O regime de juros simples, é aquele no qual os juros incidem sempre sobre o capital inicial. Este sistema não é utilizado na prática nas operações comerciais, mas, a análise desse tema, como introdução à Matemática Financeira, é de uma certa forma, importante. Show Considere o capital inicial P aplicado a juros simples de taxa i por período, durante n períodos. Lembrando que os juros simples incidem sempre sobre o capital inicial, podemos escrever a seguinte fórmula, facilmente demonstrável: J = P . i . n = Pin J = juros produzidos depois de n períodos, do capital P aplicado a uma taxa de juros por período igual a i. No final de n períodos, é claro que o capital será igual ao capital inicial adicionado aos juros produzidos no período. O capital inicial adicionado aos juros do período é denominado MONTANTE (M). Logo, teríamos: Exemplo: A quantia de $3000,00 é aplicada a juros simples de 5% ao mês, durante cinco anos. Calcule o montante ao final dos cinco anos. Solução: Temos: P = 3000, i = 5% = 5/100 = 0,05 e n = 5 anos = 5.12 = 60 meses. A fórmula J = Pin, onde P e i são conhecidos, nos leva a concluir pela linearidade da função juros simples, senão vejamos: Façamos P.i = k. Exercício proposto: Como já sabemos, se o capital P for aplicado por n períodos, a uma taxa de juros simples i, ao final dos n períodos, teremos que os juros produzidos serão iguais a J = Pin e que o montante (capital inicial adicionado aos juros do período) será igual a M = P(1 + in). O segredo para o bom uso destas fórmulas é lembrar sempre que a taxa de juros i e o período n têm de ser referidos à mesma unidade de tempo. Para chegarmos à fórmula de juros simples, vamos partir de um exemplo concreto. Suponha que você tenha aplicado o capital inicial 600 (vamos ignorar a unidade monetária para simplificar), à taxa de juros 5% a.m., durante o prazo de 1 ano. Quanto receberá de juro no resgate de aplicação? É fácil: se a taxa de juros é de 5% a.m. e o regime de capitalização é de juros simples, significa que por mês você receberá 5% do capital inicial a título de juros (lembre-se: o que caracteriza o regime de juros simples é fato de o juro ser sempre calculado sobre o capital inicial). Logo, em cada mês você receberá 5% de 600, que é igual a 5/100 vezes 600, que é igual a 3.000/100, que, por sua vez, é igual a 30. Se em um mês você ganha 30 de juro, quanto ganhará em um ano? Como um ano tem doze meses, você ganhará doze vezes mais, ou seja: 12 x 30 = 360. No restante da aplicação, você ficará com um montante de 960 (600 de capital inicial mais 360 de juro). Vamos fazer uma retrospectiva dos cálculos realizados. Como é que você fez para calcular os juros? Inicialmente você pegou a taxa de juros (i) e multiplicou pelo capital (C); em seguida, multiplicou esse resultado pelo número de períodos mensais contidos no prazo anual (n). Ora: essa é a formula de juros simples – para calcular juros simples basta multiplicar a taxa de juros i pelo capital C e pelo número de períodos n contidos no prazo de aplicação. Em linguagem algébrica, escrevemos que: J = C . i . n Esta fórmula é importantíssima. Trate de memórizá-la. Vejamos agora como é que calculamos o montante: pegamos o capital inicial e somamos com o juro, isto é: M = C + J Uma vez que J = C.i.n, podemos escrever que M = C + C.i.n Observe que no lado direito do sinal de igual há um fator comum, a variável C, que pode ser colocada em evidência, ficando a fórmula com o seguinte aspecto: M = C ( 1 + in) Eis outra fórmula importante que você terá que memorizar: ela ensina a calcular diretamente o montante no regime de juros simples. O fator (1 + in) é chamado de FATOR DE ACUMULAÇÃO DE CAPITAL para juros simples (também guarde isto). Para calcular o montante a juros simples, basta multiplicar o capital C pelo fator de acumulação de capital (1 + in). A título de curiosidade, podemos adiantar que também existe o fator de acumulação de capital para juros compostos, com uma estrutura parecida com a do fator dos juros simples: (1 + i)n. A diferença, no caso, é que o n é um expoente. Mas para calcular o montante a juros compostos procedemos da mesma maneira: multiplicamos o capital pelo respectivo fator de acumulação. Assim, no caso de juros compostos, a fórmula do montante é M = C (1 + i)n. É comum colocarmos um índice “n” nos juros e no montante para indicarmos que aqueles juros e aquele montante estão sendo calculados até o enésimo período. Assim, podemos indicar as fórmulas anteriormente apresentadas com a seguinte notação: Jn = C.i.n Mn = C ( 1 + in) Gostaríamos de chamar sua atenção para outro ponto importante: você percebeu que na hora em que calcularmos o juro total que a aplicação rendeu precisamos converter o prazo de 1 ano em doze meses? Fizemos isto porque a periodicidade da taxa era mensal e o prazo era anual. Sempre que o prazo de aplicação for fornecido numa unidade de medida de tempo diferente da periodicidade da taxa de juros, você terá que convertê-lo para a mesma unidade , pois a letra n, nas fórmulas