Sobre a questão da água na América Latina observe o gráfico dessa maneira o gráfico expõe que

A gestão da água na América Latina

2012 . Ano 9 . Edição 74 - 31/10/2012

José Esteban Castro

Sobre a questão da água na América Latina observe o gráfico dessa maneira o gráfico expõe que

A América Latina é uma região possuidora de vastos recursos hídricos. A América do Sul em particular é uma região privilegiada nesse quesito. Ali estão algumas das bacias hidrográficas mais importantes do mundo, como as dos rios Amazonas, Orinoco e da Prata. Contudo, a distribuição da água é altamente desigual em termos geográficos. O continente também possui grandes áreas desérticas ou semi- desérticas, em termos climáticos.

Há sérios desafios relacionados à gestão da água. Por um lado, em muitas áreas os processos de mudança climática acelerados pelo aquecimento global apresentam forte impacto nos volumes de água disponíveis. Até mesmo as grandes bacias hidrográficas estão sofrendo situações extremas, como a escassez de água ao longo do Amazonas ou a redução do fluxo na bacia do rio da Prata, em alguns períodos. Outra ameaça importante é a contaminação das fontes de abastecimento pelos mais variados motivos, incluindo descargas de esgotos domésticos e industriais e os impactos ambientais negativos causados pela agricultura e pela mineração intensivas. Estima-se que somente 5% do esgoto proveniente de usos urbanos e industriais recebem algum tipo de tratamento antes de serem devolvidos ao meio ambiente.

Outro problema grave é a falta de racionalidade, particularmente nas áreas urbanas, onde grandes quantidades de água tratada para o uso humano com, custos muito elevados para a sociedade, é desperdiçada tanto pelos usuários como pelas próprias empresas responsáveis pelo fornecimento do serviço. A agricultura e a mineração intensivas também respondem por usos excessivos, muitas vezes devido à falta de tecnologias adequadas para um manejo eficiente dos recursos hídricos.

Neste sentido, há processos muito animadores ocorrendo em quase todos os países da América Latina, que demonstram uma tomada de consciência por parte da população. Vários governos da região também promovem processos auspiciosos, como a criação de instituições e marcos normativos que potencialmente podem contribuir para uma gestão mais racional e equitativa da água.

Contudo, o panorama geral dá motivos para a preocupação, já que existem demasiados processos que parecem estar fora de controle, fora do alcance dos governos e de outros atores com capacidade de ação neste terreno. Além disso, os processos de desmatamento intensivo na América Latina estão longe de serem controlados. No melhor dos casos, os governos conseguiram reduzir a taxa (podemos dizer, a velocidade) do desmatamento, mas não lograram reduzir esse processo a níveis controláveis. O impacto negativo do desmatamento sobre os recursos hídricos na América Latina já é notável e ameaça reduzir seriamente a disponibilidade e a qualidade da água em muitas áreas da região.

É urgente continuar melhorando a qualidade das instituições dedicadas à gestão dos recursos hídricos na região, reforçando a formação de quadros competentes em todas as áreas relevantes para a ação, incluindo as ciências sociais. É necessário também aprofundar o processo de educação da população, e sobretudo a educação dos dirigentes em todos os níveis.

Um grave risco que a América Latina enfrenta é o fato de que para uma grande maioria dos quadros dirigentes na região parece que os temas ambientais continuam ocupando uma posição muito baixa na escala de prioridades. Esta aparente cegueira que caracteriza em grande medida a prática concreta, não necessariamente o discurso das autoridades e dos líderes empresariais da região, gera motivos para preocupação.

Parece prevalecer na América Latina a noção de que recursos naturais são inesgotáveis e se auto purificam (visão segundo a qual não importa que se despejem grandes quantidades de dejetos sem tratamento nas fontes de água), o que constitui uma atitude irracional e que vai contra a evidência cada vez mais incontestável sobre a situação crítica da água em muitas partes da região.

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José Esteban Castro é coordenador da Rede Waterlat (www.waterlat.org), dedicada à pesquisa dos temas da água na America Latina e Caribe e professor de Sociologia da Escola de Geografia, Política e Sociologia da Universidade de Newcastle,Inglaterra. Traduzido do original em espanhol por Raony Silva Nogueira e Maria da Piedade Morais.

