciências e pesquisadores da Sinovac, com 744 voluntários que participaram dos ensaios clínicos de fase 1 e 2 da CoronaVac. Na fase 1, 29% dos voluntários relataram ter experimentado reações adversas, principalmente dor no local da aplicação e fadiga, no período de 14 dias após receber a vacina. Na fase 2, apenas 33% dos voluntários relataram efeitos adversos. Menos de 5% dos voluntários em ambas etapas tiveram sintomas de febre, dor de cabeça ou náusea.

No Brasil, dados sobre a segurança da vacina do Butantan foram obtidos em ensaios clínicos de fase 3 com 9 mil voluntários em 2020. As manifestações indesejadas foram muito leves e não foi necessária atenção médica maior. No Projeto S, estudo clínico realizado pelo Butantan na cidade de Serrana, foram administradas 54.882 doses na população adulta do município e não houve relato de evento adverso grave relacionado à vacinação. Durante a aplicação da primeira dose do imunizante em Serrana, foram 4,4% de relatos de reações adversas e apenas 0,02% considerados de grau 3 (mialgia e cefaleia), porque interferiram nas atividades diárias. Já na segunda dose, houve somente 0,2% de relatos de efeitos adversos, nenhum considerado de grau 3 ou superior. Outro indicador que atesta a segurança da CoronaVac é que, até hoje, a área de Farmacovigilância do Butantan não recebeu nenhum relato de trombose associado à vacinação – um dos efeitos adversos já relatados em outras vacinas contra a Covid-19.

Tais resultados contrastam com as conclusões observadas em estudos com as demais vacinas contra a Covid-19 – embora não seja possível comparar diretamente os resultados de pesquisas, pois os grupos estudados são diferentes, assim como as metodologias de análise. Entre 70% e 75% dos norte-americanos que tomaram vacinas feitas com a tecnologia do RNA mensageiro (mRNA) relataram experimentar efeitos adversos, percentual que subiu para 86% a 88% entre pacientes britânicos que tomaram a vacina AstraZeneca/Oxford, feita com a tecnologia de vetor viral. Já no caso da vacina da Janssen, também de vetor viral, entre 35% e 62% dos entrevistados relataram efeitos adversos.

A tecnologia empregada na CoronaVac, de vírus inativado, é uma das mais estudadas e seguras do mundo. O vírus é replicado e, posteriormente, morto. Assim, não é capaz de se multiplicar no corpo e adoecer o organismo, mas consegue desencadear a produção de anticorpos e produzir resposta imunológica.

Vacinas feitas com a tecnologia do RNA mensageiro (mRNA) 

Um estudo recentemente publicado no jornal da Associação Americana de Medicina sobre a percepção de efeitos adversos das vacinas das farmacêuticas americanas Pfizer ou Moderna, feitas com a tecnologia do RNA mensageiro (mRNA), foi feito com 3,6 milhões de norte-americanos que tomaram a primeira dose, e 1,9 milhão que tomaram a segunda dose. A maioria dos participantes relatou ter experimentado reação no local da injeção (70% dos que tomaram a primeira dose, e 75% dos que receberam a segunda dose) ou reação sistêmica (50% após a primeira dose, e 69,4% após a segunda dose) durante os primeiros sete dias após a vacinação. As reações mais frequentemente após a primeira dose da vacina foram dor no local da injeção (67,8%), fadiga (30,9%), cefaleia (25,9%) e mialgia (19,4%). O relato de efeitos adversos foi maior após a segunda dose para ambas as vacinas, particularmente para reações como fadiga (53,9%), dor de cabeça (46,7%), mialgia (44%), calafrios (31,3%), febre (29,5%) e dos nas articulações (25,6%).

Vacinas feitas com vetor viral

Um estudo publicado na The Lancet analisou a percepção de efeitos adversos de 560 adultos que receberam a vacina elaborada pela farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca e por pesquisadores da Universidade Oxford. Entre aqueles que receberam duas doses, após a primeira dose foram relatadas reações locais em 88% dos participantes no grupo de 18 a 55 anos, 73% no grupo de 56 e 69 anos, e 61% no grupo de 70 anos e mais. Foram relatadas reações sistêmicas em 86% dos participantes no grupo de 18 a 55 anos, 77% no grupo de 56 a 69 anos, e 65% no grupo de 70 anos ou mais. Fadiga, dor de cabeça, febre e mialgia foram as reações adversas sistêmicas mais comumente relatadas.

Além disso, o Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos realizou um levantamento com 3.356 norte-americanos que tomaram a dose única da vacina da farmacêutica Janssen. No grupo de 18 e 59 anos, um total de 62% relataram ter experimentado um ou mais efeitos adversos, sendo os principais deles fadiga (43,8%), dor de cabeça (44,4%), mialgia (39,1%), náusea (15,5%) e febre (12,8%). Já no grupo com mais de 60 anos, 35% tiveram algum efeito adverso, como fadiga (29,7%), dor de cabeça (30,4%), mialgia (24%), náusea (10,8%) e febre (3,1%).

Qual vacina é mais forte Pfizer ou CoronaVac?

A principal conclusão do estudo é que uma dose de reforço homóloga de CoronaVac fornece proteção adicional limitada, enquanto uma dose de reforço de Pfizer proporciona proteção sustentada contra a forma grave da doença por pelo menos três meses.

Qual vacina é mais eficaz Pfizer?

A vacina da Pfizer BioNTech contra a COVID-19 tem uma eficácia de 95% contra a infeção sintomática por SARS-CoV-2.

Qual é a melhor vacina?

Em 14 de dezembro, os desenvolvedores russos da vacina Sputnik V publicaram resultados de seu ensaio clínico da vacina e afirmaram que a injeção foi novamente considerada 91,4% eficaz no fornecimento de proteção contra o novo coronavírus.

Qual vacina é mais forte Astrazeneca ou Pfizer?

Traduzindo em números: a Coronavac aumentou em 7 vezes os anticorpos neutralizantes; a Janssen em 61 vezes; a Astrazeneca aumentou em 85 vezes; e a Pfizer aumentou em 175 vezes. O reforço com a plataforma heteróloga realmente suscita uma maior resposta imune”, afirmou a pesquisadora.