Quem é o dono da Nissan no Brasil?

O brasileiro Carlos Ghosn, que ganhou reputação no mercado automotivo nas últimas décadas pela capacidade de cortar custos, fazer fusões e dar lucro para as empresas em que trabalhou, falou com exclusividade à CNN sobre sua prisão e a fuga do Japão escondido em uma caixa.

Ghosn trabalhou na Renault e colocou o grupo de volta na rota do crescimento, além de costurar a aliança entre a empresa francesa e a Nissan, em 1999.

Transferido para o Japão, agiu para recuperar a marca, que estava à beira da falência e com uma dívida bilionária.

Quem é o dono da Nissan no Brasil?
Carlos Ghosn, ex-executivo da Nissan (23.mar.2021)Foto: Reprodução/CNN

A vida no Líbano, sem poder deixar o país cercado de seguranças, contrasta com o passado de festas luxuosas e fotos ao lado de líderes globais.

Ele passou de referência na indústria automobilística a procurado pela Interpol. “Foi uma coisa feita para destruir a minha imagem”, afirma. 

Uma fusão completa com a Renault foi negociada. “O governo francês e o conselho de administração da Renault pediram que esse relacionamento fosse irreversível”, explica.

Segundo ele, muitos na montadora japonesa acreditavam que a negociação seria desvantajosa para a Nissan, tornando-se alvo de outros executivos da companhia. “Quatro meses depois da minha nomeação para um novo mandato, o golpe foi feito”, afirma.

Em 2018, Ghosn foi preso, acusado de ocultar ganhos e uso indevido de ativos da empresa. O brasileiro pagou fiança e foi cumprir prisão domiciliar em Tóquio, de onde fugiu no ano seguinte para o Líbano.

Segundo as autoridades japonesas, o engenheiro se escondeu dentro de uma caixa usada para transportar instrumentos musicais, saindo do aeroporto de Osaka em um avião particular com destino a Istambul, na Turquia. De lá, embarcou para Beirute, no Líbano.

“Os japoneses são muito bem organizados, mas muito previsíveis. Botei em prática um plano, que foi bem-sucedido”, avalia.

Pelo menos cinco pessoas o ajudaram na fuga: o dono da empresa de táxi aéreo e dois pilotos, além de cidadãos americanos. Eles teriam levado o equivalente a R$10 milhões para transportá-lo na mala. 

“Saí do japão porque concluí que não teria chance de justiça”, diz Ghosn, que quer se dedicar à vida acadêmica.

Carole, esposa do brasileiro, afirma que o marido é inocente e que a família está sendo “perseguida” pelo governo japonês. A história virou livro, “Juntos Sempre”, que será lançado pelo casal no próximo dia 29 no Brasil, pela editora Intrínseca. 

A CNN entrou em contato com a Nissan, que preferiu não comentar o assunto. Em declarações anteriores, a montadora negou a acusação de conspiração na companhia. 

A embaixada do Japão respondeu com uma declaração da ex-ministra da justiça do país, afirmando que o brasileiro estava justificando a fuga do país ‘propagando informação falsa sobre o sistema de justiça japonês”

A entrevista na íntegra será exibida no próximo domingo (28), após o “CNN Séries Originais”. 

Futuro da Aliança Renault-Nissan está novamente em pauta segundo publicação do jornal inglês Financial Times. O assunto repercutiu esta semana em outros meios de comunicação na Europa. Não parece tão grave em relação à crise que levou à prisão no Japão do brasileiro Carlos Ghosn (ex-CEO da aliança) em 2018, seguida pela sua surpreendente fuga para o Líbano no ano seguinte.

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Agora, as conversas de alto nível estariam supostamente ocorrendo em razão de uma disputa de propriedade intelectual sobre motores a combustão interna (MCI). É algo surpreendente pois, enquanto a eletrificação tornou-se irreversível, ainda há espaço para avanços em um motor de quatro tempos (ciclo Otto) conhecido há mais de 150 anos a partir de conhecimentos técnicos rústicos.

Quem é o dono da Nissan no Brasil?
Nascido no Brasil, Carlos Ghosn, foi o homem forte da Aliança Renault-Nissan e hoje vive foragido no Líbano

De acordo com o Financial Times, a Renault fez uma parceria com a chinesa Geely (dona da Volvo) para melhoras em MCI e a Nissan alega já ter acertado um acordo semelhante com a mesma Geely. Entretanto, a marca francesa, dona de 43% das ações da fabricante japonesa, afirmou em comunicado oficial estar em discussões bilaterais agora para “melhorias estruturais no intuito de garantir operações e governança sustentáveis da Aliança”.

A agência Bloomberg informou (sem citar a fonte) que a Nissan estaria investindo até US$ 750 milhões na divisão de veículos elétricos da Renault. Isso faria parte de um movimento para reduzir gradualmente de 43% para 15% a participação da Renault na Nissan. Como exigiria aprovação do governo francês, dono de 15% das ações da Renault, não se sabe se seria factível.

Renault-Nissan em quartos separados

As duas empresas apresentaram planos de investimentos em eletrificação: Renaulution e Nissan Ambition 2030. Os crossovers Mégane E-Tech e Nissan Ariya compartilham a arquitetura francesa CMF-EV. Os novos compactos Renault 5 e Nissan Micra previsto para estrearem em 2024 também dividirão a arquitetura elétrica CMF-BEV.

