O que ocorre com a redução da taxa de progesterona e estrogênio no ciclo menstrual?

Comitê Editorial IVI Salvador

Progesterona é um hormônio produzido depois da puberdade pelas células do ovário. Ela desempenha uma função muito importante no corpo da mulher. Especialmente no que se refere à questão do ciclo menstrual. Além disso, participa ativamente da preparação do corpo para a gravidez. Desse modo, ter a progesterona em níveis normais, é fundamental para que a concepção aconteça. 

A sua produção dentro do organismo ocorre especialmente nos ovários; mas também na placenta e nas glândulas adrenais. O ovário produz a progesterona na segunda parte do ciclo menstrual, após a ovulação. Quando esse óvulo não é fecundado, o organismo deixa de produzi-la. A partir dessa “falta de produção” e consequente queda do nível de hormônio no corpo, o revestimento uterino se desfaz e sai de forma natural pela menstruação. Assim, encerra-se o ciclo daquele mês.

Esse hormônio ajuda a tornar espesso o endométrio, que é a camada que reveste a parte interna do útero. Por isso, cria um ambiente favorável para a implantação do embrião e o desenvolvimento do bebê.

As taxas adequadas de progesterona no corpo ajudam a prevenir abortos espontâneos. Justamente por isso, é que é tão importante ter seus níveis regulados. Independente se a gravidez é natural ou através de tratamentos da reprodução assistida.

Por ser tão ligado ao ciclo menstrual e a preparação do corpo para a gestação, um desequilíbrio em sua produção pode trazer prejuízos para o bem-estar e causar diversos sintomas. E esse desequilíbrio pode estar envolvido tanto com índices muito elevados quanto com a baixa progesterona.

Como diagnosticar e quais os sinais

Consideramos que a progesterona está em níveis baixos quando o valor aferido através de exame de sangue seja inferior a 10 ng/mL. Mulheres que sofram com a baixa desse hormônio, podem apresentar dificuldades significativas para engravidar. Isso porque a quantidade de progesterona presente no organismo pode não ser o suficiente para que o útero seja devidamente preparado para a gravidez.

Em muitos casos, pelo fato de o útero ainda não estar preparado, pode ocorrer a menstruação e eliminação do óvulo já fecundado. “É ideal que antes de pensar em engravidar, a mulher realize exames com um especialista, que vai observar todas essas taxas de hormônios e descartar possíveis problemas antes de iniciar as tentativas”, explica a Diretora Médica do IVI Salvador, Dra. Genevieve Coelho.

Mas existem outros casos onde a baixa de progesterona podem prejudicar – e muito – a mulher. Quando ela já esteja grávida, se os níveis do hormônio forem diminuindo ao longo das semanas, isso significa que existe um alto risco de se estar desenvolvendo uma gravidez ectópica ou um aborto. E, por isso, é necessário iniciar o tratamento para evitar consequências mais graves.

Mulheres com progesterona baixa ainda podem apresentar sintomas como aumento do peso, dores de cabeça frequentes ou alterações repentinas de humor. Outros sintomas que podem indicar o problema são o baixo apetite sexual, a menstruação irregular ou ainda calafrios.

Como tratar a baixa progesterona

O tratamento normalmente só é feito quando a quantidade do hormônio é mais baixa que o normal. De forma usual, ocorre com o uso de comprimidos de progesterona, principalmente no caso de mulheres com dificuldade para engravidar. Para as mulheres já grávidas e com elevado risco de aborto, a progesterona normalmente é injetada diretamente na vagina, pelo ginecologista.

Mas antes de começar o tratamento, o médico normalmente repete os exames para confirmar os resultados e excluir outros fatores que possam estar interferindo na progesterona.

A duração do tratamento e as doses dos medicamentos variam de caso para caso e devem ser prescritas pelo especialista que acompanha a paciente.

