O que é inclusão e exclusão digital dentro da sociedade da informação?

 

Informação e Simulacro
Carlos Vogt

A Internet no Brasil

Sociedade da Informação: desafios à educação

Educação a distância: uma experiência

Acervos na era digital

Propriedade intelectual na Internet
Projeto Computador Popular

Softwares livres: democratização pela rede

Governo eletrônico
Novas tecnologias e mercado de trabalho

Fórum Social Mundial e a comunicação alternativa

Internet para todos: t�o perto e t�o longe
Carlos Afonso

A Revolu��o da Precis�o
Pierre Fayard

A pr�tica da gest�o de redes
Ana C. Fachinelli
Christian Marcon
Nicolas Moinet

Cibern�tica e sociedade
Ulisses Capozoli

Limites e Rupturas na Esfera da Informa��o
Laymert Garcia dos Santos
Poema
 

Carlos Vogt

Sociedade da Informa��o, Global Information Society, em seu nome de origem conceitual e ling��stica, Sociedade do Conhecimento, Nova Economia, s�o express�es geradas no interior do mesmo fen�meno e que, se n�o recobrem exatamente os mesmos significados, pertencem, contudo, ao mesmo campo sem�ntico estendido na planura da ret�rica redencionista da globaliza��o.

Nesse sentido, o Brasil, antes mesmo da apropria��o da materialidade abstrata da globaliza��o, que � a livre circula��o do capital financeiro, foi se apropriando, pelos projetos e programas que constituem os marcos das aspira��es da sociedade mundializada, dessa ret�rica-simulacro-de-inclus�o.

As perora��es dos sacerdotes do novo credo formam arengas que, pela recita��o insistente, v�o constituindo como que mantras de verdades oraculares: novo paradigma tecno-econ�mico, resgatar a d�vida social, alavancar o desenvolvimento, constituir uma nova ordem social, excluir a exclus�o, economia baseada na informa��o, no conhecimento e no aprendizado, "onda de destrui��o criadora", evitar que se crie classe de "info-exclu�dos", alfabetiza��o digital, flu�ncia em tecnologia da informa��o e comunica��o, aprender a aprender, inclus�o social como prioridade absoluta, democratiza��o dos processos sociais pelas tecnologias da informa��o, vencer a clivagem social entre o formal e o informal, agrega��o de valor, redes de conte�dos que far�o a sociedade mover-se para a sociedade da informa��o, educa��o a dist�ncia, igualdade de oportunidades de acesso �s novas tecnologias, condi��o indispens�vel para a coes�o social no Brasil.

H� mais! Mas a amostra basta para dar uma id�ia do curso das �guas claras desse pensamento simplista que constitui o ide�rio ambicioso da sociedade global da informa��o.

E o recitativo faz sucesso, como os romances de Paulo Coelho ou os livros de auto-ajuda e outros tantos de apropria��o esot�rica da f�sica qu�ntica e de outros conhecimentos conquistados pela Ci�ncia.

O Brasil lan�ou recentemente o seu livro verde contendo esse ide�rio program�tico e o elenco de metas e objetivos de sua sociedade da informa��o. Espera-se que o livro amadure�a e que os dados, an�lises e inten��es consubstanciem os avan�os preconizados e ali considerados indispens�veis para o pa�s ombrear-se com outros eletronicamente mais desenvolvidos e, assim, n�o ficar de fora, exclu�do, a ouvir e a assistir ao concerto das na��es s� pela sala de v�deo-confer�ncias.

Dados publicados no livro verde mostram o avan�o, nunca antes conhecido, de uma tecnologia de informa��o e comunica��o, como o ocorrido com a Internet no espa�o de 4 anos, tempo em que atingiu, nos EUA, 50 milh�es de pessoas, quando a TV levou 13 anos, o computador pessoal, 16, e o r�dio, 38, para atingir esse mesmo n�mero.