Na América do Sul a Renault anunciou investimento de 300 milhões de euros (R$ 1,5 bilhão) na Argentina, sem revelar o produto. José de Mendiguren, secretário de Indústria e Desenvolvimento Produtivo daquele país, antecipou que o veículo será a nova picape Oroch, hoje fabricada em São José dos Pinhais (PR). A marca francesa informou “ainda não ter definido o modelo”, mas tudo indica ser este mesmo em 2024. Talvez até ligeiramente maior que a atual Oroch para enfrentar a nova Montana, a ser lançada no início de 2023.

Estas duas picapes terão porte claramente inferior à Toro, ao contrário das especulações.

Terceiro trimestre confirmou recuperação de vendas

O ano de 2022 não vem sendo dos melhores no mercado de veículos novos. Embora o primeiro trimestre tenha começado muito fraco com a escassez de semicondutores e falta ou atraso de outros componentes, o segundo e o terceiro trimestres mostram que os números de vendas continuam a subir. De 406.000 unidades entre veículos leves e pesados no primeiro trimestre, o volume evoluiu para 585.000 unidades de julho a setembro.

Na realidade, o empate com 2021 já se considera um bom resultado frente às consequências da pandemia da covid-19. Os custos subiram e os preços também. Taxas de juros acompanharam a Selic e passaram de 20% ao ano em 2019 para 27% em 2022. Na mesma comparação a inadimplência dos financiamentos escalou de 3,3% para 5,1% e as vendas à vista atingiram 65% do total (51% em 2019). São todos fatores limitantes.

O presidente da Anfavea, Marcio Leite, reiterou que 2022 não será pior que 2021.

“Nosso número mágico é chegar a 2,140 milhões de unidades no fim do ano. Como vendemos até setembro 1,503 milhão de veículos, precisamos comercializar mais 637 mil. No último trimestre de 2020, por exemplo, em plena pandemia emplacamos 684 mil, que é mais do que precisamos para bater a meta e até crescer simbólico 1%. À época já havia falta de componentes, mas a escassez de semicondutores ainda não tinha atingido o pico. Esse número é um desafio, mas bastante factível”, afirmou Leite.

Previsões da Fenabrave abrem possibilidade um pouco mais otimista. O presidente da entidade das concessionárias, José Andreta Jr., aventa possíveis 2,216 milhões incluindo automóveis, comerciais leves, comerciais pesados e ônibus. Representaria evolução de até 4% sobre o ano passado.

Honda HR-V EXL foca em segurança e consumo

Sem dúvida, o HR-V evoluiu em estilo. Manteve o jeito de SUV, mas ganha em ao menos três aspectos frente à versão anterior: capô, desenho da coluna traseira e altura 20 mm menor. Um filete de luz une as lanternas traseiras com belo efeito visual. A Honda manteve a distância entre eixos (2.610 mm), inclinou em 2 graus o encosto do banco traseiro, porém o espaço para cabeças ficou menor e o porta-malas diminuiu 83 litros (agora 354 litros/VDA).

Quem é o dono da Nissan no Brasil?
Perda de potência e torque não é percebida no uso cotidiano (Foto: Marcelo Jabulas | AutoPapo)

O banco do motorista 10 mm mais alto oferece boa sustentação lateral. Tela multimídia poderia ser maior do que apenas 8 pol. e há conexão sem fio para Android Auto e Apple CarPlay. Melhoraram também o acabamento interno e os materiais; bancos são revestidos em couro.

O pacote de segurança ativa é dos mais completos: seis airbags, frenagem automática de emergência, câmera no retrovisor direito com imagem na tela multimídia (pode ser apagada a um toque do botão na extremidade da alavanca de seta para não atrapalhar a navegação), faróis e lanternas de LED e controle de cruzeiro adaptativo com estratégia para e anda. Há também freio de imobilização automático. Faltam sensores de obstáculos dianteiros.

Na avaliação dia a dia surpreendeu positivamente o novo motor aspirado de injeção direta, 1.5, 126 cv e 15,8 kgfm (E). Apesar de 14 cv e quase 2 kgfm a menos que o de 1.8 anterior, essa diferença quase não é notada em uso urbano. Há integração perfeita com o câmbio automático CVT de sete marchas.

Apenas em rodovias sentem-se nas ultrapassagens situações em que o antigo motor ia melhor, especialmente na retomada de 80 a 120 km/h. Há o recurso de selecionar a posição “S” no câmbio para melhorar a resposta ao acelerador do novo motor, mas ainda assim não é suficiente para igualar.

O ganho de consumo do novo motor, em média, é de 12,4% segundo o Inmetro.

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Quem é o dono da marca Nissan?

Em 1999, a Renault constituiu a aliança Renault-Nissan com a Nissan e, desde então, detém 43,5% das ações da Nissan. Em 2016 a Renault-Nissan adquiriu uma participação de 34% na Mitsubishi tornando parte da aliança. Além disso a Nissan também é dona das marcas Infiniti e Nismo.

Quem faz parte do grupo Nissan?

Neste imbróglio, a Nissan também é dona da Datsun e da Infiniti.

O que significa a palavra Nissan em japonês?

Como curiosidade, o próprio nome Nissan vem de Nihon Sangyo, de quando a empresa entrou na bolsa de valores de Tóquio. O significado é indústria japonesa.

Quantas Nissan tem no Brasil?

Estamos no Brasil desde o ano 2000 e operamos com cerca de 180 concessionárias em território nacional.