Muitas pessoas, sabendo da maior parte da composição do nosso planeta, afirmam categoricamente que ele não deveria se chamar “Terra”, e sim “Água”, uma vez que cerca de 70% de sua superfície é composta por essa substância. Mas como ocorre a sua distribuição? Onde há mais e onde há menos água no mundo? Qual tipo de água é predominante? Com tanta água no mundo, por que tantos morrem de sede e sofrem com terríveis secas?

Infelizmente, a maior parte da hidrosfera do planeta, 97%, é composta por água dos mares e oceanos que, por serem extremamente salgadas, são impróprias para consumo. Em alguns locais, pratica-se a dessalinização da água, mas esse processo é caro e pouco eficiente, sendo ainda pouco praticado.

Da água restante do mundo, 71% dela está em forma de gelo nas calotas polares. Como o processo de transporte dessas geleiras é caro e também pouco eficaz, quase não há atividades referentes ao abastecimento de localidades através do manuseio de icebergs. Os outros 29% restantes de água potável no mundo estão distribuídos em águas subterrâneas (18%), rios e lagos (7%) e umidade do ar (4%).

Observe os gráficos abaixo:

Sobre a questão da água na América Latina observe o gráfico dessa maneira o gráfico expõe que

Distribuição quantitativa da água na Terra

Assim, percebemos que o problema da água para o ser humano reside no fato de a sua maior parte não estar viável para consumo. Apesar disso, mesmo com o fato de a proporção de água potável disponível ser reduzida, ainda sim estamos falando de uma quantidade muito grande de água. No entanto, o seu mau uso vem reduzindo drasticamente a sua disponibilidade, seja através da péssima manutenção dos rios, seja pela sua poluição. Por esse motivo, estima-se que a água seja um dos principais fatores geopolíticos ao longo do século XXI.

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Outro fato agravante é a má distribuição dessa água potável pelo mundo. Algumas regiões do Oriente Médio e da África, por exemplo, apresentam uma significativa crise quanto ao abastecimento de água, o que se agrava com a ausência de saneamento básico para boa parte da população.

No caso do Brasil, há certo privilégio, pois somos o país que possui a maior disponibilidade de água potável, com cerca de 11% do total. Porém, trata-se de uma falsa abundância, pois também em nosso território essa água é mal distribuída. A sua maior parte encontra-se na região Norte do país, zona menos habitada e com solos pouco agricultáveis. As regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste dividem a quantidade restante, sendo que essa última é a que mais sofre com os problemas de escassez de água.

Por esse motivo, além de se promover uma maior conscientização popular sobre o correto uso, armazenamento e preservação da água e de suas fontes naturais, é preciso também a realização de políticas públicas para garantir o seu acesso por toda a população, com ações de democratização estrutural, como o saneamento básico.

Como é a questão da água na América Latina?

Com quase 31% dos recursos hídricos do mundo, a América Latina é a região mais rica do mundo em termos de disponibilidade de água doce por pessoa. Mesmo assim, em toda a região, a irregularidade no abastecimento de água e no saneamento básico faz com que esses serviços não cheguem a quem precisa.

Como você classifica a América Latina com relação à distribuição de água?

A América Latina é a região com mais água doce no planeta: Brasil, Colômbia e Peru estão entre os dez países com a maior quantidade de recursos hídricos.

Qual é a situação do continente americano em relação à água?

2Na escala do continente, os recursos hídricos são bastante abundantes. As Américas, por exemplo, representam 45,5% dos fluxos fluviais acumulados no mundo, sendo que cobrem apenas 28,5% da área terrestre mundial.

Qual é o país mais rico em água no mundo?

Água Potável – Ranking dos 10 países com a maior quantidade.
1°) Brasil – 5,661 bilhões de metros cúbicos..
2°) Rússia – 4,312 bilhões de metros cúbicos. ... .
3°) Canadá – 2,850 bilhões de metros cúbicos. ... .
4°) Estados Unidos – 2,818 bilhões de metros cúbicos. ... .
5°) China – 2,813 bilhões de metros cúbicos. ... .