A surdez um olhar sobre as diferenças

Categorias: Idiomas | Português


A surdez um olhar sobre as diferenças

Avaliações


Por: R$ 57,00

1x sem juros no cartão


A surdez um olhar sobre as diferenças
Produto indisponível

Este produto está temporariamente indisponível.
Nós avisaremos quando ele chegar.


Sinopse

Livro imprescindível a todos que se dedicam a Estudos Surdos. Com temas inéditos na época de sua publicação, os autores são precursores em termos da concepção socioantropológica em Educação Especial. Inspirados nos estudos de Carlos Skliar, pesquisador internacionalmente conhecido na área, pode-se afirmar que os textos aqui reunidos constituem-se em pilares teórico-metodológicos cada vez mais defendidos em termos de políticas públicas e projetos educativos voltados à educação inclusiva em vários países do mundo.


Detalhes do produto

Peso: 0,4 kg
Número de páginas: 192
Ano de edição: 2016
ISBN 10: 8587063170
ISBN 13: 9788587063175
Altura: 23
Largura: 16
Comprimento: 1
Edição: 8
Idioma : Português
Tipo de produto : Livro
Assuntos : Pedagogia e Educação



Quem viu este produto, comprou também!

A surdez um olhar sobre as diferenças

A surdez um olhar sobre as diferenças

A surdez um olhar sobre as diferenças

Analise por Douglas Barraqui

Um Olhar Sobre o Nosso Olhar Acerca da Surdez e das Diferenças é um texto de Carlos Skliar, disponível no livro, “A surdez:um olhar sobre as diferenças,  por ele organizado. Skliar é docente da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul; pesquisador de “necessidades educacionais especiais, a surdez” e fundador do Núcleo de Pesquisas e Estudos para Surdos (NUPES).

Neste texto Skliar parte do pressuposto de que o surdo é assistido sob uma ótica antropológica, histórica-social. Aborda, de maneira bem clara, a questão da surdez, problematizando e questionando a constante rotulação  de deficiência.

Skliar aponta para a existência de uma ideologia dominante, criada pela cultura oral, que impõe ao surdo seu modo de vida. Uma ideologia que define o surdo com supostos traços negativos, com rótulos do tipo: desvio de normalidade, falta e deficiência. Um estigmatismo que, segundo o autor, contamina a educação desenvolvida para os surdos.

A surdez é apontada pelo nosso autor como uma diferença a ser politicamente reconhecida, uma identidade. Todavia essa ideologia dominante, que o autor chama de “ouvitismo”, configura-se em um conjunto de representações segundo o qual o surdo é obrigado a olhar-se e a narrar-se como se fosse um ouvinte.

De fato o “ouvitismo” teve como base os textos da medicina, a autoridade dos pais e, até mesmo, dos próprios surdos que acabavam por negar sua condição. Deste modo o “ouvitismo” foi de fato, é o que expõe o Skliar, uma forma de “colonização” do currículo que acabou equiparando os surdos aos doentes mentais. Tal conjuntura leva incondicionalmente ao fracasso escolar que muitas das vezes é atribuído ao fracasso dos professores; a metodologia de ensino tidas como limitadas; e ao próprio surdo pela sua condição biológica natural.

Skliar diz que a educação dos surdos não fracassou, ela apenas conseguiu os resultados previstos em função dos mecanismos e das relações de poderes e de saberes atuais. O autor nos diz ainda que o que de fato fracassou foi a representação da ideologia dominante a cerca do que é o sujeito surdo; os direitos linguísticos e de cidadania; as teorias de aprendizagem; a epistemologia dos professores ouvintes na aproximação com seus alunos surdos. O fracasso da educação de surdos, portanto, tem raízes históricas e políticas.

O autor trás, ainda, uma discussão sobre as narrativas e os contrastes binários, como: “normalidade/anormalidade; Maioria Ouvinte/minoria surda ouvinte/surdo; língua oral/língua de sinais.” Concepções que sempre trás a hegemonia do primeiro termo sobre o segundo. É nada mais nada menos do que um sistema ouvitista de valores.