acima, representa o prazo de aplicação quando medido com a mesma unidade de medida de tempo da taxa de juros. Em outras palavras, n é o numero de períodos da taxa de juros contidos no prazo de aplicação. Mais uma observação importante: no regime de capitalização a juros simples, os juros são incorporados ao capital somente no final do prazo de aplicação e não no final de cada período. Exercícios resolvidos 1. Calcular o montante produzido por um capital de R$ 6.000,00 aplicado a uma taxa de juros de 8% a.a, pelo prazo de 2 anos. Resolução: Temos que: M = ? C = 6.000 i = 8% a.a. = 0,08 a.a. t (prazo) = 2 anos No exemplo apresentado, a unidade de tempo adotada para medir a periocidade da taxa de juros já é igual à do prazo t. Então podemos escrever diretamente que n = 2. J = C i n J = 6.000 . 0,08 . 2 J = 960 M = C + J M = 6.000 + 960 M = 6.960 Poderíamos calcular o montante diretamente utilizando a fórmula: M = C (1 + in). O resultado é o mesmo: M = 6.000 (1 + 0,08 . 2) M = 6.000 . 1,16 M = 6.960 2. Calcular o montante produzido por um capital igual a 10.000 durante 3 anos, considerando o regime de juros simples a uma taxa de 5% a.t. Resolução: Verifique que o prazo é anual e a taxa é trimestral. Para que possamos calcular os juros é necessário que adotemos a mesma unidade de tempo para a taxa de juros e para o prazo. Iremos converter o prazo, portanto, em trimestres. M = ? C = 10.000 t = 3 anos = 12 trimestres (pois cada ano tem 4 trimestres) = n = 12 i = 5% a.t. = 0,05 a.t. M = C (1 + in) M = 10.000 (1 + 0,05 . 12) = 10.000 (1 + 0,6) M = 16.000 Existe um outra possibilidade: poderíamos, também, converter a taxa trimestral em anual, e manteríamos o prazo em anos. Neste caso, n ficaria sendo igual a 3 e a taxa seria dada por: i = 5% a.t. = 20% a.a. (se em um trimestre a aplicação rende 5%, em um ano, que são quatro trimestres, renderá 4 vezes mais, ou seja: 20%). Poderíamos, então, escrever: M = C (1 + in) = 10.000 (1 + 0,20 . 3) = 10.000 (1,6) M = 16.000 Ao transformarmos, na resolução do exercício 2, a taxa de 5% a.t. para 20% a.a., utilizamos o conceito de TAXAS DE JUROS PROPORCIONAIS. Naquele contexto (regime de juros simples), raciocinamos que 5% em um trimestre era a mesma coisa que 20% em quatro. Observe que: 20%/4 trimestres = 5%/1 trimestre Assim, duas taxas i1 e i2, com os respectivos períodos n1 e n2 medidos na mesma unidade de tempo, são ditas proporcionais quando obedecerem à seguinte relação: i1/n1 = i2/n2 Outros exemplos: 2% a.a. é proporcional a 1% a.m., pois 12%/12m = 1%/1m 10% a.s. é proporcional a 20% a.a., pois 10%/1s = 20%/2s 6% a.t. é proporcional a 2% a.m.,pois 6%/3m = 2%/1m 36% a.a. é proporcional a 9% a.t., pois 36%/4t = 9%/1t Duas TAXAS são ditas EQUIVALENTES quando aplicadas sobre o mesmo prazo, produzem os mesmos juros. Quando duas taxas são equivalentes, portanto o efeito delas sobre o capital é o mesmo. No caso de juros simples as taxas equivalentes são sempre proporcionais. Por exemplo: vimos anteriormente que 1% a.m. é proporcional a 12% a.a. Essas mesmas taxas também são equivalentes, pois se aplicarmos um capital de 1.000 durante 1 ano, os juros produzidos pelas duas serão iguais: Para a taxa de 1% a.m.: J = C.i.n J = 1.000 x 0,01 x 12 = 120 Para a taxa de 12% a.a.: J = C.i.n J = 1.000 x 0,12 x 1 = 120 Imagine uma dívida, no valor de 1.000, vencida em 10/01/96, e que só tenha sido paga em 11/07/96, tendo sido cobrados juros simples, a uma taxa de 36% a.a., sobre o valor. Qual o total dos juros pagos: Temos que: J = ? i = 36% a.a. t = número de dias entre 10/01/96 e 11/07/96 C = 1.000 Vamos adotar períodos diários. Assim, temos de tomar duas providências inicialmente:
Para o cálculo dos juros existem três convenções utilizadas na matemática financeira. O examinador deverá dizer qual delas devemos utilizar. As convenções são: juro exato, juro comercial (ou ordinário) e juro bancário. Juro Exato Característica: a contagem do número de dias (n) se faz pelo calendário ano civil, mas o juro diário é calculado utilizando o ano comercial. Quando um capital em regime de juros simples é pago?O juro simples é uma taxa previamente definida e que incide somente sobre o valor inicial. Por exemplo: Se você emprestar R$1000,00 com uma taxa de 2% ao mês no juro simples, a taxa será sempre 2% de R$1000 ao longo do prazo.
O que é o capital em juros simples?Juros simples é um acréscimo calculado sobre o valor inicial de um aplicação financeira ou de uma compra feita a crédito, por exemplo. O valor inicial de uma dívida, empréstimo ou investimento é chamado de capital.
O que é um regime de capitalização simples?Capitalização simples: É aquela em que a taxa de juros incide sobre o capital inicial; não incide, pois, sobre o juro acumulado.
Qual deve ser o capital que no sistema de juros?Qual deve ser o capital que, no sistema de juros compostos, à taxa de 4% ao mês, gera um montante de R$ 12.154,90 ao final de 1 ano e 6 meses? C = ? O capital será de R$ 6.000,00.
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