Os vales de importantes rios asiáticos constituem algumas das regiões mais povoadas do mundo

Diversos povos europeus colonizaram a região; entretanto, o domínio maior foi exercido pelos ingleses, que dominaram o Paquistão, a Índia, o Nepal, o Butão e Mianmar até 1947, e pelos franceses, que se estabeleceram na Tailândia, Vietnã, Laos e Camboja até 1954.

1. Aspectos populacionais e da diversidade étnica

A Ásia Meridional é uma das regiões mais populosas e mais povoadas (maiores densidades) do mundo, destacando-se quatro dos sete países mais populosos: a Índia (2º), com 1,252 bilhão de habitantes, a Indonésia (4º), com 249,9 milhões, o Paquistão (6º), com 182,1 milhões e Bangladesh (7º), com 156,6 milhões.

Nos vales e deltas de rios, litoral e ilhas encontramos altíssimas densidades demográficas, que constituem os ”formigueiros humanos”, como as Ilhas de Java, Maldivas e Cingapura. Esta, com quase 7 mil hab/km2, é o segundo país mais povoado, após Mônaco, na Europa, com quase 17 mil hab/km2. Bangladesh e Ilhas Maldivas apresentam densidades em torno de 1 mil hab/km2.

Com uma população tão numerosa, a região caracteriza-se por enorme profusão de  grupos linguísticos, culturas, etnias e traços raciais.

Quanto à cor da pele, que não é o único traço, nem o mais importante para caracterizar a diversidade étnica, destacamos pelo menos quatro grupos: os brancos, de origem indo-europeia, representados pela maioria indiana e paquistanesa; os amarelos representados pelos malaios – filipinos e indonésios –, e pelos indochineses – vietnamitas, tailandeses, cambojanos e birmaneses; e os negros da etnia dravidiana, que compõem parte da população do Sri Lanka, e tâmeis do sudeste da Índia.

A grande desigualdade social é marcante nessa região subdesenvolvida do planeta, onde com exceção de Cingapura, que tem um dos maiores IDHs – Índice de Desenvolvimento Humano da região, a maioria da população é pobre e desta, grande parcela vive em condições abaixo dos níveis aceitáveis de pobreza, enquanto uma minoria concentra boa parte da renda produzida na região.

2. A diversidade religiosa

Para entender o comportamento dos povos asiáticos, seus costumes e o seu alto crescimento demográfico, é preciso conhecer as suas religiões, grandes responsáveis por esse comportamento. Assim, temos:

Bramanismo ou hinduísmo – É o comportamento filosófico-religioso da maioria dos indianos. É uma das religiões mais antigas da Terra, tem perto de 3.500 anos, resultado da junção da religião de povos brancos emigrados do norte com as religiões dos habitantes locais. Prega o que se chama ”transmigração da alma”, ou seja, a alma evolui de animal até atingir o homem, passando por várias castas. Este é um dos motivos por que os indianos não se alimentam de carne de gado, considerado um animal sagrado.

Outro aspecto é o crescimento populacional que, para a religião, é uma forma de o homem mais facilmente atingir o ”paraíso”. Com isso a Índia, atualmente com 1,1 bilhão de habitantes, 340 hab/km2 possui grande quantidade de pessoas na região dos rios Ganges e Bramaputra. Essa enorme população enfrenta problemas como a falta de assistência médica, escolar e até alimentar. Os governos tentam o controle da natalidade feito em clínicas, mas, mesmo assim, o comportamento religioso é um grande entrave.

Islamismo – Introduzida por conquistadores religiosos que partiram do Oriente Médio, a religião islâmica estabeleceu-se principalmente no Paquistão, Bangladesh e Indonésia.

Também contrária ao controle da natalidade, essa religião tem sido um entrave a uma atuação governamental maior. Assim, Bangladesh (vales do Ganges e Bramaputra) possui uma densidade demográfica de 1.000 hab/km2, uma das maiores do mundo.

Sikhismo – Um sincretismo religioso que reúne preceitos tanto da religião hinduísta, destituídos de certos aspectos politeístas, como do islamismo. Surgiu a partir da liderança do guru Nanak, que mostrou que ambas as religiões se distanciaram dos princípios de Deus, paz e amor na humanidade, fundamentando a nova religião em valores universais: amor, liberdade, dignidade, tolerância, harmonia, caridade e sacrifício.

Os sikhs são maioria no estado do Punjab, a Noroeste da Índia, próximo à região da Caxemira e do Paquistão. Lutam por independência em relação à Índia, mas os governos hinduístas fazem dura repressão a esse movimento separatista, principalmente após o assassinato, efetivado por um sikh, da premier indiana Indira Gandhi, na década de 1970.

Budismo – Outra religião importante em países como o Nepal, Butão, Mianmar e Tailândia, foi criada a partir da filosofia de Sidarta Gautama, o Buda (o Iluminado), que dizia ser a humildade e a pobreza material o caminho mais rápido para o ”nirvana”.  Essa é também uma das justificativas para a pobreza dos povos dessas regiões.

