Qual e o motivo de algumas pessoas utilizam medicamentos durante a prática de exercícios físicos

ALEXANDRE CALISTO
CAMILA NARDINI
MARIANA FONSECA

A busca por um corpo perfeito faz com que as pessoas aumentem a frequência de atividades físicas, que, na maioria das vezes, ocasiona uma má alimentação e problemas musculares. Isso se torna uma rotina, e muitos não têm conhecimento que pode virar uma doença, conhecida como vigorexia.

A doença é considerada um transtorno dismórfico corporal, pois afeta a forma como a pessoa vê seu próprio corpo. No caso da anorexia, o paciente se vê mais gordo. Na vigorexia, o indivíduo se acha fraco ou muito magro.  

O vigorexico costuma fazer exercícios em excesso. É incapaz de controlar a necessidade, fazendo-o mesmo quando não está se sentindo bem, ou deixando de cumprir compromissos sociais. Isso pode ocasionar sofrimento pessoal e prejuízos.

Para alcançar seus objetivos usa de todos os artifícios possíveis, como os anabolizantes e esteróides, substâncias compostas por hormônios masculinos, a testosterona e sintéticos, que ajudam a aumentar a força física e o desempenho esportivo.

“A gente já pega o caso da vigorexia na academia. O aluno já está viciado em atividade física. Nós tentamos da melhor forma possível passar para ele o que é bom e o que é excesso”, disse Diogo Hammel, professor de academia.


O estudante de Administração Frederico Filho assume ser um vigorexico e comenta que começou a malhar sozinho, por vergonha de ser magro. “Comecei a malhar em casa mesmo, com uns pesinhos que comprei, na verdade por vergonha de ir à academia, por ser muito magro.”

Ele também admite ter usado anabolizantes, suplementos alimentares e treinar excessivamente, a ponto de não comer direito.  “Chegou um momento que eu não comia mais por prazer, comia forçando. Só por comer. Colocava o despertador de madrugada, de 3 em 3 horas, para comer . Desregula tudo.”

A compulsão por um corpo forte e musculoso é a principal característica da vigorexia. Por isso o distúrbio é mais comum no sexo masculino.

FATORES

Esses transtornos são multifatoriais. Fatores emocionais, pessoais, pré-disposição biológica e, principalmente, a questão familiar e sociocultural são primordiais para desenvolvimento da doença. A homossexualidade também pode ser um fator de risco para um transtorno alimentares, devido à preocupação com estética, segundo a psiquiatra Ester Zatyrco Schomer, do Ambulim (Ambulatório de Bulimia e Transtornos Alimentares do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas).


Conheça mais sobre o Bullying com o audio a seguir:

Os fatores socioculturais envolvem desde a busca pela perfeição, passando pela profissão e até por problemas como o bullying, forma repetida de agreções verbais ou fisicas. De acordo com Ester,  “nossa sociedade está o tempo todo exigindo. Nunca se exigiu tanto de homem como hoje, homens com o corpo perfeito.”

Para a socióloga Lucieneida Praun, a questão da perfeição do corpo vai além da busca para se sentir bem. Chega a ser mais um produto do sistema capitalista. “A faixa masculina é um novo nicho de mercado, se é que podemos chamar de novo, para consumo de produtos de beleza. O que há é cada vez mais a mercantilização do corpo, a ideia de que você tem que ser um produto vendável, tem que ter aparência Y ou Z, obedecendo a um padrão que é aparentar juventude eterna.

TRANSTORNOS

A doença está relacionada a transtornos alimentares, como a bulimia e a anorexia, além da prática excessiva de exercício físico. Todos os transtornos alimentares fazem parte de um quadro psiquiátrico, em que os pacientes sofrem com a baixa autoestima e com a distorção da própria imagem do corpo.

De acordo com Ester, é difícil separar a vigorexia de outros transtornos alimentares. “A vigorexia é uma parte de um transtorno, porque ele vai alterar e buscar uma alimentação mais específica para poder ter os músculos bem desenvolvidos. Mas o que mais vai afetar é que ele vai tomar algum tipo de anabolizante, algum tipo de medicação para ter exagero.”

