Porque podemos dizer que os maiores tesouros das florestas tropicais ainda são desconhecidos?

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Porque podemos dizer que os maiores tesouros das florestas tropicais ainda são desconhecidos?

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DO PAU-BRASIL AO BICHO-PREGUIÇA: AS RIQUEZAS SEM VALOR DO 
BRASIL QUINHENTISTA 
 
NATALIA FERNANDA RAMOS DE OLIVEIRA

 
 
“Nos teus rios diamantinos, Nas tuas montanhas d'ouro 
Se ajunta o maior tesouro, Que o mundo pôde invejar! 
Nas tuas florestas virgens, Tens mil esquadras, mil pontes, 
E nas entranhas dos montes, Tudo para um mundo comprar!”. 
(PECKOLT, 1871: 9). 
 
Logo após a chegada dos primeiros portugueses no Brasil, não houve nenhum tipo de 
colonização ou mesmo ocupação de forma efetiva no território então “descoberto”. Assim que 
as primeiras expedições aportaram, por mais fantasias que fossem criadas, a terra brasilis não 
parecia interessante e nem lucrativa. O ouro e a prata tão cobiçados não seriam encontrados 
tão cedo, muito menos em grande quantidade. E por cerca de 30 anos aquele imenso território 
foi abandonado pela Coroa portuguesa, e se tornou uma grande fazenda extrativista de pau-
brasil arrendada para a iniciativa privada. 
Muito se fala sobre os recursos naturais extraídos do Brasil como única forma de lucro 
encontrada pelos portugueses, mas poucos sabem quais foram esses recursos, a forma que 
foram extraídos e porque foram designados como tal. A fauna e a flora brasileira só foram 
retratadas de maneira fantasiosa, e sempre de forma a impressionar na Europa para conseguir 
financiar novas viagens. Somente em 1530 Portugal enviou os primeiros colonizadores ao 
Brasil, com animais domésticos, plantas e sementes para o estabelecimento de colônias 
permanentes, e a partir de então se inicia de fato a história da natureza brasileira, que nunca 
mais veria centenas de suas espécies. 
Atualmente, sabe-se que muitas das florestas remanescentes são sobreviventes dos 
vários períodos de exploração dos recursos naturais brasileiros e, além disso, boa parte delas 
não data de antes da chegada dos colonizadores, pois nasceram novamente após os grandes 
desmatamentos. Isso é desolador visto que as florestas tropicais dificilmente conseguem 
recuperar seu estado original devido a grande diversidade inerente. Por isso, pode-se dizer que 
a destruição dessas florestas é irreversível e jamais saberemos da existência de muitas 
espécies que viveram nelas. 
 
