Em que medida a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris pode afetar a relação?

Em que medida a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris pode afetar a relação?
O presidente dos EUA, Donald Trump, anuncia a decisão de abandonar o Acordo de Paris, em Washington, em 1º de junho Chip Somodevilla/Getty Images

Publicidade

Anunciada na última quinta-feira (1/6), a decisão do presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, de retirar o país do Acordo de Paris representa um duro golpe nos esforços globais para frear o as mudanças climáticas.

O Acordo de Paris é o tratado contra o aquecimento global firmado por 195 países em dezembro de 2015, que tem como objetivo limitar o aumento da temperatura até o final deste século. Para isso, os países signatários se comprometeram a adotar medidas para reduzir a emissão de gases do efeito estufa, embora esses compromissos sejam voluntários e definidos por cada país. No caso dos EUA, o país havia se comprometido a reduzir de 28% para 26% as emissões de gases do efeito estufa até 2025.

Entenda a posição dos cientistas sobre o aquecimento global, as justificativas da decisão de Trump e o que determina o Acordo de Paris:

O aquecimento global

Segundo o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), entidade que reúne 2.500 cientistas de mais de 130 países sob a chancela da Organização das Nações Unidas, o aquecimento global é “inequívoco” e o grau de certeza da participação do homem na elevação da temperatura do planeta é de 95%. E quando nos referimos à ação do homem, trata-se principalmente daquelas atividades que resultam na emissão e no acúmulo na atmosfera de gases responsáveis pelo efeito estufa – entre eles dióxido de carbono, produzido pela queima de combustíveis fósseis, como carvão mineral e derivados de petróleo, como óleo cru, diesel e gasolina.

A corrente cética

No entanto, há alguns cientistas que refutam a tese de que o homem tenha responsabilidade pelo aquecimento do planeta. Eles alegam que a temperatura média da Terra subiu e desceu várias vezes durante sua existência e que o aquecimento do planeta faria parte de um ciclo natural. Essa chamada “corrente cética” é acusada de agir em favor daqueles que atuam no lobby de interesses das indústrias que vivem do petróleo.

A posição de Trump

Continua após a publicidade

Trump é assumidamente um cético a respeito do aquecimento global. Em 2012, ele usou sua conta no Twitter para dizer que “o conceito de aquecimento global foi criado pelos chineses e para os chineses com o objetivo de tornar a indústria dos EUA menos competitiva”. Ou seja, para Trump, a tese do aquecimento global nada mais é do que uma forma de forçar os EUA a trocar os combustíveis fósseis por energias limpas, o que poderia acarretar em perdas de empregos e competitividade para o país.

Desde a campanha presidencial no ano passado, Trump vem ameaçando abandonar o Acordo de Paris.  Para Trump, eleito com uma campanha baseada no slogan “America First” (ou seja, a América em primeiro lugar), o tratado do clima é prejudicial à economia norte-americana ao exigir compromissos que afetam a sua geração de energia, enquanto “dá poder a algumas das nações mais poluidoras do mundo”. O presidente norte-americano agora quer renegociar o Acordo em termos mais vantajosos para os EUA. Em declaração conjunta, Alemanha, França e Itália disseram que o acordo não será renegociado.

O Acordo de Paris

Assinado em dezembro de 2015 por representantes de 195 países, o Acordo de Paris renovou as esperanças da comunidade internacional em minimizar os efeitos do aquecimento global. Algumas partes do acordo tem “caráter vinculante”, ou seja, os países signatários são obrigados a adotar essas medidas. Outras partes são recomendações, estabelecendo ações voluntárias. Veja a seguir três dos principais termos do acordo:

Estabelecimento de metas (obrigatório): o Acordo de Paris determina que todas as nações signatárias são obrigadas a estabelecer estratégias para limitar o aquecimento médio do planeta a 1,5 graus centígrados até 2100. Esta meta atende à determinação do Painel de Mudança do Clima da ONU, que estabeleceu como limite um aumento máximo de 2 graus centígrados na temperatura da Terra durante este século para evitar consequências ambientais catastróficas.

O comprometimento com a adoção dessas medidas representa um marco histórico porque, até então, apenas os países ricos estavam comprometidos com metas para combater as mudanças climáticas.

INDC (não obrigatório): Trata-se da sigla em inglês para “Contribuições Nacionalmente Determinadas Pretendidas”. É o documento que apresenta as metas de cada país para reduzir as emissões e tornou-se um dos principais focos de desentendimentos. Ao final, decidiu-se que as metas apresentadas por cada país serão apenas voluntárias. É aí que se concentram as principais críticas. Além de o acordo não tornar o cumprimento das INDCs obrigatórias, o conjunto das metas apresentadas pelos países ainda está longe de garantir um aquecimento de apenas 1,5 graus centígrados. Para minimizar este fato, o acordo prevê revisões a cada cinco anos para que os países possam ajustar suas ações visando a uma redução maior.

Financiamento (obrigatório): outro ponto importante do acordo é que a partir de 2020 os países ricos criarão um fundo de pelo menos 100 bilhões de dólares por ano para financiar projetos de combate às mudanças climáticas dos países mais pobres.

Continua após a publicidade

  • Aquecimento Global

Em que medida a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris pode afetar?

Resposta verificada por especialistas A saída dos EUA do Acordo de Paris significa um possível aumento em suas emissões de gases estufa, responsáveis por mudanças climáticas que afetam a produção de ostras e também de outras culturas, afetando diferentes comunidades ao redor do mundo.

O que é a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris pode acarretar para o próprio país e para o mundo?

A saída dos Estados Unidos do acordo isola ainda mais o país no cenário internacional, mas não tem impacto imediato sobre os esforços para conter o aquecimento global.

Quais são as possíveis consequências da saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris para o aquecimento da atmosfera?

Segundo Kemp, a decisão poderia ter efeitos negativos ou positivos, considerando que "uma sombra dos Estados Unidos pode causar mais danos internamente do que exterior ao acordo." Por fim, concluiu afirmando que "uma saída poderia também incluir o país na pária climática global e abrir caminho para a China e a União ...

Como é a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris o que pode acontecer?

A saída dos EUA vai representar a ausência do segundo maior poluidor do planeta e da maior economia da geopolítica climática no acordo, o que não é benéfico para o progresso na redução das emissões.