O brasileiro Carlos Ghosn, que ganhou reputação no mercado automotivo nas últimas décadas pela capacidade de cortar custos, fazer fusões e dar lucro para as empresas em que trabalhou, falou com exclusividade à CNN sobre sua prisão e a fuga do Japão escondido em uma caixa. Ghosn trabalhou na Renault e colocou o grupo de volta na rota do crescimento, além de costurar a aliança entre a empresa francesa e a Nissan, em 1999. Transferido para o
Japão, agiu para recuperar a marca, que estava à beira da falência e com uma dívida bilionária. A vida no Líbano, sem poder deixar o país cercado de seguranças, contrasta com o passado de festas luxuosas e fotos ao lado de líderes globais. Ele passou de referência na indústria automobilística a procurado pela Interpol. “Foi uma coisa feita para destruir a minha imagem”, afirma. Uma fusão completa com a Renault foi negociada. “O governo francês e o conselho de administração da Renault pediram que esse relacionamento fosse irreversível”, explica. Segundo ele, muitos na montadora japonesa acreditavam que a negociação seria desvantajosa para a Nissan, tornando-se alvo de outros executivos da companhia. “Quatro meses depois da minha nomeação para um novo mandato, o golpe foi feito”, afirma. Em 2018, Ghosn foi preso, acusado de ocultar ganhos e uso indevido de ativos da empresa. O brasileiro pagou fiança e foi cumprir prisão domiciliar em Tóquio, de onde fugiu no ano seguinte para o Líbano. Segundo as autoridades japonesas, o engenheiro se escondeu dentro de uma caixa usada para transportar instrumentos musicais, saindo do aeroporto de Osaka em um avião particular com destino a Istambul, na Turquia. De lá, embarcou para Beirute, no Líbano. “Os japoneses são muito bem organizados, mas muito previsíveis. Botei em prática um plano, que foi bem-sucedido”, avalia. Pelo menos cinco pessoas o ajudaram na fuga: o dono da empresa de táxi aéreo e dois pilotos, além de cidadãos americanos. Eles teriam levado o equivalente a R$10 milhões para transportá-lo na mala. “Saí do japão porque concluí que não teria chance de justiça”, diz Ghosn, que quer se dedicar à vida acadêmica. Carole, esposa do brasileiro, afirma que o marido é inocente e que a família está sendo “perseguida” pelo governo japonês. A história virou livro, “Juntos Sempre”, que será lançado pelo casal no próximo dia 29 no Brasil, pela editora Intrínseca. A CNN entrou em contato com a Nissan, que preferiu não comentar o assunto. Em declarações anteriores, a montadora negou a acusação de conspiração na companhia. A embaixada do Japão respondeu com uma declaração da ex-ministra da justiça do país, afirmando que o brasileiro estava justificando a fuga do país ‘propagando informação falsa sobre o sistema de justiça japonês” A entrevista na íntegra será exibida no próximo domingo (28), após o “CNN Séries Originais”. Futuro da Aliança Renault-Nissan está novamente em pauta segundo publicação do jornal inglês Financial Times. O assunto repercutiu esta semana em outros meios de comunicação na Europa. Não parece tão grave em relação à crise que levou à prisão no Japão do brasileiro Carlos Ghosn (ex-CEO da aliança) em 2018, seguida pela sua surpreendente fuga para o Líbano no ano seguinte. VEJA TAMBÉM:
Agora, as conversas de alto nível estariam supostamente ocorrendo em razão de uma disputa de propriedade intelectual sobre motores a combustão interna (MCI). É algo surpreendente pois, enquanto a eletrificação tornou-se irreversível, ainda há espaço para avanços em um motor de quatro tempos (ciclo Otto) conhecido há mais de 150 anos a partir de conhecimentos técnicos rústicos. Nascido no Brasil, Carlos Ghosn, foi o homem forte da Aliança Renault-Nissan e hoje vive foragido no LíbanoDe acordo com o Financial Times, a Renault fez uma parceria com a chinesa Geely (dona da Volvo) para melhoras em MCI e a Nissan alega já ter acertado um acordo semelhante com a mesma Geely. Entretanto, a marca francesa, dona de 43% das ações da fabricante japonesa, afirmou em comunicado oficial estar em discussões bilaterais agora para “melhorias estruturais no intuito de garantir operações e governança sustentáveis da Aliança”. A agência Bloomberg informou (sem citar a fonte) que a Nissan estaria investindo até US$ 750 milhões na divisão de veículos elétricos da Renault. Isso faria parte de um movimento para reduzir gradualmente de 43% para 15% a participação da Renault na Nissan. Como exigiria aprovação do governo francês, dono de 15% das ações da Renault, não se sabe se seria factível. Renault-Nissan em quartos separadosAs duas empresas apresentaram planos de investimentos em eletrificação: Renaulution e Nissan Ambition 2030. Os crossovers Mégane E-Tech e Nissan Ariya compartilham a arquitetura francesa CMF-EV. Os novos compactos Renault 5 e Nissan