No contraste binário ouvinte/surdo o autor argumenta que a intenção de que as crianças surdas fossem, no futuro, capazes de ser adultos ouvintes, originou doloroso jogo de identidade entre os surdos. Como que ser ouvinte fosse como ser falante, ou ser branco, homem, profissional e letrado. Ser surdo significa ser não falante e, portanto, não é ser humano.

Quando a maioria Ouvinte/minoria surda Skliar diz que há um discurso que define a comunidade surda como uma minoria lingüística e que a língua de sinais é utilizada por um grupo restrito. O autor nos dá exemplos que desmistificam tal argumento: na Inglaterra existem cinquenta mil surdos que falam a língua de sinais britânica, quase a mesma quantidade de pessoas que falam o gaulês. A língua de sinais americana é a terceira língua mais falada nos EUA. E os Índios Urubus-Kaapor do Brasil, são majoritariamente ouvintes, mas utilizam uma língua de sinais para comunicação.

Por fim uma analise sobre a questão da língua oral/língua de sinais, o autor diz que nas escolas de surdos continua se reproduzindo uma oposição entre oralidade e gestualidade. Argumenta ainda que língua de sinais e a língua oral não constituem uma oposição e não podem ser vistas ou interpretadas como tal, mas sim canais diferentes de comunicação.

Skliar defende a criação de políticas linguísticas , de identidade comunitárias e culturais; o desenvolvimento de um processo cultural específico com a participação dos surdos nos debates lingüísticos, educacionais, escolares e de cidadania. Que a língua de sinais seja posta ao alcance de todos os surdos, isso é o principio de uma política linguística, dentro de um projeto educacional mais amplo. A surdez deve ser concebida como uma experiência visual; para tanto é necessário olhar para o surdo com e sua cultura com sua própria lógica, sua própria historicidade, seus próprios processos e produções. Os estudos surdos em educação devem ser pensados como um território de investigação educacional e de proposições políticas. O autor, portanto lança uma visão sobre a questão da inclusão, dando um novo olhar sobre as diferenças das pessoas.

Concluo, portanto que a base argumentativa de Skliar demonstra a problemática da imposição da cultural ouvinte sobre o surdo e seu modo de vida sem considerar os hábitos e vivências deste, sem “escutá-lo” e ignorando desta forma sua constituição cultural, gestual. É fato que, de uma forma quase que geral, a sociedade entende a surdez enquanto uma deficiência e que, concequentimente, acaba por enquadrar o surdo em um modelo clínico necessário de correção. É esse um dilema que tem que ser mudado e é o que argumenta nosso autor.

O texto, portanto, é uma leitura fundamental que nos permite lançar um novo olhar sobre os surdos e ao mesmo tempo propõe rumos possíveis a todos sobre a problemática que atinge a educação para os surdos.

Bibliografia:

SKLIAR, Carlos. Um olhar sobre o nosso olhar acerca da surdez e das diferenças. In: ______. A surdez: um olhar sobre as diferenças. Porto Alegre: Editora Mediação, 1998b. 

Quais as concepções sobre a surdez?

A educação de surdos, a partir da década de 1980, é concebida por três concepções metodológicas: o oralismo, a comunicação total e o bilinguismo.

Quais são as duas importantes concepções da surdez?

Resumo. Diferentes concepções de surdez podem ser observadas na sociedade. Em geral, tais concepções apresentam-se fundamentadas em duas perspectivas antagônicas, que se distanciam essencialmente pela modalidade linguística que deve ser utilizada pela pessoa com surdez - língua oral ou língua de sinais.

Como o surdo interage com o mundo?

A pessoa surda é definida como aquela que, por ter perda auditiva, compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais, manifestando sua cultura principalmente pelo uso da Libras.

São identidades surdas?

Identidade surda: diz respeito aos sujeitos surdos que se inserem plenamente na comunidade surda e se reconhecem como pertencentes à mesma, usam apenas língua de sinais, apresentam características culturais e forma de estar no mundo baseadas na visualidade, defendem e militam pelo direito de ser diferente e de ...