Lamaísmo – Religião dos lamas (monges budistas) derivada do budismo e hinduísmo, cultuada entre os povos do Himalaia. Adota a filosofia budista, reverenciando santos e demônios das montanhas. Surge principalmente no Nepal e no Tibete, onde Lhasa é a cidade sagrada.

Atualmente, o Dalai-Lama, líder religioso tibetano, vive no exílio e reivindica autonomia cultural e religiosa do Tibet em relação à China. Proposta recusada até o momento.

A região possui diversas etnias, desde indo-europeus (brancos) até indochineses (mongóis, chineses etc.), e também diversas línguas.

O Destaque

Monumento que representa a figura de Sidarta Gautama (Buda) – c. 563-c. 483 a.C. – fundador do budismo, mistura de fé e comportamento filosófico, religião que se espalhou pela Ásia Oriental, era originário das áreas próximas ao atual Nepal.

Os vales de importantes rios asiáticos constituem algumas das regiões mais povoadas do mundo

3. Aspectos econômicos

Agricultura

Apesar de ser a principal atividade econômica da região, o seu rendimento é pequeno devido à falta de infra-estrutura (máquinas, adubos). Os principais sistemas de cultivo são o de subsistência, que utiliza as técnicas intensivas de jardinagem e terraceamento, e plantation.

Jardinagem – Agricultura de subsistência, geralmente destinada à produção de alimentos voltada para o consumo local. É a técnica mais utilizada, desenvolvida em pequenas propriedades, geralmente ao longo dos rios, emprega numerosa mão de obra, com cuidados manuais meticulosos e pouco emprego de adubos e maquinários. O principal plantio é o de cereais: arroz (base da alimentação), sorgo (milhete), trigo, chá e amendoim, cultivados nos vales do Ganges e Bramaputra, entre a Índia e Bangladesh.

Plantation – Monocultura tropical, desenvolvida em grandes propriedades, com produção geralmente voltada para a indústria e exportação. Emprega mão de obra assalariada, tecnologia avançada e obtém grande produtividade. Destacam-se a produção de cana-de açúcar e algodão, na Índia, borracha, café e cacau, na Malásia e Indonésia.

Saiba mais

Terraceamento – Terraço: recurso que possibilita o cultivo em áreas acidentadas, mediante a construção de degraus em encostas íngremes, como forma de proteger os terrenos cultivados contra a erosão provocada por enxurradas durante as chuvas das monções de verão. É bastante usado na Ásia de Sudeste em vista da exiguidade de terras, bem como na Cordilheira dos Andes.

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Mineração

O principal país minerador é a Índia, onde se encontram também minérios de ferro, manganês, bauxita, cromo, mica, carvão e petróleo. O país possui também potencial hidrelétrico e emprega tecnologia de energia solar.

A Indonésia é uma grande produtora de petróleo, e a Malásia é a primeira produtora de estanho no mundo.

A Tailândia também é grande produtora mundial de estanho.

Indústria

Devido ao processo de colonização, que condicionava os países do Sudeste Asiático a meros exportadores de matéria-prima, a indústria pouco se desenvolveu na região. O único destaque fica para a Índia, que, a partir de 1947, explorando seus recursos minerais e sua mão de obra numerosa e barata, desenvolveu-se nos setores siderúrgico, concentrado no vale do rio Damodar, no Planalto da Decã; têxtil,  em Calcutá e Mumbai e químico, no sul em Madras. Mais recentemente, a Índia vem apresentando um grande crescimento no setor de informática, concentrado na cidade de Bangalore.

Esse tipo de industrialização incipiente assistiu, na primeira década do século XXI, a um processo de transformação que envolveu a participação de capital externo, interessado em explorar a mão de obra baratíssima de países como Bangladesh, Tailândia, Indonésia e os demais da cercania. Assim, países como o Japão ou da Europa ocidental, desinteressados em utilizar sua própria mão de obra, mais cara e sofisticada, transferem suas indústrias mais precárias para países do Sudeste Asiático. Se, por um lado, exploram de forma desumana a mão de obra dos países asiáticos, resultando muitas vezes em acidentes trágicos como o observado em Bangladesh em 2013, por outro lado, acabam por dinamizar sua economia, permitindo sustentar seu crescimento econômico. O próprio Bangladesh começa a ser considerado um novo ”Tigre Industrial”.

Quais são os principais rios asiáticos e suas importâncias?

Nas regiões meridionais e orientais localizam-se os maiores e mais importantes rios asiáticos: o Amarelo e o Yangzi na China; e o Brahmaputra, o Ganges e o Indo na Índia. No Oriente Médio, os rios mais importantes são o Tigre e o Eufrates.

Quais são as áreas mais povoadas da Ásia?

A população da Ásia está concentrada no litoral do sul e extremo oriente, mais precisamente nos litorais chinês, indiano e japonês. Um território tão vasto e uma população tão grande acabaram por gerar ao longo de sua história uma grande diversidade étnica e cultural.

Que região da Ásia são mais povoadas se necessário consulte o mapa?

Resposta. Mais povoadas: Mumbai, Xangai e Karachi.

Quais são as áreas menos povoadas da Ásia?

Resposta. Resposta: Mongólia,Cazaquistão,Rússia e Irã.