 Universidade Estadual de Maringá, mestranda em geografia e bolsista da CAPES. 
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Ao analisar os documentos dos primeiros séculos de colonização brasileira, é preciso 
levar em consideração a falta de apuração científica de seus relatores ao retratar ou descrever 
o ambiente que encontraram. É evidente que naquelas circunstâncias se interessavam apenas 
pelas espécies mais excêntricas e que causavam maior curiosidade na Europa, tanto no que diz 
respeito à fauna quanto à flora, e se interessavam principalmente pelo valor comercial que 
poderiam conseguir com os espécimes. Com exceção da expedição nassoviana enviada ao 
Brasil, que houve uma preocupação maior com os aspectos científicos e descrição taxonômica 
da maior quantidade possível encontrada de animais e plantas, os demais encarregados e 
viajantes do XVI e XVII não tiveram a mesma preocupação. 
A floresta tropical, como bem se sabe, não é um paraíso idílico do Novo Mundo. Ela é 
densa, tão rica em diversidade quanto em perigo, pois nunca se sabe o que o colonizador do 
século XVI pode encontrar nela e, até mesmo, como se encontrar nela. Portanto, o que é 
possível tirar dessa natureza hostil? 
Como bem retrata Dean, o ambiente neotropical das Américas foi não só o último a ser 
encontrado pelos europeus, como também foi o último a ser invadido pelos seres humanos. 
Ou seja, de todas as florestas tropicais no mundo, quando os europeus chegaram, a americana 
foi a mais intocada até então dentre elas, e que possibilitou mais registros sobre sua condição 
e depois destruição. 
 Para que seja possível compreender quais recursos foram mais lucrativos e, portanto 
explorados, e quais não foram, é preciso contextualizar a motivação e a condição dos 
viajantes ultramarinos que aqui aportaram. Já é sabido que vieram, primeiramente, para 
explorar o máximo de recursos possíveis para obtenção de lucro ainda maior. O que os 
europeus não esperavam era uma floresta tão rica e diversificada, mas também tão hostil e 
desconhecida. Para balizar esse obstáculo, eles contaram justamente com os maiores 
especialistas em floresta tropical brasileira do período, os indígenas. 
O papel dos indígenas é conhecidamente fundamental na história brasileira de sua 
colonização e exploração, pois garantiram o acesso aos conhecimentos sobre essa nova 
natureza, apesar de terem ignorado a maior parte dela. E os principais intermediários nessa 
relação foram propriamente também os primeiros administradores do território brasileiro, os 
comerciantes enviados pela coroa portuguesa, sem falar nos mercenários que fizeram papel 
tão importante quanto àqueles nesse período. 
“Podemos visitar a floresta tropical e até especializarmo-nos na extração das mil e 
uma raridades que ela oferece, mas não moramos nela, exceto em desespero. (...) O 
morador humano brasileiro da floresta vive em suas margens, perto de cursos 
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d’água ou campos. Para viver no meio da floresta, os moradores da floresta 
necessariamente a derrubam.” (DEAN, 1996: 30) 
No primeiro e segundo séculos de colonização, quase não existem documentos sobre a 
flora e fauna brasileira, pois até a chegada dos primeiros naturalistas, não foram produzidos 
registros com o intuito de inventariar a natureza neotropical. A principal, se não única, 
preocupação era organizar e sistematizar a extração dos elementos dessa mesma natureza. 
Além disso, demoraram também para empreender uma colonização efetiva e proteção do 
território que acabou deixando muitas brechas na documentação histórica do período. 
Como retratado por Pero Vaz de Caminha, as primeiras impressões dos portugueses 
foram tímidas pelo fato de não terem percebido qualquer sinal de que houvesse ouro ou prata 
na região aportada. Mas todos sabem que, pouco tempo depois, empreenderam uma 
exploração tanto ou mais predatória da natureza do que jamais seria imaginado, a partir da 
extração de pau-brasil que foi apenas o início de uma quase devastação florestal. Após o 
reconhecimento do solo e de algumas culturas, como a mandioca e o inhame, começaram a 
empreender um processo colonizador mais sério. 
Todos os animais que os europeus se deparavam eram prontamente caçados ou 
capturados, e sempre que possível matavam e provavam da sua carne, para saber se teria 
utilidade como alimento, decoração, estimação, divertimento ou se simplesmente não serviria 
para propósito algum. Apesar de os animais serem todos classificados no mesmo reino 
filogenético, do ponto de vista colonizador eles precisavam ser separados entre os “bons” e os 
“maus” para o desenvolvimento civilizatório. Ou seja, como foi o caso da maior parte da 
fauna, foram classificados de acordo com sua utilidade. 
O caso mais expressivo é das formigas, que ficaram conhecidas como “Reis do Brasil”. 
Elas tinham um enorme apetite por plantas, e suas preferidas costumavam ser justamente 
aquelas plantadas pelos colonizadores, já que eram plantas domesticadas sem muitos meios de 
defesa natural. Os portugueses relatam que encontraram formigas por todo o território 
brasileiro, e não havia lugar por onde passassem que não existissem espécies variadas destes 
insetos. 
Já no século XVII e XVIII, o próprio Antonil reforça e estimula a exploração do ouro, 
que demorou a ser realmente realizada da forma como esperavam os primeiros europeus: 
Foi sempre fama constante que no Brasil havia minas de ferro, ouro e prata. Mas, 
também, houve sempre bastante descuido

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Por que podemos dizer que os maiores tesouros das florestas tropicais não são ainda conhecidos?

Por que podemos dizer que os maiores tesouros das Florestas Tropicais são ainda desconhecidos? RESPOSTA: Muitas plantas e outros seres vivos que ainda não foram estudados podem possuir substâncias químicas com propriedades úteis ao ser humano, que talvez sirvam, por exemplo, para a produção de novos medicamentos.

Por que as florestas tropicais são tão importantes?

As florestas tropicais têm um papel fundamental para a manutenção da vida no planeta, abrigando aproximadamente 50% das espécies de plantas e animais. Elas ajudam na regulação do clima global produzindo uma quantidade significativa de oxigênio e removendo gás carbônico atmosférico.

Por que as raízes das árvores das florestas tropicais costumam ser superficiais?

As raízes das árvores da Floresta Tropical são superficiais devido a baixa disponibilidade de água e nutrientes nas áreas mais profundas do solo.

Que características das florestas tropicais justificam a grande diversidade de representantes Dasplantas nesses biomas?

As principais características das florestas tropicais são: a presença de árvores altas, o clima quente e a elevada precipitação. A temperatura média atinge 20 ºC e chove cerca de 1.200 milímetros anuais. Apesar de suportar uma enorme variedade de plantas, os solos das florestas tropicais são pobres.