Micra previsto para estrearem em 2024 também dividirão a arquitetura elétrica CMF-BEV. Na América do Sul a Renault anunciou investimento de 300 milhões de euros (R$ 1,5 bilhão) na Argentina, sem revelar o produto. José de Mendiguren, secretário de Indústria e Desenvolvimento Produtivo daquele país, antecipou que o veículo será a nova picape Oroch, hoje fabricada em São José dos Pinhais (PR). A marca francesa informou “ainda não ter definido o modelo”, mas tudo indica ser este mesmo em 2024. Talvez até ligeiramente maior que a atual Oroch para enfrentar a nova Montana, a ser lançada no início de 2023. Estas duas picapes terão porte claramente inferior à Toro, ao contrário das especulações. Terceiro trimestre confirmou recuperação de vendasO ano de 2022 não vem sendo dos melhores no mercado de veículos novos. Embora o primeiro trimestre tenha começado muito fraco com a escassez de semicondutores e falta ou atraso de outros componentes, o segundo e o terceiro trimestres mostram que os números de vendas continuam a subir. De 406.000 unidades entre veículos leves e pesados no primeiro trimestre, o volume evoluiu para 585.000 unidades de julho a setembro. Na realidade, o empate com 2021 já se considera um bom resultado frente às consequências da pandemia da covid-19. Os custos subiram e os preços também. Taxas de juros acompanharam a Selic e passaram de 20% ao ano em 2019 para 27% em 2022. Na mesma comparação a inadimplência dos financiamentos escalou de 3,3% para 5,1% e as vendas à vista atingiram 65% do total (51% em 2019). São todos fatores limitantes. O presidente da Anfavea, Marcio Leite, reiterou que 2022 não será pior que 2021.
Previsões da Fenabrave abrem possibilidade um pouco mais otimista. O presidente da entidade das concessionárias, José Andreta Jr., aventa possíveis 2,216 milhões incluindo automóveis, comerciais leves, comerciais pesados e ônibus. Representaria evolução de até 4% sobre o ano passado. Honda HR-V EXL foca em segurança e consumoSem dúvida, o HR-V evoluiu em estilo. Manteve o jeito de SUV, mas ganha em ao menos três aspectos frente à versão anterior: capô, desenho da coluna traseira e altura 20 mm menor. Um filete de luz une as lanternas traseiras com belo efeito visual. A Honda manteve a distância entre eixos (2.610 mm), inclinou em 2 graus o encosto do banco traseiro, porém o espaço para cabeças ficou menor e o porta-malas diminuiu 83 litros (agora 354 litros/VDA). Perda de potência e torque não é percebida no uso cotidiano (Foto: Marcelo Jabulas | AutoPapo)O banco do motorista 10 mm mais alto oferece boa sustentação lateral. Tela multimídia poderia ser maior do que apenas 8 pol. e há conexão sem fio para Android Auto e Apple CarPlay. Melhoraram também o acabamento interno e os materiais; bancos são revestidos em couro. O pacote de segurança ativa é dos mais completos: seis airbags, frenagem automática de emergência, câmera no retrovisor direito com imagem na tela multimídia (pode ser apagada a um toque do botão na extremidade da alavanca de seta para não atrapalhar a navegação), faróis e lanternas de LED e controle de cruzeiro adaptativo com estratégia para e anda. Há também freio de imobilização automático. Faltam sensores de obstáculos dianteiros. Na avaliação dia a dia surpreendeu positivamente o novo motor aspirado de injeção direta, 1.5, 126 cv e 15,8 kgfm (E). Apesar de 14 cv e quase 2 kgfm a menos que o de 1.8 anterior, essa diferença quase não é notada em uso urbano. Há integração perfeita com o câmbio automático CVT de sete marchas. Apenas em rodovias sentem-se nas ultrapassagens situações em que o antigo motor ia melhor, especialmente na retomada de 80 a 120 km/h. Há o recurso de selecionar a posição “S” no câmbio para melhorar a resposta ao acelerador do novo motor, mas ainda assim não é suficiente para igualar. O ganho de consumo do novo motor, em média, é de 12,4% segundo o Inmetro.
Newsletter Receba semanalmente notícias, dicas e conteúdos exclusivos que foram destaque no AutoPapo. Quem é o dono da marca Nissan?Em 1999, a Renault constituiu a aliança Renault-Nissan com a Nissan e, desde então, detém 43,5% das ações da Nissan. Em 2016 a Renault-Nissan adquiriu uma participação de 34% na Mitsubishi tornando parte da aliança. Além disso a Nissan também é dona das marcas Infiniti e Nismo.
Quem faz parte do grupo Nissan?Neste imbróglio, a Nissan também é dona da Datsun e da Infiniti.
O que significa a palavra Nissan em japonês?Como curiosidade, o próprio nome Nissan vem de Nihon Sangyo, de quando a empresa entrou na bolsa de valores de Tóquio. O significado é indústria japonesa.
Quantas Nissan tem no Brasil?Estamos no Brasil desde o ano 2000 e operamos com cerca de 180 concessionárias em território nacional.
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