Bulimia – O bulímico ingere alimento de forma rápida e com a sensação de descontrole. Para controlar o peso e compensar o que foi ingerido provoca o vômito, utiliza remédios como laxantes e inibidores de apetite, realiza dieta e exercício físico, abusa de cafeína ou até usa cocaína.

Anorexia - É dividida em dois tipos: Anorexia restritiva e Anorexia do tipo bulímico. A restritiva é quando a pessoa não come, ocorrendo a perda de peso intensa. A do tipo bulímico é quando se provoca o vômito, utiliza remédios como laxantes e se alimenta por meio da uma dieta rígida.

Sugere-se que aproximadamente 80% dos pacientes com diagnóstico de anorexia nervosa e 55% dos pacientes com bulimia nervosa praticam exercício físico de forma compulsiva em algum momento de sua história clínica.

 HOMENS&MULHERES

Dados do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas mostram que a predominância de transtornos alimentares em mulheres e homens mudou bastante nas últimas duas décadas. Há 20 anos, a relação entre os gêneros para o diagnóstico de Anorexia Nervosa era de 1 homem para cada 15 mulheres. Atualmente, essa relação pode chegar a 1 homem para cada 4 mulheres.

Dois fatores retardam a busca dos homens pelo tratamento: Os transtornos atingiam em grande parte as mulheres e hoje atingem muitos homossexuais. “Muitos acham que o transtorno é feminino, então muitos homens têm vergonha de procurar tratamento” e “muitos acham que serão confundidos com homossexuais”, segundo Ester.

TRATAMENTO

O tratamento é feito sempre por uma equipe multidisciplinar. São vários especialistas como psiquiatra, nutrólogo, nutricionista, psicólogo individual, psicólogo familiar, assistente social, uma equipe de enfermagem, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais que analisam o paciente e como deverá ser feito o tratamento, trabalhando principalmente com o funcionamento, com a rotina e a interação familiar. 

Dentro das terapias são observadas as características pessoais e familiares. O controle de peso e da alimentação ficam sobre a responsabilidade do nutricionista, enquanto os fisioterapeutas cuidam do corpo, fazendo o paciente aceita-lo.

ATIVIDADE FÍSICA

A atividade física é um bom meio de prevenir doenças cardiovasculares, controlar o colesterol e pressão arterial, além de aumentar a auto-estima e desestressar, quando praticada de forma correta.

A qualidade do exercício é um fator mais importante do que a quantidade.  “A importância da prática da atividade física com uma boa prescrição, ou seja, com professor ou personal trainner, é voltada para evitar lesões e também para ter um bom desempenho” disse o professor de academia Diogo.

Assista o video sobre o que é exageiro de exercícios físicos.

Qual é o motivo de algumas pessoas utilizam medicamentos durante a prática de exercícios físicos?

Antidepressivos: Indicados para melhorar o humor e trazer sensação de equilíbrio emocional para pessoas com depressão. Na atividade física, podem causar secura na boca e aumento da frequência cardíaca. Anti-histamínicos: Medicamentos para tratar alergias diversas, tais com rinite e alergias de pele.

Qual é o motivo de algumas pessoas utilizarem medicamentos?

Ao utilizar medicamentos é importante ter claro a ação esperada. A maior parte dos medicamentos é usada para o alívio de sintomas, como dor, febre, inflamação, tosse, coriza, vômito, náuseas, ansiedade, insônia, etc. Mas atenção! Estes medicamentos cumprem o seu objetivo quando diminuem ou eliminam os sintomas.

Quais são os principais malefícios tanto do uso de medicamentos como do excesso de exercício físico?

A alta intensidade e o tempo de recuperação muscular e cardiovascular insuficientes podem ser prejudiciais ao sistema cardiovascular, à imunidade, provocar lesões musculares, articulares e tendinites”, completa o médico.

Como a atividade física age sobre os medicamentos em algumas doenças?

A prática regular de atividade física, mesmo se iniciada após os 65 anos de idade, contribui para uma maior longevidade, melhora da capacidade fisiológica, redução do número de medicamentos prescritos, benefícios psicológicos, como melhora da autoestima e etc. (CHAIMOWICZ, 1997).