No Brasil, embora entre os 12 pa�ses mais bem posicionados, apenas 5% da popula��o utiliza os servi�os de rede, havendo ainda um grande d�ficit de meios f�sicos para acesso � Internet, poucos conte�dos em portugu�s (85% deles s�o em ingl�s), um n�mero muito pequeno de telecentros para uso p�blico da Internet e metas muito t�midas conquistadas pelos projetos governamentais de informatiza��o das escolas p�blicas (s� 3,3% das 165 mil escolas de ensino fundamental est�o conectadas).

H� v�rios programas implantados e em desenvolvimento para o uso das tecnologias da informa��o e comunica��o em educa��o a dist�ncia, uns mais, outros menos bem sucedidos, mas todos, no geral, aqu�m do desempenho de p�blico e de resultados almejados.

� o caso da PROINFO e da TV Escola, do MEC, do Telecurso 2000, j� melhor consolidado, do bem estruturado programa de p�s-gradua��o da Universidade Federal de Santa Catarina e do ambicioso Unirede envolvendo 61 universidades p�blicas, al�m dos programas do Minist�rio da Cultura (MINC) para interliga��o das bibliotecas p�blicas municipais e do grande projeto de informatiza��o do acervo da Biblioteca Nacional, que at� agora atingiu cerca de 700 mil registros, para um total de 8,5 milh�es de pe�as.

O CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Cient�fico e Tecnol�gico) lan�ou, no final de 1996, o Prossiga com o intuito de estimular o uso da informa��o e da comunica��o para a pesquisa cient�fica. O programa engloba diversos projetos como bibliotecas virtuais, servi�os para pesquisadores de C&T e mercado de trabalho, escola virtual com cursos a dist�ncia atrav�s da Internet, e os vortais (portais verticalizados) lan�ados recentemente, entre outros.

O governo oferece aos cidad�os uma s�rie de servi�os informatizados que antes requeriam, em geral, longas vias burocr�ticas de dificuldades variadas e o pagamento de atravessadores para sua facilita��o. Hoje, FGTS, PIS/PASEP, Imposto de Renda, Carteira de Trabalho, T�tulo de Eleitor, Previd�ncia Social, Passaporte, Cart�o Nacional de Sa�de est�o, entre outros, disponibilizados via rede eletr�nica.

H�, no pa�s, uma grande quantidade de provedores de acesso � Internet e aos seus conte�dos e um sistema banc�rio altamente informatizado e, sob este aspecto, pioneiro na Am�rica Latina e alinhado aos melhores do mundo. A Internet 2, com velocidades de no m�nimo 100 MB/s j� � uma realidade para o universo acad�mico e de pesquisa, sendo a Academic Network S�o Paulo, a Rede ANSP, instalada pela FAPESP, uma das mais eficientes e eficazes do sistema, em estreita rela��o com a Internet 2 dos EUA e pr�xima coopera��o com a National Science Foundation, que a gerencia e administra, naquele pa�s. Essas condi��es tecnol�gicas altamente desenvolvidas contribu�ram, sem d�vida, para otimizar a capacidade de pesquisa e produ��o de resultados do Programa Genoma da FAPESP, com o alto desempenho que possibilitaram � Bioinform�tica, permitindo ainda programas de ineg�vel import�ncia bibliogr�fica como � o caso do projeto Scielo, tamb�m da FAPESP, em parceria com a Bireme.

O presidente Fernando Henrique lan�ou recentemente o programa Telecomunidade para levar computadores �s escolas p�blicas de ensino m�dio no pa�s. A meta, segundo o governo, � que, at� dezembro de 2002, sejam beneficiados 7 milh�es de alunos de 13 mil col�gios. Tudo isso � fator de inclus�o do Brasil no mundo digitalizado da informa��o e da comunica��o globais, sem falar, � claro, da ampla dissemina��o dos celulares, hoje utens�lio indispens�vel at� mesmo para a organiza��o-organizada-do-crime-organizado, nos pres�dios e fora deles.

Ent�o, o Brasil est� dentro?

Est� dentro e fora ao mesmo tempo.

Inclui-se pela modernidade dos programas e pela ambi��o das metas, al�m das r�citas das ladainhas da p�s-modernidade que t�o bem decora e reproduz.