A progesterona e a reprodução assistida

É importante que durante um tratamento de reprodução assistida, como a Fertilização in Vitro (FIV), os níveis de progesterona estejam regulados antes da coleta dos óvulos. Já que os mesmos serão frequentemente estimulados, o hormônio ajuda a aumentar as chances de sucesso de uma gravidez. 

Durante o tratamento da FIV, existe uma fase na qual as pacientes usam hormônios que induzem o crescimento dos folículos. O aumento na produção de folículos gera mais óvulos que serão fertilizados em laboratório. Nessa fase, devido ao uso dos hormônios, o corpo pode ter um aumento da progesterona.

No ciclo menstrual fisiológico, o nível de progesterona é baixo até o momento que a mulher entra na fase da ovulação. A partir disso, o ovário começa a produzir progesterona, que vai aumentando aos poucos na corrente sanguínea, e preparando o endométrio para receber o embrião.

Já nos tratamentos de reprodução assistida, como há um estímulo hormonal, e um maior número de folículos crescendo, esses níveis de progesterona podem subir antes do momento fisiológico. É importante se atentar para a janela de implantação.

Nesses casos, indica-se a criopreservação dos embriões (congelamento). Realiza-se a transferência no ciclo menstrual seguinte com o preparo adequado do endométrio, visando aumentar consideravelmente as chances de gestação.

As funções da progesterona no cotidiano das mulheres

A progesterona é responsável por algumas características inerentes do corpo feminino. O hormônio age no alargamento do quadril, e também no acúmulo de gordura na região dos glúteos. A progesterona apresenta a mesma composição dos hormônios estrogênios femininos e dos hormônios androgênios masculinos.

Para a gravidez, a progesterona atua preparando o útero para receber o óvulo que foi fertilizado. Esse hormônio evita que o embrião acabe sendo expulso pelo corpo da mulher. A progesterona também inibe as contrações uterinas, relaxando a musculatura do útero, fator que também impede a eliminação do embrião.

O hormônio também atua na regulação do ciclo menstrual da mulher. Além de influenciar seu estado físico e emocional.

A progesterona também tem um importante papel para a lactação. Ela ajuda as glândulas mamárias a se desenvolverem (juntamente com o estrogênio), o que favorece a amamentação. Mulheres grávidas, podem ter a quantidade de progesterona aumentada em até 10 vezes no organismo. Esse aumento segue até o momento do parto.

Após o nascimento do bebê, a produção do hormônio cai, o que permite que o corpo inicie a produção de leite. Ou seja, a criança também se beneficia dos efeitos da progesterona.

O que ocorre quando o nível de estrogênio e progesterona diminui?

Já os sintomas da falta de estrogênio e progesterona, por sua vez, são os distúrbios do sono, cansaço excessivo, fogacho e ganho de peso. Além disso, sabe-se que a alteração hormonal provocada pela menstruação aumenta a ansiedade, a irritação e o risco de ter depressão.

O que ocorre quando o nível de progesterona diminui?

Entre os sintomas da baixa de progesterona estão as irregularidades no ciclo menstrual, alterações no humor, perda de libido, insônia, ressecamento vaginal, dificuldades para engravidar, dores de cabeça, falta de concentração, fadiga e alterações no peso.

Qual o papel do estrogênio e da progesterona no ciclo menstrual?

Os dois hormônios que mais são produzidos no ciclo menstrual são o estrogênio e a progesterona. Ambos têm a função de preparar o nosso corpo para uma possível fertilização. Em geral, antes da ovulação, há a predominância de estrogênio e, após a ovulação, a taxa de estrogênio cai e cede espaço para a progesterona.

O que acontece com a falta de estrogênio?

O cérebro, pele, músculos e emoções são afetados pela queda dos níveis de estrogênio; ondas de calor, suores noturnos, problemas de sono, ansiedade, mau humor e perda de interesse por sexo são comuns. Problemas na bexiga e secura vaginal também são normais durante esse período.