� exclu�do, contudo, quando se fazem as contas dos resultados efetivamente alcan�ados e do pequeno alcance social que o dom�nio - efetivo - das tecnologias da informa��o e comunica��o promovem at� agora.

Se os dados da ONU estiverem corretos e a previs�o de que nos pr�ximos 10 anos ser� preciso gerar, no m�nimo, 1 bilh�o de empregos no mundo, e se as tend�ncias apontadas para esse in�cio de s�culo confirmarem que somente 25% da popula��o economicamente ativa ser� de trabalhadores qualificados e protegidos pela legisla��o, outros 25% pouco qualificados e desprotegidos, e 50% desempregados ou sub-empregados em trabalhos informais e ocasionais, sem nenhuma prote��o legal, se esses cen�rios se configurarem efetivamente, claro est� que o ritmo de crescimento de nossa economia jamais alcan�ar� a velocidade da demanda social e que todo esfor�o de alinhamento por cima gerar�, no fim das contas, muito mais exclus�o do que inclus�o.

Desafios de que n�o se pode fugir e que o confronto simb�lico Davos/Porto Alegre alegoriza em conflitos culturais, pol�ticos econ�micos e sociais.

N�o h� receita f�cil para os problemas criados na esteira da globaliza��o e nem � certo que o fen�meno perdure mais que o tempo de tornar o capitalismo mais forte e mais concentrado, pela agrega��o de capital, como se diz agora, ou pela sua acumula��o, como j� se dizia anteriormente.

O fato � que, socialmente, num sentido amplo, os seus benef�cios tem sido feitos mais de simulacros do que de distribui��o efetiva da riqueza do mundo, esta sim cada vez mais transnacional, livre para circular como capital financeiro, mas ancorada na propriedade exclusiva dos grandes conglomerados que, ao enriquecerem mais e mais, tanto mais empobrecem os estados, os governos, as na��es e as popula��es marginalizadas da Terra.

Que h� exclus�o social, n�o paira a m�nima d�vida.

O desafio � tamb�m entender como ela se d� - que sempre se deu - nesse espa�o cada vez menos f�sico, cada vez menos geogr�fico da universalidade da m�quina, da globalidade da vida, tecida na teia intrincada do fluxo e da circula��o da informa��o.

A vida globalizada � a vida estendida no tempo, mas tamb�m no varal do territ�rio �rido do deslumbramento.

Simultaneidade de aus�ncias!

O homem n�o s� n�o tem centro, como n�o est�, ao mesmo tempo, em toda parte.

A informa��o manipulada pode ser a manipula��o informada, sob a condi��o de disponibiliz�-la integralmente, sem risco de que seja compreendida efetivamente, isto �, vivenciada na verticalidade da individua��o de cada vida como fato �nico, definitivo e transit�rio, em sua permanente finitude.

   

O que é inclusão e exclusão digital?

No Brasil a inclusão digital ainda não é realidade. Alguns termos definem a presente situação de exclusão digital, as expressões infoexclusão e apartheid digital, por exemplo, são definidas por alguns pensadores como a exclusão de oportunidades de acesso às novas tecnologias da comunicação e informação.

O que é a inclusão digital?

O objetivo da inclusão digital consiste, por exemplo, em conseguir que as pessoas mais idosas ou aquelas com menor poder aquisitivo ou deficiências motoras, intelectuais ou audiovisuais não fiquem fora de um mundo que oferece possibilidades infinitas.

O que é inclusão digital Qual sua importância na sociedade?

Na era da informação, a inclusão digital é um importante meio de transformação social e redução das desigualdades. Indivíduos com habilidades digitais desenvolvidas são capazes de empregar a tecnologia de forma consciente e empreendedora, melhorando suas condições de vida e suas comunidades.

O que é a exclusão digital?

Contudo, no contexto deste trabalho, a exclusão digital estará sendo conceituada como um estado no qual um indivíduo é privado da utilização das tecnologias de informação, seja pela insuficiência de meios de acesso, seja pela carência de conhecimento ou por falta de interesse.